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Perversão em Preto-e-branco

I Love Hitchcock

Detalhes



North by Northwest de Alfred Hitchcock. 

Se alguém puder prestar atenção nesta cena, fica a sugestão (apreciem o menu). A conhecida cena de um almoço à bordo do 20th Century Limited, contém um dos mais explicitos diálogos da memória do clássico cinema americano e ontem repassei essa cena umas... não sei quantas vezes!

Fecha a cena.

Pra pensar:

"Guardar uma coisa não é escondê-la ou trancá-la. 
Em cofre não se guarda coisa alguma. 
Em cofre perde-se a coisa à vista. 
(...) 
Guardar uma coisa é vigiá-la, 
isto é, 
fazer vigília por ela, 
isto é, 
velar por ela, 
isto é, 
estar acordado por ela, 
isto é, 
estar por ela ou ser por ela
(A. Cícero)

Façam direitinho, viu?
Beijus,

"O que parece ser a decadência da cultura é o seu puro caminhar em direção a si mesma" — T.W. Adorno

Republicando - Da série: nada mudou.
Texto escrito originalmente em 23.03.2005

Hoje no finalzinho da tarde, resolvi sentar em um quiosque com amigos para tomar um chopinho. Nada como uma brisa do mar pra refrescar a alma, as idéias e espantar o calor. Papo vai, papo vem, cai o assunto BBB. Quem vai ficar com o milhão? Me senti como um espectador de partida de ping-pong. Não assisto ao programa e parece que a partir de agora, tenho por obrigação assistir. Senão fico fora da conversa. O Brasil inteiro assisti BBB?

Fiquei a pensar, enquanto ouvia ecos; Jean...Jean...Jean e de vez em quando; Pink...Pink...Pink e que se transformaram em Jean-ping e pink-pong...

Parece que a televisão aboliu de vez o tênue limite entre o real e o virtual. Todos os candidatos abrem mão de sua privacidade e a TV é autorizada a transgredir a privacidade alheia e os espaços físicos e psicológicos são invadidos. Tudo isso quando somado a uma hollywoodização do cenário, dando a ilusão ao telespectador estar tendo acesso ao "mundo real" dos outros como se fosse o "mundo verdadeiro". Qualquer ingênuo sabe que há algo de teatralismo histérico e exibicionismo dos participantes, já que todos sabem que estão sendo filmados, mas um quantum de gozo é obtido em ver. O voyerismo banal e compulsivo do telespectador certamente é maior que qualquer interesse científico ancorado na Psicologia Social, Antropologia ou Sociologia, até porque os personagens são uniformes.

Por sua vez o voyerismo é o oposto do exibicionismo, o indivíduo não interage com o objeto. No caso dos Reality Shows o termo é usado por extensão, não tendo que ter necessariamente contexto sexual como forma particular de prazer. A ação é substituída pelo olhar.

Alguém pode ressuscitar uma hipótese que diz que o reality show está se apropriando das pulsões perversas voyeristas do público que assiste aos programas, há um público faminto de intimidades alheias. Com a "tv realidade", o voyerismo saiu do universo vergonhoso; saiu da psicopatologia social e ganhou um espaço industrializado, publicamente aceitável e lucrativo.

Os programas de realismo show foram inspirado nos experimentos do Psicólogo Social, P. Zimbardo, décadas atrás e filmados primeiro em laboratório e depois reprojetados em uma casa montada, foram filmadas a maior parte das situações e depois levadas pela tv com a autorização dos participantes. Aqui passou no GNT, em 3 partes, com o nome de Zoológico Humano, onde o interesse parecia ser mais científico que comercial.

Mas antes deste experimento, o voyerismo já era um dos instrumentos básicos do cinema. Ainda na época do cinema mudo, Hitchcock e outros diretores afirmavam que quando se filma um close-up do ponto de vista de alguém, vincula-se o público aquela experiência. É a única forma de arte em que se exibe a mesma informação ao espectador e personagem simultaneamente.

Hitchcock com “Janela Indiscreta”, Kiestowsky com “Não Amarás” e Brian de Palma com “Dublê de corpo”, capturavam imagens de uma janela na ânsia do descobrimento de cenas inquietantes.

Por que o cinema e a televisão se utilizam do voyerismo?
“Padrões internos de prazer impõem a masculinidade como ponto de vista” (Mulvey) Isto posto, uma sociedade que se diz tão moderna, os mais velhos achando uma indecência tal conjunto de situações. Regredimos? A sociedade continua machista?

A mulher na cultura ocidental encara o “ser olhada” e por isso sua imagem é constantemente associada, na publicidade, à venda de produtos. A tela escala os homens como detentores do olhar e as mulheres como espetáculo – no caso em questão, a mulher se transforma em um bem de consumo.

UP! DATE! * A foto acima, foi só pra contrariar. O Mundo deixando de ser machista e os meninos, bens de consumo...
Pablo Espósito mostrando bumbum

Dinheiro compra dignidade?
Beijus,

TinTin à nossa infância


No dia 20 de Dezembro de 2006 foi oficialmente inaugurado o “Ano Hergé” em Paris com a abertura no Centro Pompidou de exposição, com desenhos originais do repórter Tintin, em comemoração ao centenário de seu nascimento.
Georges Remi (Hergé) foi um dos maiores criadores do século 20, nascido em 22 de maio de 1907, perto de Bruxelas, e falecido em 1983. Foi o responsável por despertar a paixão pela pintura contemporânea em Andy Warhol em meados dos anos 70.


O personagem Tintin é o próprio Hergé, um aventureiro que inicia os leitores na história contemporânea, entre conflitos do Oriente Médio ("Tintin no país do ouro negro") e revoluções latino-americanas ("Tintin na América").
O mundo real de Hergé era sacudido por guerras, crises diplomáticas e que ele vacilava, abandonando e retornando em diferentes projetos, e sendo acusado de preconceito, algumas vezes.
Na Bégica, foi lançada uma moeda comemorativa de 20 (R$ 56) com o rosto de Hergé. Trens belgas foram decorados com os desenhos de Hergé, e em julho o mercado das pulgas de Bruxelas vai dedicar um dia inteiro a Tintim. Em maio, na cidade de Louvain-la-Neuve, será realizada a inauguração simbólica das obras de construção do futuro Museu Hergé, projeto do arquiteto francês Christian de Portzamparc.

Na Suíça, entre os dias 6 e 8 de julho, será realizada a segunda edição do Festival Tintim. A Espanha também participa do centenário de Hergé com a mostra "Tintim e os Autos", entre 9 e 17 de junho, no Salão Internacional do Automóvel, em Barcelona.

Na Suécia, entre 26 de maio de 2007 e 2 de março de 2008, o Museu Marítimo de Estocolmo exibe a exposição "Tintim, Haddock e os Barcos".

O Canadá já inaugurou o centenário de Hergé com a mostra "Com Tintim no Peru", no Museu da Civilização do Québec, que vai até 6 de janeiro de 2008. França, Suíça e Bélgica também vão emitir séries especiais de selos de Tintim e Hergé.

Vale ressaltar que Hergé era autodidata. Seus desenhos têm um estilo que ficou conhecido por linha clara, marcado por traços simples e de espessura regular, idênticos para todos os elementos do desenho, e pela quase total ausência de sombras.


O que é que se pode dizer sobre Tintin que ainda não esteja dito?

Muito pouco, na verdade, uma vez que a obra já está dissecada de todas as formas possíveis e imaginárias. Hergé levou consigo para a eternidade a personagem do jovem repórter. Se falta material novo, rebusca-se o antigo, procuram-se novos enquadramentos, compilam-se curiosidades. Tintin sempre será sucesso. Assim, Michael Farr lançou “Tintin – O Sonho e a Realidade” O trabalho de Farr é, a todos os níveis, brilhante. Para cada episódio, o autor enquadra o contexto da aventura, mostra as influências de Hergé; as fotos de pessoas, lugares e edifícios que serviram de base a certas pranchas; as alterações que o desenhista introduziu as versões a preto e branco e a cor de cada álbum, entre muitos outros pormenores. Há ainda espaço para pequenas in-jokes, como o seu auto-retrato no meio de certas cenas (outro gênio, Hitchcock, fazia o mesmo, nos seus filmes...) ou o dos seus colegas desenhistas, como o ainda mais genial E.P. Jacobs. Como tal, multiplicam-se os estudos sobre a mais célebre criação de Hergé. Boa parte delas são exaltações e consagrações do autor, como a imprescindível biografia “Hergé-Fils de Tintin”, de Benoit Peeters (Flammarion) ou o enciclopédico “Le Monde d’Hergé”, do mesmo autor – já na sua segunda versão.

Mas nem tudo são flores. O Musée Royal des Beaux-Arts, em Bruxelas, na Bélgica, cancelou uma grande exposição sobre Hergé. Assim, não haverá um evento marcante na cidade que o viu nascer. No entanto, não deixará de exibir pela primeira vez, trabalhos de artistas como Warhol ou Lichtenstein que integravam a coleção privada de Hergé.

"Decidimos cancelar a exposição depois de um ano de trabalho intenso porque ainda não tínhamos decidido a lista de obras nem os conteúdos do catálogo e já estamos a três meses da inauguração. Nestas condições, não poderíamos dar as garantias necessárias ao nosso patrocinador"

Isso que disse o diretor do museu, Michel Draguet. Porém é essa a verdade?

Saiba realmente o que está acontecendo na indústria cultural Mundial, .
Eu faço aqui a minha homenagem à Georges Hemi, que muito enriqueceu a minha infância, com enquadramento pessoal.

Boa semana!
Beijus

Festim Diabólico e as engrenagens da arte de representar


manacleNa postagem anterior foi falado tanto em como criar filhos e da responsabilidade famíliar, que vasculhando a memória lembrei dessa história:

Dois filhinhos-de-papai de Chicago, nascidos milionários – Nathan Leopold, 18 anos, e Richard Loeb, de 17 – confessaram ter matado de pancadas um colega de 14 anos de idade, Robert Franks, por esnobismo intelectual e diversão.
Presos porque Leopold deixou cair seus óculos, um modelo raro, próximo ao corpo nu de Franks, escondido numa mata nos arredores de Chicago, os rapazes chocaram o mundo ao admitir friamente a sua culpa.
Os dois eram sexualmente ambíguos e emblemáticos de uma juventude rica dos anos 20: Universitários, endinheirados, simpáticos, viajados e às vezes brilhantes, mas sempre frívolos, esnobes e dominados pelo tédio.
Segundo contaram à polícia, Leopold e Loeb planejaram o “crime perfeito” por influência do filósofo Nietzche – como o conceito de super-homem – e para provar a sua superioridade intelectual sobre os investigadores.
A vítima, conhecida deles, foi escolhida ao acaso, à saída da escola.
Após o crime, tentaram receber US$ 2 mil de resgate do pai de Bobby Franks, mas a polícia descobriu o cadáver antes que o dinheiro pudesse ser entregue.
Leopold e Loeb não tinham qualquer problema financeiro. A cobrança do resgate era apenas uma forma de cortejar mais de perto o perigo, aumentando a “emoção” do crime. Ao confessar, a dupla não fez questão de atenuantes. Tratava-se apenas de “matar alguém”.
Pais e irmãos do assassinos chegaram a frequentar a lista de possíveis vítimas, mas foram descartados porque isso poderia expo-los como suspeitos.
Diante de tais confissões e da atitude permanentemente debochada dos réus durante o julgamento, o enforcamento de ambos era considerado uma certeza cristalina.
Eis que entrou em cena o personagem mais notável do caso: o Advogado Clarence Darrow, considerado o melhor de seu tempo nos EUA, defensor dos assassinos e da causa impossível. Perante um júri embevecido, Darrow expôs uma jóia de retórica forense à qual não faltou a ousadia de chamar os frios criminosos de “poor boys” ( “pobres rapazes” ).
Darrow poderia alegar insanidade mental. Não o fez. Reconheceu a incapacidade de seus clientes para o convívio em sociedade, mas condenou a pena de morte em tese, insinuou que o público queria a morte dos dois “porque eles são ricos” e fez um ataque brilhante ao sistema educacional americano. Depois sublimou o papel representado pelo juiz, o de guardião do bem estar da comunidade, para perguntar se o enforcamento dos réus configuraria tal benefício. Deu certo: Leopold e Loeb foram condenados a pena de prisão perpétua por 99 anos.

E tudo acabou na tela

Baseado numa peça de teatro “Rope’s end”, de Patrick Hamilton e escrita pouco tempo após o crime de Leopold e Loeb, o filme “Festim Diabólico” (Rope), de 1948, comete o seu próprio, digamos – crime cinematográfico. Alfred Hichcock, diretor e produtor, realizou um filme famoso por “não ter cortes” e ser rodado “num único plano-seqüência”.
Não é bem assim. Como cada rolo só comportava na época dez minutos de imagens, o que o mestre do suspense fez foi disfarçar habilmente os pontos de emenda. O Tour de Force contribui para o interesse histórico do filme, mas faz dele um dos mais lentos e teatrais do cinemático Hitchcock.
Da história real “Festim diabólico” aproveita apenas o perfil psicológico dos criminosos – homossexuais, bem-nascidos e intelectualmente esnobes – e sua motivação fútil para o crime, aí incluída a fascinação com o pensamento nietzschiano. O resto é invenção.
James Stewart faz o papel de um professor que desmascara a dupla. O filme traz ainda uma das aparições mais criativas do diretor em cena: o perfil de Hitchcock que surge, em néon, na fachada de um prédio em frente ao apartamento dos assassinos.

Bem, o final não é o mesmo da história real. Aliás, vocês devem saber que em se tratando de Hitchcock, nunca é o final que interessa, mas o percurso até lá.

Sei que o "Luz" é frequentado por 3 ou 4 estudantes de cinema. Aqui é explicado toda a estrutura complexa do filme como também todos os seus desafios técnicos.

Aos demais que ficaram interessados no filme, ele está disponível em dvd. E, se você ficou pensando na história que deu origem, não só no filme e peça teatral, mas em toda uma polêmica nos EUA; pense sobre os verdadeiros valores que devemos passar para nossos filhos e a importância do convívio familiar. Leia mais...

Beijus,

...em quietude, sem solidão

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