Cidade da Música
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O complexo da Cidade da Música Roberto Marinho foi criado para completar o plano original desenvolvido por Lúcio Costa, mago urbanista que projetou a Barra da Tijuca e não como um delírio de César Maia, como alguns argumentam.
O projeto localizado onde era o Cebolão, próximo ao terminal da Alvorada na Barra da Tijuca, foi idealizado a 32 anos para aproximar as zonas Oeste, Norte e Sul da cidade e, para quem ainda não sabe do projeto, trata-se das mais modernas salas de concertos de orquestras sifônicas e óperas do mundo, veja:
Hoje acontece sua inauguração, às 21 hs. com concerto inaugural da Orquestra Sinfônica Brasileira, sob a regência do maestro Roberto Mincsuk; a presença do Coro Sinfônico do Rio de Janeiro, sob a regência do maestro Júlio Moretzsohn, da soprano eslovaca Lívia Agh, do tenor Richard Decker, da mezzo-soprano Luísa Francesconi e do baixista carioca Luiz Ottavio Faria.
- 94 mil m2 de área total
- 22 mil m2 de área construída
- Parque municipal de 70 mil m2
- Foyer musical colocado a 10 m de altura, de onde se tem vista panorâmica
- Sala de Concertos – a principal tem capacidade para 1800 pessoas, adaptável para Ópera, neste caso, para 1300 espectadores
- Sala de Música de Câmera – 500 pessoas
- 13 salas de ensaio
- 13 salas de aula
- Espaços técnicos otimizados tanto às funções de ópera como de concertos
- 10 frisas/balcões, das quais 4 se locomovem, transformando a sala num espaço adaptável a ópera e grandes espetáculos
- Restaurante / Cafeteria
- Bar do Foyer
- 4 salas de cinema
- 3 lojas
Serão apresentados clássicos como uma das sinfonias de Beethoven e uma sinfonia inédita do compositor Edino Krieger. Além do que está programado para a inauguração, a prefeitura do Rio, planejou uma programação de música clássica entre os 19 e 20 de dezembro.
E antes mesmo de ser inaugurada, a "Cidade da Música" já recebeu prêmio concedido pelo Metropolitan Art Press e o Centro Europeu de Artes de Designum, um dos prêmios mais importantes de arquitetura, o "International Architeture Awards" [veja video de apresentação do projeto]
Classificado como um dos prédios mais impressionantes, grandiosos e obra prima de poesia, mas porque andam falando tão mal do espaço?
Primeiro porque é obra da oposição e Lullinha não iria prestigiar, não é? E praticamente todos os meios de comunicação estão comprados e publicando apenas o que lhes favorece. Mas não é somente isto, vou tentar explicar as razões do "barulho":
A primeira vista, o "barulho" foi iniciado pelos arquitetos do Rio de Janeiro, que protestaram contra a contratação de um arquiteto estrangeiro para a execução do projeto, deixando de lado os profissionais brasileiros.
A escolha do arquiteto marroquino Christian de Portzamparc para a criação da cidade da música foi questionada pelo profissionais brasileiros, não pela falta de competência ou de qualidade do projeto. A queixa foi da escolha não ter sido feita através de concurso público, mesmo que internacional, oferecendo oportunidade para todos os profissionais da área, participarem de um empreendimento tão importante.
O projeto não previa claramente o direito à concorrência dos profissionais brasileiros, que não tiveram chance de apresentarem projetos e trabalhos - o serviço foi comprado por um escritório francês.
Os projetos brasileiros são conhecidos mundialmente pela qualidade e criatividade, o que é relevante para terem o direito de participar de igual para igual nas concorrências de qualquer obra de grande porte que venha a ocorrer no país.
Indo mais adiante, sendo obra pública, deveria ser automático o Concurso Público Nacional de Projetos, e no caso de empresas estrangeiras estarem interessadas, um Concurso Internacional de Projetos, justo porque, as duas formas estão previstas na lei de licitações e reconhecidas como forma de escolha para obra pública.
E hoje à noite, quando os acordes eruditos estiverem em cena, silenciosamente será ouvido o protesto dos arquitetos brasileiros, lamentando o poder público ainda não ter se convencido de que, o país é muito bem servido de profissionais da área de tecnologia e desnecessária a importação de mão-de-obra.
(...) Não quero Handel para meu amigo
Nem ouço a matinada dos arcanjos.
Basta-me
O que veio da rua, sem mensagem,
e, como nos perdemos, se perdeu.
Carlos Drummond de Andrade em "Musica Barata"
Durmam com este barulho!
Beijus,