O comentário do
Júnior é condizente com aquilo que penso e merece uma reflexão principalmente em um ponto; Qual o limite, o que podemos e/ou aquilo que não podemos? As pessoas sabem ou fecham os olhos pela conveniência? As atividades do homem moderno contribuem de forma drástica para mudar o meio ambiente e temo que a espécie humana, não tenha tempo de se adaptar a essas mudanças.
É preocupante a crescente demanda nas restrições de alimentos que a humanidade enfrentará, principalmente nos oceanos, onde antes era dito ser uma fonte inesgotável; agora sabemos que a pesca industrial reduziu em 90% a população de grandes peixes. Vejam, por exemplo, os setenta milhões de tubarões que são pescados por ano somente para a retirada de barbatanas e depois suas carcaças jogadas ao mar.
Esse descontrole da pesca, fez com que 75% de espécies que habitam a costa brasileira estejam no limite de sua capacidade de reposição. 36 nomes de espécies estão na lista para entrar em colapso, entre eles a garoupa pintada, atum, badejo, cação e tantos outros.
Linguado à Belle Meuniére, ao Beurre Noir...Badejo à Bonne Femme, à Bugari...Camarão à Newburg, ao Le Coin...Cavaquinha ao Café de Paris, ao Thermidor...tantos pratos saborosos que você tem à mesa, mas não terá se esse descontrole continuar. Será esse o nosso fim? Ter dinheiro e não ter nada, nem comida para comprar?
Com a pesca industrial, a pesca deixou de ser rude e passou a usar de equipamentos sofisticados que incluem super computadores, aviões e detecção dos cardumes de peixe em qualquer ponto dos oceanos por satélites. A pesca de arrasto que varre o fundo dos mares, recolhe o que para os pescadores 25% é considerado lixo.
Esse lixo sem valor comercial é jogado ao mar sem vida. Incluem aí golfinhos, tartarugas marinhas, peixes pequenos, baleias e tubarões. Além do que essas redes destroem formações naturais, berçarios de vida marinha.
Com a "
Convenção sobre o Direito do Mar" a ONU tem plano ambicioso para proteger as espécies marinhas, flora e fauna. A redução das cotas de pesca é uma delas. Mas os governantes também precisam cumprir os acordos internacionais.
No Brasil existe o
Revizee, (Programa de Avaliação do Potencial Sustentável de Recursos Vivos na Zona Econômica Exclusiva), idealizado em 1990. O que é isso? Sob a responsabilidade do Ministério do Meio Ambiente, se estende até a divisa das 200 milhas náuticas, dividido em quatro áreas, para detalhamento do potencial de pesca e condições de exploração na faixa litorânea. Este levantamente fortalece a soberania brasileira.
Você aprendeu na escola que o Brasil tem 200 milhas de mar territorial. Isso não é mais verdadeiro, conserta a cachola porque não tem mais. Agora temos apenas 12 milhas de mar territorial. Isso aconteceu em 10 de dezembro de 1982, foi proposta pela ONU na convenção dos mares e ratificada pelo Brasil em dezembro de 1988, entrando em vigor no dia 16 de novembro de 1994. A ZEE (Zona Economica Exclusiva) brasileira é definida como a faixa que se estende das doze às duzentas milhas marítimas. [
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Se o Brasil não fortalecer a sua soberania, acabará cedendo espaço para que outros países o façam dentro desse limite.
Com esse bafafá todo com a Amazônia, esquecem do território marítmo? Para ilustrar e para que você perceba que isso pode estar acontecendo, uma equipe da Costa Sul do Revizee estava em viagem de pesquisa pelos mares do sul do país, quando encontraram em Chuí, Rio Grande do Sul, um pesqueiro japonês,
carregado de "
Chaceon notialis", uma espécie de caranguejo de profundidade, muitíssimo valioso no mercado externo.
É de praxe embarcações estrangeiras pedirem autorização para pesca em nossas águas, porém muitos fazem prospecções prévias sem autorização.
Japão e Noruega romperam com a Comissão Baleeira Internacional (CBI), voltando à caça de baleias, alegaram ter o direito de caçá-las e argumentaram que para aproveitarem este recurso é preciso matá-las.
O Japão teria tentado subornar países centro-americanos, para que apóiem o fim da moratória da caça comercial de baleias, durante um encontro que aconteceu no Caribe. Tentou comprar votos dos membros do CBI.
Recentemente o Japão também demonstrou interesse em firmar contratos bilaterais com o Chile. O Japão avança pelos mares. Até na costa da Rússia ele teve um submarino encalhado, lembram?
Japão e outros países baleeiros,vêm ignorando a moratória internacional de caça às baleias. Diante deste fato, 13 países da América Latina e do Hemisfério Sul, além da Espanha, lançaram através de representação uma declaração condenando a chamada "caça científica", dando continuidade a proibição mundial da matança e acordaram posições sobre a conservação das baleias nos fóruns internacionais relevantes.
Esta iniciativa coincidiu com a saída da frota baleeira japonesa para a Antártida com o pretexto de uma famijerada caça "científica", onde centenas de baleias morrem a cada ano violando o Santuário Antártico.
Votos dos países do Hemisfério Sul e latinos são fundamentais para acordos futuros na CIB que possam ser efetivados para finalizar o impasse entre caçadores e conservacionistas. Nós brasileiros celebramos a proposta de criação do Santuário de proteção às Baleias do Atlântico Sul, o que demonstra que nossa diplomacia está no caminho certo, para cessar total e permanente a matança de baleias em todo o Hemisfério Sul e reunir massa crítica necessária para obrigar os baleeiros a negociar.
O governo brasileiro pode ajudar a mudar isso com o voto positivo para implantação do Santuário do Atlântico Sul. Este é o motivo da existência da carta que será enviada ao Presidente Lula, no dia 25/05 em forma de petição e que precisa de muitas assinaturas para ter validade. Se você ainda não assinou
a petição, faça essa gentileza pela vida marinha.
Queremos que o Presidente Lula convide outros países em desenvolvimento a apoiarem a idéia durante a reunião da CIB e até o dia 26 de maio, uma semana antes da reunião no Chile isso poderá ser feito.
Quem ainda não sabe, o Chile será sede, em junho do 60o. encontro anual da Comissão Internacional de Baleias (CIB). Segundo o texto do acordo proposto, o santuário de baleias deve proibir completamente as operações de caça comercial e científica para assegurar a conservação da diversidade de espécies de cetáceos encontrados nas águas marinhas do atlântico sul.
O mar daqui a uns tempos não será mais o mesmo. Só espero que quando olhar para o mar dos mirantes, a vista continue linda.