Internet e Poesia: Isso combina?

As questões levantadas serão debatidas postumamente na feira do livro em Florianópolis, sob organização e mediação do poeta Rodrigo Capella, no dia 15/12 às 15 horas no largo da alfandega - se puder ir, está convidado.
Bem complicado o mercado editorial brasileiro - um mercado pequeno, disputado e imprevisível. Os autores são temperamentais e se orgulham de não entenderem nada de negócios e os novos editores, com raras exceções, não são movidos pelo desejo de ganhar dinheiro, o desejo não é ficar rico e se assim o for, é melhor comprar ações - o risco é bem menor.
Em torno da vontade de fazer livros e da vontade de intervir no debate cultural, giram aspirações irracionais, até chegar ao real motivo principal que é; realizar os sonhos dos autores novatos, que convictos sentem que podem ocupar espaços inexplorados pelos mais tradicionais.
Editores e autores partilham de uma necessidade crônica de produção, vida e trabalho se misturam, nessa paixão por livros e escrita dificilmente você verá um dos dois falar de um assunto diferente que ao final não chegue ao lugar comum: livros.
A convivência e intervenção externa nem sempre é bem vinda - o silêncio é um aliado para as idéias fluírem. Num contracenso, essa turma de intelectuais, nas horas vagas adora a combinação "Prosa e botequim". Ah! os nossos editores, nunca pensaram em frequentar a London School of Economics, para depois publicarem textos que falassem das misérias e conflitos do Brasil.
Uma verdade tem que ser dita: Os nossos escritores "desbarangaram". Sinal dos tempos? Há também uma preocupação com a memória do país e invariavelmente vemos investimentos nesse sentido. Aqui mesmo na blogosfera - O escritor blogueiro Marco Santos que lançou o livro “Popularíssimo – O ator Brandão e seu tempo” e assumiu toda a parte técnica da produção. Grande sucesso, merecedor de entrevistas na televisão - A primeira delas no programa do Jó Soares e agora outras virão. Resultado de esforço pessoal - ele é pai e mãe do seu livro.
A internet funciona? No caso do Marco não sei. Ele se esqueceu de dizer pro Jó que é blogueiro, esqueceu no afã da entrevista do seu amado bloguinhú.
A internet funciona sim, como um exercício para testar a aceitação dos leitores, numa espécie de zine virtual, porque é triste constatar que os editores quase não publicam poesia.
No mercado editorial é normal encontrarmos parcerias, edições co-financiadas pelos poetas, num processo bem mais trabalhado, como os livros de Jorge Mautner e Roberto Piva. Uma confiança mútua, que só encontra espaço fora das editoras tradicionais.
A internet veio para aproximar poetas e leitores.
A internet é só uma nova forma de distribuição como publicar livros ou simplesmente escrever versos manualmente e distribuir nas ruas...Mas são grandes as vantagens na internet que atinge um público maior, os textos ficam expostos por tempo indefinido e por um custo menor do que uma publicação física, muitas vezes até gratuito, o que prova estarmos vivendo uma revolução. Bandas disponibilizam músicas para download, onde quem as copia decide quanto pagar, programadores disponibilizam softwares grátis, filmes caem na rede e mesmo assim são sucesso de bilheteria, autores disponibilizam textos gratuitos e todos conseguem uma certa "fama" e ganham dinheiro a partir daí com shows, palestras, etc...Parece que os direitos autorais estão finalmente com os dias contados!
ResponderExcluirAbraço,
Frank
http://qseflog.blogspot.com
Oi Luma
ResponderExcluirEu acho q como vc disse aproxima o escritor e o leitor, mas não pode fazer como o cara fez na entrevista do Jô dar as costa ao meio q o colocou no ar
Um exemplo q funciona foi o caro do conto do Stephen King que ele comercializou na internet foi mais vendido q os livros dele.
Beijos
http://bardd.co.uk/blog
P.S.
estou convidando algumas pessoas a participarem do meu blog enviando uma ou mais histórias curiosas de natal se vc quiser participar o meu email é tokko@terra.com.br
Olá Luma, obrigada pela visita! E parabéns pelo excelente blog!
ResponderExcluirBjinhos c/ boas energias e.. até breve! :)
Luma, adorei seu post (sério mesmo). Hoje em dia tem muitos escritores que se adoram, esquecem que escrever não é apenas sentar frente ao computador ou da folha em branco e criar. Ninguém lê e tão pouco pesquisam coisa alguma. Mas se acham excelentes e nossa, ninguém diga o contrário.
ResponderExcluirRealmente a coisa mudou, até porque escrever virou terapia e levaram muito a sério a questão: plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro. Nossa. E como levaram a sério.
Beijos
Luma, posso falar por experiência própria. Publiquei o meu livro com uma editora pequena, independente. Tenho controle total sobre a obra. Posso fazer quantos exemplares desejar, vendo diretamente sem intermediários.
ResponderExcluirA internet é uma grande vitrine, é a nossa calçada. Conhecí Plínio Marcos vendendo seus livros de mão em mão, nos idos de 76 quando não se sonhava com a web. Hoje, ele seria campeão absoluto de vendas. Não posso reclamar. Fiz uma segunda tiragem e essa também já se esgotou. Então, a internet funciona sim. Fica a critério de cada um, fazer a triagem, descobrir o que presta do que não presta. Mas, numa livraria não é muito diferente, não é mesmo?
Beijo, menina
Oi Luma! Pena que não fiquei sabendo antes dessa blogagem coletiva! Hoje fiquei sem computador o dia inteiro, então nem pude participar. Esperemos a próxima... :(
ResponderExcluirBeijossssssssssss
Tb acho triste q os editores não tenham gosto de publicar poesia, justamente pq não tem público ávido q saiba apreciar a qualidade de uma poesia acho que é isso.
ResponderExcluirBig Beijos
Acredito que a questão seja mesmo a de objetivar-se lucros. Poesia não vende tanto. Há um público seleto para ela.
ResponderExcluirbeijo, menina
A net nos revela grandes poetas anônimos. Alguns permanecem no anonimato, mas com talento. Outros conseguem o estrelato...
ResponderExcluir