Coisas do Brasil [update 2]
"Caifais, Ferrabrais, São Tomais, tira o poder do irmãozinho e joga lá para trais, pro fundo das areias do mar, onde o galo não canta e a galinha não choca. São-são-são. Sãobração, Coi-coi-coi, Coisa Ruim, Lu-lu-lu, Lucifer, essas três pessoas que não são da Santíssima Trindade, diminué, diminué, diminué, minha miserê, miserê"
A oração acima não é um modelo de manifestação religiosa, mas o se autor, o "Rabo Verde" merece o título de uma das figuras mais representativas do folclore pousoalegrense.
O Sr. Antônio Barnabé, residiu muitos anos na plataforma da Estação Ferroviária. Notabilizou-se louco e faleceu no ano de 1984, com aparentemente 65 anos.
Procurei pela internet qualquer dado que fizesse referência a essa figura, que em rodas de prosa é sempre lembrada. Não achei e aproveitando a oportunidade, quero fazer registro desta personalidade.
A Andréa Motta, propôs a blogagem coletiva, para falarmos das "Coisas do Brasil" - coisas que gringo não vê e fugir do estereótipo carnaval, mulheres seminuas, futebol, praia, etc.. E cada blogueiro deve falar sobre a sua cidade, a que nasceu, que mora ou trabalha.
Como já falei várias vezes da cidade em que moro e poucas vezes da cidade onde nasci, optei por esta. Mas o que tem Pouso Alegre de especial para ser destacado? A História da cidade é bonita, um dia ainda conto, mas agora não é interessante.
Sim, Pouso Alegre tem um grande contingente de estrangeiros morando lá. Não é uma cidade basicamente agropecuária, grandes indústrias se instalaram lá. Tal número de estrangeiros fez com que a Secretária Municipal de Cultura, no uso de suas atribuições e conforme o Decreto nº 2.886/2006 tornasse gratuita e aberta a artistas brasileiros e a estrangeiros, legalmente residentes na cidade, o aceite de obras em suportes de telas ou similares, fotografia, escultura e papel. Além do incentivo a a arte visual, a cidade possue um Conservatório Estadual de Música, onde a música, teatro e poesia são desenvolvidos. Ah, ia esquecendo! A cultura religiosa também é fortíssima! A cidade possui uma Arquidiocese, 4 seminários, um mosteiro e dois conventos.
Esta foto foi retirada do flickr do nosso amigo blogueiro Bill. Sim! Bill também é de Pouso Alegre! Clique na imagem para vê-la na íntegra.
Parece incrível, mas um dos lugares mais visitados da cidade é Cemitério Municipal, veja o registro de algumas Obras Tumulares e o maior passatempo do povo da City, é sentar nos bancos do jardim (Av. Dr. Lisbôa) e comentar quem morreu, quem casou, quem separou, quem está "roubando" - enfim, coisas de cidade pequena. Mas bom mesmo é sentar na taipa de um fogão de lenha e esperar a comida ficar pronta contando causos. Passar a tarde tocando violão, falando besteiras e nestas conversas, lembrar das figuras que fizeram a história da cidade, das atuais e as das antigas.
"Seu" Antônio, o Rabo Verde, era de fato louco e o demonstrava pela expressão normalmente inquieta, o modo sacudido de emitir as palavras, a mania de resmungar, a sujeira do traje, o saco de roupas que sempre carregava nas costas e a mania de catar comida no lixo, apesar de ser muito querido e não precisar recorrer a tais expedientes.
Mas a sua loucura, embora representada por muitos hábitos estranhos, era geralmente inofensiva e intermitente. Conhecia altos e baixos, variava muito e só se acentuava de fato, aí se tornando perigosa, quando atiçada pela menção de seu apelido.
Ao ser chamado "Rabo Verde", ficava furioso e corria atrás do autor da provocação, gritando palavrões e atirando pedras. Era a alegria da criançada e o desespero dos pais.
Mas até nestas ocasiões a intermitência funcionava, pois não raro aceitava o apelido e ainda brincava com as pessoas que lhe perguntavam quais eram os bichos que tinham o rabo verde: "Arara, papagaio e eu".
Era inteligente, não sabia ler mas desenhava super bem e tinha lances de invulgar criatividade humorística. Certa vez perguntou ao Sr. Benedito Fernandes, da Casa Mendes, se jabuticaba tinha asa. Ante a resposta negativa, saiu resmungando: "Que diabo, então eu comi um besouro!".
Tinha, dentre outros, o hábito de acompanhar enterros e, principalmente, o de levar o caixão. Numa cerimônia fúnebre acontecida numa familia abastada, se sentindo impedido de chegar perto do caixão, perdeu as estribeiras e mandou enfiarem o defunto...digamos em um lugar não muito adequado. Num outro enterro, numa reação assistida pelo Sr. Geraldinho Kersul, Rabo Verde sente o caixão muito leve e emite a sua opinião: "Pra mim, gente, esse aí já virou corpo seco" (corpo seco, uma lenda da cidade).
Analisando o "Seu" Antônio sob os aspectos mencionados, José Maria Fanuchi, psicanalista, acha que Rabo Verde padecia de encefalopatia congênita, ou toco-traumatismo, que lhe teria causado uma deficiência mental caracterizada por psicose epileptóide. Mas José Maria faz questão de ressaltar que opina de modo superficial, com base na sintomalogia disponível e capturada em eventuais contatos, uma vez que nunca examinou o paciente em questão. Sebastião Cruz, outro psicanalista, também concorda com José Maria Fanuchi.
Vê. Rabo Verde é lembrado por todos, em várias rodas de prosa e é contado também que em dado momento, ele começa a se queixar de um "espinho atravessado na garganta", que nada mais era do que um câncer na laringe. Neste tempo já era hóspede do Asilo de Velhos e certo dia foi levado ao hospital, local onde faleceu pouco tempo depois. Um dia ainda conto a História do Córeia proceis.
Cria-se uma vida
Cria-se um nome
Cria-se uma imagem
Cria-se uma história
...e a dúvida de ser
Não se desfaz.
(Madu Macedo - Poeta pousoalegrense)
Histórias mineiras, Histórias brasileiras, Histórias simples, cada um tem a sua e nisso não vai nenhum mistério. Uai! Se interessa contá, espalhá, vai docê e se gringo quisé se aproveitá, achá que aqui só tem bunda, conta pro pai. Ele dá logo um cascudo na venta do miserê.
Veja a lista dos demais participantes no blogue da Andréa. Conte a sua História, participe!!
- Turismo no Rio de Janeiro, por Georgia Aegeter
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- As vertentes formadoras da música do Mato Grosso , por Oscar Luiz
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Oi Luma,
ResponderExcluirQue post interessante!! Adorei ler sobre o lugar onde nasceste e achei o "Rabo Verde" um ser interessantíssimo!
Apesar de não saber escrever era de uma sabedoria incrível (pelo menos foi o que absorvi da tua história); e a cena de ele participar nos funerais mostra que era um ser generoso também.
Não me admiraria nada que o Dr. Franchi estivesse certo, nada mesmo!
Cidade pequena é dada à fofoca, mas também tem um maior espírito de solidariedade que na cidade (pelo menos aqui é assim)! As pessoas conhecem-se todas, ajudam-se uns aos outros...
Alguma vez tens saudades da tua terra?
Bom fim-de-semana, minha linda!
Beijos
Toda cidade do interior tem seu morador/personagem. Gostei muito.
ResponderExcluirbjs, andrea
Pronto...
ResponderExcluirPrecisou da Andréa Motta, pra colocar Pouso Alegre e Várzea Grande no mapa do Brasil...
Belo trabalho, minha amiga. Como sempre!
Elogiar o seu trabalho já está se tornando pleonasmo vicioso.
Beijos e um belo final de semana pra você!
Luma:
ResponderExcluirAcho que Pouso Alegre não é muito diferente de Alegre, a cidade onde nasci e cresci. Mas a história que você contou é muito boa e acho que poucos lugares têm personagens como este, que marca sua passagem.
Louco ou não, sua história é muito interessante.
Gostei mto de como vc descreveu a história da sua cidade! Estou comprovando minha tese de que em todo lugar do mundo tem um louco; e só eles são bem lembrados!
ResponderExcluirAqui no Ceará tem um tbm! Ele é conhecido em todo o Estado, se duvidar, parente do Rabo Verde! hehehehhe
Qto as fotos, fantásticas! Agora é um lazer meio mórbido ir para o cemitério conversar a vida alheia^^
http://d--mentes.blogspot.com/
Olá Luma, tudo bem?
ResponderExcluirGostei muito de conhecer um pouco de sua cidade e lembro ter visitado a trabalho anos atrás, mas não consigo lembrar detalhes de nada. Muito interessante seu post e fiquei curioso sobre o Rabo Verde e é muito bom isso de haver uma estória em cada lugar desse brasil. Senti a falta de mais imagens da cidade, mas fucei na Wikipédia para conhecer mais informações. Parabéns pelo post. Bjs.
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ResponderExcluirFantástica a história da lendária figura "Rabo Verde", que se mistura aos encantos de Pouso Alegre .. Gostei muito, Luma !!
ResponderExcluirO meu é sobre .. Curitiba !!
Já tem gente suficiente falando sobre o Rio, hehehe ..
E obrigado por aderir à coletiva contra o tabagismo, seu apoio é uma honra, de verdade ..
Abração !! =D
O bom dessa blogagem é conhecer um pouco mais soibre os lugares do Brasil.
ResponderExcluirBig Beijos
Eu também sou de um lugar pequeno, Luma e lembro de figuras diferentes como o "Rabo Verde" que ficaram na história da cidade.
ResponderExcluirBjim.
Os comentários deletados acima, considerei spam! É a terceira vez que o blogue Um Brasil de cidadania aparece e cola mensagem. Quer promover o blogue? Faça comentários pertinentes ao assunto tratado na postagem, mas por favor, não repita mensagens prontas iguais todos os dias! Aff!
ResponderExcluirBelo texto. Eu também gosto de compartilhar minhas memórias. As tradições não podem desaparecer. Nenhum progresso tem o direito de destruir a alma de uma cidade.
ResponderExcluirPassarei para vocês alguns lances da cidade de minha infância. New York City.
ResponderExcluirOi Luma querida,
ResponderExcluirtenho vindo sempre te visitar mas meu pc ta com problemas e nem sempre consigo fazer comentarios, mas to antenada aos seus belissimos postings e esse foi mais um.
Delicia falarmos da nossa cidade,seja ela onde nascemos ou moramos.
Bom final de semana.
Bjusssssssss
adorei o post!
ResponderExcluirinteressante esse tema porque é tão fácil falarmos mal... por que não enaltecermos o que temos de bom? não somos só o país do futebol e do samba, né? um beijo!
Belo post, Luminha. Eu realmente não conhecia Pouso Alegre.
ResponderExcluirBom final de semana para todos...
ResponderExcluirOi Luma!
ResponderExcluirEu conheço Pouso Alegre, mas não conhecia essa. Ótimo post, bem Brasil.
beijos e bom fim de semana,
PS: E eu "sumi" de novo de BlogBlogs, mesmo pelo Firefox... :( Desisto desses caras.
Luma, eu nao conheco Pouso Alegre. Quer dizer que vc é de Minas? Conheco algumas cidades.
ResponderExcluirMenina que idéia genial falar sobre esse homem "Rabo Verde". Uma figura histórica da cidade.
E os contos e causos contados nos bancos da cidade, kakakkaka, isso é bom demais. Eles sao os perfeitos jornalistas da cidade.
Estive aqui ontem , mas ainda nao estava o post da blogagem.
Grande beijo e bom fim de semana
Luma, muito obrigada por suas delicadas palavras sobre o Espaço Mensaleiro.
ResponderExcluirNão conheço sua cidade.
Gostaria de conhecer, seu relato é
romantico. Gostei muito!
Considere Espaço Mensaleiro, sua casa, principalmente para criticar,
discordar...
Vou, se permitir, colocar seu trabalho no link do Espaço Mensaleiro.
Um grande abraço!
Eliana Alves
Pouso Alegre e Rabo Verde...Minas, estado de toda uma boa parte de minha família...muito interessante a história deste personagem...
ResponderExcluirEm Araras cidade onde passei minha infância,tinhamos uma CUCA mulher que só aparecia a noite e diziam, naõ tinha cabeça...era o pavor da criançada...
Beijos
Boa, gostei muito... pena que nao tive tempo para fazer o meu post com tal disposição, mas tentei expressar o máximo que pude.
ResponderExcluirBem legal essa ideia de conhecer um pouco sobre o Brasil na visão de quem vive ou viveu nessas cidades neh?
bom eh isso, obrigado pela visita e pelo comentário
bom finde
:)
http://polecos.blogspot.com
Oi Luma.
ResponderExcluirAchei muito legal o seu texto com assuntos pitorescos sobre a sua cidade.
Achei interessante seu comentário sobre o cemitério e o costume local.
Bjs.
Elvira
Luma, eu participei da blogagem e confesso que estou louca para viajar e conhecer todos esses lugares. Não conhecia nada de Pouso Alegre e me assustei com a cara do Rabo Verde!
ResponderExcluirUma delícia essa blogagem!
Acho que já te disse que deletei o Casuale. Não me procure por lá...
Beijos, Mel
Olá, quando morei em São Paulo namorei um rapaz que era de Pouso Alegre... uma pessoa muito bacana, a familia dele ainda morava lá... eram agricultores.
ResponderExcluirParabéns pelo post.
bjs
Eita coisa boa ler este post! Quase me senti fazendo parte de PA. Se bem que sou um pouco dela sim, já que a conheço muito!!!!
ResponderExcluirMas sabe o queé interessante? Não conheço o cemitério. Na verdade, só agora fiquei sabendo da importância dele.´Será meu próximo ponto, com certeza! rs...
Minas é cheia de belas surpresas né? Um estado enorme, uma gente muito peculiar, muitas montanhas belas e as cachoeiras (o que mais gosto) espetaculares! Eu adoro Minas. Em especial, as belas paisagens do seu lado sul!
Bom te ler, conterrânea!
Beijocas
Gostei desta Pouso Alegre cuja caracteristica nos leva a lembranças de nossas cidades natais.
ResponderExcluirQuisera ter um pouco desta loucura do "Rabo Verde".
Bj Luma
Luma,
ResponderExcluireu conheço e gosto bastante de Pouso Alegre, mas nunca havia ouvido falar do Rabo Verde. E seu texto está rico em detalhes e emoções.
Eu falei sobre Paraty, que me acolhe.
Beijos.
Luminha, sua cidade me traz recordações boas, embora achem que tenho más. Foi lá que renasci e sou grata ao pessoal de lá e do jeito que me trataram.
ResponderExcluirConheço alguns lugares e foi lá no teatro municipal que lançaram o primeiro livro do qual eu participei. Uma coletânea da secretaria da educação de MG. Sobre o ancião. Eu recitei uma poesia morrendo de vergonha, para toda a sociedade Pousoalegrense. Depois lá foi lançado o segundo, O Gosto de Ser Mineiro, desta vez num buffet. Tenho também muitos amigos no conservatório, entre alunos e professores e sou sempre convidada para as apresentações da famosa orquestra de violões. Você citar um tipo como Rabo Verde é algo muito emocionante. São pessoas que povoam nossas lembranças e caracterizam nossa vida, nossa saudade. Raízes, é disso que falo.
Um beijo procê.
Hoje temos festmalhas e a cidade está uma loucura!
Beijos!
Hola:
ResponderExcluirTu blog ha recibido un premio. Para más detalles visita este enlace:
http://resistensanleo.blogspot.com/
Rabo Verde é cura. Curou-se da carne que oprimia e estrangulava o espírito, que agora voa livre.
ResponderExcluirE veja só que coisa, é tão, mas é tão bom ver alguém falando de Pouso Alegre assim, com saudades.
ResponderExcluirEssa cidade é estranha, tem um algo mágico que nos acaricia, que nos aconchega.
Sou mineiro, Pousoalegrense com muito orgulho e deves imaginar minha cara ao ler a historia do Rabo Verde, rá chamei minha mãe para ver, ela adorou mais ainda.
E ainda termina falando do Córeia hahah quanta lembrança para um post só.
Cempa onde estudei e tenho tantos amigos, teatro onde ainda me divirto tanto e veja só seminário onde estudo atualmente hhaha
Obrigado dona moça, por essas boas palavras que sempre criam um sorriso, nossa terrinha e claro não se esqueça que me deve uma visita (=
Beijos e ótima semana.
:**
ps1: Se lembra da historia do lendário ladrão Fernando D´gata?
ps2: Nha quanto honra uma fotografia minha aqui! Grato, de coração.
Olá querida Luma!
ResponderExcluirestou meio atrasada...
Mas só hoje pude passear para ler alguns post da blogagem e fiquei feçiz ao saber que você é dessa cidade tão lindinha, estou por quase sempre, tenho amigos que vivem próximo a Pouso alegre,em Ipuiuna, fique no meio de Poços de Caldas e Pouso.Estamos sempre indo para Pouso para fazer compreas e comer o delicioso Pastel de fubá, delicias de Minas...esse pastel já está até nos guias turisticos do Brasil, chic né!
Beijos e parabéns éla brilhante postagem.
Rô!
Luma,
ResponderExcluirVocê se supera a cada dia, hein? A D O R E I este post. Não sabia que "ocê" também é mineira?! Uai!
Ai você não tem idéia de como tive vontade de postar no dia da blogagem, mas, caramba, que correria!
O seu post está lindo! Parabéns!
Imagino o que outros blogueiros escreveram sobre "COISAS DO BRASIL" por aí! Eu vou ficar devendo, mas um dia vou publicar em meu blog uma foto da cidadezinha onde nasci. Quanta saudade!
Beijocas
LI ESTAS HISTORIAS DO RABO VERDE.
ResponderExcluirPAREI, VOLTEI QUARENTA ANOS NO TEMPO E ME VI CORRENDO NAS DA VELHA E AMADA POUSO ALEGRE.
SEMPRE RESPEITEI O SR ANTONIO, NUNCA GOSTEI DO QUE VIA A MOLECADA DE NOSSA ÉPORA APRONTAREM.
MAS COM CERTEZA SENTI MUITA SAUDADE.
NA MESMA ÉPOCA AINDA EXISTIA EM POUSO ALEGRE OS PERSONAGENS
ANANIAS
MARIA COQUINHA
CHIMANGO
ENFIM POUSO ALEGRE ERA REPLETO DESTAS FIGURAS PITORESCAS.
QUANTA SAUDADE
PAULO GONÇALVES/RESIDENTE EM GUARULHOS