Em 1949 com a rebelião da subjetividade, passamos uma rasteira no conservadorismo e atravessamos os últimos 60 anos discutindo questões fundamentais para o desenvolvimento social. Na informalidade, nós mulheres conseguimos anteceder teorias sociológicas e lutamos contra a indiscriminação no trabalho, violência doméstica e dupla jornada de trabalho.
Neste meio tempo a mulher saiu do
Bunker doméstico atrás de respeito, emprego, salários justos e melhora na qualidade de vida. Com brigas concretas e o estresse da combinação: casa + família + trabalho, lamentamos um país que parece funcionar melhor para
eles.
Temos pouca representação no congresso, porque mesmo constituindo 49,8% do eleitorado do país, apenas 24% deste eleitorado votam em mulher –
nos tornamos vulneráveis quando não cultivamos nossas lideranças – o mais curioso, mesmo com número reduzido de deputadas e senadoras, temos força política, justo porque as mulheres mais escolarizadas, possuem importante representação nos setores mais progressitas de nossa sociedade.
É isto, rompemos a barreira cultural mas a política, por ser um reduto machista com
desequilíbrio de gênero, continua fechada a nossa participação conforme gostaríamos. Participamos da redemocratização, mas não nos oferecem muitas pastas no governo.
Por essa questão, esse desencantamento político, preferimos andar desatreladas das falsas promessas e procuramos realizações na vida privada. Podemos dizer que demos um salto, uma sapatada nas velhas culpas.
Em oposição ao debate bizantino das religiões que governam em paralelo o país; passamos a fazer uso de métodos contraceptivos, mesmo as esterilizações e 80% das mulheres atualmente são favoráveis ao aborto legal atendido pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O pior de tudo nessa nossa evolução é que a Aids se propaga entre a população feminina -
a cada três novos casos, um é na mulher. Crescem também os casos de lesão por esforço repetitivo (
LER) e o consumo de
antidepressivos, no total de 80% dos casos.
Sabendo administrar a própria vida; a satisfação com o sucesso profissional, repercute no sucesso também da harmonia familiar.
Nos tempos de
Chiquinha Gonzaga, ela afirmou:
“Mesmo o mais imbecil dos homens considera-se semideus diante de uma mulher”A cada nova década, essa frase mereceu ser reformulada, porém a mesma opinião as mulheres têm dos imbecis, quando a estes faltam argumentos e respondem com o braço forte do espancamento. A nossa opinião sobre o que é ser um verdadeiro homem, passa longe da força que eles demonstram nos braços.
Se o passado convive com o futuro dentro do processo da afirmação feminina, não podemos nos declarar “vítimas do sistema”, pois isto faz esvaziar todo o discurso de libertação e de sermos donas de nossas vidas. Somos vítimas de nós mesmas quando não revolucionamos, não colocamos em prática nossos pensamentos.
Em contrapartida, o que antes era natural passou por transições. E hoje, homens e mulheres, se perguntam:
- O que é ser uma mulher?E a resposta vem a seguir, quando também nos perguntamos
- O que é ser um homem?imagemEste post está programado, então desde já parabenizo todas as mulheres pelo dia 08 -
Dia Internacional da Mulher - e em especial três mulheres sensíveis, inteligentes, maravilhosas...elas possuem muitos mais adjetivos, que não caberiam aqui. Parabéns pelos aniversários:
Beti Timm,
Georgia Aegerter e
Jaqueline Sales.
Deixo para vocês as palavras de
António Lobo Antunes:
"Esquecer uma mulher inteligente, custa um número incalculável de mulheres estúpidas"Continuem únicas! E felicidades!
Feliz dia!!
Beijus,