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Abre aspas para Anton Tchékhov

Um transgressor das concepções literárias baseadas na tradição, um homem dramático!

“Um reloginho de parede tiquetaqueia timidamente, como que embaraçado diante do homem estranho”.

chekhovEdgar Allan Poe ao fazer uma resenha crítica dos "Contos de Hawthorne", apresentou a teoria onde defende a existência de gêneros "mais favoráveis para o exercício de talentos mais elevados” (Poe, 1974, p. 14) e de forma hierarquica, listou em primeiro lugar, a poesia rimada, em segundo lugar, o conto e em terceiro, a novela qualificada como “mera prosa”.

Quanto à isto, mesmo leigamente assinei embaixo, ao afirmar que a poesia consegue moldar consciências, perpetrar conhecimentos históricos e preceitos morais, no mais, as formas de poesia nos passam a idéia de beleza e o conto, maior veracidade desta beleza, neste as emoções e necessidades psíquicas são descritas com maior propriedade.

Novas possibilidades estéticas surgiram no cenário literário, onde os elementos retirados da realidade, são mais enfatizados, do que a própria caracterização dos personagens.

"O ar está silencioso, mas tão frio e enfarruscado que mal se podem ver até mesmo as luzes dos postes de iluminação. Debaixo dos pés a lama soluça”.

Anton Pavlovitch Tchekhov nasceu em Taganrog, uma pequena cidade às margens do Mar de Azov e foi nos últimos 24 anos de sua breve e sofrida vida, o símbolo da transição para o novo século e das grandes mudanças sociais que viria a testemunhar.

Este novo movimento dramático, justificado como necessário, por ser veículo de expressão de um mundo, em que as antigas formas de expressão já não satisfaziam. O universo nascido da Revolução Indústrial, encontrou no realismo de Ibsen sua arena de debate e no de Tchekhov sua mais consistente e poética investigação.

Uma infância pobre e uma indesejada independência aos 16 anos, quando ficou longe da família para terminar o ginásio, ensinaram o jovem a lutar pela vida, o que fez usando o seu sentido cômico para escrever contos, que começou a publicar aos 20 anos, e equilibraram as finanças da família, já que a sua produção era imensa.

Para a formação do que viria a ser seu verdadeiro caminho, nada foi tão significativo, quando escreveu para a "Revista Fragmentos", cerca de três centenas de colunas intituladas "Fragmentos da vida de Moscou", uma espécie de "A vida como a vida é", que lhe firmou definitivamente a preferência pelos deserdados e os sofredores.

Morando em Moscou, foi com surpresa que Tchekhov descobriu, indo em visita à São Petersburgo, que já era uma figura consagrada, ocasião na qual Dmitri Grigorovich aconselhou-o a não desperdiçar mais seu talento em tolices de revistas de humor, convidando-o a ser colaborador de uma séria publicação "Novos Templos". Pouco tempo depois, ele fez sua primeira e precária experiência dramática com "Platonov", logo depois, seguido de "Brincadeiras", em atos melhores e bem aceitos.

Tchekhov é um autor generoso e é quase impossível falar de toda a sua obra, do período que seguiu as idéias de Tólstoi, de sua carreira na medicina que logo se voltou para o atendimento aos pobres, ou da primeira constatação de sua implacável condenação à morte, pela tuberculose.

Tudo isto, mais a longa viagem à Sibéria para visitar colônias penais, pesa na visão do mundo que se manifesta em suas grandes obras; mas nada nele antevê tão claramente as exigências do mundo novo, quanto sua implacável retratação da inércia dos russos no final do século XIX, sua incapacidade para agir, seu eterno desperdício de tempo, esmiuçando em palavras problemas a respeito dos quais nunca faziam nada.

"Para um homem de bem, a indiferença pode ser uma religião"

Acredito que ser médico foi de grande importância, para o seu modo de encarar os fatos:

"O médico não odeia o doente, mesmo quando vê que a doença é fatal e tudo o que o paciente fez para chegar àquele estado"

A solidariedade humana permiti a Tchekhov captar e aceitar todo o encanto de seus personagens decadentes, sem deixar por um só momento de saber e de demonstrar que estão irrecuperavelmente condenados; eles estão vivendo como em outras épocas, incapazes de perceber que os tempos mudaram. A pedra de toque de tudo que seu imenso talento criou, foi a compaixão pela humanidade que erra e que sofre.

"Onde não estamos é que estamos bem. Já não estamos no passado, e então ele parece-nos belíssimo."

No início foi acusado de escrever um "teatro sem ação", com o tempo e o desaparecimento dos preconceitos da "peça bem feita", provaram que os caminhos indiretos e interiorizados de Tchekhov têm muito mais força e profundidade do que as superficialidades da intriga óbvia; verdadeiro segredo do poeta foi o da constatação, de que:

"a vida não é destruída por grandes confrontações trágicas mas pelos pequenos, porém dolorosos e desgastantes tropeços do dia a dia".

Em suas maiores obras dramáticas - sobretudo o quarteto que o consagrou: "A gaivota", "Tio Vânia", "As três irmãs" e "O Jardim das cerejeiras" - a vida real, os fatos, ficam fora de cena; no palco vemos apenas reações a eles, vemos apenas a inércia que impede as mudanças necessárias. É impressionante a consciência com que Tchekhov, em tramas e circunstâncias completamente diferentes entre si, nos apresenta sempre como condenados justamente os donos do sucesso fácil, os egoístas que se recusam a encarar a verdade para poder usufruir de previlégios de um tempo que corre vertiginosamente para o seu fim; já os fracassados, os momentaneamente derrotados, são em última análise os que contem as sementes do novo mundo, livre do auto-engano, feito de coragem e trabalho, que Tchekhov antevê quando morre.

Tchekhov é, sem dúvida, um dos poucos grandes e ninguém conseguiu atingir como ele, um realismo que não abdica do engajamento da imaginação do leitor platéia, que confia nessa imaginação para criar personagens complexas, multifacetadas, longe de um preto/branco empobrecedor; ninguém, como ele, soube criar uma forma realista que abranja toda a poesia do sofrimento humano. Nada mostra Tchekhov como o poeta de um novo mundo tanto quanto o que aconteceu com "A Gaivota", sucesso fenomenal naqueles tempos e se tornando atemporal nos dias atuais.

Eu botei reparo neste poeta! Saindo um pouco do sério - este homem além de tanto talento, não é bonito? A beleza física dele é bem atual e não sei se na época que viveu (1860/1904), as moças enxergavam isto - hum... deixa pra lá! Sobre as relações amorosas, destaco duas frases, ótimas:

"Um homem e uma mulher se casam porque não sabem o que fazer consigo mesmos."

"Aquilo que provamos quando estamos apaixonados talvez seja o nosso estado normal. O amor mostra ao homem como é que ele deveria ser sempre".

Outro reparo que se pode fazer a esse desbravador do novo século é, na verdade, o de ser um talento tão grande e tão especial que não pode ter vários seguidores: sua visão é tão pessoal, seu talento tão aguçado, que o modelo de Ibsen é que foi seguido - na quase totalidade dos casos, com total empobrecimento da forma usada pelo norueguês.

Vez por outra, ouvimos um elogio supremo, alguém dizer que esta ou aquela obra tem "toques tchecovianos", mas o universo antevisto pelo magistral Anton Pavlovitch Tchekhov, tanto em forma como em conteúdo, ainda está a vir...

“Ele não bate, não grita, tem muito mais virtudes que defeitos, mas, quando ele sai de casa, todos se sentem mais leves e saudáveis.”

Para complementação da leitura, recomendo a postagem do Milton Ribeiro.

Em tempo real: o que falam de Anton Tchékhov no twitter.

imagens Answer

Vida de Escritor

os passarinhos
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Café da manhã

pôs o café
na xícara
pôs leite
na xícara com café
pôs açúcar
no café com leite
com uma colherinha
e mexeu
bebeu o café com leite

e pôs a xícara no pires
sem falar comigo
acendeu
um cigarro
fez círculos
com a fumaça
pôs as cinzas
no cinzeiro
sem falar comigo
sem olhar pra mim
levantou-se
pôs
o chapéu na cabeça
vestiu
a capa de chuva
porque chovia
e foi embora
debaixo de chuva
sem uma palavra
sem nem me olhar
e eu
pus a mão na cabeça
e chorei

O poema "Café da Manhã" foi retirado do livro "Poemas de Jacques Prévert", ed. Nova Fronteira (Rio de Janeiro, 2000)

Jacques prévert (Neuilly-sur-Seine, 1900 - Omonville-la-Petite, 1977) - Um dos poetas mais populares da França, expoente do movimento surrealista, retrata em seus poemas os tons cinzas do cotidiano com colorido sarcasmo e meios-tons de humor. Autor de canções famosas, interpretadas por artistas como Juliette Gréco ou Yves Montand e de roteiros cinematográficos, dirigidos por Jean Renoir e Marcel Carné, entre outros, onde miniaturiza o homem a frente de um século pulverizado pelas engrenagens, motores, máquinas, violência, guerra e morte.

Imagens, Curta-metragem "Amargo Café" (ainda em fase de finalização)

Encontros e desencontros, proposta apresentada pelo blogue "Palavrentas e Escrevedores" e como diz o convite: chama a todos para uma mistureba de letras.

Você pode postar um conto, uma crônica, um poema, foto, pintura ou qualquer coisa que represente o tema "Encontros e Desencontros" - participe!

Seguindo os passos do nosso poetinha! SARAVÁ! Em seu Samba da Bênção (Composição: Vinicius de Moraes / Baden Powell)

A vida comigo é a arte do encontro
Embora haja tanto desencontro pela vida
(...)
Ponha um pouco de amor numa cadência
E vai ver que ninguém no mundo vence
(...)
Saravá!
A bênção, que eu vou partir
Eu vou ter que dizer adeus

Bons encontros e adeus desencontros!
Saravá
!
Bom fim de semana!
Beijus,

Poema só para Jaime Ovalle

chuva

Quando hoje acordei, ainda fazia escuro
(Embora a manhã já estivesse avançada).
Chovia.
Chovia uma triste chuva de resignação
Como contraste e consolo ao calor tempestuoso da noite.
Então me levantei,
Bebi o café que eu mesmo preparei,
Depois me deitei novamente, acendi um cigarro e fiquei pensando...
- Humildemente pensando na vida e nas mulheres que amei.

(Manuel Bandeira, in: Poesia completa e prosa. Rio de janeiro. Aguiar, 1974. pág 273)

Simplicidade é virtude, quando o criativo se baseia no subconsciente. Não há necessidade da procura pela palavra certa, não há luta por uma expressão supimpa, não há necessidade consciente de produção. Tudo flui naturalmente, isto é inspiração!

Mas o poeta não se achava genial:

Criou-me, desde eu menino
Para arquiteto meu pai
Foi-se-me um dia a saúde...
Fiz-me arquiteto? Não pude!
Sou poeta menor, perdoai!

Esse pensamento equivocado, deve ter-lhe acompanhado a vida toda, pois escreveu: "Tomei consciência de que era um poeta menor; que me estaria sempre fechado o mundo das grandes abstrações generosas; que não havia em mim aquela espécie de cadinho onde, pelo calor do sentimento, as emoções morai de transmudam em emoções estéticas: o metal precioso eu teria que sacá-lo a duras penas, ou melhor, a duras esperas do pobre minério das minhas pequenas dores e ainda menores alegrias"

Uma poesia que mostra dialogo da realidade poética com o mundo real, gerando poemas aparentemente non sense e bobos?

Talvez ele fosse bobo (Quem era Jaime Ovalle?), tinha uma amigo místico que se enamorou de uma pomba, criou um macaco dentro de um apartamento em Londres, queria reescrever a Bíblia (Jurava que conversava com Deus e tomava batidas com o Anjo Gabriel) - sim, foi ao céu várias vezes, sem ter tomado nem mesmo um uisquinho.

Este é Jaime Ovalle, que abraçava postes com ternura, passava graxa de sapatos nos cabelos e marcava profundamente a criação de outros artistas. Só para citar alguns: Manuel Bandeira, Dante Milano, Mario de Andrade, Augusto Frederico Schimidt, Vinicius de Moraes, Murilo Mendes, Olegário Mariano, Otto Lara Resende, Fernando Sabino, Carlos Drummond de Andrade e Villa-Lobos.

Virginia Peckham, romancista americana, viúva de Jaime Ovalle, assim o define; "Um sujeito estranho. Boníssimo. Muito infantil. Provavelmente santo. Mas não desta vida"

Eu estou lendo "Jaime Ovalle, o Santo Sujo" de Humberto Werneck, ed. Cosac Naify - Ele era uma pessoa que só sabia ser interessante quando refletida em outras pessoas, sozinho não sabia existir. Incapaz de criar, era espantoso como marcou a obra de vários autores. Não sabia passar para o papel toda a sua espirituosidade oral.

Dante Milano, escreveu: "Tudo o que fazia era prodigioso, mas não se dava ao trabalho de realizar. Não podia, não havia tempo. [...] Do pouco que resta de sua passagem pela Terra, há um livro em inglês ["The Foolish Bird'], ditado em transe a uma amiga e secretária, e algumas músicas fugitivas e encantadas. E basta. Nem era preciso tanto. De tal homem bastava a presença".

Muitos eram encantados por ele, era cercado de amores, prostitutas a socialites, inclusive Manuel Bandeira.

Manuel Bandeira tinha aquilo que os poetas chamam de sublime, uma relação do individual com o universal. Seu erotismo mesmo tendo uma perspectiva comum "os corpos se entendem, mas as almas não"; buscava na arte explicações insólitas para situações que mais o perturbavam.

A carta citada acima que enviou à Jaime Ovalle, foi rasgada por Virgínia Peckman - vai saber!! Parece que o amigo Ovalle em resposta à carta e preocupado por Manuel estar preparando o próprio café, questionou e o poeta, veio com essa: “Tenho fodido muito, que felicidade!”

Salve a poesia!

*A palavra em destaque no texto reescrever - Pelo atual acordo ortográfico o correto seria re-escrever, mas não o farei porque as palavras com o prefixo RE- seguido de E ainda aguardam uma definição oficial sobre sua grafia. 

Beijus,

Prince Charmant [update]

luzdeluma

luzdelumaNo lânguido esmaecer das amorosas
Tardes que morrem voluptuosamente
Procurei-O no meio de toda a gente.
Procurei-O em horas silenciosas

Das noites da minh’alma tenebrosas!
Boca sangrando beijos, flor que sente…
Olhos postos num sonho, humildemente…
Mãos cheias de violetas e de rosas…

luzdeluma

E nunca O encontrei!… Prince Charmant
Como audaz cavaleiro em velhas lendas
Virá, talvez, nas névoas da manhã!

Ah! Toda a nossa vida anda a quimera
Tecendo em frágeis dedos frágeis rendas…
- Nunca se encontra Aquele que se espera!…

luzdeluma
Florbela Espanca - Livro de Soror Saudade
Imagens - Studio Jelena


Dentre Alice Modeno, Domitilda de Carvalho e Branca Colaço, escritoras do século XIX, destaca-se, no princípio do século XX, a escritora Florbela Espanca - poetisa lírica que desnuda a alma feminina, dando-lhe um corpo sexuado e sensual, onde o prazer também existe.
Veja mais do erótico eu-lírico na obra de Florbela Espanca em poemas e sonetos:
  • Nervos d’oiro e Amar.
  • Versos de orgulho,
  • Passeio no campo,
  • Charneca em flor,
  • Poema sem título,
  • Cravos vermelhos,
  • O nosso mundo,
  • Verdades cruéis,
  • Folhas de rosa,
  • Flor do sonho,
  • Horas rubras,
  • Languidez,
  • Mocidade,
  • Outonal,
  • Volúpia,
  • Desafio,
Florbela de Alma da Conceição Espanca acrescentou à cultura lusitana inovação, transformação e ruptura de valores sociais e uma proposta mais ampla sobre a vida.

Sua poesia, produto de uma sensibilidade exacerbada, corresponde a um diário íntimo onde extravasa lutas travadas dentro de si, suas tendências e sentimentos opositores. Poesia confissional com aspecto cálido, eloqüente e sincero, mostrando abertamente suas vontades de mulher apaixonada.

Erótica e emocionalmente insatisfeita, numa sociedade que não compreende seus conflitos íntimos e escorraçada por não querer as aparências que catalogam os moralistas, torna-se panteísta.

Passa a derramar amores pela natureza, que logo se transforma em ternuras melancólicas louvando a mãe-terra e com os nervos levados à exaustão, acaba por pedir repouso ao solo e morre. Talvez de suicídio, em 1930.
Poesia:
  • Juvenília,1931;
  • Livro de Mágoas,1919;
  • Livro de Sóror Saudade,1923;
  • Reliquiae,1931;
  • Charneca em Flor,1931
Contos:
  • As Máscaras do Destino,1931;
  • Dominó Negro, 1931.
luzdelumaEste texto é parte integrante da Blogagem Coletiva "Interlúdio com Florbela", organizada por Flor ♥.

Todos estão convidados a participar!
Veja a lista de quem já participa:

Serena, Eternamente apaixonada, Paulo R Diesel, Gaspar de Jesus, Sintonias do Coração, Coisas da Helô, Ana Carolina Braga, Leandro, Cris, Lyani, Viart, Meire, Sonia Regly, Lunna, Katy, Graciela da Cunha, Graci, Liana, Maria Madalena, Juca, Diler Martins, Andréa Motta, Conversa de Português, Rosane, Receitinhas e Dicas da Vovó Rô, Du, Jardineiro de Plantão, Círculo Literário, Vanessa, Vita, Valter Montani, Reginacelli, Ana, Regiani e Fada do Mar, Reggina Moon, Penetra Surdamente no Reino das Palavras, Su, Roseli Pedroso, Rosamaria, Tânia Pimenta, Regina Coeli, Eduardo Santos, Zzabelinha, Luci Lacey, Blogadinha, Janaina Amado, Véu de Maya, Fernanda Costa, Luz de Luma, TiBéu, Jorge C. Reis, Bernardo Guimarães, Vitória Meirelles, Ana P., Christ Xavier, Ana Santos, João M. Jacinto, Mikasmi, Isa, Estrela que brilha, Elisa Ramos, Heliana Bastos, Tita Coelho, Elvira, José Cerca, Jussara Domene Gehrke, R. G., Cristiane, Sol, O Escriba, Urbano Leonel Sant'Anna, Maria Luiza, Oscar Luiz, Flainando na Web, MPereira, F Tavares, Marli Savelli de Campos, Regina, Alcides, Fernando ...

Boa blogagem!

Existe morte após a morte?

Leonardo, amigo querido, morreu no último dia 24 de Novembro, aos 37 anos.

A reflexão é que cheirar cocaína mata. E mata rápido.

Baile de Formatura [update]

formatura
Eu não sonhei
que você estava linda.
Eu realmente fui ao baile
e vi você de relance, linda,
de uniforme de normalista,
e seus olhos eram olhos
de uma mulher enamorada,
parecida com a Malu Mader.
Sentindo frio em minhalma,
procurei o bar
p’ra tomar cuba-libre e coragem.
Quando voltei pro salão
você não estava.
Tinha casado e mudado.
Ainda havia flamingos,
viagens sentimentais,
encantamentos, convites,
damas apaixonadas,
sofisticadas e vagabundas,
a quem amei, mesmo sabendo
que isso não pode ser amor.
Não adianta me chamar
de irresponsável.
Eu estava me sentindo um tolo

por querer você.

Ainda assim, tive luas azuis,
luas pálidas,
luas brilhando sobre
cidades desconhecidas
e um caso para relembrar
e esquecer,
e novo tempo de partir
e o que será, será,
as luzes da cidade
refletindo
um sorriso na lembrança,
um certo sorriso de verão,
cerca de meia-noite,
um sorriso de velhos amigos
embora estranhos no paraíso,
e esse sorriso reacendeu
minha velha chama:
eu dançaria a noite inteira
de rosto colado,
dançando no escuro
canções de setembro,
dançando na chuva,
nas areias da maré baixa,
mas você ainda não estava
dançando a melodia imortal,
você era uma estrela
piscando acima do arco-íris,
e de repente havia fumaça
em seus olhos,
amores clandestinos,
minha garota melancólica,
até nosso reencontro,
mas depois daquela última dança,
corpo e alma,
nunca mais seremos os mesmos.

Hoje a canção é você
e eu estou feliz
por ser infeliz nessa fascinação
entre folhas mortas,
gardênias azuis,
serenatas ao luar,
canções da Índia,
cartas de amor...
With a song in my heart
eu te esperei vinte anos,
acordado e triste,
no salão silencioso e apagado.
Você mudou, noite e dia,
mudou suave e adoravelmente,
e ainda tem os mesmos olhos,
olhos de mulher apaixonada,
olhos de Malu Mader,
e agora, por causa de você,
por tudo que você é,
eu posso finalmente sonhar
que durante todo esse tempo
você não flertou com ninguém,
e que olha só para mim,
meu amor,
meu par.

Aldir Blanc: A poesia que é música duas vezes

Aldir mistura a tradição que começa com Catulo, passa por Orestes Barbosa e Caymmi, chega a Vinícius e desemboca em autores modernos como Fátima Guedes, Cazuza e Renato Russo.

A resposta que Aldir dá ao tempo é exatamente a sua permanência no tempo. Num país com típica cultura de superfície, como o Brasil, vencer essa superficialidade não uma ou duas vezes, não um ou dois anos – mas mantendo-se por mais de 30 como respeitada unanimidade quando o assunto é a qualidade literária dentro da MPB, convenhamos, isso não é para qualquer um [leia mais]

Este poeta carioca, fez parte do MAU (Movimento Artístico Universitário), que revelaria à música nomes como Ivan Lins, Gonzaguinha e Guinga. Ficou célebre através de sua parceria com João Bosco, que rendeu sucessos como “Linha de Passe”, “Mestre Sala dos Mares”, “Incompatibilidade de Gênios” e “Kid Cavaquinho”. Começou a compor com 16 anos, e acumula uma extensa obra, gravada por alguns dos principais artistas da música brasileira, como Elis Regina, Djavan, Edu Lobo e Simone. Membro politicamente ativo da classe artística, participou da Sombras, sociedade responsável pela defesa dos direitos autorais, além de ajudar a criar a SACI (Sociedade de Artistas e Compositores Independentes) e da AMAR (Associação dos Músicos, Arranjadores e Regentes). Cronista talentoso, Aldir publicou diversos livros com destaque para “Brasil Passado a Sujo” [leia mais]

Aldir Blanc é também autor de livros, entre eles: "Rua dos Artistas e Arredores" (1979), "Brasil Passado a Sujo" (1993), "Vila Isabel - Inventário de Infância" (1996) e "Um Cara Bacana na 19 ª" (1996).

Este post faz parte da blogagem coletiva “Abra Aspas” para a poesia no seu blog… promovida pela Lunna Montez'zinny Guedes do Acqua. Para participar, escolha uma poesia para postar e fale um pouco do poeta. A intenção é deixar a blogosfera mais poética. Inscreva-se e participe!

[update] - 06:37hs - Ontem não consegui comentar em todos os blogues, mas li todas as postagens. Concluindo: O antigo e o novo caminharam juntos muito bem, conheci novos poetas e poetas antigos. O melhor da festa? Os blogueiros poetas, lógico!

No mundo dos blogues...

Uma alegria e uma chateação. A alegria: o pagerank do "Luz" agora é 6 e a chateação: mais um texto "inspirado" em um texto do "Luz de Luma", sem fonte citada.

E assim seguimos, sem querer, coincidentemente, nos deparando com surpresas e em outras vezes, alguém nos conta. A internet não é esse mundão vasto que os copiadores pensam. Aqui o que se copia e transforma em algo 'novo' tem o seu preço. A primeira arma que temos é reportar o abuso e descredibilizar plagiador.

Na minha concepção existem plagiadores e plagiadores. Um plagiador que se diz "repórter", incorre com maior peso de culpa, afinal, subentende-se que ele teve uma formação acadêmica para não precisar de tal artifício, diferentemente de um adolescente marrento que chega no luz e pensa "Vou copiar, ninguém vai saber. Ninguém conhece esse blogue mesmo!" - o "repórter" em questão copiou fragmentos do meu texto. Quero que ele comprove a fonte, porque se trabalhei três meses para levantar dados, incluindo uma viagem, não acho justo ele obter tão gratuitamente informações e não citar a fonte. Ou agora, tenho que postar no blogue somente assuntos "água com açúcar"?

Mas dessa vez, vi o texto em um blogue amigo com referências à página, achei "coincidências" de informações e fui à página referida, constatei as "coincidências"; Título igual, imagens e dados constantes do corpo do texto original copiados. Pedi a citação da fonte. Meu comentário não foi publicado, tive que forçosamente fazer um cadastro na WikiBrasil para que o meu comentário fosse publicado e não descartado pelo editor. Mas e a fonte, citarão? Consta nos termos de uso do serviço a descontinuidade do mesmo se o "repórter"...

RESPONSABILIDADE
www.brasilwiki.com.br e os domínios a ele vinculados são veículos que defendem a ampla democratização da informação e da livre opinião. Use o serviço com responsabilidade e não hesite em reportar, imediatamente, quaisquer abusos publicados. Conteúdo ilegal não será tolerado e será devidamente removido.

Este mesmo texto já foi citado em várias outras páginas, jornais, revistas, blogues, fóruns de discussão e em todas, a fonte foi citada. Mandei um e-mail comunicando o fato à WikiBrasil que até o momento não se manifestou. Afinal, a internet é mesmo um território sem lei?

Mas não vou chatear vocês com problemas internos do "Luz" e aos leitores do "Luz" peço apenas que fiquem mais atentos a esses agregadores de "idéias" que reunem uma gama enorme de "contribuidores de conteúdo" e ao final, perdem o controle de qualidade.

Vamos falar de coisas boas!!

Sônia deve ter se inspirado no livro Leaves of Grass (Fohas de Relva), de Walt Whitman para compor o nome de seu blogue. Realmente não sei. Conjecturas. Um livro que completou 150 anos e que coloca a humanidade acima de tudo! Agora também inspira o longa de Edward Norton. As filmagens ainda não começaram, no elenco Susan Sarandon e Richard Dreyfuss.

Enquanto eu lia o livro

Enquanto eu lia o livro,
a famosa biografia:
- Então é isso (eu me perguntava)
o que o autor chama
a vida de um homem?
E é assim que alguém,
quando morto e ausente eu estiver,
irá escrever sobre a minha vida?
(Como se alguém realmente soubesse
de minha vida um nada,
quando até eu, eu mesmo, tantas vezes
sinto que pouco sei ou nada sei
da verdadeira vida que é a minha:
somente uns poucos traços
apagados, uns dados espalhados
e uns desvios, que eu busco
para uso próprio, marcando o caminho
daqui afora.)

Walt Whitman
Tradução de Paulo Leminski

Filho é para quem pode

Nossa amiga blogueira Mônica Montone será entrevistada hoje, quinta-feira, 21 de agosto, no programa Sem Censura, falando sobre a polêmica gerada por sua crônica "Filho é para quem pode", publicada pela Revista "O Globo/Jornal O Globo".

O programa ao vivo, apresentado pela jornalista Leda Nagle, na TVE Brasil, vai ao ar às 16:00h, com reprise às 00:10h. Os melhores momentos são reapresentados no domingo, às 16h e com certeza Moniquinha será reprisada.

Os programas da TVE Brasil que fazem parte da RPTV (Rede Pública de Televisão, da Associação Brasileira de Emissoras Públicas, Educativas e Culturais - ABEPEC) são transmitidos por todas as emissoras públicas do país - veja no seu Estado qual emissora afiliada retransmite o programa.

O Sinal também é transmitido em circuito fechado pelos sistemas de tv por assinatura da Sky (CANAL 116) e da Net (em alguns municípios).

Não percam!

E para quem ainda não leu esse texto que gerou tantos comentários controvertidos, leia a seguir:


:: Filho é para quem pode ::
Por Mônica Montone

Filho é para quem pode!

Eu, não posso! Apesar de ser biologicamente saudável.

Não posso porque desconheço o poço sem fundo das minhas vontades, porque às vezes sou meio dona da verdade e porque não acredito que um filho há de me resgatar daquilo que não entendo ou aceito em mim.

Acredito que a convivência é um exercício que nos eleva e nos torna melhores, mas, esperar que um filho reflita a imagem que sonhamos ter é no mínimo crueldade.

Não há garantias de amor eterno e o olhar de um filho não é um vestido de seda azul ou um terno com corte ideal. Gerar um fruto com o único intuito de ser perfumada por ele no futuro é praticamente assinar uma sentença de sal.

Filhos não são pílulas contra a monotonia, pílulas da salvação de uma vida vazia e sem sentido, pílula “trago seu marido de volta em 9 meses”.

Penso que antes de cogitar a hipótese de engravidar, toda mulher deveria se perguntar: eu sou capaz de aceitar que apesar de dar a luz a um ser ele não será um pedaço de mim e portanto não deverá ser igual a mim? Eu sou capaz de me fazer feliz sem que alguém esteja ao meu lado? Eu sou capaz de abrir mão de determinadas coisas em minha vida sem depois cobrar? Eu sou capaz de dizer “não”? Eu quero, mesmo, ter um filho, ou simplesmente aprendi que é para isso que nascemos: para constituir uma família?

Muitas das pessoas que conheço estão neurotizadas por conta de suas relações com as mães. Em geral, são mães carentes que exigem afeto e demonstração de amor integral para se sentirem bem e, quando não recebem, martirizam os filhos com chantagens, críticas e cobranças.

As mães podem ser um céu de brigadeiro ou um inferno de sal. Elas podem adoçar a vida dos filhos ou transformar essas vidas numa batalha diária cheia de lágrimas, culpas e opressões.

Eu, por exemplo, não consigo ser um céu de brigadeiro nem para mim mesma, quiçá para uma pessoinha que vai me tirar o juízo madrugadas adentro e, honestamente, acho injusto colocar uma criança no mundo já com essa missão no lombo: fazer a mamãe crescer.

Dar a luz a um bebê é fácil, difícil é ser mãe da própria vida e iluminar as próprias escuridões.
Mônica Montone também é autora do livro Mulher de Minutos.

>>> crônica publicada originalmente aqui em 11 de Maio de 2007, anteriormente ao Jornal "O Globo"

A minha opinião? Ter filhos é opção e não destino.

Na hora do sexo, meninas e meninos, antes de entregarem pra Deus, pensem que esye ser gerado terá necessidades, não somente econômicas, mas principalmente emocionais e isso não pode ser entregue à natureza - é de responsabilidade das partes envolvidas no processo.

Filho não supre carências e não é a salvação para problemas conjugais. Álias, se olhado por este ângulo, pode ser um dos fatores que mais geram conflitos entre casais, mesmo entre os "resolvidos".

Qual a sua opinião sobre a opção da mulher por não ter filhos ou melhor, sobre a maternidade consciente?

Convido os integrantes do blogue e site "Desabafo de Mãe" a entrarem nesta discussão.

Lembrando que Mônica é também parte integrante do Show "Os Sábados do Domingos", um cabaré filosófico, apresentado aos sábados, às 21h, no Canequinho Café [anexo do Canecão].

Beijus,
Luma

Do lado de dentro

...Porque é possível ocasionalmente, por breves instantes, encontrar as palavras que abram as portas de todas as inúmeras divisões no interior da nossa cabeça e exprimir alguma coisa – talvez não muita coisa, mas alguma – a partir da enorme quantidade de informação que está contida em nós, da forma como um corvo voa à maneira como um homem se desloca, da observação de uma rua ao que fizemos num certo dias há doze anos. Palavras que exprimem alguma coisa da complexidade profunda que faz de nós precisamente aquilo que somos, do significado momentâneo do barômetro à força que criou os homens diferentes das árvores. Alguma coisa dessa música inaudível que vai correndo, instante após instante, no nosso corpo, como a água de um rio. Alguma coisa da essência de um floco de neve ao pousar sobre as águas de um rio. Alguma coisa da duplicidade, da relatividade e da qualidade meramente fugaz de tudo isso. Alguma coisa da sua importância omnipotente e da sua profunda ausência de significação. Quando as palavras, num instante de tempo único e preciso, conseguem fazer isso e nesse instante torná-lo parte da assinatura vital de um ser humano – não de um átomo, de um diagrama geométrico ou de um monte de lentes sobrepostas – mas de um ser humano, a isso chamamos poesia.

Esta é a 5ª frase paragráfo completao da página 161 (Não escolher a melhor frase e nem o melhor livro, aquele que estiver mais próximo e finalmente repassar o desafio para outros cincos blogs) do livro "O Fazer da Poesia", de Ted Hughes.

Eu mudei esse meme que o Lord Fênix me passou; coisas pela metade não valem e enquanto fui copiando a frase, vi que não poderia deixar de copiar o parágrafo todo! E também sintam-se à vontade para adotarem o sentido correto de um meme!

Sol na Boca

...às quartas-feiras de Maio
Você tem encontro marcado com Mônica Montone...

Bem me quer, mal me quer...


Como
é desfolhar uma margarida imaginária para decidir se gosto ou não gosto de algo que convivi por 20 anos?



Sobre ontem



"Não é verdade que o amor seja um sentimento incondicional. Há hiatos no amor. Tem horas em que a tolerância, a generosidade e as virtudes que o acompanham sucumbem às circunstâncias. Tem horas que você quer ver o seu amor morto porque seria um alívio. Esta é a verdade.

Depois o momento passa e a gente ama bonito outra vez.
Ou não."

in "A droga do vício", Entre ossos e a escrita, Maitê Proença

A Yvonne gosta tanto da Maitê que comecei a observar. Talvez queira ir para a Conxinchina quando as coisas parecerem pegar fogo! O pensamento aquece e sai umas coisas dessas. Vai saber!



No dia 31 de Março, a Dª Maitê Proença estava na Livraria Argumento para lançamento do primeiro romance "Uma Vida Inventada" e de quebra, no pacote "Entre Ossos e a Escrita", crônicas com edição revisada.

Estava poderosa em um vestido vermelho. Eu fiquei cá pensando, porque as mulheres bonitas só ganham credibilidade depois de uma certa idade e também porque passam a falsa impressão de não sofrimento, como se a vida refletisse sua própria beleza, numa visão etérea imune às dores.

clipped from Folha on line
LAURA MATTOS

Nenhuma novela de televisão daria conta da vida de Maitê Proença, 48, que está muito mais para Nelson Rodrigues. Resumir seus dramas neste texto parece injusto, mas obrigatório para escrever sobre seu livro "Uma Vida Inventada" -uma mistura de ficção à sua surpreendente biografia. Aos 12, Maitê tem a mãe assassinada pelo pai por adultério. Enfrenta a condenação da família por atuar como testemunha de defesa dele. Aos 16, faz um aborto. Presencia a morte de um irmão por problemas com bebida. Prestes a ganhar seu primeiro papel de destaque, sofre um acidente e fica um ano sem trabalhar. No auge do sucesso, ouve do pai, internado com câncer no cérebro, o pedido para que desligue os aparelhos. Recusa-se e, dias depois, ele se mata. Tudo isso, e histórias do uso de drogas e outras viagens, está no livro.

Maitê conta que não falava publicamente do passado até "um programa de auditório" resolver, ao vivo e sem sua prévia autorização, abrir sua vida "ao Brasil inteiro numa tarde de domingo", o que a deixou "chocada". Foi o "Domingão do Faustão", em 2005. A atriz diz ainda que a história que se sabe sobre seu envolvimento com Lima Duarte é fruto "da versão dele, que gosta de florear a realidade".

Maitê - "Achava que estava de passagem pela carreira. Um belo dia vi que era uma pessoa embrutecida, com dificuldade para me sensibilizar. De repente, a atriz me passou uma rasteira, tinha a desculpa do personagem, que podia estar triste, magoado. A Maitê não, o personagem podia"

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Assim como outros blogueiros, recebi dois exemplares do livro. Vou doá-los à biblioteca municipal, juntamente com outros livros e acrescentar oportunidades de leitura além dos livros didáticos.

Há criaturas que não suporto. Os vagabundos, por exemplo. Parece-me que eles cresceram muito e, aproximando-se de mim, não vão gemer peditórios: vão gritar, exigir, tornar-me qualquer coisa.

Certos lugares que me davam prazer tornaram-se odiosos. Passo diante de uma livraria, olho com desgosto as vitrinas, tenho a impressão de que se acham ali pessoas, exibindo títulos e preços nos rostos, vendendo-se. É uma espécie de prostituição. Um sujeito chega, atenta, encolhendo os ombros ou estirando o beiço, naqueles desconhecidos que se amontoam por detrás do vidro. Outro larga uma opinião à toa. Basbaques escutam, saem. E os autores, resignados, mostram as letras e algarismos, oferecendo-se como as mulheres da rua da lama (Graciliano Ramos, em Angústia)

Porque antes de esticarem os beiços e usarem do artifício que a folha usou, vejam que por dentro da capa, existe mais do que aparência. O conteúdo sorvido sem maturidade dilapila o caráter e o contrário procede.

Beijus,
Luma

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O exercício das pequenas coisas II

Estou com visitas em casa e não tive muito tempo para me dedicar à blogagem coletiva em comemoração ao Dia Mundial da Água. Visitei poucos participantes e durante a semana estarei lendo as postagens restantes. Vocês que não participaram, ainda há tempo. É, ainda temos água.

E por causa do feriado, a minha postagem "O exercício das pequenas coisas" não fez muito sucesso. Assim pensei, porque foi o post que menos resultados visíveis teve em toda a história do blogue. Que engano! O número de pessoas que acessam o blogue é bem diferente daquele que apenas lê ou daquele que além de ler, também comenta.

Eu fiquei impressinada com o número de acessos. Fui entender quando acessei o Get Clicky e constatei de onde vinham tantos leitores.

Clique na imagem.


Buzz Tracker - Permalink

Sabe qual o segredo? Não ter preguiça para montar o texto no blogue. A falta de referência não dá credibilidade e muito menos retorno. Citar fontes de pesquisa e adicionar links, enriquecem a postagem. Também não basta citar a fonte de pesquisa, é necessário adicionar o referido link.

No dia que escrevi o texto que comentei acima, li uma matéria na Rolling Stone que entitulava "Amy Winehouse, a diva e seus demônios - Ela está apaixonada e no topo das paradas. Agora, precisa sobreviver a isso tudo". A matéria foi escrita por Jenny Eliscu e a versão traduzida você lê aqui.

Quem nunca fez uma loucura por amor, atire uma pedra! Não vou falar da Amy Wino. Não sei se ela sobreviverá ou mesmo se lembrará de tudo que acontece agora. De uma maneira geral, podemos nos arrepender de atitudes ou mesmo de ter confiado em alguém, enquanto que estivermos "influenciados" por um sentimento perdemos a razão.

Não precisamos adivinhar o que se passa no interior das pessoas, mas um entendimento do sofrimento dessas pessoas, podem gerar sentimentos de compaixão que realmente, nos fazem sofrer.

Lembro também de algumas personagens femininas dos livros de Isabel Allende e da forma como as suas vidas caminhavam para um destino acompanhadas de visões e adivinhações.

Associei a menina a personagens que não existem na vida real e sinto pena pelo seu destino.


E eu tenho que me lembrar de muitas coisas hoje!

Uma delas é dar os parabéns pelo aniversário de blogue do BHY. Coincidentemente a Amy foi fundo musical do nosso primeiro encontro.

Encontro de mineiros, bom demais!!
De lá pra cá foi muito bom conviver com ele. Cativante, inteligente e educado! Mais qualidades estragam!

Pra variar cheguei atrasada na festa...


Descaminhos - O que é Blogagem Coletiva?


Descaminhos

Compromisso

estou sempre indo,
mas me levo comigo
minha bolsa de identidades
meu mesmíssimo jeito
e trejeito
o olhar vago
e embaçado
que prioriza nuvens,
o coração fragilizado
que mostra sob a roupa
as sístoles do amor
as diástoles dos encontros,
a transpiração da dor,
estou sempre indo
_mas o que pesa-
é que vou levando,
sem gosto nenhum,
as encomendas
que nem sei
se vou cumprir.



Des-utilidade

há vezes em que
eu me ocupo dos seixos,
brotos das árvores,
menores insetos,
e falo com eles,
a linguagem trocada
em miúdos
(desmilingüida em vocativos)
que eles desentendem
e eu não entendo
mas faço bom uso
pra me preencher...




Refinamento

saudade do simples fogo
que hoje não me aquece
e cheia de mimo
exijo requintes
de lareira e vinho.

Os versos acima são de Dora Vilela, de seu livro "Descaminhos" que dá título também a essa postagem. Este livro me acompanhou durante a viagem. Um presente que Dora me deu. Um presente para os amigos. Generosidade. Álias, ela só me dá felicidade, mulher danada!

Descansei bastante, o lugar era bem calmo (vide fotinhas). De tanto que dormi, quando cheguei tive insônia.

PH ficou de acrescentar os links dos participantes da Blogagem Coletiva e não o fez. Se espelhou no MH e foi pro mar. Mandou fotinhas pelo celular com cara de enfastio. Disse que melhorou. Conheceu uma morena espetacular e ainda não apareceu por essas praias. Disse também que as ilhas "ficaram" paradisíacas.

Então, pessoal, se por acaso, seu link de participação na blogagem não estiver adicionado, me avise! Estou tentando colocar ordem.

Muitos blogueiros, alguns não brasileiros, não sabem o que é Blogagem Coletiva. A definição ainda não existe em dicionários ou na wikipédia, mas é fácil!

O que é blogagem coletiva?


O termo "Blogagem coletiva" foi cunhado pela primeira vez por essa que vos escreve. Antes dele existir, usávamos o termo "Post com" que nada mais é do que a abreviação de "Postagem Comunitária". O "Post Com" foi criado pela Michelle do blogue "Micha Descontrolada" em Maio de 2005 numa blogagem em comemoração ao "Dia das Mães".

Muitos blogueiros perguntavam o que era um "Post Com" e eu, além das explicações acima, explicava que o a "Postagem Comunitária" era uma "Blogagem Coletiva, onde vários blogueiros ou simpatizantes, blogavam sobre um mesmo assunto durante um período, concordando ou discordando. Sendo o mais importante, a troca de pontos de vista, para formulação de pensamentos, melhora do pensamento coletivo e consequentemente, mudanças sociais. Principalmente no que diz respeito a falta, omissão ou negligência de algumas camadas da sociedade.

Portanto, as "Blogagens Coletivas" estão na blogosfera brasileira desde o dia 08 de Maio de 2005 e desde então, tenho organizado várias delas e me orgulho de ter sido a criadora dessa modalidade de blogagem, afinal, os blogues são para a interação e conversação.

O verbo "Blogar" também não existe no dicionário, por uma simples definição é demonstrar através do blog suas idéias, de qualquer forma, escrevendo ou desenhando, de modo frequente.

Blogar é um neologismo para a ação de publicar conteúdo em blogues? Fica a pergunta.

E a próxima blogagem coletiva será no dia 14 - Tem gente apressadinha! É interessante o debate estar aberto. Algumas pessoas que não iriam participar, começaram a prestar atenção à volta e constataram como estamos contaminados.

Apetite Insaciável

Estou lendo esse moço que diz que escreve para saber o final das histórias.

Ele simpatiza muito com o Brasil, viveu e tem parentes por aqui.

Conhece bem a alma do brasileiro.

Sempre causa muita polêmica com alguns comentários que faz.

Já afirmou que o Brasil é colônia


Cidadão de três continentes; sua mãe é brasileira, o pai é português e JOSÉ EDUARDO AGUALUSA nasceu em Angola. Junto com Mia Couto (Moçambique) e J. M. Coetzee (África do Sul) formam a tríade africana dos escritores mais festejados da atualidade.

Seus personagens saltam de um livro a outro, como se fossem de uma única história - Nessas histórias, o fantástico coexiste harmoniosamente com a crítica social emprestando sua voz àqueles que não possuem meios de se fazerem ouvir.

Acredita que a internet tem o poder de quebrar ditaduras, de transformar utopias em realidades, de aproximar os povos, independente das classes sociais - cita como exemplo crianças de aldeias indígenas - por que não, num futuro trocando idéias e experiências com os filhos de Bill Gates? A informação disponível aos pobres e ricos de forma igualitária - Isso é democracia.

Estou lendo "O Ano em que Zumbi Tomou o Rio", anteriormente li "O Vendedor de Passados" que uma amiga de Luanda me mandou - uma estréia! Lerei a obra completa, com certeza!

"O Ano em que Zumbi Tomou o Rio", parece que é obrigatório no curso de Letras - Quem faz Letras poderia confirmar - Apesar de ser ficção, o livro retrata bem a realidade do Rio de Janeiro. Mostra-nos que dia a dia invadimos fronteiras e mesmo assim, outras barreiras são erguidas. Temos medo da violência, dos estranhos e por isso reprimimos tudo que é diferente.

A Minha alma é carioca!



Mas o meu coração sempre se volta para o verde das montanhas de Minas!

O Pablo pensa que sou "Cariocasssss" e muitos da blogosfera também pensam assim. Na cidade onde moro pensam que sou "do sul".

Sou mineira, uai! Mas não falo o mineiro de Belo Horizonte - nem o mineiro do sul de Minas, onde nasci. Misturei os vários sotaques dos lugares que vivi. Verdade, penso que não tenho sotaques, mas não fujo de vez ou outra dar umas escorregadelas.

Na minha cidade contamos a história de uma pessoa que veio morar no Rio e receoso de ser chamado caipira ou de desagradar os cariocas (sei lá o que pensou), prestou-se a falar o carioquês. Em dado momento de um "pelada" de futebol e na eminência do parceiro de time finalizar um gol, ele gritou: "Carcanha, carcanha!!" - que não era um termo usado como usam atualmente no futebol, queria dizer apenas; chute! Chute! hehehe e ele se entregou.

Essa história ilustra um modo de ser do mineiro, que é fazer piada da própria desgraça. E sobra tempo para proseá, seja de janela, no portão, na beira do fogão ou numa mesa de bar.



O DEBA - Desafio Enviado para Blogueiros Amigos pede para falarmos daquilo que é usual em nossa terra. Acho que isso é invenção do próprio Pablo.

O modus vivendi do mineiro depende da região que ele habita. O Estado é grande e sofre influência das fronteiras de outros Estados. Algumas coisas são inerentes ao mineiro, como o orgulho de ser mineiro.

Dizem que só a mineira consegue encantar sem encarar os olhos e Joaquim da Mata, o Velho Quincas, filósofo dos cafundós de Minas, compara o jeito de ser de uma mineira com o de outra mulher e afirma que a "deferença" está no preparo.

"Que a Mineira não mente, conta lorota.
Não menstrua, fica úmida.
Não paquera, espia.
Não fica bonita, já nasce formosa.
Mineira não usa tênis, enfeita as alpargatas
Mineira não curte um som, ouve música.
A mineira não segue moda: faz moda"

Procure entender o modus vivendi do mineiro ou o modus cogitandi do nosso homem do campo e entenderá somente se habitar por lá. Se não puder, leia a narrativa da raiz de nossa História em Sagarana de João Guimarães Rosa.

Há 36 anos o "Clube da Esquina" reuniu músicos de Minas que não precisaram ir à São Paulo ou Rio de Janeiro, para fazerem aquilo que mais gostavam e conseguiram inovações harmoniosas e rítmicas, reunindo em um disco de vinil, vários estilos musicais, passando pelo erudito, gregoriano e há quem diga até pelo pop britânico. Tanta pluralidade para ecoar suas vozes, sufocadas pela repressão política.

Hoje são mais de 80 músicos que representam mais de três décadas desta História e celebrada com direito a jornal; O "Ponto dos músicos" que tem como editores Ronaldo Bastos, Milton Nascimento...e muitos outros. Consta por lá, o prefácio do livro de Márcio Borges, escrito por Caetano Veloso que fala muito desse modo de ser mineirinho - Os sonhos não envelhecem...


Foto site Clube da Esquina

O atual mineiro está bem diferente daquele de outrora e uma das características que mudou foi em relação a sua religiosidade. Antes o Barroco mostrava que a religiosidade para o mineiro tinha características humanas e agora no futuro, constatamos que o movimento dos inconfidentes só contribuiu para intimidar essa religiosidade e a intelectualidade mineira que à época era o berço da nação. Alguns culpam a teogonia de José. Será?

Mudamos também quanto à política. Credo, nem vou falar disso!

"Regressamos sempre aos velhos lugares aonde amámos a vida.
E só então compreendemos que não voltarão jamais todas as coisas que nos foram queridas.
O amor é simples e o tempo devora as coisas simples"

(José Eduardo Agualusa, "O Ano em que Zumbi Tomou o Rio")

Ser mineiro, é ser simples e direto. Como diz minha mãe "não estranhe a palavra minha filha, são coisas de velha e de mineira" Vai saber!

Gostaria muito de ler sobre o modo de ser de muita gente por aqui. Sei que nem sempre agregamos valores de onde nascemos e sim, somos o resultado de tudo aquilo que vivemos. Por hora deixo a tarefa para a Meire (Ribeirão Preto/Itália), Márcio Pimenta (Salvador/Chile), Júnior (Curitiba/São Paulo), Yvonne (Rio de Janeiro/Guarapari) e Tina Blue (São Paulo com pensamento em United Kingdom).

Estou no lugar onde sempre quis estar. Amanhã posso mudar, quem sabe? Porém os meus valores permanecem intactos, sempre serão os mesmos.

Internet e Poesia: Isso combina?

O Ricardo Rayol convoca a todos para um interessante debate em forma de blogagem coletiva. Além da proposta inicial em que diversos assuntos estão sendo discutidos; você tem a oportunidade de expor a sua visão pessoal sobre o mercado editorial brasileiro, duvidas ou sugestões de como divulgar poesia na Internet ou de como escrever uma boa poesia, como publicar um livro e quais os critérios que as editoras utilizam para publicar um livro de poesia, incentivos fiscais etc. Fale aquilo que estiver com vontade!

As questões levantadas serão debatidas postumamente na feira do livro em Florianópolis, sob organização e mediação do poeta Rodrigo Capella, no dia 15/12 às 15 horas no largo da alfandega - se puder ir, está convidado.

Bem complicado o mercado editorial brasileiro - um mercado pequeno, disputado e imprevisível. Os autores são temperamentais e se orgulham de não entenderem nada de negócios e os novos editores, com raras exceções, não são movidos pelo desejo de ganhar dinheiro, o desejo não é ficar rico e se assim o for, é melhor comprar ações - o risco é bem menor.

Em torno da vontade de fazer livros e da vontade de intervir no debate cultural, giram aspirações irracionais, até chegar ao real motivo principal que é; realizar os sonhos dos autores novatos, que convictos sentem que podem ocupar espaços inexplorados pelos mais tradicionais.

Editores e autores partilham de uma necessidade crônica de produção, vida e trabalho se misturam, nessa paixão por livros e escrita dificilmente você verá um dos dois falar de um assunto diferente que ao final não chegue ao lugar comum: livros.

A convivência e intervenção externa nem sempre é bem vinda - o silêncio é um aliado para as idéias fluírem. Num contracenso, essa turma de intelectuais, nas horas vagas adora a combinação "Prosa e botequim". Ah! os nossos editores, nunca pensaram em frequentar a London School of Economics, para depois publicarem textos que falassem das misérias e conflitos do Brasil.

Uma verdade tem que ser dita: Os nossos escritores "desbarangaram". Sinal dos tempos? Há também uma preocupação com a memória do país e invariavelmente vemos investimentos nesse sentido. Aqui mesmo na blogosfera - O escritor blogueiro Marco Santos que lançou o livro “Popularíssimo – O ator Brandão e seu tempo” e assumiu toda a parte técnica da produção. Grande sucesso, merecedor de entrevistas na televisão - A primeira delas no programa do Jó Soares e agora outras virão. Resultado de esforço pessoal - ele é pai e mãe do seu livro.

A internet funciona? No caso do Marco não sei. Ele se esqueceu de dizer pro Jó que é blogueiro, esqueceu no afã da entrevista do seu amado bloguinhú.

A internet funciona sim, como um exercício para testar a aceitação dos leitores, numa espécie de zine virtual, porque é triste constatar que os editores quase não publicam poesia.

No mercado editorial é normal encontrarmos parcerias, edições co-financiadas pelos poetas, num processo bem mais trabalhado, como os livros de Jorge Mautner e Roberto Piva. Uma confiança mútua, que só encontra espaço fora das editoras tradicionais.

A internet veio para aproximar poetas e leitores.

A função faz o orgão - Quem disse isso?

noite

Memes e Mimos

A Ru Correa me passou dois memes

O Primeiro proposto pelo Lucas do Blogosferrado que consiste em fazer uma doação de 3 livros, escrever o endereço do seu blogue na contra-capa e indicar mais blogues pra dar continuidade a idéia. Simples, indolor e que contribui para aumentar a indicação de livros e volume de leitura. De quebra os blogues invadem as bibliotecas do país.

Vale ressaltar que a doação se destina para quem ou para que instituição quisserem.

Até acho que esse meme poderia ser adotado entre alunos nas escolas.
Um aluno passaria para o outro e ao final estariam retirando de suas estantes livros que já leram e descobrindo novos escritores.

Pra mim esse meme serviu para dar uma organizada nas estantes
(tentei)
- por isso a demora em responder ao meme - e redescobrir livros que pensei estavam em outra casa.
Como por exemplo: A trilogia de Ítalo Calvino.

A minha preferência recai sobre o "O Cavaleiro Inexistente".
O cavaleiro que não existe sem a sua armadura...
Um espanto!



"O Visconde cortado ao meio", igualmente belo.



"O Barão Trepador"! Adooooooooro também. Que recebeu também o nome de "O Barão das árvores" - foi o primeiro dele que li e que, desde então, apaixonei-me perdidamente. Uma remodelação das capas dos livros do Calvino, foram feitas pela Companhia das Letras, que passaram a ser geométricas e bonitas ao vivo, porém fugiu ao conceito do autor. As antigas guardo, não pelo conteúdo mas pelas capas. A edição nova foi para a doação.



A bibliotecária - engraçada aquela garota - não sabia do nome diferente d"O Barão das árvores". Soltou risinho torto. hehehe tolinha! Vai subir em árvores com o Barão, vai!



O segundo livro que foi para a doação "Um dia em cheio", originalmente "Oh What a Busy Day", de Gyo Fujikawa com desenhos de Carl Barks.

Coleciono alguns livros pelas ilustrações e com esse tive alguns momentos de fogos de artifício mental. Estudei cada traço. Agora vai encantar algum outro adulto e possivelmente crianças.



E para terminar esse meme, se encantem com o cartão abaixo. Esse ficou para os momentos nostálgicos e trata-se do cartão/convite de apresentação da trilogia: "Histórias de Amor de Mais", de Maria Isabel César Anjo - "Os presentes", "As três maçãs", "A primavera é o tempo a crescer", respectivamente nº1, 2 e 3 todos ilustrados por Maria Keil. Foi a terceira doação.



Todos reclamam dos preços de livros no Brasil. Não é caro somente aqui, em todo o canto, o bolso é que é um travão aos impulsos.

E agora passo esse meme para (Vou passar mas fiquem livres para recebê-los ou não): Denise, Meire e Luci 100querer.

O segundo meme, consiste em dizer COMO EU ESCREVO.

Fiquei pensando que sou a pessoa mais indisciplinada para escrever que conheço. Não tenho mesmo um dia ou hora certa. Vez ou outra tenho clarões, principalmente em dias de relaxamento. Páro tudo que estou fazendo e pau na máquina! Já escrevi muito e tenho muita coisa guardada e até por volta dos meus 15 anos escrevia poesias, parei. Era algo que vinha não sei de onde, até que tomei uma "escaldada", repensei o que queria e hoje sou avessa a qualquer badalação no que diz respeito a escrever livros ou me expor demais. Faço sim, algumas participações, resenhas ou algo encomendado. Porém não gosto da imposição de estilo ou temas. Prova disso que esse blogue não é temático.

Escrever no blogue é super diferente, é livre. Nunca sei com antecedência o que vou escrever, a não ser nas postagens coletivas. Daí sim, faço um texto sob encomenda. Muitas pessoas comentaram numa certa "diferença" - quando esse blogue fica mais sério. Alguns reclamam, né Tina Blue?! - "Notei que anda muito séria ultimamente". Noutras vezes, me seguro para não escrever besteirinhas. É, tenho alguns "políciais" de plantão.

Contar do meu dia a dia é fácil! Esse blogue é sim um diário. Na posteridade, se o blogger não desaparecer, poderei olhar os arquivos, ler os comentários e lembrar um pouquinho de cada um de vocês.

O Blogue é como se eu estivesse numa sala cheia de gente, é uma festa! YES PARTY! e eu participo um pouquinho da vida de cada um. Me envolvo, rio ou choro e tenho inspiração para escrever as postagens. Tenho um estalo e digo: vou escrever para você (não é assim?) - Quem foi alvo, sabe.

Tenho também uma caixinha na minha mesa, onde os post no it são jogados dentro. De vez em quando chacoalho a caixa e tiro a sorte. Pode ser uma palavra chave que desencadeia todo o pensamento que tive, um belo exercício para a memória. Escrevo em diversos lugares, como por exemplo, mesa de bar. Quem nunca fez isso?



Comentei no blogue do Norberto Kawakami que as palavras, eu já considerava como 'tags' chamativas que se conjugam formando um código de mensagem. hehehe ele respondeu perguntando:

- Luma, você já está na websemântica! Ou será folksonomia?

Será que isso tem cura?

Tenho que passar o meme para 5 pessoas (no mesmo esquema de cima, acata quem quiser): Márcio Pimenta, Lino Resende, Junior (me mata!), Yvonne (me estrangula) e Afonso, o chato (me corta em pedacinhos!).

Tenho outros memes para responder, farei isso em breve!

Roma Dewey, antiga frequentadora da blogosfera e que teve o seu bloguxo abduzido. Voltou em PodBlogCast. Assistam desde o primeiro episódio, são imperdíveis!

Quero agradecer aos mimos que recebi. Não farei indicações porque já as fiz anteriormente, portanto, agradeço:

Lili, por achar que esse "Blog Vale a pena conferir";
Gi, pelo prêmio "Blog Solidário";
Elisabete e Raquel Moniz, pelo "Prêmio Visitante" e
Luci Lacey, por confiar a mim um elo na Corrente da Amizade.

Dia 25 é dia de comemorar um marco na luta pelos direitos civis, foi o dia em que Rosa Parks, disse não!

Voarei para Sâo Paulo, será vapt-vupt e se conseguir conexão, ainda me verão no fim de semana. Quanto a postagem do dia 21, muitos me perguntaram se eu estou de coração partido, mágina!!! como diria Ivan Lins, "Meu coração é um barco de vilas içadas"...se é que me entendem...

Bom fim de semana!
Beijus,
Luma

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...em quietude, sem solidão

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