Internet e Poesia: Isso combina?

O Ricardo Rayol convoca a todos para um interessante debate em forma de blogagem coletiva. Além da proposta inicial em que diversos assuntos estão sendo discutidos; você tem a oportunidade de expor a sua visão pessoal sobre o mercado editorial brasileiro, duvidas ou sugestões de como divulgar poesia na Internet ou de como escrever uma boa poesia, como publicar um livro e quais os critérios que as editoras utilizam para publicar um livro de poesia, incentivos fiscais etc. Fale aquilo que estiver com vontade!

As questões levantadas serão debatidas postumamente na feira do livro em Florianópolis, sob organização e mediação do poeta Rodrigo Capella, no dia 15/12 às 15 horas no largo da alfandega - se puder ir, está convidado.

Bem complicado o mercado editorial brasileiro - um mercado pequeno, disputado e imprevisível. Os autores são temperamentais e se orgulham de não entenderem nada de negócios e os novos editores, com raras exceções, não são movidos pelo desejo de ganhar dinheiro, o desejo não é ficar rico e se assim o for, é melhor comprar ações - o risco é bem menor.

Em torno da vontade de fazer livros e da vontade de intervir no debate cultural, giram aspirações irracionais, até chegar ao real motivo principal que é; realizar os sonhos dos autores novatos, que convictos sentem que podem ocupar espaços inexplorados pelos mais tradicionais.

Editores e autores partilham de uma necessidade crônica de produção, vida e trabalho se misturam, nessa paixão por livros e escrita dificilmente você verá um dos dois falar de um assunto diferente que ao final não chegue ao lugar comum: livros.

A convivência e intervenção externa nem sempre é bem vinda - o silêncio é um aliado para as idéias fluírem. Num contracenso, essa turma de intelectuais, nas horas vagas adora a combinação "Prosa e botequim". Ah! os nossos editores, nunca pensaram em frequentar a London School of Economics, para depois publicarem textos que falassem das misérias e conflitos do Brasil.

Uma verdade tem que ser dita: Os nossos escritores "desbarangaram". Sinal dos tempos? Há também uma preocupação com a memória do país e invariavelmente vemos investimentos nesse sentido. Aqui mesmo na blogosfera - O escritor blogueiro Marco Santos que lançou o livro “Popularíssimo – O ator Brandão e seu tempo” e assumiu toda a parte técnica da produção. Grande sucesso, merecedor de entrevistas na televisão - A primeira delas no programa do Jó Soares e agora outras virão. Resultado de esforço pessoal - ele é pai e mãe do seu livro.

A internet funciona? No caso do Marco não sei. Ele se esqueceu de dizer pro Jó que é blogueiro, esqueceu no afã da entrevista do seu amado bloguinhú.

A internet funciona sim, como um exercício para testar a aceitação dos leitores, numa espécie de zine virtual, porque é triste constatar que os editores quase não publicam poesia.

No mercado editorial é normal encontrarmos parcerias, edições co-financiadas pelos poetas, num processo bem mais trabalhado, como os livros de Jorge Mautner e Roberto Piva. Uma confiança mútua, que só encontra espaço fora das editoras tradicionais.

A internet veio para aproximar poetas e leitores.

9 comentários :

  1. Anônimo11:23

    A internet é só uma nova forma de distribuição como publicar livros ou simplesmente escrever versos manualmente e distribuir nas ruas...Mas são grandes as vantagens na internet que atinge um público maior, os textos ficam expostos por tempo indefinido e por um custo menor do que uma publicação física, muitas vezes até gratuito, o que prova estarmos vivendo uma revolução. Bandas disponibilizam músicas para download, onde quem as copia decide quanto pagar, programadores disponibilizam softwares grátis, filmes caem na rede e mesmo assim são sucesso de bilheteria, autores disponibilizam textos gratuitos e todos conseguem uma certa "fama" e ganham dinheiro a partir daí com shows, palestras, etc...Parece que os direitos autorais estão finalmente com os dias contados!

    Abraço,
    Frank
    http://qseflog.blogspot.com

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  2. Anônimo11:31

    Oi Luma
    Eu acho q como vc disse aproxima o escritor e o leitor, mas não pode fazer como o cara fez na entrevista do Jô dar as costa ao meio q o colocou no ar
    Um exemplo q funciona foi o caro do conto do Stephen King que ele comercializou na internet foi mais vendido q os livros dele.
    Beijos

    http://bardd.co.uk/blog

    P.S.
    estou convidando algumas pessoas a participarem do meu blog enviando uma ou mais histórias curiosas de natal se vc quiser participar o meu email é tokko@terra.com.br

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  3. Olá Luma, obrigada pela visita! E parabéns pelo excelente blog!

    Bjinhos c/ boas energias e.. até breve! :)

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  4. Luma, adorei seu post (sério mesmo). Hoje em dia tem muitos escritores que se adoram, esquecem que escrever não é apenas sentar frente ao computador ou da folha em branco e criar. Ninguém lê e tão pouco pesquisam coisa alguma. Mas se acham excelentes e nossa, ninguém diga o contrário.
    Realmente a coisa mudou, até porque escrever virou terapia e levaram muito a sério a questão: plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro. Nossa. E como levaram a sério.
    Beijos

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  5. Luma, posso falar por experiência própria. Publiquei o meu livro com uma editora pequena, independente. Tenho controle total sobre a obra. Posso fazer quantos exemplares desejar, vendo diretamente sem intermediários.
    A internet é uma grande vitrine, é a nossa calçada. Conhecí Plínio Marcos vendendo seus livros de mão em mão, nos idos de 76 quando não se sonhava com a web. Hoje, ele seria campeão absoluto de vendas. Não posso reclamar. Fiz uma segunda tiragem e essa também já se esgotou. Então, a internet funciona sim. Fica a critério de cada um, fazer a triagem, descobrir o que presta do que não presta. Mas, numa livraria não é muito diferente, não é mesmo?
    Beijo, menina

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  6. Oi Luma! Pena que não fiquei sabendo antes dessa blogagem coletiva! Hoje fiquei sem computador o dia inteiro, então nem pude participar. Esperemos a próxima... :(

    Beijossssssssssss

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  7. Tb acho triste q os editores não tenham gosto de publicar poesia, justamente pq não tem público ávido q saiba apreciar a qualidade de uma poesia acho que é isso.
    Big Beijos

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  8. Acredito que a questão seja mesmo a de objetivar-se lucros. Poesia não vende tanto. Há um público seleto para ela.
    beijo, menina

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  9. Anônimo10:27

    A net nos revela grandes poetas anônimos. Alguns permanecem no anonimato, mas com talento. Outros conseguem o estrelato...

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