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O Traidor do Rock

traidor do rock

Cérebro virtual, amigo ou inimigo?

the wall

Os tênues limites da pornografia

Mapplethorpe

E o cinema se desen(cantou) e falou.

"Meu chapa, se você tem que perguntar, então nunca vai saber".
Louis Armstrong, quando lhe pediram para definir o jazz - Porque jazz não se defini, senti!

O jazz, que nascera mais ou menos junto com o século passado, chegou à segunda geração dando um salto qualitativo como poucos haveria dali em diante. O responsável pela inovação foi o trompetista e cantor Louis Armstrong, nascido em Nova Orleans, berço do gênero, em 1900, apelidado "Satchmo" em referência à sua "satchel mouth", literalmente "boca de sacola", pelo tamanho dela.

Nos tempos de menino prodígio, Armstrong desenvolvera a autoconfiança que o levou, quando tornou-se líder de sua própria banda - os Hot Five - em 1925, a inaugurar a era das longas e melodiosas improvisações e do canto puramente rítmico e sem sentido - duas marcas amplamente imitadas e que acabaram por se confundir com a própria essência do jazz. Mas tarde, aperfeiçoado por Ella Fitzgerald, esse canto improvisado e sem palavras ficaria conhecido como "scat".

Nas décadas de 20 e 30, o Harlem também era palco da inusitada mistura de artistas extra-classe e bandidos de elite. O Cotton Club sintetizava esse estranho amálgama: no palco, a nata da música e da dança, como Duke Ellington, o próprio Louis Armstrong, Lena Horne (que morreu no último dia 10 de maio) e o sapateador Bill Robinson. Todos negros. Na platéia, alguns dos mais violentos mafiosos americanos, como Lucky Luciano e Dutch Schultz, e astros consagrados de Hollywood, como Charles Chaplin e Gloria Swanson. Só brancos.

Você que assistiu o filme Cotton Club, pode sentir a atmosfera da época. Em plena era do jazz, o Cotton Club de Nova York se transformou na meca do gênero, justo porque foi ali que Duke Ellington e sua banda, tiveram a sua estréia. A casa, no Harlem, era frequentada, como disse acima, exclusivamente por brancos de alto poder aquisitivo e oferecia finas iguarias, mas foi a música que a fez ficar para a História.

Edward Kennedy Ellington nasceu em Washington em 1899, em uma família negra de classe média. Primogênito mimado, desde criança orgulhava-se de falar e vestir-se bem. Não demorou a receber o apelido de Duke (Duque). Estudava piano desde os 7 anos e, aos 17, começou a tocar ragtime num café. Sua primeira banda, The Washingtonians, experimentou mais baixos do que autos na sua cidade natal e em Nova York. A explosão veio com a missão de substituir King Oliver, um monstro sagrado do jazz, no Cotton Club.

A orquestra de dez integrantes que Duke formou então ficaria no lugar até 1932, exibindo seu naipe de aperfeiçoamentos e invenções: o uso da voz humana como instrumento de sopro e a maior utilização do contrabaixo, entre outros. O Duke compositor teve o seu primeiro sucesso em 1930, com "Mood Indigo" (originalmente "Dreamy blues"). Seguiram-se por mais de trinta anos clássicos como "Solitude", "Sophisticated lady", "In a sentimental mood" [links de vídeo]

Alguns anos antes de morrer, de pneumonia, em 1974, ele se dedicava com fervor à música sacra. Sobre ele, dizia seu amigo e também músico Billy Strayhorn: "Duke toca piano, mas o seu verdadeiro instrumento é a orquestra"

O jazz fez história também no cinema e por causa dele, o cinema se encantou...

“Esperem um pouco! Vocês ainda não ouviram nada!”

Al Jolson

Essa frase, ditas pelo grande astro branco (pintado de preto) Al Jolson no filme “O Cantor de Jazz” [vídeo], que estreiou em 1927, anunciou em alto e bom som, o começo do fim da era do cinema mudo.

As primeiras tentativas de sincronização da imagem com o som datam do final do século passado. Empresas e inventores independentes desenvolveram diversas técnicas, mas os problemas só foram solucionados por completo nos anos 20.

Nessa época, Lee Deforest, técnico dos laboratórios Bell, inventou um sistema baseado em discos fonográficos, no qual os motores do projetor e do sonorizador eram sincronizados por meios mecânicos. Outros inventores conseguiram registrar a trilha sonora na própria película, dispensando os discos e o maquinário adicional, mas isso sacrificava a qualidade do som.

A Warner Brothers – na época um jovem e ousado estúdio de Hollywood – apostou no sistema de discos, prontamente batizado de “Vitaphone”. Este foi usado pela primeira vez no filme “Dom Juan”, em 1926, para registrar a trilha sonora executada pela filarmônica de Nova York.

A princípio “The Jazz Singer” também teria apenas música e efeitos sonoros gravados, isso se Al Jolson, a estrela do filme, não tivesse pegado o microfone durante a sonorização e dito a célebre frase – “You ain’t heart nothing yet!” – um bordão que costumava usar em seus shows. O incidente acabou convencendo os irmãos Warner a substituir os tradicionais quadros de legendas por diálogos falados. Era uma iniciativa arriscada, mas que poderia salvar os estúdios da falência eminente. Não havia nada a perder. Al dublou 4 cenas, incluindo canções.

O filme conta a história do filho de um cantor de sinagoga que decide deixar a família para tentar a vida como artista da Broadway. Na estréia, ocorrida em 6 de Outubro de 1927, em Nova York, a platéia veio abaixo. O público simplesmente não esperava ouvir vozes, muito menos canções. A Frase dita por al Jolson pegou a todos de surpresa. O filme não só representava a era do cinema mudo, como também dava pistas do início da era dos musicais de Hollywood.

Mesmo com o sucesso de “O cantor de Jazz”, muita gente não acreditava no futuro do cinema falado. Charles Chaplin, por exemplo, dava três anos, para a “mania” dos filmes sonoros passasse e o público voltasse a dar atenção ao que realmente importava.

Carlitos, você estava errado.

Em tempo: Começou o 8º Rio das Ostras Jazz & Blues!

Serão 3 dias do maior festival de Jazz & Blues do país! Confira a programação no site!

Quem estiver por perto, não deixe de prestigiar e mesmo que você ache que o Jazz não seja a música para você escutar, dê uma chance!

Distra[em] si


"- Podes dizer-me, por favor, que caminho devo seguir para sair daqui?
- Isso depende muito de para onde queres ir - respondeu o gato.
- Preocupa-me pouco aonde ir - disse Alice.
- Nesse caso, pouco importa o caminho que sigas - replicou o gato."
Sei que está lendo o bloguinho. Sei que está aí, olhando para o monitor. E então? Como é a vida deste lado do ecrã?

Está confortável? Nunca se sabe quando os meus textos serão grandes, pode ter de ficar por aí ainda um bom tempo...

Escrevendo isto não pude deixar de soltar uma gargalhada, afinal alguns têm preguiça de ler textos grandes. Como sou má! Posso partir do princípio que quem bloga gosta principalmente de ler e de escrever - uma questão de treino!

Consegue perceber quando estou escrevendo alegre ou triste? Mas sabe que se perguntar eu respondo. Não sei se sabe, mas eu não tenho a capacidade de deixar alguém sem resposta. Se fiz, foi porque me distrai...

Se você não se distrai,
O amor não chega
A sua música não toca
O acaso vira espera e sufoca
A alegria vira ansiedade
E quebra o encanto doce
De te surpreender de verdade

Se você não se distrai,
A estrela não cai
O elevador não chega
E as horas não passam
O dia não nasce,
a lua não cresce
A paixão vira peste
O abraço, armadilha

(...)

Se você não se distrai,
Não descobre uma nova trilha
Não dá um passeio
Não ri de você mesmo
A vida fica mais dura
O tempo passa doendo
E qualquer trovão mete medo
Se você está sempre temendo
A fúria da tempestade

Este é um trecho da música "Distração". Composição de Christiaan Oyens e Zélia Duncan.

Escute a música toda e distraia-se!

O player é do Youtube [luma inventando moda]



Jana, o "Yes Party!" do nome do "Luz de Luma" foi acrescentado ao título em 2006, no dia do meu aniversário. Dei este presente ao bloguinho e a culpa foi do moço da bebida!

Ora, ora, como é distraído! Não se esqueça de responder as perguntas... rs.
Bom fim de semana! Beijus,

tango

Te convido para uma dançaEn tu brazos
Estou de mãos vazias
Vence quem der o primeiro passo
Largo
Preciso
Passo que me enlace
Me passe pra frente
Corpo a corpo com o inimigo -
Bendito
Doce ardil dos soldados cansados
Que aceitam os afagos sem pestanejar

Eu sou teu
Faça bom proveito
Agora que meu passo se acerta
Me liberta do vazio

Nossas pernas juntas:
Doce coreografia
Dos corpos que se reconhecem
E tecem cortinas de vento

Nossos passos oferecem o jogo do amor
Para olhos famintos
Como um tango eu te seduzo
Te uso para me salvar
Te faço bailarina de minhas dores
E amores voltam a fazer sentido

Bailamos livres
Crianças em tobogãs
Suados, cansados
Felizes como doces aprendizes
A desfilar histórias
Nos salões das glórias incontidas.


Raul Franco
(ator, diretor, escritor e poeta).


As imagens acima foram retiradas da animação em 3D En Tus Brazos. Confira no vídeo abaixo:



Animação Franco/Espanhola dirigida por François-Xavier Góby, Edouard Jouret e Matthieu Landour. Apresentada em vários festivais, entre eles: Califórnia (San Diego - Siggraph 2007 concessão de excelência), Argentina (Mar del Plata), Annecy (France), Auch (France), Poland (ReAnimacja), Miami (romance), Spain (Animac), Monaco (Imagina), Bristol, France (Valenciennes e Paris) e Séoul. Premiada também na 15ª edição do maior festival da América Latina de animação, o Anima Mundi, em Stop Motion/2007

"Don't stop, hold me tight!"

Recentemente a Unesco declarou o tango patrimônio cultural "imaterial" da humanidade e segundo a história argentina, apesar do tango ter nascido nos prostíbulos durante a imigração européia, no início do século 20, atravessou o tempo e as fronteiras de Bueno Aires e Montevidéu - Fato confirmado no último Campeonato Mundial de Tango realizado em Buenos Aires, quando um casal de dançarinos japoneses venceram a disputa.

Na Infopédia, que reúne dados de 16 dicionários (fontes) diz que o tango: "É uma dança de origem africana, levada talvez pelos escravos negros, durante o século XVIII, para a América Espanhola, donde lhe provêm certas características espanholas, tendo tido maior desenvolvimento na Argentina, donde veio para a Europa, por volta de 1915, sob o nome de tango argentino"

O tango se espalhou e possui muitos adeptos da dança ou simplesmente da música pelo mundo, que o diga a blogueira Teresa que saiu da França dando pasos e agora dá mais pasos em Dublin!

O tango nem sempre teve este prestígio e para ilustrar, cito um fato acontecido no passado, contra o tango - Foi às vésperas da Primeira Guerra, o Kaiser Guilherme II preocupava-se com confrontos bem mais amenos. Ele "pediu" ao Exército e à Marinha que suas tropas não dançassem, nem o tango nem o two-step, considerados obcenos, e que evitassem pessoas que os dançassem.

Alguns dizem que não, mas a vida no passado era bem mais complicada!

"Don't stop, hold me tight!"

* Parabéns aos artistas brasileiros: Eduardo Kobra, Daniel Azulay, Kika Goldstein, Margot Monteiro, André Crespo, Marcelo Neves, Susy Magalhães, Alessandro Jordão, Anna Guerra, Kiko Sobrino, Gabriel Nehemy, Charles Chaim, Lilian Bomeny, Gustavo Rosa e Victor Brecheret (homenageado póstumo) que fizeram parte da delegação brasileira de artistas plásticos que estiveram em Paris, no Salon National Des Beaux-Arts 2009, neste fim de semana, expondo seus trabalhos no Museu do Louvre.

* Conheça o mapa das artes!

Boa semana!

Com que roupa eu vou? [update]

Eu hoje estou pulando como sapo,
pra ver se escapo
desta praga de urubu...

Trecho da música "Com Que Roupa?"
Composição: Noel Rosa
Desenho: Lan

"Com que Roupa?" foi o primeiro sucesso de Noel Medeiros Rosa (1910-1937). Composto em 1929, gravado em 1930 e estourou no carnaval de 1931. Traz a marca de um poeta irreverente, boêmio, coloquial, que se inspirava no cotidiano do Rio e, principalmente, de Vila Isabel, para criar obras-primas, algumas de cortante lirismo.

São várias as histórias sobre "Com que Roupa?", muitas inventadas pelo próprio Noel - como a que conta que sua mãe escondia suas roupas para ele não sair de casa: "Com que Roupa?" dizia Noel aos amigos que o chamavam para a noite.

Na época, ele integrava o Bando de Tangarás, fundado em 1929, como integrantes: o Almirante (Henrique Foréis Domingues), João de Barro (Braguinha), Henrique Brito, Alvinho e o próprio Noel. Em 1931, chegou a se matricular na faculdade de medicina, mas desistiu do curso, com uma singela alegação:

"Prefiro ser um bom sambista a um mau médico"

O jaleco branco nunca estaria entre as respostas ao refrão de seu primeiro sucesso, mas bom sambista ele foi, mesmo, aprendendo rapidamente as lições dos mestres dos morros cariocas. Foi também um dos maiores letristas da história da música brasileira.

Noel Rosa
Estátua "Conversa de Botequim", localizada na entrada de Vila Isabel (duplicada).

Com menos de 27 anos de vida - morreria de tuberculose - deixou preciosidades como "Feitico da Vila", "Três apitos" e "Último desejo", entre tantas outras popularizadas por Aracy de Almeida, Mário Reis e Francisco Alves, seus principais interpretes.

Com o rosto deformado ao nascer pelo mau uso do fórceps - o que o levaria a mastigar com dificuldade - e de saúde frágil, Noel não era talhado para a vida boêmia que levava, virando noites em botequins e muitas vezes dormindo de favor na casa do amigo Cartola, sambista pobre do Morro da Mangueira.

Para ganhar dinheiro vendeu, "por uma bagatela", muitos sambas, "que davam bons lucros" - para os outros. Em uma entrevista de 1932, Noel Rosa comentou:

"Eu era um otário. Agora (...) estou começando a compreender a vida. Não vendo mais sambas".

Até morrer foi fiel à promessa e a si: continuou boêmio, compondo samba para as suas muitas mulheres - entre elas a musa Ceci e a esposa Lindaura, com quem teve um casamento infeliz.
  • No próximo carnaval, Noel será homenageado na avenida pela Escola de Samba Vila Isabel, por ocasião do centenário de seu nascimento - com o título: "Noël: A Presença do "Poeta da Vila", da autoria de Alex de Souza e samba enredo com sua história contada e cantada (composição: Martinho da Vila) - [leia + samba enredo da Vila Isabel 2010]
  • Nesta sexta-feira, às 22hs. na quadra da Escola de Samba, Vila Isabel será apresentado show tributo em homenagem à Noel Rosa - Repertório cantado por Martinho da Vila e convidados (Mart´nália, Arranco de Varsóvia, Anjos das Lua, Diogo Nogueira, Ana Costa, entre outros).
  • A Rádio MPB FM (ouça online) - no Chat das 5, Zé Renato conversa com os internautas sobre suas regravações de Noel Rosa e o aniversário do poeta da Vila.
  • Noel Rosa, sua vida e seus amores - apresentação única no Universo Cultural da Matilde em São Caetano (Grande ABC), nesta sexta-feira, às 20h - entrada franca.
  • Fica a sugestão de filme para quem não quer sair de casa: Noel Rosa - o Poeta da Vila.
  • Para saber de mais eventos, acesse a Agenda do Samba & Choro.
  • Livros e filmes
"Deus vê tudo e tudo sabe / Mas não sabe calcular / A hipocrisia que cabe / Dentro deste teu olhar" em Verdade Duvidosa.
Festa no céu este fim de semana!

[update] - Vamos combinar! Este blogue é muito bem frequentado! O Marco Santos, meu amigo, ator, escritor, jornalista editor do Blogue "Antigas Ternuras" pediu que eu fizesse uma correção no parágrafo em que escrevo sobre os integrantes do Bando de Tangarás - do modo como eu havia exposto, dava a entender que João de Barros era almirante. Almirante era como chamavam Henrique Foréis Domingues e João de Barro, o Braguinha; duas pessoas distintas!

E a festa continua!!

Beijus,

which clarinet?

Olhem bem o Woody Allen, ele provou que sabe fazer de maneira diferente, sem perder a originalidade...calma! calma! Não vou falar de filmes!

Para Woody não existe meio termo, uns amam, outros odeiam!

KarlfreySe ele não fosse cineasta e lhe fosse dada alternativas de escolha, facilmente escolheria ser músico profissional e voltar no tempo. O clarinete é parente pobre do seu talento, pois a música morreu na altura em que ele atingiu a maioridade e foi justo quando o rock nasceu.

Woody Allen, o cineasta profissional que é também clarinetista de jazz amador.

Todas as segundas-feiras à noite no bar do Hotel Carlyle, no Upper East Side de Manhattan, em Nova Iorque, ele é convidado especial e frequente de Eddy Davis New Orleans Jazz Band. Neste lugar ele alimenta a sua paixão pelo jazz.

Woody Allen foi mais além nesta carreira quando realizou a primeira excursão européia em 1996, como músico - o que resultou no documentário Wild Man Blues, assinado por Barbara Kopple.

Allen (Allan Stuart Königsberg) completa hoje, dia 1º de Dezembro, 74 anos (1935) e disse certa vez, que não perde tempo em ouvir música elaborada após os seus vinte anos. Para ele que nasceu na época de ouro da música popular americana, a música parou na década de 50 - tempo em que, a música americana tinha um certo glamour e recebia bastante influência da Europa.

Assista cantando (raridade) - muito cute! E tocando clarinete ao lado de Eddy Davis no Hotel Carlyle.

wood allen ap. hotel carlyle

Quem assisti aos filmes de Woody Allen, sempre atenta para as músicas, cujas referências jazzistas são evidentes. Em "Manhattan" as composições de George Gershiwn ajudam na estrutura da narrativa. Em "Através da Noite" conta a história de Emmet Ray, um gênio esquecido do jazz e da guitarra, que desmaiava toda vez que via Django Reinhard e por aí vai!

Vamos combinar que é difícil encontrar canções tão maravilhosas como as de Irving Berlin, Cole Porter, George Gershwin ou Jerome Kern. Depois, veio o rock, onde a música americana tornou-se bastante egocêntrica: I gotta be me, I did it my way.

A América teve New Orleans Band que recuperou o chamado dixieland, a primeira forma de jazz que atingiu grande popularidade, com nomes como Sidney Bechet, Earl Hines ou Louis Armstrong.

E lógico que tudo evolui, no caso do jazz não sei, não gosto desse jazz europeu atual, gosto mais das músicas "antigas" qualquer que seja o seu estilo. Da modernidade, nos resta pouca coisa para pular, ops! dançar.

Aproveitando para perguntar: Alguém aí sabe dançar de rosto colado, dançou alguma vez? (rs*)

As facilidades do mundo atual, acabam por desprezar hábitos que afinam o nosso espírito. O que dirá da afinidade ou habilidade com os instrumentos musicais?

trompeta digital Eu estava vagueando na internet atrás de um violão elétrico, quando dei de cara com um trombeta digital, que gera 20 sons e permite que os músicos aperfeiçoem o fingering da válvula, o tempo, as notas, e as mudanças da chave antes de aprender ao controle da respiração e à colocação mestre do mouthpiece de uma trombeta de bronze real.

Tem um altofalante interno poderoso, e as microplaquetas de memória internas que podem gerar estes 20 sons, incluindo sete trombetas, oito instrumentos de bronze (tuba e trombone), cinco woodwinds (oboe e Clarinet), cordas e uma voz humana sintetizada

Sussurando ou cantando no mouthpiece, você cria notas e tons exatos, com a opção de jogar longitudinalmente e acompanhar canções; 10 canções pre-carregadas e as que podem ser adicionadas à memória interna, usando o software incluído. Tem uma modalidade de treinamento que usa diodos emissores de luz, permitindo que você siga sugestões iluminadas na válvula e o acompanhamento, retarda para baixo ou pausa para cronometrar e seguir o tempo correto.

Veja bem, como complicaram a nossa vida. Seria tão mais fácil, só tocar Clarinete! Que dirá tudo que vem agregado ao resto.

Brevidades

– Olá! Como vai?
– Eu vou indo. E você, tudo bem?
– Tudo bem! Eu vou indo, correndo pegar meu lugar no futuro... E você?
– Tudo bem! Eu vou indo, em busca de um sono tranqüilo... Quem sabe?
– Quanto tempo!
– Pois é, quanto tempo!
– Me perdoe a pressa - é a alma dos nossos negócios!
– Qual, não tem de quê! Eu também só ando a cem!
– Quando é que você telefona? Precisamos nos ver por aí!
– Pra semana, prometo, talvez nos vejamos...Quem sabe?
– Quanto tempo!
– Pois é...quanto tempo!
– Tanta coisa que eu tinha a dizer, mas eu sumi na poeira das ruas...
– Eu também tenho algo a dizer, mas me foge à lembrança!
– Por favor, telefone - Eu preciso beber alguma coisa, rapidamente...
– Pra semana...
– O sinal...
– Eu procuro você...
– Vai abrir, vai abrir, vai abrir...
– Eu prometo, não esqueço, não esqueço...
– Por favor, não esqueça, não esqueça...
– Adeus!
– Adeus!
– Adeus!

Esta é a letra da música "Sinal Fechado", composta por Paulinho da Viola e que se tornou título do disco de mesmo nome, gravado por Chico Buarque, que no início deste ano, completou 35 anos de existência.

A brevidade da vida! 35 anos, já passou! [Download do disco]

E na época, o regime de governo vigente no país, quis impor ao compositor: silêncio! e proibiram Chico Buarque, que músicas de sua autoria fossem gravadas. Como iria se sustentar? Por sugestão da gravadora Philips e, mesmo inseguro com suas cordas vocais, fez o disco "Sinal Fechado", gravando músicas de outros compositores.

"Neste LP Chico apenas interpreta outros compositores com exceção da faixa Acorda amor, de Leonel Paiva e Julinho da Adelaide, nomes criados para burlar a censura" [leia mais].

Chico

No ano após o lançamento de "Sinal Fechado", aconteceu o encontro memorável de Chico Buarque e Maria Bethânia, no palco do "Canecão" - que também rendeu um disco, onde foram selecionadas as melhores músicas, cantadas por uma cantora que não compõe e por um compositor que não canta, ooooops!! ...que prefere não cantar! Ou, canta e, errrr sei lá, acostumamos com o seu 'jeitinho', que mesmo cantando 'diferente', soube casar muito bem as músicas com sua voz.

A Revista Rolling Stones listou em seu 3º aniversário, as 100 canções que atestam a perenidade da música brasileira e Chico Buarque, marcou presença com 5 músicas, veja:
01. Construção (Chico Buarque)
02. Águas de Março (Elis Regina e Tom Jobim)
03. Carinhoso (Pixinguinha)
04. Asa Branca (Luiz Gonzaga)
05. Mas Que Nada (Jorge Ben)
06. Chega de Saudade (João Gilberto)
07. Panis et Circenses (Os Mutantes)
08. Detalhes (Roberto Carlos)
09. Canto de Ossanha (Baden Powell e Vinícius de Moraes)
10. Alegria, Alegria (Caetano Veloso)
11. Domingo no Parque (Gilberto Gil e Os Mutantes)
12. Aquarela do Brasil (Francisco Alves)
13. As Rosas Não Falam (Cartola)
14. Desafinado (João Gilberto)
15. Trem das Onze (Demônios da Garoa)
16. Ouro de Tolo (Raul Seixas)
17. O Mundo É um Moinho (Cartola)
18. Sinal Fechado (Chico Buarque)
19. Quero Que Vá Tudo pro Inferno (Roberto Carlos)
20. Preta Pretinha (Novos Baianos)
21. Tropicália (Caetano Veloso)
22. Da Lama ao Caos (Chico Science & Nação Zumbi)
23. Inútil (Ultraje a Rigor)
24. Eu Sei Que Vou Te Amar (Vinícius de Moraes)
25. País Tropical (Wilson Simonal)
26. Roda Viva (Chico Buarque e MPB4)
27. Garota de Ipanema (Pery Ribeiro)
28. Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores (Geraldo Vandré)
29. Nanã – Coisa Número 5 (Moacir Santos)
30. Baby (Gal Costa)
31. Travessia (Milton Nascimento)
32. Ovelha Negra (Rita Lee)
33. Pérola Negra (Luiz Melodia)
34. Brasil Pandeiro (Novos Baianos)
35. Trem Azul (Lô Borges)
36. O Bêbado e a Equilibrista (Elis Regina)
37. Primavera (Tim Maia)
38. Eu Quero É Botar Meu Bloco na Rua (Sérgio Sampaio)
39. Metamorfose Ambulante (Raul Seixas)
40. Sangue Latino (Secos & Molhados)
41. Manhã de Carnaval (Luis Bonfá)
42. Sampa (Caetano Veloso)
43. Como Nossos Pais (Elis Regina)
44. Azul da Cor do Mar (Tim Maia)
45. Carcará (Maria Bethânia)
46. Ponteio (Edu Lobo e Marília Medalha)
47. Me Chama (Lobão e os Ronaldos)
48. Maracatu Atômico (Chico Science & Nação Zumbi)
49. Os Alquimistas Estão Chegando (Jorge Ben)
50. Ando Meio Desligado (Os Mutantes)
51. Disparada (Jair Rodrigues)
52. Diário de um Detento (Racionais MC’s)
53. Brasileirinho (Waldir Azevedo)
54. Sabiá (Cynara e Cybele)
55. Balada do Louco (Os Mutantes)
56. A Lua e Eu (Cassiano)
57. Conversa de Botequim (Noel Rosa)
58. Apesar de Você (Chico Buarque)
59. Minha Namorada (Carlos Lyra)
60. Na Rua, na Chuva, na Fazenda (Hyldon)
61. Chão de Estrelas (Silvio Caldas)
62. Luar do Sertão (Luiz Gonzaga)
63. Alagados (Paralamas do Sucesso)
64. As Curvas da Estrada de Santos (Roberto Carlos)
65. BR-3 (Toni Tornado)
66. Clube na Esquina nº2 (Milton Nascimento)
67. A Banda (Nara Leão)
68. Comida (Titãs)
69. Rosa de Hiroshima (Secos & Molhados)
70. Ronda (Inezita Barroso)
71. Como Uma Onda (Lulu Santos)
72. Gita (Raul Seixas)
73. Wave (Tom Jobim)
74. Sentado à Beira do Caminho (Erasmo Carlos)
75. Foi um Rio Que Passou em Minha Vida (Paulinho da Viola)
76. Samba de Verão (Marcos Valle)
77. Insensatez (Tom Jobim)
78. Cálice (Chico Buarque e Milton Nascimento)
79. Maria Fumaça (Banda Black Rio)
80. Vapor Barato (Gal Costa)
81. Que País É Este? (Legião Urbana)
82. Sossego (Tim Maia)
83. Ideologia (Cazuza)
84. Rosa (Orlando Silva)
85. O Barquinho (Maysa)
86. Nervos de Aço (Paulinho da Viola)
87. Meu Mundo e Nada Mais (Guilherme Arantes)
88. Sá Marina (Wilson Simonal)
89. A Flor e o Espinho (Nelson Cavaquinho)
90. 2001 (Os Mutantes)
91. Felicidade (Caetano Veloso)
92. Tico Tico no Fubá (Ademilde Fonseca)
93. Casa no Campo (Elis Regina)
94. O Mar (Dorival Caymmi)
95. Último Desejo (Aracy de Almeida)
96. Disritmia (Martinho da Vila)
97. Você Não Soube Me Amar (Blitz)
98. A Noite do Meu Bem (Dolores Duran)
99. Rua Augusta (Ronnie Cord)
100. Anna Júlia (Los Hermanos)
Muito esquisita essa última música constar na lista, mas veja bem, listas são listas e esta lista é da Revista, [ouça as músicas] portanto, faça a sua!

Ao lado, na sidebar, se quiser acessar a página da Revista NME e saber quais são os 100 melhores álbuns internacionais da década e ouvir, fique à vontade! Listarei para pesquisa póstuma - vai que a página sai do ar?
100. MGMT - Oracular Spectacular
99. The Maccabees - Colour It In
98. Gorillaz - Demon Days
97. Sigur Ros - Agaetis Byrjun
96. Shellac - Excellent
95. Bjork - Vespertine
94. Eighties Matchbox B-Line Disaster - Horse Of The Dog
93. Clap Your Hands Say Yeah - Clap Your Hands Say Yeah
92. The Sleepy Jackson - Lovers
91. Les Savy Fav - Let’s Stay Friends
90. Gallows - Orchestra Of Wolves
89. Frightened Rabbit - The Midnight Organ Fight
88. Bonnie Prince Billy - The Letting Go
87. Bon Iver - For Emma, Forever Ago
86. The Twilight Sad - Forget The Night Ahead
85. Roots - Manuva Run Come Save Me
84. Regina Spector - Soviet Kitsch
83. Laura Marling - Alas, I Cannot Swim
82. Mclusky - Mclusky Do Dallas
81. Field Music - Field Music
80. Danger Mouse - The Grey Album
79. Kings Of Leon - Youth And Young Manhood
78. Belle & Sebastian - Fold Your Hands Child, You Walk Like A Peasant
77. Isobel Campbell - Ballad Of The Broken Seas
76. Capdown - Civil Disobedients
75. The Shins - Chutes Too Narrow
74. Brand New - The Devil And God Are Raging Inside Of Me
73. Broken Social Scene - You Forgot It In People
72. MIA - Kala
71. Brian Wilson - Smile
70. Glasvegas - Glasvegas
69. Biffy Clyro - Puzzle
68. The Horrors - Primary Colours
67. Botch - We Are The Romans
66. Mogwai - The Hawk Is Howling
65. Muse - Black Holes And Revelations
64. The Radio Dept. - Lesser Matters
63. Godspeed You Black Emperor - Lift Your Skinny Fists Like Antennas To Heaven
62. Queens Of The Stone Age - Rated R
61. The National - Alligator
60. Green Day - American Idiot
59. The Hold Steady - Boys And Girls In America
58. Liars - Drum's Not Dead
57. Outkast - Stankonia
56. My Morning Jacket - Z
55. Hard-Fi - Stars Of CCTV
54. The Golden Virgins Songs Of Praise
53. Jamie T - Panic Prevention
52. Rufus Wainwright - Poses
51. The Good, The Bad and The Queen - The Good, The Bad and The Queen
50. MIA - Arula
49. Muse - Absolution
48. The Walkmen - Bows and Arrows
47. Brendan Benson - Lapalco
46. The Delgados - The Great Eastern
45. Avalanches - Since I Left You
44. Outkast - Speakerboxxx/The Love Below
43. Wilco - Yankee Hotel Foxtrot
42. Vampire Weekend - Vampire Weekend
41. Wild Beasts - Two Dancers
40. Ryan Adams - Gold
39. Crystal Castles - Crystal Castles
38. Bloc Party - Silent Alarm
37. The Knife - Silent Shout
36. Spirtualized - Let it Come Down
35. Babyshambles - Down In Albion
34. Grandaddy - The Sophtware Slump
33. Arcade Fire - Neon Bible
32. Yeah Yeah Yeahs - Show Your Bones
31. Bright Eyes - I'm Wide Awake, It's Morning
30. Elbow - Asleep In The Back
29. Super Furry Animals - Rings Around The World
28. Johnny Cash - The Man Comes Around
27. Amy Winehouse - Back To Black
26. Dizzee Rascal - Boy in Da Corner
25. The Rapture - Echoes
24. The Libertines - The Libertines
23. Klaxons - Myths Of The Near Future
22. Jay-Z - The Blueprint
21. The Coral - The Coral
20. Blur - Think Tank
19. The White Stripes - White Blood Cells
18. The White Stripes - Elephant
17. Sufjan Stevens - Illinois
16. The Streets - A Grand Don't Come For Free
15. Queens Of The Stone Age - Songs For The Deaf
14. Radiohead - Kid A
13. The Shins - Wincing The Night Away
12. LCD Soundsystem - Sound Of Silver
11. At The Drive In - Relationship Of Command
10. Radiohead - In Rainbows
09. The Streets - Original Pirate Material
08. Interpol - Turn On The Bright Lights
07. Arcade Fire - Funeral
06. PJ Harvey - Stories From the City, Stories From the Sea
05. Yeah Yeah Yeahs - Fever To Tell
04. Arctic Monkeys - Whatever People Say I Am, That's What I'm Not
03. Primal Scream - XTRMNTR
02. The Libertines - Up The Bracket
01. The Strokes - Is This It
Não há música que não sucumba nosso espírito!

Quero agradecer a todos os meus amigos bloggers que me parabenizaram pelo meu aniversário. Senti a energia de vocês e, mesmo viajando, estive pertinho da blogosfera, lendo a I Coletânea Scriptus, que ganhei de presente do Ery Roberto.

Quem não conhece a Coletânea Scriptus, pode acessar o site da Editora Novitas e se informar. A II Coletânea Scriptus, já está saindo do forno! Reserve seu volume!

Sobre a morte do meu amigo Sanches; ainda me sinto fragilizada, mas já estava me preparando. Ela não foi trágica e a sua hora era esperada. A separação, para nós que ficamos na terra, aos poucos, será ajustada. Sua ausência poderá não ser preenchida de todo, mas a convivência entre aqueles que o amavam e os elos que se formaram, nos ajuda a superar essa troca de plano e ele, que era um elo muito forte que nos unia, sempre frisava, que não queria, que os amigos se distanciassem, um dos outros!

Bom feriado!

Reminiscência

Estou ouvindo a mesma música, que não me sai da cabeça, desde cedo. Também não me sai da cabeça o Max...enfim, aproveitando para dar notícias dele: se ele passar desta experiência horrível, viverá pelo menos uns 4 anos. Esta notícia animou à todos, porém os riscos de morte ainda estão bem presentes. Continuem enviando energias positivas, please!

Fico olhando para a carinha dele e pensando, será que ele pensa, e o que pensa?

níquel náusea
Níquel Náusea

Por acaso, alguém em São Paulo foi na mostra interativa "Cérebro - O mundo dentro da sua cabeça"? Eu tive a oportunidade de ver essa mostra no Museu de História Natural, parte integrante do complexo de 19 museus, do Smithsonian Institution em Washington e sei que ela já correu várias partes do mundo.

Nesta mostra, são reveladas a fascinante complexidade e os detalhes das funções cerebrais, os neurônios e a química dentro da mente humana, não somente do homem, mas de outros seres vivos. Também como os sonhos são processados e o desenvolvimento da linguagem, além de tratar de doenças, como a depressão, doença de Alzheimer, entre outros assuntos.

E o mais interessante é saber, que o cérebro dos seres humanos, se comporta muito parecido com o cérebro de outras espécies - e porque ele adoece, porque ele adormece e porque ele morre.

Diante disso, dá para compreender o funcionamento da vida, da morte, com a ajuda de videogames, filmes e simuladores. Muito louco! E quando fui, passei quase que o dia inteiro dentro da mostra e garanto, saí transformada! Escutamos tantas coisas desde a infância, repetidas e erradas! Por exemplo, é um mito dizer que usamos somente 10% de nosso cérebro e constatar que, sem sonhar (REM - Rapid Eye Movement), nós não sobreviveríamos.

Se você não conseguiu visitar a mostra, fica tranquilo que ela irá para outras cidades do Brasil. Mas fique de olho, porque é imperdível. Afinal, uma mostra que já foi vista por mais de 3 milhões de pessoas e que tem o desenvolvimento de conteúdo do Ph.D e conferencista especial da Universidade da Califórnia, em Santa Cruz, Peter Radetsky e colaboração do Instituto Nacional de Abuso de Drogas, Instituto Nacional de Saúde Mental e Instituto Nacional de Disturbios Neurológicos e Derrame (EUA), não é pouca coisa.



A música acima é a que estou escutando, mentalmente, desde o início do dia e que faz parte do lançamento do CD Roadsinger - segundo trabalho de inéditas de Yusuf - que retirou o Islam do seu nome artístico - o nome mudou, junto com sua aparência, porém musicalmente, não existem diferenças entre Yusuf e o antigo Cat Stevens.

Foi depois de quase morrer afogado na praia que Cat Stevens, converteu ao islamismo e abandonou uma carreira brilhante e somente em 2006, voltou ao mundo pop, com o álbum An Other Cup, que remete a obra prima da discografia do artista, Tea for the Tillerman.

Sabe o que fiz ao encontrar esse CD? Comprei 5 de uma vez - já reservando presentinhos, para o natal dos nostalgicos, saudosistas do antigo Cat Stevens - um rebobinado e convertido pop folk.

Desde o útero de nossas mães, temos contato com os sons do mundo e devo ter escutado lá dentro, muito Cat Stevens e Bob Dylan.

São cantores meio fanhos (?) bobo que confortam, operam milagres em mim e me dão vontade de colocar o pé na estrada happy deixando poeira pra trás! Vamos, Coelhinho?

São reminiscências gravadas em nosso cérebro e mesmo que não nos lembramos, estão lá dentro da caixinha. Você imagina, qual é a música que você ouvia dentro do útero da sua mãe?

Criatura do Cinema

eu e ela

Eu sei que disse que iria descansar, consequentemente não iria postá! Daí li postezito da Maria Augusta e deu coceirinha! Ó vício de blogar!!

brigitte antes e depois

A Brigitte Bardot está ficando velha,
envelheceu antes dos nossos sonhos.
Coitada da Brigitte Bardot,
que era uma moça bonita,
mas ela mesma não podia ser um sonho
para nunca envelhecer.
A Brigitte Bardot está se desmanchando
e os nossos sonhos querem pedir divórcio.
Pelo mundo inteiro
milhões e milhões de sonhos
querem também pedir divórcio
e a Brigitte Bardot agora
está ficando triste e sozinha.
Será que algum rapaz de vinte anos
vai telefonar
na hora exata em que ela estiver
com vontade de se suicidar?
Quando a gente era pequeno,
pensava que quando crescesse
Ii ser namorado da Brigitte Bardot,
mas a Brigitte Bardot
está ficando triste e sozinha

Tom Zé "Brigitte Bardot Lyrics"

Estigmatizada por "E Deus criou a mulher" e porque a beleza não é eterna, vale lembrar também, que foi um homem que criou Brigitte Bardot!

Brigitte BardotRobert Vadim não era bobo. Em 1956 este diretor francês lançou o seu primeiro filme, revelando ao mundo uma jovem atriz com quem se casara. Uma revelação e tanto: em ousadas cenas de nudez para a época, Brigitte Bardot virou estrela do dia para a noite com o filme "E Deus criou a mulher".

B.B. como ficou conhecida, já tinha 17 filmes no currículo, nenhum deles expressivo, quando fez o papel de Juliette, a moça que tem um caso com o irmão do rapaz com quem acabou de casar.

Vadim a descobrira, quando ela, aos 15 anos, aparecera na capa da revista "Elle" como uma espécie de debutante do ano - usando da oportunidade de ser filha de um industrial burguês de Paris e ter a mãe, como grande amiga de Helene Lazareff, fundadora da revista. Nesta época ainda usava seu nome de batismo - Camille Javal.

O Futuro cineasta ainda era assistente de produção e soube ali que esta seria a atriz de seu primeiro filme. Casou-se com ela três anos depois e foi planejando a sua obra, enquanto ela ganhava intimidade com a câmara em pequenos papéis.

brigitte bardotQuando rodou o filme, B.B. tinha 22 anos e aparentava menos e exalava sensualidade. Com seus lábios carnudos se juntando num beicinho que deixava os homens loucos e as mulheres morrendo de inveja.

B.B. era, em tudo, diferente das estrelas de cinema da época. Hollywood vendia ao mundo atrizes inacessíveis em vestidos vaporosos. Bardot usava sapatilhas baixas e vestidos de xadrezinho vichy, rosa e branco. Era uma "beleza afável", segundo a escritora Marguerite Duras.

Bardot colecionou papéis, maridos e amantes - já durante as filmagens de "E Deus criou a mulher", teve um caso com o ator Jean-Louis Trintignant, o que a conduziria ao divórcio de Vadim.

Ela lançou muitas modas para depois desprezar sua aparência e tentou suicídio 3 vezes. Na França, celebrizou Saint Tropez, onde se refugiou na sua praia particular, La Mandrague, após deixar o cinema.

Brigitte BardotNo Brasil, onde passou uma temporada no verão de 1964 com o namorado Bob Zagury, fez a fama de Búzios, então uma pacata aldeia de pescadores.

Não chegou a ser uma atriz estupenda, mas a sua presença na tela nunca era menos do que fascinante. Fez muitos filmes descartáveis e uns poucos que sobreviveram, como "O Desprezo", de Godard e "Viva Maria", de Louis Malle.

Em 1973, aos 39 anos, demonstrando estar descontente com a humanidade, disse adeus às telas e se lançou de corpo e alma às campanhas pelos direitos dos animais; defendendo causas como, o uso de animais em circos, venda de gatos e cachorros em classificados, fim das brigas de galo, touradas e uso de pele de animais para confecção de artefatos, incluindo os casacos de pele.

Em 1992 casou-se com o político francês de extrema direita, Bernard d´Ormale e em 2003 publicou o livro "Um Grito no Silêncio", fazendo uso de uma escrita amarga que provocou polêmica, onde foi acusada de exaltar preconceitos, entre eles, contra imigrantes, homossexuais e negros. Tornou-se uma vergonha para os franceses, por total descalabro.

brigitte bardotOs fãs preferem lembrar da jovem loira sexy dos anos 60 e aproveiando-se da data de 28 de Setembro, dia do seu nascimento, o Museu dos Anos30 em Boulogne-Billancourt na França, apresenta a partir do dia 29, uma exposição em homenagem à B.B.. A proposta é fazer uma viagem pela carreira da atriz, onde serão apresentadas fotografias realizadas por Richard Avedon, Andy Warhol, Pierre Boulat, Sam Levin e também correspondências trocadas com Jean-Paulo Belmondo, Valéry Giscard d’Estaing e Alain Delon.

Henry-Jean Servat, diretor da exposição disse que além de contar a vida de Brigitte Bardot, a exposição trata da história da França, pois B.B. foi uma personalidade que provocou mudanças de comportamento na época, influenciando a sociedade francesa.

B.B. está prestes a ganhar sua própria cinebiografia. Um dos filmes será lançado pelo quadrinista e agora diretor de cinema Joann Sfar e entitulado "Vie Heroique" e trará B.B. no auge da fama e beleza, interpretada pela atriz Laetitia Casta.

brigitte bardotNeste filme, porém, o personagem central é outro artista: Serge Gainsbourg, que além de músico, cineasta e ator, é um grande "pegador" nas horas vagas e não vagas.

Um outro filme, que também está a caminho, trata da vida da artista pelas mãos de Kyle Newman, onde Jaime King dará rosto à atriz.

B.B. está em todos os cantos da França - a capa da revista W Magazine de julho, com Daria Werbowy, Kate Moss e Lara Stone - aponta Lara Stone (veja foto) como a nova Brigitte Bardot, título anteriormente dado à Claudia Schiffer.

Já no desfile de inverno, coleção 2010 da Chanel, este make já havia aparecido e a W Magazine, aproveitou a 'inspiração'. Karl Lagerfeld também mostrou em sua coleção de 2007 alguma referência à B.B., já que segundo o próprio, usou Amy Winehouse, porque esta teria lhe remetido B.B. - já que considera Amy, o “negativo” de B.B.

A aparência de Lara Stone, muito lembra B.B., porém na atitude, prefiro apostar em Kate Moss ou Siena Miller como musas francesas que possuem um "Q" de Brigitte Bardot. Vejam este vídeo dirigido por Sofia Coppola, rodado em Paris, do comercial do Miss Dior Chérie.

desfile tecaJá no Brasil, no último desfile primavera/verão 2009/2010 do Fashion Rio, Helô Rocha da Têca disse ter se inspirado nas divas francesas - Jane Birkin e Françoise Hardy, com grande destaque para a leveza despojada de Brigitte Bardot em referência à Riviera Francesa, para elaborar a sua coleção.

Preparem-se meninas, as calças "Hot pant" (eca!) - justas nas pernas e volumosas no quadris retornam combinadas com regatas [veja as principais tendências para o próximo verão carioca]

Independente da moda, do cinema, interessante o modo como uma personalidade pode influenciar uma época - muitas pessoas não sabem, mas Brigitte Bardot foi o rosto que serviu de modelo para o busto de Marianne, personificação da República e a guardiã da Constituição Francesa. Brigitte Bardot envelheceu e deixou de ser apenas rosto e corpo, aliás, há quem diga que ela abandonou o próprio corpo.

A ridicularização que fazem em torno de sua degradação física e da opção de vida que fez, esbarra na concepção dos valores sociais, onde apenas a juventude artificial é exaltada, nos leva a acreditar que Brigitte Bardot tem consciência da sua importancia para uma época, em que a indústria cinematográfica se aproveitava da imagem da mulher para se promover e ela também se aproveitou disso, lógico! Principalmente quando divergiu da fórmula americana das divas hollywoodianas que portavam cabelos bem arrumados, roupas ajustadas e maquiagem carregada a la Marilyn Monroe. Vários clones de Marilyn haviam surgido, até que surgiu Brigitte Bardot, não era uma diva, era uma mulher de carne e osso, bem natural, com suas roupas simples e cabelos ao vento, sem laquê.

No texto Mega tons e sensualidade que escrevi, comparando o biquini à bomba atômica; já que ambos foram lançados em conjunto e 'causando' - o mulheril da época, constrangidas com as duas peças, deram nada para os "quatro triangulos de nada" - e Louis Read, um engenheiro mecânico quase afogou, aquela sua invenção inspirada em "Atol de Biquini", no pacífico sul, onde os americanos faziam testes nucleares.

Brigitte Bardot foi uma das primeiras 'corajosas' a usar um biquini e além desta peça do vestuário, é a responsável pela popularização da camiseta preta, do xadrez vichy, das sapatilhas Repetto, das calças capri e dos vestidinhos leves.

E até o dia 03 de Outubro, acontece a exposição “Brigitte Bardot e os primeiros paparazzi”, na Galeria James Hyman, em Londres, onde já estão reunidas 75 fotografias que marcaram “uma forma diferente de olhar para as celebridades e o início de uma nova cultura” de autoria de alguns dos mais famosos fotógrafos de celebridades nos anos 1950 e 1960.

imagens

Indicação de leitura: O rosto no Cinema do blogue Cinema Europeu por Roberto Acioli de Oliveira - Este blogue é excelente! Um verdadeiro tratado sobre o cinema, para ser lido do fim para o início e acompanhar.

"Eu dei minha beleza e minha juventude aos homens. Agora dou minha sabedoria e minha experiência aos animais."(Brigitte Bardot)

Lembrando que, na vida cada um escolhe o seu caminho!

Boa semana!

Rapidinhas 16

"Escrever é fácil: você começa com uma letra maiúscula e termina com um ponto final. No meio você coloca as idéias." Pablo Neruda

Fácil escrever para quem sabe pensar. Pensando, se tem idéias. Para se ter idéias é preciso realizar atividades racionais - que são as que brincam com o lúdico, apesar do nome "racional". E haverá um desgaste da alma, consequentemente do corpo também, porque ao escrever se lida com emoções, que mesmo empíricas, refletem na nossa substância corporal.

E para escrever poesia? Diz a Chris Nóvoa que "Poesia não se ensina, se oficina" e partindo deste princípio, a "Oficina da Poesia" quer analisar textos e produzir outros, para no final de 4 meses editar um livro, com os melhores poemas produzidos. E quer fazer isto junto com você. Interessou? Vai no Nóvoa em Folha e saiba todo o programa e o que vai acontecer no Lunático Café e Cultura, à partir de 09/09/09, uma vez por semana, todas às quartas-feiras, das 19 às 22hs. Quem estiver no Rio, não pode perder!

Achar não basta, emita juízo! Foi o que fizeram os editores da 1ª Revista Cultural da Editora Novitas. Esta primeira edição encontra-se disponível para download (versão completa) ou para leitura (versão sem imagens), ambas as versões estão recheadas de excelentes textos, poesias, contos, entrevistas, música... e gratuítas. A revista terá publicação bimestral.

Letícia L. Coelho & David Nóbrega pedem: "Leiam. Sejam críticos e mandem-nos suas sugestões para contato@editoranovitas.com.br - Será um prazer saber suas opiniões para futuros projetos."

Em tempo: Se você tem um livro para publicar, solicite orçamento sem compromisso pelo e-mail originais@editoranovitas.com.br

Neiva Dias é editora do blogue "A Etinerante", onde vem publicando em capítulos o seu livro "Adriel" - Uma história de amor, entre um anjo geneticamente 'modificado' e uma herdeira de um reino de fadas. Toda a trama é recheada de mistérios, com dinamismo na escrita e por isso, a leitura é fácil e ligeira.

49 capítulos já estão publicados e a autora deixa disponível para download, os capítulos anteriores, para quem quiser ler com mais calma.

A imagem acima ficou um pouco desfocada, porém ao clicar nela você poderá visualizar a página do Jornal Gazeta do Belém; um jornal tradicional com 22 anos de existência, do Bairro do Belém em São Paulo, que está publicando a saga de "Adriel" com o nome "Anjo", na coluna entitulada "Romance em Capítulos". Se por acaso, alguém do bairro estiver acessando o blogue, corra e pegue o seu exemplar! Se não, acesse o blogue da Neiva e acompanhe essa cativante história.

A nossa amiga blogueira Renata Macedo, do blogue "Inacabamento" faz parte do elenco da peça "Antes de mais nada", que se apresentará no dia 23/08 às 19 horas, no SESC Tijuca durante a 3ª Mostra Universitária CEAE (Centro de Estudo Artístico Experimental) - Quem estiver no Rio está convidado! [veja + detalhes]

Para quem ainda não sabe, nesta terça-feira, à partir das 21:45 horas, no canal Multishow, foi transmitida a premiação de mesmo nome, direto do Citibank Hall (veja Relação dos que foram indicados) e a seguir, os melhores de 2009:
  • Cantor: Seu Jorge
  • Cantora: Marisa Monte
  • Instrumentista: Débora Teicher (Scracho)
  • Grupo: Fresno
  • Música: Amado (Vanessa da Mata)
  • CD: Agora (NXZero)
  • DVD de Música: Infinito ao meu redor (Marisa Monte)
  • Clipe: Ainda gosto dela (Skank)
  • Show do ano: Multishow ao vivo (Capital Inicial)
  • Prêmio revelação: Banda Cine
  • TvZé: Ivete Sangalo - Dalila (Kadu)
  • Iniciativa: Skank
Em tempo [2] - me perguntaram a playlist do player do cabeçalho do "Luz", então:
  • Disco Biscuit Love (Dept. remix) - The Jezabels
  • Anthonio (Fred Falke remix) - Annie
  • Reckoner (Rune RK Remadoodle) - Radiohead
  • Paris (Aeroplane Remix ft. Au Revoir Simone) - Friendly Fires
  • Can't Stop Feeling (WhoMadeWho Remix) - Franz Ferdinand
  • Street Spirit (Funkagenda Remix) - Radiohead
  • Kings of leon-Use Somebody (CHEW FU Festival Fix) - Kings Of Leon vs Chew Fu
  • Shinin' - Mondo Grosso
  • Is It Any Wonder I Can't Carry On? (Crowded House vs Keane)

Tenho uma satisfação imensa de expor, aqui no blogue, os trabalhos dos meus amigos blogueiros e constatar que eles seguem, realizando seus sonhos. Parabéns e boa sorte!!

Como sorte e boa vontade sozinhas não bastam, espero que vocês prestigiem! Beijus,

Ainda sonhamos com "paz e amor"

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imagem de Shelly Rusten, fotógrafa oficial do festival.

Entre os dias 15 e 17 de Agosto de 1969, 400 mil pessoas experimentaram por três dias uma reedição do Festival Summer Love, realizado em 1967, em São Francisco. O sonho de paz e amor foi preconizado pelo movimento hippie, usando do rock como prerrogativa para se espremeram em um pasto, na pequena cidade de Bethel, estado de Nova York, sem qualquer infra-estrutura, para a defesa de um comportamento “do-it-yourself”.

woodstock
imagem Life

"Woodstock Music & Art Fair", nome original do Festival de Woodstock, que reuniu astros como Jimi Hendrix, Janis Joplin, Santana e The Who, foi uma utopia de que dias melhores viriam, com o nascimento de uma sociedade anticompetitiva e apolítica. Não, não era só modinha! Apesar de que...

Foram três dias de música, paz e amor, como previam os produtores do evento, temperado com sexo e drogas. A loucura se estendeu para os bastidores. John Entwistle, baterista do The Who, afirmou que até inocentes sucos de frutas servidos para os artistas estavam cheios de LSD.

woodstock
imagem Life

Apesar da farta oferta - e procura - de drogas, o festival não foi marcado pela violência. Três mortes foram registradas: uma overdose de heroína, um apêndice supurado e um atropelamento por trator.

O maior espetáculo da contracultura teve como patrocinadores quatro jovens cheios de idéias e dinheiro. John Roberts, de 24 anos e Joel Rosenman, 26, publicaram em um grande jornal americano um anúncio procurando oportunidades de investimentos. O produtor Michael Lang e o executivo da indústria fonográfica Artie Kornfeld demonstraram interesse e, juntos, tentaram viabilizar a construção de um estúdio perto de Woodstock, onde vários roqueiros, como Bob Dylan, tinham se refugiado.

Para badalar o projeto, organizaram um concerto de rock, mas a menos de um mês do evento, a prefeitura vetou o festival. Foi quando o fazendeiro Max Yasgur aceitou alugar seu sítio em Bethel para sediar os shows.

Woodstock foi planejado para 50 mil pessoas inicialmente. Mas a uma semana do festival, milhares de jovens estavam acampando no sítio, impedindo a construção de cercas ou de roletas de entrada. Logo as primeiras vias para Bethel ficaram tomadas por automóveis, vindos de todas as partes dos EUA. Resultado: quase ninguém pagou para ver as memoráveis apresentações de Joe Cocker, Joan Baez, Ravi Shankar, Sly and the Family Stone, entre outros.

Mas se o evento não rendeu o esperado, seus subprodutos, dois álbuns ao vivo e filme, foram sucessos financeiros. "Woodstock, 3 dias de paz, amor e música" (e lama), Oscar de melhor documentário, rendeu uma bilheteria capaz de tirar a Warner do buraco financeiro em que ela se encontrava.

O festival foi coroado pela antológica apresentação de Jimi Hendrix, que estilhaçou o hino nacional americano, "Star-Spangled Baner", numa tempestade de fúria contra a Guerra do Vietnã. Depois da lição pacífica de Woodstock, tentaram repetir a dose em Dezembro do mesmo ano, no Festival de Altamont. Mas o clima era outro: quatro pessoas morreram durante um show dos Rolling Stones.
"A música que é feita hoje é muito pesada, está atingindo um nível insuportável" Jimi Hendrix

"Talvez eu não dure tanto quanto outras cantoras, mas você pode destruir o seu presente se preocupando com o amanhã" Janis Joplin

Woodstock, você iria?

Rádio com imagens

Depois da chateação da postagem anterior (com update), os meus amigos bloggers e não bloggers, merecem um postezito relax!

Vamos falar de coisa boa, vamos falar de música?

imagem The you factor



A Música toma conta da Europa neste fim de verão, acima ruas de Zurique, durante a 17ª edição do Street Parade no ano passado. Veja line-up deste ano.

Em meio a essa pulverização musical que o underground entrou neste milênio. A MTV perdeu essa parte do filme porque a História está sendo contada outra vez, de outra maneira. Agora, nas ruas. Gil Scott-Heron estava certo!

Rock é rock, mesmo!

Guitar
Imagem

Hoje Dia Mundial do Rock, o "Luz" faz homenagem, indicando uma banda que é clássica para muitos e desconhecida (?) para outros. Que tals saber um pouco mais de Led Zeppelin?

Certamente a música de Led Zeppelin permaneceu a mesma através de décadas, como se gaba o título original do documentário "The song remains the same" (disponível no Youtube), de Peter Clifton e Joe Massot. Mas se o audio vai bem ainda na era do CD, o visual dos anos 70...era uma coisa!! Bem, este se tornou um dos mais cafonas da História da Humanidade, valendo uma outra postagem. Sem querer, este documentário registra o que queria e o que não queria sobre o Star System erguido em cima da contracultura.

Gravado durante o encerramento da turnê americana de 1973, marcado por três noites no Madison Square Garden, em Nova York, os três shows foram transformados num só pelas montagens e para nós recebeu o título de "Rock é rock, mesmo". Alguém duvida?

As controvérsias e desentendimentos na gravação do documentário começaram pela dificuldade de convencer o baixista-tecladista John-Paul Jones a se apresentar com a mesma roupa, em benefício da continuidade na montagem do documentário - Serviram de amarras para as cenas de bastidores e encenações das fantasias de músicos e empresários. No palco, Jones, o vocalista Robert Plant, o guitarrista Jimmy Page e o baterista John Bonham tocaram os maiores clássicos de seu repertório, como "Stairway to heaven", "Rock and roll", "Whole lotta love" e "No quarter".

Nada, portanto, que tenha envelhecido ou se tornado digno de risotas, embora certos momentos, como Page usando o arco de um violino para tocar durante a meia hora de "Dazen and confused", hoje soem auto-indulgentes. De qualquer maneira, o Led Zeppelin emerge de "Rock é rock mesmo" na condição de um dos maiores fenômenos de criatividade no gênero.

Fora do palco, no entanto, passado tantos anos das filmagens, os sonhos místicos dos músicos desandam e ficaram completamente datados: Page, por exemplo, tocar na beira do Lock Ness, é dose pra leão. Deles, o único que parece um comentário irônico é o dos empresários Peter Grant e Richard Cole como gângsteres dos tempos da lei seca.

Naqueles tempos pré-movimento punk, grandes estrelas do rock como Led Zeppelin tinham se aburguesado a ponto de fretarem grandes aviões para viajar (no caso do Zep, ele se chamava "The Starship", a espaçonave) e de só circularem em limusines. O documentário flagra esse momento, enquanto o Sex Pistols estavam apontando ali na esquina.

Infográfico com subgêneros do Rock - vale a pena conhecer os vários estilos gerados pelo rock nestes últimos 50 anos.

Etta James & Cuck Berry - Rock n' Roll Music - Hilário!!

Pensem, se o Country e o Rhythm and Blues não tivessem se misturado, o que estaríamos ouvindo hoje? Estaríamos satisfeitos ouvindo somente com as músicas regionais/tradicionais?

A Criatura

Depois da morte do astro Michael Jackson, tenho me permitido algumas críticas; a princípio a mim mesma, como pude negligenciar um ídolo pop e apenas olhar usa imagem, sua aparência por mais de duas décadas? porque o critiquei, porque ele foi susceptível as críticas do público e tantas plásticas, porque?

Oras, uma miss não sei de onde, reclamou que seu nariz não ficou bem depois da plástica. Quem é ela? Passou um avião e eu não vi, o que mudou? foda-se o nariz da miss, Michael Jackson morreu com nariz igual, ele ficou eterno e ela, quem é ela?

Daí vejo uma "fulana" dizer no twitter "Pra mim Michael Jackson, já morreu fazem 20 anos", sei lá, ela nem bem completou essa idade, na certa leu uma certa criticazinha de um #dino blogueiro d"O Globo" dizer a mesma coisa. Quem é o #dino, quem é ele? Bah, 20 anos que 'o cara' não faz nada? Tá, não produz um disco, mas o legado que deixou e principalmente, a revolução - mudar o marasmo da indústria do entretenimento não é pra qualquer um!

Alguém já parou para pensar que 'o cara' mesmo sem produzir a 20 anos, está na mídia além dos 5 minutos nestes mesmos vinte anos? Tenham dó, por exempo, de Paris Hilton, que transa com uma cara em uma boate, diante do público para ficar em evidência...os mudernos são 'escrotos'. Por favor, enterrem essa genitália, oooops! Gentália!

Morreu o artista, mas o talento não morreu! Quero falar de algumas coisas na vida do Michael Jackson que não deram certo, mas será que não deram certo mesmo?

Em 1982, ao lançar o álbum "Thriller", aquele rapaz então com 24 anos, estava conseguindo fazer a melhor síntese do pop de sua época, unindo qualidade e sucesso comercial. E bota sucesso nisso! Tanto que continua com seu lugar no livro "Guinness" como o artista que gravou o disco de maior vendagem na história da música - no fim de 1998, beirava 50 milhões de cópias.

Imagem - Enjuto Mojamuto / Flexo! Leandro Gado
E.T._Michael_Jackson
Um paralelo com o personagem do filme de Steven Spielberg não seria apenas uma piada politicamente incorreta. "E.T. - O Extraterrestre" foi também, por uma década, o recordista de bilheteria no cinema, até ser batido por outro filme dirigido por Spielberg, "Jurassic Park - O parque dos dinossauros", em 1993.

"E.T." chegou ao público no mesmo ano que "Thriller", encantando platéia de todo o planeta com a história de um simpático, apesar de horroroso, alienígena de 75cm de altura que é abandonado na terra por seus companheiros.

E.T._Michael_Jackson"Thriller" e "E.T." espalharam a cultura pop por todos os recantos do mundo, num ano em que as previsões do canadense Marshall McLuhan de uma aldeia global pareciam se confirmar. Na época, o contado de Michael Jackson e o personagem alienígena também chegou aos estúdios de gravação. O cantor foi o narrador de um disco com a história de E.T., mas essa produção conjunta de Spielberg e Quincy Jones (o homem por trás da arquitetura sonora de "Thriller") acabou abortada por problemas contratuais.

Nem sempre o sucesso tem explicações racionais, mas tanto "Thriller" quanto "E.T." tinham ingredientes de sobra para se tornarem clássicos. No mundo da música pop, o terreno já estava preparado para o surgimento de um megastar negro.

Desde os anos 50, quando o branquelo Elvis Presley transformou-se no maior fenômeno da cultura de massa, fazendo uma música basicamente de raíz negra (o rhythm'n'blues), o pop vinha se alimentando da produção nascida nos guetos afro-americanos. Artistas como Little Richard, James Brown, Diana Ross, Steve Wonder ou mesmo os irmãos Jackson foram alguns dos muitos que frequentaram as paradas de sucesso. Conquistaram o público branco, mas nunca quebraram definitivamente as barreiras raciais.

Michael Jackson com seu jeito de bom menino, era o mais talhado para o trono, foi um artista que, literalmente, cresceu em público, e no disco anterior a "Thriller", o primoroso "Off the Wall", em 1979, também produzido por Quincy Jones, provara que estava pronto.

Antes de se tornar um dos mais requisitados produtores do pop, Jones desenvolveu uma respeitada carreira no jazz, tocando trompete e/ou fazendo arranjos para nomes como Count Basie, Sarah Vaughan, Ray Charles e Frank Sinatra. O contato do produtor com Michael Jackson começara cinco anos antes, na trilha do filme musical "The Wiz" (nova versão de 1978 de "O mágico de Oz", com a cantora soul Diana Ross e a participação do líder do Jackson 5).

Com faro aguçado para o sucesso, Jones passou a apostar em Michael e, em "Thriller", procurou juntar os ingredientes certos para o cantor. Um mistura que, mal dosada, poderia resultar em um bolo de noiva "kitsch"; com pop, soul, funk, a guitarra hard rock de Eddie Van Falen (o líder do grupo Van Halen sola em "Beat it"), a percussão do brasileiro Paulinho da Costa (essa duvido que algum brazuca salienta!), a locução do canastrão do terror Vincent Price (que faz um mezzo rap na canção-título) e até um ex-Beatle, Paul MacCartney.

Paul MacCartney foi o parceiro e cantou com Michael na primeira canção de "Thriller" a chegar ao primeiro lugar das paradas americana e inglesa, "The girl is mine" - em troca, Michael faria o mesmo, dividindo a faixa "Say say say", no disco "Pipes of peace" de Paul MacCartney, lançado no ano seguinte. Mas a amizade e a parceria não duraria muito. Paul nunca perdoou o fato de, em 1985, Jackson ter lhe passado a perna num leilão e comprado por US$47,5 milhões, a editora que controlava as composições de Lennon & Paul MacCartney.

A produção de Quincy Jones em "Thriller" continua sendo um padrão para o pop, mas o álbum teve outro aliado fundamental para o sucesso: o videoclipe. Em mais de uma tacada que mostrava senso de oportunidade, eles souberam aproveitar o crescimento da MTV, que começava a se espalhar pelos EUA e Europa, embalando as canções do disco em bem-acabados vídeos que exploravam/ampliavam o talento de Michael como dançarino. Com enredo e produção típicos do cinema, os clipes eram tratados como um novo produto e não mais uma simples peça promocional.
"Meu Deus, ele é um dançarino maravilhoso"
Impressão de Fred Astaire, a respeito da atuação de Michael Jackson no videoclipe "Thriller" dirigido por John Landis.
Para "Thriller", com seu balé de mortos-vivos e a transformação de Michael Jackson num lobisomem, foi escalado o diretor John Landis. Em "Beat it", coreografia e cenários remetiam ao clássico musical "West side story", enquanto Michael era saudado com uma espécie de Fred Astaire do pop.

Exageros à parte, o sucesso do álbum continua imbatível - chegou ao primeiro lugar em todos os países do Ocidente e, nos EUA, permaneceu no topo da parada da revista "Billboard" por 37 semanas. Tal desempenho comercial foi acompanhado pelo entusiasmo da crítica. Indicado a 12 categorias no prêmio Grammy (o Oscar da indústria do disco americana), Michael saiu da festa de entrega, em fevereiro de 1983, com oito prêmios.

Também um garoto prodígio para os padrões de Hollywood, Steven Spielberg tinha 35 anos quando lançou "E.T.", e já carregava na bagagem alguns outros sucessos de bilheteria: "Tubarão" (75), "Contatos imediatos de Terceiro Grau"(78) e "Os caçadores da arca perdida"(81). Ao contrário de Michael Jackson e Quincy Jones, que se cercaram de outras estrelas do pop na produção de "Thriller", Spielberg manteve em "E.T." a tática de não trabalhar com nomes consagrados. Além do personagem título (sob a pele e maquiagem alternavam-se dois anões, Pat Bilson e Tamara de Treaux, e um garoto, Matthew de Merrit, enquanto que as falas do alienígena, reprocessadas em estúdio, foram usadas as vozes das atrizes Debra Winger e Pat Welsh), os outros papéis principais, eram então das anônimas crianças Henry Thomas (o garoto Elliot, que faz contato e abriga o extraterrestre) e Drew Barrymore (Gertie, a irmã menor de Elliot).

Com a capacidade de tocar a alma das crianças (ou o lado infantil que os adultos carregam dentro de si), Steven Spielberg imprimiu a "E.T." o tom de fábula contemporânea. A Câmera é sempre mantida numa altura inferior a um metro, oferecendo o ponto de vista das crianças - daí a aparência assustadora dos adultos no filme, vistos de baixo para cima.

Os humanos adultos, sejam cientistas da NASA ou policiais, são os verdadeiros vilões. Para Hollywood, que sempre manteve uma relação de amor e ódio com Spielberg, "E.T.", foi entendido como o melhor filme que Disney nunca fez. Apesar dos sucessos de bilheteria, o desempenho nas premiações do Oscar foi decepcionante. Indicado em 10 categorias, ganhou as de melhor prestígio - melhor música (John William), som, eleitos sonoros e efeitos visuais - perdendo, entre outras, as de melhor filme (para "Gandhi"), direção e roteiro.

A carreira de Spielberg continuou de vento em popa, Michel não teve a mesma sorte - ou habilidade - para manter o sucesso. A Jacksonmania, que prolongou-se até meados dos anos 90, nunca foi acompanhada pelo mesmo desempenho artístico. Os discos foram piorando gradativamente e o ator nunca passou de bom figurante de seus videoclipes, a promessa de um Astaire pop patinou em um único passo - o moonwalk, que deslumbrara o planeta durante sua apresentação, em maio de 1983, na festa de 25 anos da gravadora Motown, quando cantou "Billie Jean", faixa de "Thriller".

Além da crise artística, um escandâlo, detonado pela acusação de pedofilia, quebrou o namoro do ídolo com a América. O astro não se recuperou do baque, casou e descasou com Lisa Marie Presley, casou novamente e teve dois filhos, descasou e sem casamento teve um outro filho. Nada preenchia a insatisfação de quem um dia fez e sabia poder fazer mais, mas não nos moldes do que hoje a mídia e o público impõem a um verdadeiro astro.

michael_jacksonMichael Jackson chegou ao fim do século e iniciou outro, ambos estranhos e enigmáticos, porém o astro, sentindo-se um alienígena.

Fiquei na dúvida se escrevia ou não sobre Michael Jackson, já que na web estamos cheios de informações. Porém queria deixar registrado no bloguinhú algo para no futuro, quem sabe, chegar aqui e relembrar esse momento. Não era fã da pessoa, mas reconheço toda a riqueza que produziu como artista, para movimentar uma época em que as gravadoras estavam às moscas. Michael alimentou essa indústria por bom tempo, depois disso, tanto quanto ele, vimos a indústria fonográfica decair. Surgirá outro artista que poderá resgatar a cultura pop e/ou segurar essa decadência?

Sugestão de leitura: Michael Jackson e o fim da Indústria Cultural por Régis Bonvicino

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