Eco limite - Construção de muros em favelas
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Medida polêmica já enfrentada em 2004, quando o então vice-governador Luiz Paulo Conde propôs erguer um muro na Rocinha, a idéia, no entanto, foi banida por causa dos ataques de ambientalistas. Agora, sem mais, o governo estadual atual, avança na construção das muralhas.
As autoridades dizem que o muro é para proteger a floresta nativa restante e conter a expansão das comunidades. Até o final do ano serão construídos 11 Km de muro em 19 comunidades, num investimento de 40 milhões de reais e cerca de 550 casas recolocadas em outros locais, por causa do risco de deslizamento durante as chuvas [leia +]
A medida é discriminatória e simboliza a divisão de classes no país. Isolando o problema, criarão guetos, acentuando a segregação que os moradores já se sujeitam. Esta segregação generalizada acarretará mais isolamento econômico e social.
Também contrário ao projeto, o ambientalista David Zee, professor na Universidade Estadual do Rio de Janeiro, declarou:
"Essa verba aplicada na construção do muro devia ser canalizada para programas de educação para que os próprios moradores se tornem os fiscalizadores de possíveis invasões de novos traficantes (...) O muro não surte efeito nenhum, as autoridades viram as costas e aproveitam o muro para fazer a parede da casa deles. Acho agressivo visualmente na paisagem local, um negócio desse tamanho pode servir até de trincheira para tiro".
Em um post escrito no dia 30 em seu Caderno de Saramago, o escritor escreve:
"Cá para baixo, na Cidade Maravilhosa, a do samba e do carnaval, a situação não está melhor. A ideia, agora, é rodear as favelas com um muro de cimento armado de três metros de altura. Tivemos o muro de Berlim, temos os muros da Palestina, agora os do Rio. Entretanto, o crime organizado campeia por toda a parte, as cumplicidades verticais e horizontais penetram nos aparelhos de Estado e na sociedade em geral. A corrupção parece imbatível. Que fazer?"
O que fazer? Faço minha as palavras de José Saramago. O que você acha?
Boas leituras: Minha Cidade e artigo BBC Brasil.
Beijus,
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Medida polêmica já enfrentada em 2004, quando o então vice-governador Luiz Paulo Conde propôs erguer um muro na Rocinha, a idéia, no entanto, foi banida por causa dos ataques de ambientalistas. Agora, sem mais, o governo estadual atual, avança na construção das muralhas.
As autoridades dizem que o muro é para proteger a floresta nativa restante e conter a expansão das comunidades. Até o final do ano serão construídos 11 Km de muro em 19 comunidades, num investimento de 40 milhões de reais e cerca de 550 casas recolocadas em outros locais, por causa do risco de deslizamento durante as chuvas [leia +]
A medida é discriminatória e simboliza a divisão de classes no país. Isolando o problema, criarão guetos, acentuando a segregação que os moradores já se sujeitam. Esta segregação generalizada acarretará mais isolamento econômico e social.
Também contrário ao projeto, o ambientalista David Zee, professor na Universidade Estadual do Rio de Janeiro, declarou:
"Essa verba aplicada na construção do muro devia ser canalizada para programas de educação para que os próprios moradores se tornem os fiscalizadores de possíveis invasões de novos traficantes (...) O muro não surte efeito nenhum, as autoridades viram as costas e aproveitam o muro para fazer a parede da casa deles. Acho agressivo visualmente na paisagem local, um negócio desse tamanho pode servir até de trincheira para tiro".
Em um post escrito no dia 30 em seu Caderno de Saramago, o escritor escreve:
"Cá para baixo, na Cidade Maravilhosa, a do samba e do carnaval, a situação não está melhor. A ideia, agora, é rodear as favelas com um muro de cimento armado de três metros de altura. Tivemos o muro de Berlim, temos os muros da Palestina, agora os do Rio. Entretanto, o crime organizado campeia por toda a parte, as cumplicidades verticais e horizontais penetram nos aparelhos de Estado e na sociedade em geral. A corrupção parece imbatível. Que fazer?"
O que fazer? Faço minha as palavras de José Saramago. O que você acha?
Boas leituras: Minha Cidade e artigo BBC Brasil.
Beijus,
Como disse agora pouco no twitter. Resolver o problema de forma superficial é a tendência. Afinal busca-se resultados imediatos unicamente.
ResponderExcluirPassando pra dizer que estou morrendo de saudades e também pra te deixar um beijo e um carinho!
ResponderExcluir(Ainda sem net...af!)
Beijos do tamanho do mundo pra você!
Preciso fazer uma correcao no comentario do Raphael, resolver problema de forma superficial nao é tendencia, desde que me conheco por gente foi sempre essa a única forma de se "solucionar" um problema no Brasil.
ResponderExcluirEu até gostaria de abordar o assunto de uma forma diferente, ao invés de discutirmos os efeitos socio-econômicos e o quanto isto ajuda ecologicamente, pensemos um minuto na seguinte cena:
Como vocês acham que o 'lado floresta' deste muro vai ficar? para construir algo assim e preciso maquinário, trabalhadores, material, etc etc etc, e estes nao voam nem flutuam e aposto que nao vao se posicionar entre os barracos e nas vielas estreitas da favela. Ou seja, eu diria que a construcao desta porra (me perdoem, nao pude me conter) vai destrir uma bela tangente da floresta que visa proteger.
Esses muros vão dar pano pra manga!
ResponderExcluirAcho que será uma tentativa inútil... parece desespero!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirAcho que a degradação será bem menor, do que se a expansão territorial continuar aumentando ,nessa favela, mesmo que o crescimento da favela Dona Marta não seja tão acelerado quanto outras no Rio. A construção dos Eco-limnites pode causar danos à floresta, mas danos recuperáveis, comparado a construção de vários barracos.
ResponderExcluirA medida dos Ecos-limites, tem desvantagens sociais grandes, concordo que a verba gasta para a construção do muro deveria ser empregado em projetos sociais, principalmente à educação dos residentes das favelas, ai sim começaríamos uma evolução cultural, posteriormente a população poderia agir junto ao governo, mas em quanto a favela for um zona de gerra entre policiais e marginais, isso dificulta qualquer aplicação de projetos sociais, é um trabalho arduo e demorado.