Nada ou quase nada, fazia prever uma foto célebre em que ela aparece
sem calcinhas sob a saia, quando era uma das estrelas de Hollywood. Mas, já nesta ocasião, havia muito do requebrado, do revirar dos olhinhos, da malícia deliciosa com que Carmen Miranda iria, poucos anos depois mostrar ao cinema americano - em outras palavras, ao mundo dos anos 40 - O que é que a baiana tinha.
Naquele dia, Maria do Carmo Miranda da Cunha gravava, nos estúdios da Cinédia, sob a direção do cineasta
Ademar Gonzaga, as marchinhas "
Moleque indigesto" e "
Goodbye" e pela primeira vez aparecia em um filme, "
A voz do carnaval".
Nascida em Portugal, chegada ao Brasil aos dois anos de idade, nenhuma mulher haveria de personificar tão perfeitamente a imagem que os americanos faziam do país distante chamado Brasil quanto Carmen Miranda. A partir de 1933 a cantora que se revelara quatro anos antes no rádio brasileiro transformou-se numa presença frequente nos filmes feitos no Brasil: seguiram-se "
Alô, alô Brasil" "
Estudantes", ambos de
Wallace Downey, e sobretudo "
Alô, alô carnaval", também de Gonzaga.
Em 1939, célebre no Brasil, na Argentina e no Uruguai, em cujos cassinos causava furor, ela foi levada para os Estados Unidos, onde, primeiramente apareceu em shows da Broadway pelas mãos do empresário
Lee Schubert, que a viria no
Cassino da Urca, no Rio de Janeiro. Apenas três anos depois, tendo cantado até para o presidente americano
Franklin Roosevelt, Carmen Miranda foi eleita uma das três personalidades mais populares da América - Roosevelt em plena guerra, sendo o primeiro da lista. Quando retornou ao Brasil foi chamada de vendida aos americanos, ao que respondeu cantando: "
Disseram que eu voltei americanizada..."
Carmen viveu na capital do cinema até morrer em 1954, aos 46 anos, infeliz, após completar apresentações em Las Vegas, Cuba e no show de
Jimmy Durante (última imagem ainda viva/
assista), na tv americana. Ela tinha aparecido em 19 filmes, gravado 154 discos brasileiros e americanos. O enterro, no Rio de Janeiro, foi acompanhado por multidão de quase 500.000 pessoas que cantavam "
Taí, eu fiz tudo pra você gostar de mim..."
imagemNove de Fevereiro de 2009 - comemoramos o centenário de nascimento da grande pequena notável, um dos primeiros ícones internacionais do Brasileirismo. Salve, Carmen Miranda!Este post está programado, pois dia 08 (Domingo) às 19hs estarei na livraria
Toca do Vinícius em Ipanema participando de especial homenagem à Carmen Miranda, com o lançamento do livro "
Carmen - uma biografia" do jornalista e escritor
Ruy Castro, que derruba mitos sobre a cantora. Quem estiver no Rio, apareça!!
Endereço: Rua Vinícius de Moraes, 129
Loja C em Ipanema - Rio de Janeiro RJ
quase esquina com a Rua Barão da Torre.
Na segunda-feira, dia 09, às 21hs, o
Centro Cultural Carioca promove apresentação do
Tio Samba, onde será destacando o universo dos duetos.
Endereço: Rua do Teatro, 37 - Centro - Rio de Janeiro/RJ
Também dia 09, lançamento da "
Medalha Cem anos de Nascimento de Carmen Miranda", às 19h, no
Museu Carmen Miranda, localizado à Avenida Ruy Barbosa, defronte ao nº 560 no Parque do Flamengo no Rio de Janeiro.
As comemorações no Museu acontecerão durante todo o mês [
veja programação]. Acompanhe também as programações locais nas cidades do Porto (Portugal), Bauru/SP, Ribeirão Preto/SP, Brasília/DF e São Paulo, capital.
Se você não pode participar de nenhum destes eventos, promova em seu bloguinhú!! Vamos rememorar a "pequena notável"!
Eu estarei ciceronando a minha mãe em alguns eventos por estes dias e se eu sumir, paciência!!
A Tine Araújo, convida os blogueiros a postarem suas
Histórias de Carnaval, até o 19/02 e comunicar à ela. É uma espécie de blogagem coletiva sem dia marcado.
Eu não gosto deste carnaval de 'caras e bundas' que atualmente se apresenta, mas (tá ahí), quem sabe, se um dia retornar as
marchinhas de carnaval, eu aprecie mais?
*(tá ahí) era o modo que se escrevia antigamente 'taí'
Boa semana!!
Beijus