Mostrando postagens com marcador cinema. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador cinema. Mostrar todas as postagens

Os Mutantes The Movie

O videoclipe que faz parte de um projeto de promoção do longa sobre a história da banda "Os Mutantes". Procurem, a Direção é de Jeff McCarty e produção do brasileiro Antonio Rossa e o google deletou 3 videos dessa postagem. Podemos nem falar da rede vizinha de vídeos, mas sabem bem qual, não é mesmo? começa com V e termina com O. Vamos lá!

Humberto Mauro, o maior cineasta brasileiro de todos os tempos

Humberto Mauro

Boa sorte, meu amor!

Você é o que você perde...

Boa sorte, meu amor!

O tempo (não) parou

Um relógio de variações espaciais contribui para o erro.
Imperfeições causadas ainda que minúsculas nas incertezas da freqüência.
A física explica...

Time Doesn’t Stand Still

A arte imita a vida ou seria o contrário?

A sua vida daria um filme?

Piratas do Caribe

Perversão em Preto-e-branco

I Love Hitchcock

Breakfast

"Eu gosto de comer o 'breakfast' sozinho, e quase nunca antes do meio-dia, qualquer pessoa com um estilo de vida terminal precisa de pelo menos uma âncora psíquica a cada 24 horas, e a minha é o 'breakfast'. Em Hong Kong, Dallas ou em casa - e independentemente de estar ou não na cama - o café da manhã é um ritual pessoal que só pode ser devidamente observado sozinho, e no espírito do verdadeiro excesso.

O Traidor do Rock

traidor do rock

Este não é um blogue sério!

Baixou bobeira!
Sem querer achei este vídeo no YouTube e já ri demais!

Impudículo! Despudorado! Marlon Brando!



Só vai entender quem assistiu: "Último Tango em Paris".
Quem não assistiu, recomendo!

E o cinema se desen(cantou) e falou.

"Meu chapa, se você tem que perguntar, então nunca vai saber".
Louis Armstrong, quando lhe pediram para definir o jazz - Porque jazz não se defini, senti!

O jazz, que nascera mais ou menos junto com o século passado, chegou à segunda geração dando um salto qualitativo como poucos haveria dali em diante. O responsável pela inovação foi o trompetista e cantor Louis Armstrong, nascido em Nova Orleans, berço do gênero, em 1900, apelidado "Satchmo" em referência à sua "satchel mouth", literalmente "boca de sacola", pelo tamanho dela.

Nos tempos de menino prodígio, Armstrong desenvolvera a autoconfiança que o levou, quando tornou-se líder de sua própria banda - os Hot Five - em 1925, a inaugurar a era das longas e melodiosas improvisações e do canto puramente rítmico e sem sentido - duas marcas amplamente imitadas e que acabaram por se confundir com a própria essência do jazz. Mas tarde, aperfeiçoado por Ella Fitzgerald, esse canto improvisado e sem palavras ficaria conhecido como "scat".

Nas décadas de 20 e 30, o Harlem também era palco da inusitada mistura de artistas extra-classe e bandidos de elite. O Cotton Club sintetizava esse estranho amálgama: no palco, a nata da música e da dança, como Duke Ellington, o próprio Louis Armstrong, Lena Horne (que morreu no último dia 10 de maio) e o sapateador Bill Robinson. Todos negros. Na platéia, alguns dos mais violentos mafiosos americanos, como Lucky Luciano e Dutch Schultz, e astros consagrados de Hollywood, como Charles Chaplin e Gloria Swanson. Só brancos.

Você que assistiu o filme Cotton Club, pode sentir a atmosfera da época. Em plena era do jazz, o Cotton Club de Nova York se transformou na meca do gênero, justo porque foi ali que Duke Ellington e sua banda, tiveram a sua estréia. A casa, no Harlem, era frequentada, como disse acima, exclusivamente por brancos de alto poder aquisitivo e oferecia finas iguarias, mas foi a música que a fez ficar para a História.

Edward Kennedy Ellington nasceu em Washington em 1899, em uma família negra de classe média. Primogênito mimado, desde criança orgulhava-se de falar e vestir-se bem. Não demorou a receber o apelido de Duke (Duque). Estudava piano desde os 7 anos e, aos 17, começou a tocar ragtime num café. Sua primeira banda, The Washingtonians, experimentou mais baixos do que autos na sua cidade natal e em Nova York. A explosão veio com a missão de substituir King Oliver, um monstro sagrado do jazz, no Cotton Club.

A orquestra de dez integrantes que Duke formou então ficaria no lugar até 1932, exibindo seu naipe de aperfeiçoamentos e invenções: o uso da voz humana como instrumento de sopro e a maior utilização do contrabaixo, entre outros. O Duke compositor teve o seu primeiro sucesso em 1930, com "Mood Indigo" (originalmente "Dreamy blues"). Seguiram-se por mais de trinta anos clássicos como "Solitude", "Sophisticated lady", "In a sentimental mood" [links de vídeo]

Alguns anos antes de morrer, de pneumonia, em 1974, ele se dedicava com fervor à música sacra. Sobre ele, dizia seu amigo e também músico Billy Strayhorn: "Duke toca piano, mas o seu verdadeiro instrumento é a orquestra"

O jazz fez história também no cinema e por causa dele, o cinema se encantou...

“Esperem um pouco! Vocês ainda não ouviram nada!”

Al Jolson

Essa frase, ditas pelo grande astro branco (pintado de preto) Al Jolson no filme “O Cantor de Jazz” [vídeo], que estreiou em 1927, anunciou em alto e bom som, o começo do fim da era do cinema mudo.

As primeiras tentativas de sincronização da imagem com o som datam do final do século passado. Empresas e inventores independentes desenvolveram diversas técnicas, mas os problemas só foram solucionados por completo nos anos 20.

Nessa época, Lee Deforest, técnico dos laboratórios Bell, inventou um sistema baseado em discos fonográficos, no qual os motores do projetor e do sonorizador eram sincronizados por meios mecânicos. Outros inventores conseguiram registrar a trilha sonora na própria película, dispensando os discos e o maquinário adicional, mas isso sacrificava a qualidade do som.

A Warner Brothers – na época um jovem e ousado estúdio de Hollywood – apostou no sistema de discos, prontamente batizado de “Vitaphone”. Este foi usado pela primeira vez no filme “Dom Juan”, em 1926, para registrar a trilha sonora executada pela filarmônica de Nova York.

A princípio “The Jazz Singer” também teria apenas música e efeitos sonoros gravados, isso se Al Jolson, a estrela do filme, não tivesse pegado o microfone durante a sonorização e dito a célebre frase – “You ain’t heart nothing yet!” – um bordão que costumava usar em seus shows. O incidente acabou convencendo os irmãos Warner a substituir os tradicionais quadros de legendas por diálogos falados. Era uma iniciativa arriscada, mas que poderia salvar os estúdios da falência eminente. Não havia nada a perder. Al dublou 4 cenas, incluindo canções.

O filme conta a história do filho de um cantor de sinagoga que decide deixar a família para tentar a vida como artista da Broadway. Na estréia, ocorrida em 6 de Outubro de 1927, em Nova York, a platéia veio abaixo. O público simplesmente não esperava ouvir vozes, muito menos canções. A Frase dita por al Jolson pegou a todos de surpresa. O filme não só representava a era do cinema mudo, como também dava pistas do início da era dos musicais de Hollywood.

Mesmo com o sucesso de “O cantor de Jazz”, muita gente não acreditava no futuro do cinema falado. Charles Chaplin, por exemplo, dava três anos, para a “mania” dos filmes sonoros passasse e o público voltasse a dar atenção ao que realmente importava.

Carlitos, você estava errado.

Em tempo: Começou o 8º Rio das Ostras Jazz & Blues!

Serão 3 dias do maior festival de Jazz & Blues do país! Confira a programação no site!

Quem estiver por perto, não deixe de prestigiar e mesmo que você ache que o Jazz não seja a música para você escutar, dê uma chance!

Oscar, pra que te quero? [update]

oscar

Quando a estatueta foi entregue a primeira vez, ainda não tinha nome e a festa de entrega não tinha a dimensão da entrega atual. Era o ano de 1929 e apenas um prêmio dado pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, fundada dois anos antes da primeira premiação, por 36 personalidades do ramo.

A sugestão de que houvesse um prêmio, foi dada pelo produtor Louis B. Mayer, durante o jantar que reuniu 300 pessoas, para comemorar a fundação da Academia, com a intenção de estimular e melhorar a criatividade cinematográfica.

Banquete Hotel Biltmore
Jantar de inauguração da Academia no Biltmore Hotel - clique na imagem para ampliar

Cedric Gibbons, cenógrafo e diretor de arte da Metro, desenhou numa toalha de mesa a figura de um homem segurando firmemente uma espada. Aprovado o desenho, a estatueta foi esculpida por George Stanley. Tinha 25cm de altura, era feita de estanho e bronze, folheada a ouro e pesava 3,5 quilos.

Quanto à origem do nome da estatueta, batizada somente em 1931, a versão mais conhecida conta que a bibliotecária da academia, Margaret Herrick, teria comentado junto à um repórter, que a estatueta era igual ao seu Tio Oscar. Anos mais tarde, a academia desmentiu a secretária e de acordo com outra versão, foi a atriz Bette Davis que teria feito alusão a um ex-companheiro.

Apenas 250 pessoas compareceram à primeira cerimônia de premiação, apresentada por Douglas Fairbanks e Willian C. De Mille, respectivamente presidente e vice-presidente da academia, que premiou os melhores de 1927 e 1928.

"Asas", aventura ambientada na Primeira Guerra, recebeu o primeiro prêmio de melhor filme. Foi o único filme mudo a ganhar a distinção. Franz Borzage foi o melhor diretor. O Oscar para melhor diretor de comédia, atribuído naquele ano, foi para Lewis Milestone, que derrotou Ted Wilde e... acredite, Charles Chaplin.

O alemão Emil Jannings foi escolhido melhor ator, porém desiludido com Hollywood, já havia regressado à sua terra natal. A melhor atriz foi Janet Gaynor, que atuou no filme "Aurora", também Oscar de melhor fotografia e um especial, de qualidade artística, para a Fox.

Janet Gaynor
Janet Gaynor primeira Melhor Atriz premiada com Oscar

Dentre os filmes premiados desde 1929, "O poderoso Chefão" chega a ser unanimidade pelo público e crítica, como obra-prima cinematográfica - o que não podemos dizer de alguns premiados, que arrebanharam prêmios não merecidos.

Este ano, a sorte está lançada e a Academia recupera a tradição dos anos 40 de indicar 10 concorrentes ao Oscar para melhor filme. O meu palpite é que "Avatar" será a grande zebra, espero! Assisti e achei pretensioso o merecimento para tantas indicações. Enfim!

A Vanessa convidou seus leitores a falar sobre qualquer filme, que já tenha sido premiado pela academia e me deu, particularmente a oportunidade de falar de um ator/cantor, mas daí pensei melhor e vi que apesar da especialidade, do meu outrora escolhido, retrocedi, refleti e concluí: Vilão meigo só existiu um!

Don Vito Corleone e Gatinho

Só deu Brando no ano de 1972. O ator que vinha de uma fase de ostracismo, brilhou nas telas em dois filmes que dariam o que falar por anos a fio: "O Poderoso Chefão" e "O Último Tango em Paris" - o primeiro, por sua interpretação brilhante de um chefão da máfia e o segundo, pela polêmica em torno do jogo de sedução e sexo que protagonizou em parceria com Maria Schneider.

Baseado no livro do escritor Mário Puzo e dirigido por Francis Ford Coppola, "O Poderoso Chefão" bateu em apenas nove meses o recorde de bilheteria de "...E o vento levou", que já durava mais de 30 anos. Em dois anos e meio, arrecadou US$330 milhões. Deste total, o vantajoso contrato de Marlon Brando lhe rendeu mais de US$20 milhões. Merecidos.

Parte do sucesso do filme se deve à sua atuação, vencedora de um Oscar, o segundo de sua carreira - que ele, aliás, não foi receber. Em protesto contra a situação dos índios americanos, mandou em seu lugar uma jovem índia apache. Das dez categorias a que foi indicado, "O Poderoso Chefão", levou mais duas estatuetas: de filme e de roteiro adaptado, este de Copolla e Puzo.

O filme de Copolla mergulha na estrutura familiar dos imigrantes italianos que formaram uma poderosa rede de crime organizado nos Estados Unidos - praticamente a metáfora de uma grande empresa na economia de livre mercado, com suas estratégias de guerra e competição acirrada.

Por mais de três horas, nada cansativas, a saga da família Corleone é narrada de forma violenta, tensa, com ótimos desempenhos de Brando, Al Pacino, James Caan e Robert Duvall. Para interpretar Don Vito Corleone, Brando fez implantes na boca para aumentar seu queixo e criou um voz rouca e baixa para caracterizar o personagem. Pacino é o protagonista das continuações - a primeira de 1974, ótima! A segunda, de 1990, bem inferior aos outros dois filmes.

"O Último Tango em Paris" provocou uma repercussão pelo roteiro ousado do que por outros méritos. No filme de Bernardo Bertolucci, Brando é um americano frustrado e solitário que se encontra casualmente com uma jovem francesa, sem preconceito, num apartamento à venda em Paris. Ela, às vésperas de se casar e ele, recém-viúvo. Dois polos que em três dias se encontram e fazem as maiores estripulias sexuais no imóvel vazio - numa cena célebre da maratona sexual, chegam a usar manteiga de modo pouco ortodoxo.

A paixão clandestina provocou reações explosivas em todo o mundo e fez com que, durante anos, a obra permanecesse na fronteira da arte com a pornografia. Bertolucci, então com 31 anos, foi processado por atentado à moral, mas acabou absolvido pela justiça francesa.

No Brasil, o filme foi proibido por sete anos, até ser liberado sem os cortes da censura militar. A cena da manteiga já não chocava ninguém.

Aos interessados em compreender o filme - a cena da manteiga é fundamental - mas não se prenda as coisas impensáveis que Marlon Brando, fez com o tablete de manteiga, pense no que o personagem fala durante a cena, entre elas:

"Vou falar-lhe de segredos de famíla, essa sagrada instituição que pretende incutir virtude em selvagens. Repita o que vou dizer: sagrada família, teto de bons cidadãos. Diga! As crianças são torturadas até mentirem. A vontade é esmagada pela repressão. A liberdade é assassinada pelo egoísmo. Família, porra de família!"

O que fica para nós espectadores, são os clamores, sussurros solitários ou não, diante de uma grande cena e a viagem destino que a verdadeira matéria-prima da arte cinematográfica nos tira do corpo.

Saber também que George Lucas foi um dos assistentes de Coppola, não tem preço e é animador!

Boas escolhas!
[update]
Veja a lista completa de vencedores do Oscar 2010;
A grande zebra da noite;

A Morte lhe caiu bem

James Dean

Hollywood tinha acabado de estender o tapete vermelho para James Dean, abrindo-lhe um caminho de fama e estrelato, quando um acidente de carro o matou. No dia 30 de Setembro de 1955, exatamente às 17h59 e segundo a detalhista perícia policial, o Porsche Spider prateado de Jimmy chocou-se contra outro carro na estrada de Salinas, perto de Paso Robles, na Califórnia.

James Dean morreu na hora e, de acordo com Humphrey Bogart, um de seus ídolos, “no momento certo”, “Se tivesse vivido não teria feito jus à imagem e à lenda criadas pela publicidade”, disse o astro de “Casablanca”.

Vivo James Dean era um artista promissor. Morto aos 24 anos, virou um mito idolatrado com minúcias mórbidas: Até as ferragens de seu carro foram postas em exibição, enquanto a sua imagem era vendida em uma série de produtos.

Até aquela tarde trágica, o público só o tinha visto brilhar nas telas em “Vidas Amargas”, adaptação do romance de John Steinbeck em que Dean vive um jovem torturado - O Diretor Elia Kazan tinha trazido o ator do Actor’s Studio, escola nova-iorquina de onde saíram, entre outros; Paul Newman e Marlon Brando.

Até então, Dean tinha feito alguns papéis na Broadway e umas poucas pontas no cinema. Mas seu carisma na tela era tão grande que, antes mesmo de “Vidas Amargas” ser lançado, o chefão do estúdio, Jack Warner, já fechava com ele um contrato de 7 anos.

James Dean só teve tempo de cumprir 7 meses, trabalhando em mais dois filmes: “Juventude Transviada” e “Assim caminha a humanidade”.

James Dean e Elisabeth Taylor

O primeiro foi lançado um mês após a sua morte e causou comoção, não só pela perda recente, mas pelo papel que lhe cabia: O do adolescente revoltado Jim Stark, que premonitoriamente libera sua frustração em corridas de carros. O papel contribuiu para transformá-lo em símbolo da juventude dos anos 50. Quem assistiu esse filme mais de 50 vezes para aprender os macetes de James Dean foi Elvis Presley, pois ele queria se tornar um ator dramático, além de cantor.

O Segundo, lançado, um ano depois, mostrava no fim o personagem de Dean envellhecido, como o ator jamais seria.

James Dean in Giant

As pessoas mais próximas já tinham previsto isso. “É belo demais para suportar o envelhecimento. Desaparecerá antes”, profetizara Kazan.

Nascido James Byron Dean - Byron foi homenagem da mãe ao poeta romântico inglês, em Marion, pequena cidade de Indiana - ele ficou órfão de mãe aos nove anos e foi educado pelos tios, até que decidiu tentar a sorte em Nova York. Quando criança, Dean foi muito mimado pela sua mãe Milred, que quando o colocava para dormir, pedia-lhe que escrevesse em um papel as coisas que gostaria de ganhar no dia seguinte e no outro dia, pela manhã, seus pedidos eram atendidos.

A morte da mãe o marcou profundamente, a partir disso, Dean passou a sofrer crises de insônia, que lhe valeram as marcantes olheiras. Ao todo o ator conseguia dormir apenas 4 horas diárias.

Reservado e agressivo, vestia-se sempre com jeans e casaco de couro. Bissexual em um tempo em que não existia a idéia de “assumir”, não ligou para o que as pessoas iriam dizer quando fez cena pública de ciúmes no casamento da atriz italiana Píer Angeli, que o abandonara.

Teve um caso com a suéca Ursula Andress e sua grande paixão não correspondida, no entanto, teria sido o ator Marlon Brando, que assediado explicitamente pelo rebelde sem causa, preferiu não cair em tentação. James foi um jovem igual a tantos outros, um mito como poucos.

James Dean e Marilyn
Como se cria um mito?

Mito é a narrativa de uma criação: conta-nos de que modo algo, que não era, começou a ser.

Na medida em que pretende explicar o mundo e o homem, a complexidade do real, o mito não pode ser lógico: ao revés, é ilógico e irracional. Apresentando-se de uma maneira que esconde uma verdade de outra verdade. A verdade profunda de nossa mente. Criamos ilusões. O nosso inconsciente se prende a ritos, por isso, copiar os trejeitos, penteados, pensamentos da época, o que estiver disponível.

Em resumo, o rito é a praxis do mito. É o mito em ação. O mito rememora, o rito comemora.

Mito vem de mitologia, o homem torna-se apto a repetir o que os deuses e os heróis fizeram "nas origens", porque conhecer os mitos é aprender o segredo da origem das coisas.

Todas as culturas têm seus mitos, alguns dos quais com expressões particulares. O ídolo expandi-se da esfera divina para a esfera humana com adoração não religiosa.

A geração contemporânea, é muito mais suscetível aos apelos visuais. Crescemos em frente ao visual, principalmente da TV e nada poderá apagar essa influência. Atualmente, a criançada continua crescendo com a TV ligada que, em alguns casos, ela vem aliada a outro companheiro ainda mais poderoso: O computador.

Naturalmente, estamos hoje muito mais interessados nas notícias do dia a dia e nos problemas do cotidiano. Valores eternos? Vida espiritual? Quem tem tempo pra isso no frenético mundo em que vivemos? O problema é que tais mistérios fazem falta. O ser humano é preso a rituais e esses se destinam a um mito e quem será o(a) eleito(a) da vez?

E agora vocês querem que eu responda a perguntinha lá de cima? Nananinanão essa perguntinha eu fiz para vocês!

*As imagens acima são do filme "Assim caminha a humanidade" (Giant) - filme que amo de paixão! Vale assistir, relaxar, se deliciar e refletir!

Beijus,

Criatura do Cinema

eu e ela

Eu sei que disse que iria descansar, consequentemente não iria postá! Daí li postezito da Maria Augusta e deu coceirinha! Ó vício de blogar!!

brigitte antes e depois

A Brigitte Bardot está ficando velha,
envelheceu antes dos nossos sonhos.
Coitada da Brigitte Bardot,
que era uma moça bonita,
mas ela mesma não podia ser um sonho
para nunca envelhecer.
A Brigitte Bardot está se desmanchando
e os nossos sonhos querem pedir divórcio.
Pelo mundo inteiro
milhões e milhões de sonhos
querem também pedir divórcio
e a Brigitte Bardot agora
está ficando triste e sozinha.
Será que algum rapaz de vinte anos
vai telefonar
na hora exata em que ela estiver
com vontade de se suicidar?
Quando a gente era pequeno,
pensava que quando crescesse
Ii ser namorado da Brigitte Bardot,
mas a Brigitte Bardot
está ficando triste e sozinha

Tom Zé "Brigitte Bardot Lyrics"

Estigmatizada por "E Deus criou a mulher" e porque a beleza não é eterna, vale lembrar também, que foi um homem que criou Brigitte Bardot!

Brigitte BardotRobert Vadim não era bobo. Em 1956 este diretor francês lançou o seu primeiro filme, revelando ao mundo uma jovem atriz com quem se casara. Uma revelação e tanto: em ousadas cenas de nudez para a época, Brigitte Bardot virou estrela do dia para a noite com o filme "E Deus criou a mulher".

B.B. como ficou conhecida, já tinha 17 filmes no currículo, nenhum deles expressivo, quando fez o papel de Juliette, a moça que tem um caso com o irmão do rapaz com quem acabou de casar.

Vadim a descobrira, quando ela, aos 15 anos, aparecera na capa da revista "Elle" como uma espécie de debutante do ano - usando da oportunidade de ser filha de um industrial burguês de Paris e ter a mãe, como grande amiga de Helene Lazareff, fundadora da revista. Nesta época ainda usava seu nome de batismo - Camille Javal.

O Futuro cineasta ainda era assistente de produção e soube ali que esta seria a atriz de seu primeiro filme. Casou-se com ela três anos depois e foi planejando a sua obra, enquanto ela ganhava intimidade com a câmara em pequenos papéis.

brigitte bardotQuando rodou o filme, B.B. tinha 22 anos e aparentava menos e exalava sensualidade. Com seus lábios carnudos se juntando num beicinho que deixava os homens loucos e as mulheres morrendo de inveja.

B.B. era, em tudo, diferente das estrelas de cinema da época. Hollywood vendia ao mundo atrizes inacessíveis em vestidos vaporosos. Bardot usava sapatilhas baixas e vestidos de xadrezinho vichy, rosa e branco. Era uma "beleza afável", segundo a escritora Marguerite Duras.

Bardot colecionou papéis, maridos e amantes - já durante as filmagens de "E Deus criou a mulher", teve um caso com o ator Jean-Louis Trintignant, o que a conduziria ao divórcio de Vadim.

Ela lançou muitas modas para depois desprezar sua aparência e tentou suicídio 3 vezes. Na França, celebrizou Saint Tropez, onde se refugiou na sua praia particular, La Mandrague, após deixar o cinema.

Brigitte BardotNo Brasil, onde passou uma temporada no verão de 1964 com o namorado Bob Zagury, fez a fama de Búzios, então uma pacata aldeia de pescadores.

Não chegou a ser uma atriz estupenda, mas a sua presença na tela nunca era menos do que fascinante. Fez muitos filmes descartáveis e uns poucos que sobreviveram, como "O Desprezo", de Godard e "Viva Maria", de Louis Malle.

Em 1973, aos 39 anos, demonstrando estar descontente com a humanidade, disse adeus às telas e se lançou de corpo e alma às campanhas pelos direitos dos animais; defendendo causas como, o uso de animais em circos, venda de gatos e cachorros em classificados, fim das brigas de galo, touradas e uso de pele de animais para confecção de artefatos, incluindo os casacos de pele.

Em 1992 casou-se com o político francês de extrema direita, Bernard d´Ormale e em 2003 publicou o livro "Um Grito no Silêncio", fazendo uso de uma escrita amarga que provocou polêmica, onde foi acusada de exaltar preconceitos, entre eles, contra imigrantes, homossexuais e negros. Tornou-se uma vergonha para os franceses, por total descalabro.

brigitte bardotOs fãs preferem lembrar da jovem loira sexy dos anos 60 e aproveiando-se da data de 28 de Setembro, dia do seu nascimento, o Museu dos Anos30 em Boulogne-Billancourt na França, apresenta a partir do dia 29, uma exposição em homenagem à B.B.. A proposta é fazer uma viagem pela carreira da atriz, onde serão apresentadas fotografias realizadas por Richard Avedon, Andy Warhol, Pierre Boulat, Sam Levin e também correspondências trocadas com Jean-Paulo Belmondo, Valéry Giscard d’Estaing e Alain Delon.

Henry-Jean Servat, diretor da exposição disse que além de contar a vida de Brigitte Bardot, a exposição trata da história da França, pois B.B. foi uma personalidade que provocou mudanças de comportamento na época, influenciando a sociedade francesa.

B.B. está prestes a ganhar sua própria cinebiografia. Um dos filmes será lançado pelo quadrinista e agora diretor de cinema Joann Sfar e entitulado "Vie Heroique" e trará B.B. no auge da fama e beleza, interpretada pela atriz Laetitia Casta.

brigitte bardotNeste filme, porém, o personagem central é outro artista: Serge Gainsbourg, que além de músico, cineasta e ator, é um grande "pegador" nas horas vagas e não vagas.

Um outro filme, que também está a caminho, trata da vida da artista pelas mãos de Kyle Newman, onde Jaime King dará rosto à atriz.

B.B. está em todos os cantos da França - a capa da revista W Magazine de julho, com Daria Werbowy, Kate Moss e Lara Stone - aponta Lara Stone (veja foto) como a nova Brigitte Bardot, título anteriormente dado à Claudia Schiffer.

Já no desfile de inverno, coleção 2010 da Chanel, este make já havia aparecido e a W Magazine, aproveitou a 'inspiração'. Karl Lagerfeld também mostrou em sua coleção de 2007 alguma referência à B.B., já que segundo o próprio, usou Amy Winehouse, porque esta teria lhe remetido B.B. - já que considera Amy, o “negativo” de B.B.

A aparência de Lara Stone, muito lembra B.B., porém na atitude, prefiro apostar em Kate Moss ou Siena Miller como musas francesas que possuem um "Q" de Brigitte Bardot. Vejam este vídeo dirigido por Sofia Coppola, rodado em Paris, do comercial do Miss Dior Chérie.

desfile tecaJá no Brasil, no último desfile primavera/verão 2009/2010 do Fashion Rio, Helô Rocha da Têca disse ter se inspirado nas divas francesas - Jane Birkin e Françoise Hardy, com grande destaque para a leveza despojada de Brigitte Bardot em referência à Riviera Francesa, para elaborar a sua coleção.

Preparem-se meninas, as calças "Hot pant" (eca!) - justas nas pernas e volumosas no quadris retornam combinadas com regatas [veja as principais tendências para o próximo verão carioca]

Independente da moda, do cinema, interessante o modo como uma personalidade pode influenciar uma época - muitas pessoas não sabem, mas Brigitte Bardot foi o rosto que serviu de modelo para o busto de Marianne, personificação da República e a guardiã da Constituição Francesa. Brigitte Bardot envelheceu e deixou de ser apenas rosto e corpo, aliás, há quem diga que ela abandonou o próprio corpo.

A ridicularização que fazem em torno de sua degradação física e da opção de vida que fez, esbarra na concepção dos valores sociais, onde apenas a juventude artificial é exaltada, nos leva a acreditar que Brigitte Bardot tem consciência da sua importancia para uma época, em que a indústria cinematográfica se aproveitava da imagem da mulher para se promover e ela também se aproveitou disso, lógico! Principalmente quando divergiu da fórmula americana das divas hollywoodianas que portavam cabelos bem arrumados, roupas ajustadas e maquiagem carregada a la Marilyn Monroe. Vários clones de Marilyn haviam surgido, até que surgiu Brigitte Bardot, não era uma diva, era uma mulher de carne e osso, bem natural, com suas roupas simples e cabelos ao vento, sem laquê.

No texto Mega tons e sensualidade que escrevi, comparando o biquini à bomba atômica; já que ambos foram lançados em conjunto e 'causando' - o mulheril da época, constrangidas com as duas peças, deram nada para os "quatro triangulos de nada" - e Louis Read, um engenheiro mecânico quase afogou, aquela sua invenção inspirada em "Atol de Biquini", no pacífico sul, onde os americanos faziam testes nucleares.

Brigitte Bardot foi uma das primeiras 'corajosas' a usar um biquini e além desta peça do vestuário, é a responsável pela popularização da camiseta preta, do xadrez vichy, das sapatilhas Repetto, das calças capri e dos vestidinhos leves.

E até o dia 03 de Outubro, acontece a exposição “Brigitte Bardot e os primeiros paparazzi”, na Galeria James Hyman, em Londres, onde já estão reunidas 75 fotografias que marcaram “uma forma diferente de olhar para as celebridades e o início de uma nova cultura” de autoria de alguns dos mais famosos fotógrafos de celebridades nos anos 1950 e 1960.

imagens

Indicação de leitura: O rosto no Cinema do blogue Cinema Europeu por Roberto Acioli de Oliveira - Este blogue é excelente! Um verdadeiro tratado sobre o cinema, para ser lido do fim para o início e acompanhar.

"Eu dei minha beleza e minha juventude aos homens. Agora dou minha sabedoria e minha experiência aos animais."(Brigitte Bardot)

Lembrando que, na vida cada um escolhe o seu caminho!

Boa semana!

Todo homem é uma ilha, eu sou Ibiza

nick hornby

Febre de Bola (1997) - O Amor em Jogo (2005) - Um Grande Garoto (2002) - Alta Fidelidade (2000) - O que estes filmes têm em comum?

São todos filmes baseados em livros de Nick Hornby! Uma autor pop, mordaz e apaixonado, que consegue chocar, quando por exemplo, em seu livro "Febre de bola", compara sexo com futebol - tipo assim: Seu time não ganha um campeonato a muitos anos, ou melhor, muitos anos você espera o seu time ganhar o campeonato e, - Você, homem: se tivesse que escolher, entre assistir a vitória do seu time ou ter um orgasmo, o que escolheria? - Ele escreve:

"O orgasmo, embora obviamente prazeroso, é familiar, passível de repetição (duas horas depois, se você come bastante verduras) e previsível, principalmente para os homens - se você está fazendo sexo, já sabe o que está por vir, digamos. Talvez se eu tivesse ficado 18 anos sem fazer amor e renunciado à esperança de fazê-lo nos 18 anos seguintes, e aí de repente, sem mais nem menos, uma oportunidade se apresentasse... talvez nessas circunstâncias fosse possível recriar aproximadamente aquele momento."

Hum... depois os homens dizem, que nós mulheres pensamos menos em sexo do que eles.

Enfim, o livro não trata somente do torcedor fanático, ele é recheado de boas crônicas, que falam de sentimentos, costumes, reflexões sobre família, lembranças da infância e adolescência, valores, amores, amizade, justiça, política...tudo exposto com maturidade. Considero ser um prato cheio para conjecturas e bom para ser lido à dois!

Se em "A Febre..." ele descrevia sua trajetória autobiográfica, da infância à adolescência, até o momento de busca por uma carreira e uma companheira, no seu próximo livro "Alta Fidelidade" usou da complexidade humana para falar de música; do sarcasmo para falar do cotidiano; dos obsessivos para falar de banalidades, do paternalismo amoroso e das apelações neuróticas; do lado patético da vida sem ranzinzismos.

Rob, o protagonista, gostava de fazer listas, do tipo "top 5 músicas", "top 5 pés na bunda", "top 5 ex-melhores namoradas"...e por aí vai!

Eu lembrei de falar um pouquinho de Nick Hornby, depois que li uma entrevista que ele concebeu ao The Observer/guardian, no dia 6 de Setembro último, onde ele falou dos efeitos da liberação do MP3 em blogues - e este artigo, entrou na classificação dos artigos históricos. Vale a pena ler!

A frase título "Todo homem é uma ilha, eu sou Ibiza" é do personagem Will, do livro-filme "Um grande garoto" - Quem não conhece o autor Nick Hornby, pode escolher qualquer um dos livros da sua bibliografia, que terá garantia de boa leitura! Quem já leu e gostou, chega às livrarias brasileiras, no final do mês de Setembro - Juliet, Naked, título já disponível nos EUA e Inglaterra e que dizem ser uma continuidade de "Alta Fidelidade" - leia um trecho do livro.

Desejo



Queria você profundamente aberta
Num beijapaixonado sem memória e futuro
Queria
prazer desintegrado no infinitamor de nossos corpos desconhecidos

Queria um rio negro
como branco
contando a Vytoria
De uma tragycomedia morta
Queria o maramoroso
De tua pele viva
E a poesia da madrugada
(Desejo - Glauber Rocha)

glauber rochaQuando o baiano Glauber Rocha chegou ao Rio de Janeiro, trazia consigo, além de um modesto currículo como jornalista policial e cineasta provinciano "uma idéia na cabeça e uma câmera na mão".

Com essa escassa munição, conquistou toda uma geração de jovens intelectuais engajados já na estréia de seu primeiro projeto na cidade "Deus e o diabo na terra do sol", deixando extasiada a platéia que superlotou o cinema Ópera, na praia de Botafogo, em 10 de Julho de 1964.

Dois meses antes, estava no Festival de Cannes, juntamente com Nélson Pereira dos Santos, diretor de "Vidas Secas", defendendo a estética da fome em que se baseava o recém-criado Cinema Novo. Como "Pagador de Promessas" (e-book), não havia a menor possibilidade de Glauber Rocha trazer para o Brasil uma nova Palma de Ouro, mas lá seu filme ganhou dimensão internacional e foi alçado à condição de uma das obras-primas da cinematografia mundial, opinião compartilhada pelo espanhol Luís Buñuel e o alemão Fritz Lang.

Parte das virtudes de "Deus e o Diabo" se deve à própria "impossibilidade de fazer um grande western", explicou ele. Antes de mais nada, Glauber sabia que o seu filme tinha um orçamento brasileiro, que o obrigou a aceitar, por exemplo, a queda de Rosa (Yoná Magalhães) na simbólica sequência final, pois precisava devolver naquele dia o helicóptero que a produção conseguira emprestado.


Corisco, personagem de Deus e o diabo na terra sol

É antológico o resultado que ele obteve no duelo entre Antônio das Mortes (Maurício do Valle) e Corisco (Othon Bastos), ao longo do qual travavam diálogos metafóricos em torno de uma guerra de libertação no miserável sertão brasileiro.

No entanto, parte da rica coreografia teve que criada porque Othon Bastos, que substituiu Antônio Lisboa às pressas, era muito menor que Maurício do Valle e os dois não podiam ficar muito próximos. Com uma série de referências filosóficas e cinematográficas, Glauber narrava na tela a história do vaqueiro Manuel (Geraldo Del Rey), que após se revoltar contra a opressão de um coronel, une-se a um grupo de fanáticos e em seguida aos cangaceiros liderados por Corisco.

"Antônio das Mortes, matador profissional, figura sinistra, melancólica e lógica de assassino visionário, o qual imagina que, uma vez eliminados o diabo (Corisco) e Deus (o profeta Santo Sebastião) haverá então a guerra de libertação, ou melhor, a revolução, que redimirá o sertão. Manuel, simbolo do povo brasileiro, escapa, testemunha viva da verdade das teses do filme" (Alberto Moravia, escritor italiano, no jornal L'Espresso, sobre o filme de Glauber)

Algumas pessoas – independentemente da nossa crença, raça e cor – nasceram para ditar ou quebrar as regras, apontar caminhos e desafiar o estar de cada coisa. Isso talvez nos deprima, mexa com o nosso ego quando nos deparamos sendo pessoas comuns, meros mortais.
Incapacidade, sacanagem de Deus? Não! Não creio! Temos as chances e o mundo diante de nós, apenas nos falta a coragem necessária para romper com certos padrões, falta-nos força para nos livrarmos da inércia que o conforto eleva e os prazos das lojas de departamentos proporcionam.

Somos facilmente abatidos feito frangos indefesos que engordam em poucas semanas. Comemos demais, bebemos demais, usamos drogas demais, compramos demais, nos estressamos demais. Estamos pesados demais pra pensar e lutar, não?

Vivemos um mundo ditado pelo consumo, pela economia de mercado. O mundo virou um imenso shopping-center e as pessoas parecem acatar a idéia de se tornarem produtos, descartáveis, passíveis de moda e tendências?

Tráfico de drogas, tráfico de influência, tráfico de gente! Se o mercado dita as regras, ganha mais quem vende o melhor produto, não é?

Ontem à noite tive a sorte de assistir “Glauber o filme, labirinto do Brasil”, um documentário sobre a vida de uma das figuras mais importantes da nossa história.

Qualquer cineasta metido a besta fala de Glauber Rocha com certa prepotência, porém esse documentário talvez eleve Glauber ao lugar que ele merece. Temos a cultura do esquecimento, dificilmente exaltamos nossa história, é raro olharmos para trás com senso de análise e respeito.

glauber rochaSão 98 minutos de depoimentos, entrevistas e imagens, uma verdadeira viagem audiovisual por alguns dos labirintos dessa mente genial, que desafiou o óbvio, rompeu “verdades indiscutíveis” e foi um dos grandes expoentes do “Cinema Novo”, numa das mais emblemáticas verves do cinema mundial.

Com “uma idéia na cabeça e uma câmera na mão” Glauber revolucionou o cinema e o modo como o cinema é pensado. Vá correndo até a locadora mais próxima e não deixe de conferir este documentário. Glauber talvez mude a sua vida
VEJA TAMBÉM:
E assim o twitter inspira postezito! Porque hoje é dia do Cinema Brasileiro e um filmezito cai muito bem hoje!

Tonitruantes anos 20


O Príncipe Estudante (The Student Prince in Old Heidelberg)

Não faz muito tempo, participei de um meme - Pipoca com Pimenta; onde deveria listar filmes que me fizeram perceber o quanto o tema era importante e que de alguma forma tivesse me acrescentado algum valor. O tema era livre e eu busquei por algo como "O sonho nunca acaba" - os filmes foram: Um amor de Swann, Era uma vez na América e Cotton Club [leia, vale a pena! :=)))]

Existem filmes maravilhosos que nos influenciam e acertadamente muitas pessoas citam filmes que se tornaram clássicos, justo por causa da permanência em nosso imaginário. Tenho uma boa coleção deles, para um revival de vez em quando.

Se eu pudesse escolher uma época da História para viver, escolheria a década de 20 com todos os seus balangandãs e folgo em saber que muita gente tem a mesma vontade.

Indo mais além, há quem diga que este século só começou mesmo na década de 20, depois que a Primeira Guerra Mundial transformou em poeira e fumaça alguns conceitos, instituições e ideologias herdadas do século anterior.

Os novos tempos vieram com estardalhaço - basta recordar a indústria lançando a produção de bens em série, Coco Chanel simplificando e revolucionando a moda e um modernismo iconoclasta sacudindo as artes, em geral, e as artes plásticas em particular.

"Os Modernos" ("The Moderns") é um divertido retrato de Paris, a capital desses roaring twenties em 1926, povoada por uma "geração perdida", bem no meio da muvuca.

the_moderns

O diretor americano, Alan Rodolph - ex-assistente de Robert Altman que já fizera oito filmes sozinho - ralou 12 anos pra que o roteiro de "The moderns", que se apelidara de "o mais rejeitado de Hollywood", fosse aceito, finalmente, por uma produtora e distribuidora independente, a Alive.

Keith Carradine, Linda Fiorentino, John Lone (ótimo em "O último imperador"), Geraldine Chaplin, Geneviève Bujold, Wallace Shawn e mais alguns passeiam pelo filme na pele de personagens fictícios e reais, entre estes os escritores Gertrudes Stein, Alice B. Toklas e um pândego e quase sempre de porre Ernest Hemingway, vivido por Kevin J. O'Connor.

No imaginativo e às vezes até surrealista roteiro de Rudolph e Jon Bradshaw, que morreu durante as filmagens, discute-se com fina ironia e leve amoralidade o valor da arte e analisa-se a eterna batalha entre o dinheiro e bom gosto, enquanto na Paris recriada em Montreal circulam falsificações, aliás preciosíssimas, de Modigliani, Cezànne e Matisse, e um complicado triangulo amoroso envolve um novo rico, sua bela melindrosa e um pintor-cartunista que não vende.

Tudo isto consturado pelo jazz de Mark Isham e pelo chansonnier Charlélie Couture. A crítica foi unânime nos elogios, porém, apontarei um erro no filme: se a história se passa no ano de 1926, como pode a música “Parlez-moi d’amour” cantada por Lucienne Boyer tocar e ser integrada à trilha sonora, se foi gravada somente quatro anos mais tarde em 1930?

O filme é muito divertido, questionador e o modo de falar das pessoas, principalmente ao se dirigirem uma às outras, é muito engraçado para nós, mas comum na época, como por exemplo, mesmo se referindo a quem amamos ou somos íntimos "Amo-o Manuel José!" - "Também amo-o Maria Antônia!"

Lembrei de um causo, acontecido em Minas: Um Senhor, já com uma certa idade, casou-se com uma mocinha, novinha! Já na lua de mel, perdeu a graça! A moça teimava em lhe lembrar a idade, pois dizia "Eu amo o Senhor" [in nonsense]

Voltando ao post! Pasmem, o filme até hoje não foi exibido nas salas de cinema, talvez por estar fora do esquema comercial e tradicional de produção e distribuição. Sendo assim, procurem na locadoras ou tenha o seu, assim como fiz, vale a pena! O filme foi finalizado em 1988.

Este post é parte integrante da blogagem coletiva: "O filme da minha vida", organizada pela Vanessa do Blogue Fio de Ariadne.

Este foi um dos filmes da minha vida.
Participe você também da Blogagem coletiva, postando ou visitando os blogues listados e de quebra terá sugestões de filmes para o fim de semana prolongado.
Me conte, qual o filme da sua vida?

Detalhes



North by Northwest de Alfred Hitchcock. 

Se alguém puder prestar atenção nesta cena, fica a sugestão (apreciem o menu). A conhecida cena de um almoço à bordo do 20th Century Limited, contém um dos mais explicitos diálogos da memória do clássico cinema americano e ontem repassei essa cena umas... não sei quantas vezes!

Fecha a cena.

Pra pensar:

"Guardar uma coisa não é escondê-la ou trancá-la. 
Em cofre não se guarda coisa alguma. 
Em cofre perde-se a coisa à vista. 
(...) 
Guardar uma coisa é vigiá-la, 
isto é, 
fazer vigília por ela, 
isto é, 
velar por ela, 
isto é, 
estar acordado por ela, 
isto é, 
estar por ela ou ser por ela
(A. Cícero)

Façam direitinho, viu?
Beijus,

Ray Mailland

ray millandUm galês da região de Glamorgan, as Terras dos Moinhos, nascido Reginald Alfred John Truscott-Jones, o carismático Ray Milland não pensava em se tornar ator - na verdade, ele queria seguir a carreira militar. Um sonho que, aliás, realizou, por três anos, como oficial da Companhia Real de Cavalheiros, em Londres.

O Charme e a sua incrível capacidade para trocar de expressão, apenas com o olhar e com um sorriso, do benéfico ao malévolo, o encaminhou ao cinema na Inglaterra.

No estertor dos filmes mudos, um produtor o instruiu a mudar de nome e apenas Ray era gravado em todas as suas bagagens.

Mill Lands - "Terra dos Moinhos" - Millands se tornou.

Seu primeiro trabalho em Hollywood foi no filme I Wanted Wings, de Mitchell Leisen que fazia propaganda contra o nazismo. Neste filme realizou um teste junto com um piloto profissional e em pleno voo notificou o piloto que saltaria de para-quedas. O piloto o dissuadiu e disse que faltava combustível ao aparelho e que precisavam retornar imediatamente. Mentira!! O para-quedas que Ray portava era de brincadeira. Ele voava sem para-quedas!

Ganhador do Oscar por Farrapo Humano (The lost weekend, de Billy Wilder), em que interpretou um escritor fracassado e alcoólatra. Ao receber sua estatueta, fez história: o primeiro e único laureado, até hoje, a não emitir uma única e escassa palavra de agradecimento. Milland apenas acenou com a cabeça e se foi, do proscênio, em silêncio.

Detectar

Do inglês to detect, descobrir, por em evidência. Daí resultou, também no inglês, detective, detetive, profissional especializado em investigações criminais.

Eles podem tanto atuar no serviço público quanto em empresas privadas.

Utilizando métodos cada vez mais científicos, o ofício de detectar vestígios e por meio deles esclarecer atos criminosos recebeu no Brasil a contribuição de docentes da Universidade Estadual de Campinas (unicamp): Em 1985, integrando uma equipe internacional, identificaram a ossada do nazista e criminoso de guerra Jose Mengele (1911-1979), que morrera afogado na praia de Bertioga (SP), após viver muitos anos com o nome falso.

Na literatura, a primeira história em que a ação decisiva era detectar, tarefa do detetive Auguste Dupin, foi a obra “Os Assassinos da Rua Morgue” do precusor de Sherlock Holmes, - o escritor americano Edgar Allan Poe (1809-1849) narra a história, depois tornada um clássico, foi publicada quanto ele tinha 32 anos e gênio do gênero policial nas letras.

Época de guerras, como sempre aconteceram e desde que a humanidade tomou consciência que a dominação traz benefícios não somente de sobrevivência. Dentro da arquitetura do pensamento, escritores se esbandaram com a necessidade do homem comum, em separar homens em bons e maus.

Essa era a linha de Conan Doyle e seu Sherlock Homes, do Padre Brown de Cherteston e do Detetive Dupin, de Edgar Allan Poe.

Não estou esquecendo de Poirot, este fazia parte de um tipo de literatura mais preocupada em investigações minuciosas, de pistas, de condutas humanas do que na violência. As deducões inteligentes e engenhosas combinavam com o ambiente em que a maioria de seus autores viveram, numa Inglaterra onde a polícia não portava armas de fogo e o uso da intimidação física para obter confissões era condenado.

Velhos tempos... Hollywood com seus musicais, passava alegria, mostrando que a guerra era algo isolado, que não afetaria o cotidiano e enquanto isto na Europa, as investigações continuavam e somente no final dos anos 20 é que surgiram os violentos detetives da chamada literatura noir americana, através de autores como Dashiel Hammet e, mais tarde, Raymond Chandler.

Homens da lei e bandidos se confundiam e as deduções de nada valiam em uma sociedade violenta e armada até os dentes. Bem-vindos à modernidade!! Quentin Tarantino em um resgate deste tempo, se inspirou no conto noir "O Relógio" e "Tempos de Violência" é reciclado! Pulp Fiction uma homenagem às velhas revistas Pulp.

pulp fiction dance

Agatha Christie, não se entediava do universo de chás e enigmas, tentou publicar "O misterioso caso de Styles" que foi recusado por seis editoras - aquele detetive excêntrico, de bigodinhos retorcidos, egoísta e de "cabeça de ovo" não tinha o perfil que se esperava de um bonzinho desmascarador de malzinhos. Era Hercule Poirot, que se tornaria célebre para resolver crimes complicados com pistas dissimuladas, vários suspeitos e finais inesperados.

A autora, ex-enfermeira da primeira grande guerra tornou-se a primeira dama da literatura policial, repetindo o mesmo estilo em mais de 90 livros que venderiam mais de 600 milhões de exemplares.

Poirot não reinou sozinho e dividiu o estrelato com Miss Jane Marple, uma velhinha bisbilhoteira que sempre seguia suas insólitas pistas e descobria os criminosos antes da polícia. A preferência da autora por detetives que não sujavam as mãos de sangue era proporcional à aversão que ela tinha por Ian Fleming, o criador do agente secreto 007 e suas tramas violentas mirabolantes, quedas coreográficas em abismos, armas secretas e conquistas amorosas.

quantum of solace

007 foi se tornando mais e mais violento, valendo declaração de tristeza de Roger Moore durante o lançamento de seu livro de memórias, My Word is My Bond - e neste último filme do agente - Quantum of Solace - mais quedas coreográficas em abismos, mais armas secretas e mais conquistas amorosas? Meus amores...aproveitem a imagem acima! Ela é única em todo o filme.

A angústia do herói em deter tantas habilidades, infiltrar-se em ambientes monitorados, traçados a desconfianças e anestesiados para o amor, fazem esses heróis durões - Jason Bourne, forte concorrente de 007 não foge do estereótipo - um homem irresistível? Em "Ultimato Bourne" ele deixa bem claro o seu desinteresse pelas relações amorosas.

Um fato curioso: Bourne utiliza o nome Gilberto de Piento, nascido em Osasco, São Paulo e apresenta passaporte brasileiro para entrar nos EUA.

O Brasil e outros países do cone sul, a partir da década de 50 passaram a ser a meca do submundo de alguns grupos radicais. Aqui arrecadam recursos que irão servir para ações violentas no mundo. Depois do Líbano, a tríplice fronteira é o lugar mais importante para o movimento terrorista [veja], com o comércio e contrabando arrecadam 3 bilhões de dólares por ano para financiamento de seus atos. Estes corredores de escoamento de divisas sustenta a intolerância e o radicalismo, fato reconhecido na IV Cúpula das Américas de 2005 em Mar Del Plata, proposta pela OEA (Organização dos Estados Americanos) e que se confirmam nos ítens 68 e 69 do documento que registra o encontro.

O terrorismo, impunidade, intolerância e radicalismo político são as grandes ameaças para a sociedade democrática mundial - a grande preocupação do evento, também foi a radicalização política de Israel.

A vida não é um filme e a arte, incluindo a literária e cinematográfica sempre se inspiraram nos acontecimentos reais para, de certa forma, materializar os nossos fantasmas. Se o cinema está violento é porque a vida está violenta e não o contrário. A arte é o questionamento, é a resposta e vai depender da nossa recepção para continuar em frente ou não.

Não estamos longe do que acontece na palestina. Você respira ar, o mesmo de lá ou pensa que está em outro planeta? Se você não alimentar a paz, forças contrárias te engole!

Acontece na blogosfera:
Faça conforme sua consciência mandar.

"Somos nós que fazemos nossos amigos e nossos inimigos - mas é Deus quem escolhe nosso vizinho do lado" G. K. Chesterton em "A inocência do Padre Brown"

E não se esqueça de mim, também sou filha de Deus!!

The 2008 Weblog Awards
Vote

no
Luz de Luma!!

*Você só pode votar uma vez a cada 24 horas. A votação termina na segunda hora do dia 14 de Janeiro. Obrigada!

Beijus,

Cine Club

Desligo o telefone, abro "Um sopro de vida" e leio Clarice, na voz da personagem Angela que diz:


"Ontem o mundo me expulsou da vida.
Hoje a vida nasceu.
Ventania, muita ventania
(...)
Vivo no futuro da ventania.
Vivo agora e o resto que vá para a puta que o pariu".

Calma! Calma! Não estou brava com ninguém! É o contrário! Como venta nesta cidade e eu pensei em ter um fim de semana ensolarado, depois de tanta chuva!

Era uma vez...



Breno Silveira era o câmera do documentário “Santa Marta: Duas semanas no morro”, de Eduardo Coutinho quando surgiu a idéia de um filme que explorasse os contrastes socias do Rio de Janeiro. Parece que você já viu esse filme? O roteiro de "Era uma vez..." é parecido com o de outras produções nacionais, mas incomparável em outros aspectos. Uma excelente produção, nota 10!
Rio de Janeiro. Dé (Thiago Martins) mora na favela do Cantagalo, em Ipanema. Filho da empregada doméstica Bernadete (Cyria Coentro) e abandonado pelo pai, Dé viu seu irmão Beto ser assassinado por um traficante e seu outro irmão, Carlão (Rocco Pitanga), ser exilado da favela pelos bandidos. Decidido a não seguir o caminho do crime, Dé trabalha vendendo cachorro-quente num quiosque da praia. De lá ele observa Nina (Vitória Frate), filha única de uma família rica que mora na Vieira Souto, rua em frente à praia de Ipanema. Os dois se conhecem na praia e acabam se apaixonando. Porém as diferenças entre seus mundos de origem geram diversas críticas e preconceitos velados.
Depois das resistências iniciais, foram abertos os cofres para que “Era uma vez...” saísse do papel. O filme foi parcialmente financiado com recursos obtidos através da Lei Federal 8.685/93, assim como o Prêmio Adicional de Renda 2006 e o Edital de Finalização da Ancine 2007.

O melhor do filme fica pela atuação de Thiago Martins que é por assim dizer, a alma do filme. O personagem passa da delicadeza à ira com grande desenvoltura, convence em todas as cenas - interessante é que este ator teve que batalhar muito para conseguir este papel, que o diretor se negava a entregar a ele, por achá-lo "galã demais" para o papel e teve que enfeiar pra conseguí-lo. O ator que é integrante do grupo "Nós do Morro" e continua morando em uma favela do Rio. Destaque também para Cyria Coentro, que surpreende no papel de mãe que faz tudo para manter os filhos no bom caminho.

O filme começa mandando bem com a música “Vide Gal”, na voz da Mart’nália (no link a versão é de Marisa Monte para o dvd "Barulhinho bom" - uma viagem musical destribuído pela Emi).

Outra música muito boa do filme é “Minha rainha”, escrita por Manacéa, da Velha Guarda da Portela e cantada por Luiz Melodia.

Nos créditos finais, ainda é possível ouvir a pungente “Uma palavra”, parceria de Marisa Monte com Brown e Arnaldo Antunes.

As imagens de Ipanema feitas a partir das lajes do Cantagalo geraram cenas inesquecíveis, fazendo de "Era uma vez..." também uma espécie de declaração de amor ao Rio de Janeiro.

"Lemon tree"



Em “Promessas de um mundo novo”, de 2001, o conflito entre israelenses e palestinos é tratado sob o ponto de vista de sete crianças e em “Paradise now”, de 2005, dois homens-bombas questionam as conseqüências de um atentado suicida e os motivos de sua existência. Estes são dois exemplos de filmes que retratam este universo conturbado que para nós chega a ser incompreensível, apesar de "longe" deles, podemos procurar entendê-los.

Por isso indico "Lemon Tree", um filme baseado em fatos reais, onde esse eterno conflito é discutido a partir de um incidente e sob a perspectiva feminina de Salma Zidane (Hiam Abbass), uma viúva palestina que sobrevive da venda de conservas de limão produzidas em casa.
Lemon Tree é uma ode à convivência pacífica. Foi produzido por uma anteriormente improvável união entre produtores franceses, israelitas e alemães. E é falado em árabe e hebreu. Dirigido por Eran Riklin (também de A Noiva Síria), o filme ganhou o Prêmio do Público no Festival de Berlim.
Sem querer estragar nenhuma surpresa, sua mensagem final é brilhante, ao mostrar com vigor cinematográfico que nos conflitos nos quais imperam a guerra e a intolerância, todos perdem. Menos, talvez, os advogados. E, por falar em conflitos, o filme faz duas referências ao futebol. Uma francesa, com a foto do jogador Zidane pendurada no quarto da casa da personagem que leva o mesmo sobrenome, e outra brasileira, com a nossa bandeira e a inscrição champion (campeão, em inglês), bordados no agasalho do advogado de Salma. Coincidentemente ou não.

Lemon Tree é o título internacional da música que nós brasileiros conhecemos como Meu Limão, Meu Limoeiro. Exatamente a canção que abre o filme homônimo, que a distribuidora optou por deixar, aqui no Brasil, com seu título internacional mesmo, sem tradução. Talvez a decisão tenha sido acertada: o choque cultural que o filme mostra parece mesmo intraduzível.
Você verá razões pertinentes para a existência do abismo entre judeus e palestinos. O pomar é uma metáfora nesta disputa de terras que se arrasta por séculos e é impossível não mergulhar nesta história de solidão e intolerância.

"Do outro lado"



Uma ciranda de encontros e diferenças que nos mostra em "Do outro lado", o diretor Fatih Akin, o mesmo de “Contra a parede”, ganhador do Urso de Ouro em Berlim em 2004.

Um filme comovente com acontecimentos que mexem com valores, provocam reações que fazem abrir os olhos, revolucionar o interior para resgatar a essência daquilo que se perdeu pelo caminho. Com a filmagem próximas ao rosto dos atores, o público consegue enxergar o que vai se revelando e os acontecimentos externos acabam por perder relevância.
clipped from www2.uol.com.br

O jovem Nejat não aprova o relacionamento de seu pai viúvo com a prostituta Yeter. Mas ele acaba simpatizando com ela ao descobrir que Yeter envia dinheiro para a Turquia, a fim de pagar os estudos universitários da filha. A morte súbita de Yeter distancia pai e filho. Nejat viaja então a Istambul para procurar por Ayten, a filha de Yeter. Mas a jovem, uma ativista política, fugiu da polícia turca e está agora na Alemanha. Ela se torna amiga de Lotte, que a acolhe em casa, a contragosto de sua conservadora mãe. Quando Ayten é presa e seu pedido de asilo negado, acaba sendo deportada. Lotte viaja à Turquia, onde se envolve com a situação aparentemente sem esperanças da amiga. O filme ganhou o prêmio de melhor roteiro no festival de Cannes 2007.

O filme incomoda por criticar a intolerância, a falta de solidariedade e ao preconceito. Na última sequência de cenas do filme percebemos que é uma continuação da primeira cena, com desfecho digno de grandes obras do cinema. O filme, merecidamente indicado à Palma de Ouro no ano passado levou o prêmio.

O Raphael Rap do Rapensando me convidou para o meme Cine Club, iniciado pelo Ricardo sobre os 3 melhores filmes do primeiro semestre de 2008.

Seguindo o código de regras do meme repasso para:

- José Viana Filho do Caprichos e Relaxos, o mais novo cineasta da blogosfera brasileira;

- Pedro Xavier do Desinencial, outro candidato a cineasta e

- Lila do Bem Família, a nossa quituteira que mais entende de filmes.

Lembrando que no último dia 25 começou a 10.ª edição do Festival do Rio de Janeiro - o maior festival de cinema da América Latina que premiará os melhores com o Troféu Redentor.

O Festival vai até o dia 09 de Outubro, onde será apresentada uma maratona de cerca de 350 filmes, entre curtas, médias e longas-metragens, exibidos através de 21 mostras em 39 salas diferentes. Veja a programação e participe! O Cine Odeon está disponibilizando exibições com ingressos a apenas R$ 2.

O Distant Daily e Pensieri e Parole, concorrem ao Prêmio "The Bobs" - ambos na categoria Melhor Weblog da língua portuguesa. Até o dia 30 de Setembro você pode fazer a sua indicação nas diversas categorias destinadas às premiações. Faça a sua indicação no The Bobs e depois vote no Distant Daily ou no Pensiere Parole. Clique para votar aqui e aqui, respectivamente.

Beijus,
Luma

...em quietude, sem solidão

Leia o luz no seu celular
get click

Algumas coisas não têm preço

finalista the weblog awards 2005finalista the weblog awards 2006
finalista the weblog awards 2007weblogawards 2008

Me leve com você...

facebooktwitter

Copyright  © 2021 Luz de Luma, yes party! Todos os direitos reservados. Imagens de modelo por Luma Rosa. Publicações licenciadas por Creative Commons Atribuição-Uso não-comercial- Vedada a criação de obras derivadas 2.5 Brasil License . Cópia somente com autorização.

Tem sempre alguém que não cita a fonte... fingindo ter aquilo que não é seu.

Leia mais para produzir mais!

Atenção com o que levar daqui. Preserve os direitos autorais do editor