Então Tá, Jeeves


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Há aspectos no caráter de Jeeves, que muitas vezes acarretaram o surgimento de uma certa frieza entre nós. Ele é um daqueles indivíduos que, quando você lhe dá um troço, quer logo outro treco. Seu trabalho é no mais das vezes tosco e sabe-se de fontes seguras que já se referiu a mim como alguém 'mentalmente insignificante'.

Mais de uma vez, foi meu penoso dever esmagar nele essa tendência de se mostrar superior e de tratar seu jovem senhor como um servo ou um peão.

Esses são os defeitos graves.

Porém num aspecto jamais deixei de lhe tirar o chapéu. Jeeves é magnético. Há qualquer coisa nele que acalma e hipnotiza. Pelo que sei, jamais esteve frente a frente com um rinoceronte furioso, mas, caso isso ocorresse, não tenho a menor dúvida de que o animal, ao se ver diante dele, estancaria o passo, deitaria no chão e começaria a ronronar com as patas para o alto.

Trecho do livro Então Tá, Jeeves.

Pelham Grenville Wodehouse ou simplesmente P.G. Wodehouse é autor de quase cem livros. Humorista prolífico que deve sua fama à onze romances e 33 coletâneas de contos em que os personagens principais são Jeeves & Wooster.

Wooster é solteiro convicto, jovem e rico que ostenta sua ociosidade em um clube masculino de Londres ou em mansões rurais de tias igualmente aristocratas e é totalmente dependente de Jeeves, o mordomo. Este, totalmente impassível, não demonstra emoções e o máximo que faz é arquear de leve a sobrancelha direita.

Jeeves faz tanto sucesso que já é dono de alguns serviços na internet, incluindo o Ask Jeeves.

George Orwell, publicou um documentário sobre P.G. Wodehouse, onde dizia que o dandismo avoado de Wooster contaminou o reinado de Edward VII (1901-1910) que perdurou até a publicação do conto "O homem com dois pés esquerdos".

Wodehouse era ideologicamente inocente, evitava debates políticos e isto foi muito útil para os nazistas quando encaminhado para um campo de prisioneiros e de sua imagem aproveitaram para fazer propaganda da guerra.

Acho que os alemães não entendiam o humor inglês e encaravam o humor simpático de Wodehouse ao se referir aos abastados ingleses, como sátira das elites inglesas. Culturas diferentes com interpretações diferenciadas. Desastrado, Wodehouse foi convidado à dar entrevistas em Berlim e elogiou o tratamento recebido pelos alemães, o que lhe valeu acusações de traição ao parlamento inglês. Seus discursos e livros foram banidos das bibliotecas inglesas.

Radicou-se nos EUA, onde aliou-se à personalidades de renome, trabalhou como escritor, jornalista e colaborou na criação de espetáculos teatrais e musicais ao lado de Cole Porter, Guy Bolton e George Gershwin.

Antes de morrer em 1975 aos 93 anos, restaurou a sua reputação patriótica, recebendo o título de Sir e reconhecido como um humorista. Sim, um humorista sem irônia e com diálogos ágeis.

Jeeves e Wooster são os eleitos por mim para figurarem na galeria dos personagens inesquecíveis, já que os livros da minha vida, respondi em um meme, que me foi passado pelo Lino Resende tempos atrás. Não quero ser repetitiva e se tiver a curiosidade de saber os livros da minha vida, acesse a postagem.

Outro livro publicado com os personagens Jeeves & Wooster no Brasil: "Sem dramas, Jeeves".

Os personagens ainda foram figurados em filme e série televisiva inglesa - Jeeves & Wooster, tendo Stephen Fry/twitter (uma das celebridades mais seguidas no twitter) e Hugh Laurie nos papéis principais.


[DVD][youtube][last.fm][Download Jeeves and Wooster movie][legendas]

Garanto que soltará enormes gargalhadas com a expontaneidade dos personagens, nada que exija esforço intelectual, apenas mandíbulas em boa forma.

Este post é parte integrante da blogagem coletiva promovida pela Vanessa do blogue Fio de Ariadne. Leia o livro, assista a série no youtube, ouça as músicas no last.fm e depois me conta!

Participe da blogagem também!
Beijus,

O Tempo

O Tertúlia Virtual deste mês tem como tema "O Tempo". Para participar acesse o link e acrescente seu nome.

Não esqueça que dia 17, está programada a blogagem coletiva "O livro da minha vida", promovida pela Vanessa do Fio de Ariadne. Participe!!

Vou ali atrás do sr. tempo!

Política e Direito Penal

decisãoNo dia 05 do corrente mês, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que, os condenados pela Justiça têm o direito de recorrer em liberdade até que não haja mais possibilidade de recursos, em outras palavras, um criminoso só poderá ser preso depois do trâmite em julgado de todos os seus recursos.

Assim, a Constituição Federal garante que ninguém será considerado culpado até que haja uma condenação definitiva da Justiça. Isto não livra da cadeia réus com prisão preventiva ou provisória justificada pelo juiz, mesmo que esteja aguardando análise de recursos, contra a condenação imposta pela Justiça e como lembrou Gilmar MendesHá alguns Estados com 80% de presos provisórios” - traduzindo para leigos; se existe no Brasil atualmente 440 mil presos e destes, 189 mil são provisórios, isto quer dizer, existem pessoas presas, até mesmo por anos, sem ao menos terem sido denunciadas e, ontem assistindo ao Jornal na Tv, soube que um único preso dá prejuízo ao Estado de mil e oitocentos reais por mês. É dinheiro que sai do bolso do contribuinte.

Nesta questão, apesar da decisão, os magistrados se dividiram; pois as nossas leis já oferecem recursos demais aos réus. Em contrapartida há os juristas que dizem que a nova decisão exigirá do Judiciário maior agilidade e impedirá a morosidade dos processos. O ministro Joaquim Barbosa, chegou a declarar "Estamos criando um sistema penal de faz-de-conta". Será?

Claus Roxin, grande penalista alemão em sua obra “Estudos do Direito Penal” ao comentar as perspectivas para o futuro do Direito Penal, chega a algumas conclusões interessantes.

Questiona, por exemplo: - No Estado Social de Direito, o Direito Penal comum conseguirá manter-se e, merece ser preservado?

Aduzindo posicionamentos que emergem de estudos sociais, políticos, econômicos e culturais, especula sobre as propostas atinentes a um comportamento mais humano, objetivando-se sempre, a ressocialização do individuo delinqüente, para afinal concluir: no futuro será melhor “Conciliar ao invés de julgar”, devendo-se ouvir com mais atenção algumas correntes abolicionistas das penas que privam a liberdade e também cogita “prevenir ao invés de punir”, o que poderia ser feito pelo uso racional das estatísticas das políticas públicas disponíveis pelo serviço de inteligência do Estado.

justiçaAtento as correntes doutrinárias de descriminalização e diversificação na aplicação das penas, empunha a bandeira do direito penal mínimo, sugerindo “curar ao invés de reprimir”, estimulando não apenas a substituição gradual das penas carcerárias pelas medidas de segurança, como também pelo incentivo às denominadas medidas “sócio-terapêuticas” e outras sanções orientadas pela “voluntariedade do ofensor”, não apenas no que concerne à reparação do dano causado, mas também às atividades, difundidas na Europa, especificamente na Alemanha, dos chamados “trabalhos de utilidade comum” e “Serviço substitutivo civil” – Ziviler Ersatzdients – que nada mais são do que a prestação de serviços comunitários, familiares das conhecidas “penas alternativas”, ensinando-nos, afinal, que “os limites à faculdade de punir devem ser deduzidos das finalidades do direito penal”.

Eu não seria ingênua em pensar que a realidade alemã – de primeiro mundo – sirva de exemplo a nossa precária realidade terceiro-mundista de País provinciano, onde o povo, com toda a sorte de carências, troca a sua consciência política pelo assistencialismo barato do bolsa família, bolsa escola e cartão cidadão, mercadejando votos numa passividade cívica criminosa, cuja fatura será paga pelas futuras gerações; da mesma forma não acalento esperanças com nossa insensível “elite branca” citada por Cláudio Lembo a alguns anos, a qual, pensa que “tirando o dela e pagando seus impostos, nada mais tem a ver com o problema, o Estado que resolva”.

Somos todos uns idiotas. O grande mérito desses estudos de política criminal, é nos dar assim, uma pequena dimensão do quanto estamos atrasados no árduo caminho que teremos de percorrer, para dissociar o crime da política no Brasil.

"Justiça atrasada não é justiça,
senão injustiça qualificada e manifesta" (Ruy Barbosa)

Bom fim de semana!
Beijus,

Hey Bloggers! Estou de volta!



Mãe é muito bom!!



E como tudo que é bom, engorda!

Mamãe, ri para o espelho e diz: "Mais um cabelo branco"

Eu: Está contando?

Mãe: "Só constatando como cada um afirma a sua individualidade e salta por cima de todos os outros"

Eu: Eles me fascinam

Mãe: "São pormenores que fazem rir ou chorar, conquanto você tenha histórias para contar com eles"

Fala assim ouvindo certa música.

“…But these stories don’t mean anything, When you’ve got no one to tell them to…”

...Mas essas história nada significam, quando não se tem ninguém para contá-las...

Uma pergunta

casal
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Lendo os comentários do post: Rapidinhas em Clip/Blog this onde falo de vários assuntos que diretamente estão ligados ao respeito mútuo, vou destacar um comentário e gostaria que você respondesse, a pergunta que segue ao final.

dúvida"Não justifica - longe disso -, mas explica um bocado. O machismo degradante (existe o machismo bom, creio eu) persistirá enquanto existirem mulheres para alimentá-lo. Quando modelos se sujeitam a se deixar fotografar assim, enquanto muitas garotas preferirem mostrar o sexo nas folhas de uma revista ao invés de se esforçarem nos estudos em busca de profissão mais digna, enquanto fêmeas preferirem ser carne pendurada no açougue para apreciação dos famintos ao invés de dedicarem-se a algo que as promova pelo mérito, os machões persistirão.

Por outro lado, fico me perguntando, por que machismo é ruim e feminismo é bom?
"

alegriaParabéns Tina Blue pelo aniversário de casamento! Amor e cumplicidade sempre!

Beijus,

...em quietude, sem solidão

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Algumas coisas não têm preço

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