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Sobre ontem



"Não é verdade que o amor seja um sentimento incondicional. Há hiatos no amor. Tem horas em que a tolerância, a generosidade e as virtudes que o acompanham sucumbem às circunstâncias. Tem horas que você quer ver o seu amor morto porque seria um alívio. Esta é a verdade.

Depois o momento passa e a gente ama bonito outra vez.
Ou não."

in "A droga do vício", Entre ossos e a escrita, Maitê Proença

A Yvonne gosta tanto da Maitê que comecei a observar. Talvez queira ir para a Conxinchina quando as coisas parecerem pegar fogo! O pensamento aquece e sai umas coisas dessas. Vai saber!



No dia 31 de Março, a Dª Maitê Proença estava na Livraria Argumento para lançamento do primeiro romance "Uma Vida Inventada" e de quebra, no pacote "Entre Ossos e a Escrita", crônicas com edição revisada.

Estava poderosa em um vestido vermelho. Eu fiquei cá pensando, porque as mulheres bonitas só ganham credibilidade depois de uma certa idade e também porque passam a falsa impressão de não sofrimento, como se a vida refletisse sua própria beleza, numa visão etérea imune às dores.

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LAURA MATTOS

Nenhuma novela de televisão daria conta da vida de Maitê Proença, 48, que está muito mais para Nelson Rodrigues. Resumir seus dramas neste texto parece injusto, mas obrigatório para escrever sobre seu livro "Uma Vida Inventada" -uma mistura de ficção à sua surpreendente biografia. Aos 12, Maitê tem a mãe assassinada pelo pai por adultério. Enfrenta a condenação da família por atuar como testemunha de defesa dele. Aos 16, faz um aborto. Presencia a morte de um irmão por problemas com bebida. Prestes a ganhar seu primeiro papel de destaque, sofre um acidente e fica um ano sem trabalhar. No auge do sucesso, ouve do pai, internado com câncer no cérebro, o pedido para que desligue os aparelhos. Recusa-se e, dias depois, ele se mata. Tudo isso, e histórias do uso de drogas e outras viagens, está no livro.

Maitê conta que não falava publicamente do passado até "um programa de auditório" resolver, ao vivo e sem sua prévia autorização, abrir sua vida "ao Brasil inteiro numa tarde de domingo", o que a deixou "chocada". Foi o "Domingão do Faustão", em 2005. A atriz diz ainda que a história que se sabe sobre seu envolvimento com Lima Duarte é fruto "da versão dele, que gosta de florear a realidade".

Maitê - "Achava que estava de passagem pela carreira. Um belo dia vi que era uma pessoa embrutecida, com dificuldade para me sensibilizar. De repente, a atriz me passou uma rasteira, tinha a desculpa do personagem, que podia estar triste, magoado. A Maitê não, o personagem podia"

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Assim como outros blogueiros, recebi dois exemplares do livro. Vou doá-los à biblioteca municipal, juntamente com outros livros e acrescentar oportunidades de leitura além dos livros didáticos.

Há criaturas que não suporto. Os vagabundos, por exemplo. Parece-me que eles cresceram muito e, aproximando-se de mim, não vão gemer peditórios: vão gritar, exigir, tornar-me qualquer coisa.

Certos lugares que me davam prazer tornaram-se odiosos. Passo diante de uma livraria, olho com desgosto as vitrinas, tenho a impressão de que se acham ali pessoas, exibindo títulos e preços nos rostos, vendendo-se. É uma espécie de prostituição. Um sujeito chega, atenta, encolhendo os ombros ou estirando o beiço, naqueles desconhecidos que se amontoam por detrás do vidro. Outro larga uma opinião à toa. Basbaques escutam, saem. E os autores, resignados, mostram as letras e algarismos, oferecendo-se como as mulheres da rua da lama (Graciliano Ramos, em Angústia)

Porque antes de esticarem os beiços e usarem do artifício que a folha usou, vejam que por dentro da capa, existe mais do que aparência. O conteúdo sorvido sem maturidade dilapila o caráter e o contrário procede.

Beijus,
Luma

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