Quem anda brincando como o tempo? Antes ele não corria assim!
Mais um aniversário se foi!
Feliz ano novo!
Quero agradecer todas as palavras amigas que deixaram aqui e em seus bloguinhus, os presentinhos virtuais, os e-mails, voice-mails pelo jartx e todo carinho. E citando Flora Figueiredo:
"Querem um verso, mas não sou capaz.Vejo a palavra fraturar as entrelinhas,tento soldá-las, mas não são minhas.Rompeu-se o verbo e me deixou pra trás"É, estou sem palavras! Neste dia com nome, houve desculpa para o abandono, a batucada começou cedo e estendeu-se pela noite.
Nestes tempos que correm, necessito cada vez mais de conversas boas, daquelas que enchem a alma, de palavras. Eu tive muito isso. Agradeço à Deus por colocar tantas pessoas especiais no meu caminho. Infelizmente a festa acabou!
Hoje acordei só querendo café e poesia, cama e fidalgia.
"Descobri no último aniversário Que embora sinta vontade De me esconder dentro do armário Gosto muito de abraço De ganhar colo e abrir champanhe. Ainda que eu sempre estranhe E não saiba muito bem Porque tantos parabéns Fico feliz com os presentes Suporto melhor os parentes E não me pergunto na hora O que há de mentirinha Nessa atual história. Quem me dera tanto afeto Duas vezes por semana Pra derreter a couraça Pra amenizar minha gana. Se possível congelaria Muitos pedaços de bolo Pra durante o ano carente Comê-los como consolo". Elisa LucindaHoje ficarei acompanhada de Lucinda, essa atriz e poeta, que se diz
“poetriz”: Dá voz aos versos que fez no palco e seu livro:
“Eu te amo e as estréias” é cheio de imagens femininas e libidinosas, é um show.
Como ela mesma diz:
“Dizer eu te amo, é uma estréia”. Ainda brinca dizendo que homem não sabe dizer
“eu te amo” - Eu acrescento: se não sabe dizer, uns dizem à torto sem saber direito.
A mulher sempre pergunta:
“Cê me ama?” porque gosta sempre de ouvir, ruim é ouvir
“- Já lhe disse no ano passado...”“Eu te amo”, não tem validade.
Mas o mesmo eu te amo não tem a mesma validade, dependendo do lugar em que se diz.
O “eu te amo” que se diz na cama, não é o mesmo que se diz no almoço.Ela não declama, ela diz a poesia. Mas diz de um jeito que não deixa ninguém indiferente. Menestrel moderna, a poeta capixaba Elisa Lucinda, leva os seus versos para o palco acordando a palavra e a transformando em gesto. Mulata, de voz rouca e olhos verdes fulminantes – não é exagero, esses mesmos olhos hipnotizaram o prêmio Nobel de Literatura José Saramago, que depois de assisti-la, declarou:
“Se depender de Elisa, as relações culturais entre Brasil e Portugal vão bem...”O romancista chileno Antônio Skármeta, autor de
“O carteiro e o Poeta” também foi fisgado. Gravou com ela uma entrevista para o People & Arts e endoidou.
O livro que citei, não é único. Autora de rimas simples, de tão sofisticadas, Elisa faz poesias sobre paixão, política e prisão de ventre. Mas a tônica é o amor, o feminino e o homem que partilha isso. Sua parabólica capta versos.
Sua essência é de fêmea livre, sem que precise de processos de libertação. Seu poema é de quem sai de casa, transa e bota minissaia...
Seu primeiro livro, foi feito artesanalmente em 92 tem prefácio de Grande Otelo
“Aviso da lua que menstrua”, que ainda não li - a guinada mesmo, veio com “Sócias dos Sonhos”, lançado no Teatro Rival.
“Quero ser minha para poder ser suaquero nunca mais partirpara longe de mim.Vem, alivia, adianta, advinhaQuero ser sua pra poder ser minha...”(Espelho meu - Eu te amo e suas estréias)Ia esquecendo de dizer; Elisa realizou uma utopia: A poesia lhe paga as contas.
Boa semana!
Beijus,
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