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Terraço Carioca [update]

terraço carioca

Da janela lateral...



Hoje quando o sol despontou no horizonte, imaginei que todo o dilúvio do dia/noite anterior teria acabado. Sol lá longe, céu limpinho... Qual nada! A chuva veio sem aviso e espaçadas no decorrer do dia - O vento forte juntava as nuvens, resultando num festival de água e vento.

Mas antes de amanhecer esse dia lindo, a previsão do tempo avisava que durante a noite teríamos rajadas de ventos fortes e por isso, recolhi tudo que circulava as vidraças. Mesmo assim, a água descia pelos vidros como cachoeira, o vento fazia pressão, dando o efeito de que os vidros eram de plásticos ao se moverem.



Normalmente este estúdio mostra um visual melhor - céu, mar, dunas de areia e praia. Nunca visualizei um naufrágio, apesar de saber que eles sempre acontecem com os barcos pequenos de pesca. Com toda a ventania e mal tempo lá fora, eu estava protegida e mesmo estando confortavelmente agasalhada, no aconchego do meu lar, não estava alheia ao que estava acontecendo lá fora; sabia que muitas pessoas estavam debaixo de chuva, agoniadas com a possibilidade da perda de um ente querido.

Existem culpados para as tragédias sucessivas, decorrentes da chuva no Estado do Rio de Janeiro?

Não adianta dizer que foi somente a má educação, o papel de bala jogado na rua que provocaram as enchentes - apesar deste fator contribuir para o entupimento dos bueiros, não foi somente este fator responsável pelo que aconteceu no Rio de Janeiro. Conforme comentei no blogue da Geórgia, esta enchente é atípica, fugindo dos motivos que causam normalmente as enchentes.

Temos que nos acostumar com as chuvas torrenciais nesta época do ano. Moramos em um país tropical e a culpa também não é da natureza; esta age por instinto, por sincronicidade de causas e efeitos e quem deve pensar racionalmente é o homem.

Porque pessoas ocupam áreas proibidas para moradia? Porque a cidade do Rio de Janeiro ainda não possui um plano diretor de drenagem? - Para se evitar esse tipo de tragédia no futuro, são necessárias obras estruturais e mais fiscalização das prefeituras, principalmente com a construção de obras em locais impróprios. Portanto, a culpa é toda do Estado e a pergunta é: quem vai arcar com o prejuízo?

"Os deslizamentos foram causados por escorregamento de massa nas encostas, ficando flagrante que as construções não obedeciam às normas técnicas de construção e feriam gravemente a estrutura geológica do terreno " Coronel Sérgio Simões, subsecretário de Defesa Civil - Alô, técnicos das pastas de Urbanismo e de Meio Ambiente! Vamos trabalhar, moçada!

Não é somente a população pobre que ocupa encostas dentro do Rio de Janeiro - Moradores abastados também as ocupam - só que a população carente, faz ocupação do terreno sem análise de solo, sem autorização para construção, dentro de um esquema de sobrevivência que resulta, invariavelmente, no custo de suas vidas.

Que saída tem a população carente?

Ela ocupa o terreno desordenadamente e do modo que lhe cabe, aquele que está 'disponível', se o Estado não destina locais específicos. Habitação digna é dívida social. Porém, governantes e chefes de pastas que são pessoas racionais, 'preparadas' para seus cargos e sabedores de que nada substitui a permeabilidade natural do solo, revestem esse solo de concreto; Também cobrem riachos e córregos por construções e ao exercerem a permissividade, não podem criticar o cidadão que seguindo o mau exemplo do Estado, joga lixo no chão. Alô, educadores ambientais!

Neste vídeo, nos é repassado aquilo que os climatologistas dizem das mudanças climáticas, dos eventos extremos que acontecerão cada vez mais, com mais frequência e da ocorrência das chuvas fortes e secas prolongadas, devido as mudanças climáticas e como as novas tragédias podem ser prevenidas, com obras estruturais que deveriam obedecer o calendário de anos passados, para que não haja tanto comprometimento de vidas.

Não precisa ser especialista para saber que o Rio de Janeiro, situado entre o mar e a montanha, em dias de grandes chuvas, quando a água desce montanha abaixo em grande volume e encontra o solo revestido de cimento e galerias pluviais obstruídas, irá funcionar como uma banheira. Alô, poder público! Queremos obras estruturais, queremos um plano diretor de drenagem!

Clique na imagem para saber onde fazer doações para as vítimas da chuva no Estado do Rio de Janeiro.


Quanto a pergunta do Presidente Lulla, feita no término do encontro do G20 (02/04/2009): Vocês não acham chique o Brasil emprestar dinheiro para o FMI?

- Quer que eu desenhe, sr. presidente?

"Quando eu falava dessas cores mórbidas
Quando eu falava desses homens sórdidos
Quando eu falava desse temporal
Você não escutou...
(Você não quer acreditar)"

*Verso e título da postagem, da música "Paisagem da Janela Lateral" de Flávio Venturini.

Eco limite - Construção de muros em favelas

Participando do Ecological Day
Participe também!

Medida polêmica já enfrentada em 2004, quando o então vice-governador Luiz Paulo Conde propôs erguer um muro na Rocinha, a idéia, no entanto, foi banida por causa dos ataques de ambientalistas. Agora, sem mais, o governo estadual atual, avança na construção das muralhas.

As autoridades dizem que o muro é para proteger a floresta nativa restante e conter a expansão das comunidades. Até o final do ano serão construídos 11 Km de muro em 19 comunidades, num investimento de 40 milhões de reais e cerca de 550 casas recolocadas em outros locais, por causa do risco de deslizamento durante as chuvas [leia +]

A medida é discriminatória e simboliza a divisão de classes no país. Isolando o problema, criarão guetos, acentuando a segregação que os moradores já se sujeitam. Esta segregação generalizada acarretará mais isolamento econômico e social.

Também contrário ao projeto, o ambientalista David Zee, professor na Universidade Estadual do Rio de Janeiro, declarou:

"
Essa verba aplicada na construção do muro devia ser canalizada para programas de educação para que os próprios moradores se tornem os fiscalizadores de possíveis invasões de novos traficantes (...) O muro não surte efeito nenhum, as autoridades viram as costas e aproveitam o muro para fazer a parede da casa deles. Acho agressivo visualmente na paisagem local, um negócio desse tamanho pode servir até de trincheira para tiro".

Em um post escrito no dia 30 em seu Caderno de Saramago, o escritor escreve:

"Cá para baixo, na Cidade Maravilhosa, a do samba e do carnaval, a situação não está melhor. A ideia, agora, é rodear as favelas com um muro de cimento armado de três metros de altura. Tivemos o muro de Berlim, temos os muros da Palestina, agora os do Rio. Entretanto, o crime organizado campeia por toda a parte, as cumplicidades verticais e horizontais penetram nos aparelhos de Estado e na sociedade em geral. A corrupção parece imbatível. Que fazer?"

O que fazer? Faço minha as palavras de José Saramago. O que você acha?

Boas leituras: Minha Cidade e artigo BBC Brasil.

Beijus,

Cidade da Música


veja + imagens

O complexo da Cidade da Música Roberto Marinho foi criado para completar o plano original desenvolvido por Lúcio Costa, mago urbanista que projetou a Barra da Tijuca e não como um delírio de César Maia, como alguns argumentam.

O projeto localizado onde era o Cebolão, próximo ao terminal da Alvorada na Barra da Tijuca, foi idealizado a 32 anos para aproximar as zonas Oeste, Norte e Sul da cidade e, para quem ainda não sabe do projeto, trata-se das mais modernas salas de concertos de orquestras sifônicas e óperas do mundo, veja:
  • 94 mil m2 de área total
  • 22 mil m2 de área construída
  • Parque municipal de 70 mil m2
  • Foyer musical colocado a 10 m de altura, de onde se tem vista panorâmica
  • Sala de Concertos – a principal tem capacidade para 1800 pessoas, adaptável para Ópera, neste caso, para 1300 espectadores
  • Sala de Música de Câmera – 500 pessoas
  • 13 salas de ensaio
  • 13 salas de aula
  • Espaços técnicos otimizados tanto às funções de ópera como de concertos
  • 10 frisas/balcões, das quais 4 se locomovem, transformando a sala num espaço adaptável a ópera e grandes espetáculos
  • Restaurante / Cafeteria
  • Bar do Foyer
  • 4 salas de cinema
  • 3 lojas
Hoje acontece sua inauguração, às 21 hs. com concerto inaugural da Orquestra Sinfônica Brasileira, sob a regência do maestro Roberto Mincsuk; a presença do Coro Sinfônico do Rio de Janeiro, sob a regência do maestro Júlio Moretzsohn, da soprano eslovaca Lívia Agh, do tenor Richard Decker, da mezzo-soprano Luísa Francesconi e do baixista carioca Luiz Ottavio Faria.

Serão apresentados clássicos como uma das sinfonias de Beethoven e uma sinfonia inédita do compositor Edino Krieger. Além do que está programado para a inauguração, a prefeitura do Rio, planejou uma programação de música clássica entre os 19 e 20 de dezembro.

E antes mesmo de ser inaugurada, a "Cidade da Música" já recebeu prêmio concedido pelo Metropolitan Art Press e o Centro Europeu de Artes de Designum, um dos prêmios mais importantes de arquitetura, o "International Architeture Awards" [veja video de apresentação do projeto]

Classificado como um dos prédios mais impressionantes, grandiosos e obra prima de poesia, mas porque andam falando tão mal do espaço?

Primeiro porque é obra da oposição e Lullinha não iria prestigiar, não é? E praticamente todos os meios de comunicação estão comprados e publicando apenas o que lhes favorece. Mas não é somente isto, vou tentar explicar as razões do "barulho":

A primeira vista, o "barulho" foi iniciado pelos arquitetos do Rio de Janeiro, que protestaram contra a contratação de um arquiteto estrangeiro para a execução do projeto, deixando de lado os profissionais brasileiros.

A escolha do arquiteto marroquino Christian de Portzamparc para a criação da cidade da música foi questionada pelo profissionais brasileiros, não pela falta de competência ou de qualidade do projeto. A queixa foi da escolha não ter sido feita através de concurso público, mesmo que internacional, oferecendo oportunidade para todos os profissionais da área, participarem de um empreendimento tão importante.

O projeto não previa claramente o direito à concorrência dos profissionais brasileiros, que não tiveram chance de apresentarem projetos e trabalhos - o serviço foi comprado por um escritório francês.

Os projetos brasileiros são conhecidos mundialmente pela qualidade e criatividade, o que é relevante para terem o direito de participar de igual para igual nas concorrências de qualquer obra de grande porte que venha a ocorrer no país.

Indo mais adiante, sendo obra pública, deveria ser automático o Concurso Público Nacional de Projetos, e no caso de empresas estrangeiras estarem interessadas, um Concurso Internacional de Projetos, justo porque, as duas formas estão previstas na lei de licitações e reconhecidas como forma de escolha para obra pública.

E hoje à noite, quando os acordes eruditos estiverem em cena, silenciosamente será ouvido o protesto dos arquitetos brasileiros, lamentando o poder público ainda não ter se convencido de que, o país é muito bem servido de profissionais da área de tecnologia e desnecessária a importação de mão-de-obra.

(...) Não quero Handel para meu amigo
Nem ouço a matinada dos arcanjos.
Basta-me
O que veio da rua, sem mensagem,
e, como nos perdemos, se perdeu.
Carlos Drummond de Andrade em "Musica Barata"

Durmam com este barulho!
Beijus,

Silêncio

Nota desconhecida, quase uma música.



Estátua "O Estudo" - entrada lateral da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro



Clique! Clique! nas imagens para ampliar - POW! Pelo menos na última para sentir o impacto - acima, imagem do Hall de entrada da Biblioteca. Abaixo, elevando a câmera para o teto.



A Biblioteca Nacional guarda todo o patrimônio bibliográfico e documental do Brasil. É a maior da América Latina e sétima do mundo segundo a UNESCO.

Na Biblioteca, tem-se a responsabilidade de atualizar oito milhões de peças que estão presente desde a chegada da Real Biblioteca de Portugal. Esta coleção cresce constantemente, sendo necessária sua atualização e preservação - doações e aquisições são feitas todos os dias, além disso tem o cumprimento das obrigações, que todas as editoras do país fazem obedecendo a lei do "Depósito Legal".


Imagem Fundação Biblioteca Nacional

O Rio de Janeiro é muito além de praia e carnaval. Porém não visite a Biblioteca por esses dias, porque até o dia 09 de Maio, estará suspenso o atendimento por causa de remanejamentos nos acervos da Divisão de Música, Arquivo Sonoro e da Divisão de Manuscritos. Por enquanto faça uma visita virtual.

O Que o Rio tem além das moças bonitas?


Além dos cariocas espertos?


Além dos passeios noturnos?


Tem Roma Dewey?


Tem Celso Fonseca...


Tem alguns mistérios...
Tem flor em botão
Tem vitória-régia

Tem palmeiras imperiais

O Rio tem conserto


O Rio tem Business


O Rio tem favelas


O Rio tem highway


O Rio tem Tall Building


O Rio tem igrejas modernas


O Rio tem igrejas antigas


Tem monumentos


Tem arte


Tem design


É claro que tem policiamento!


O Rio trabalha


O Rio tem pressa


O Rio tem Varig!!


O Rio tem gente boa...


O Rio tem contemplação!!


O Rio de Janeiro continua lindo!!
Será que consigo começar a semana?
Beijus

...em quietude, sem solidão

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