Durante a estadia do Buchinho no Brasil muita gente se exaltou. Houve muita especulação sobre os motivos da visita dele pela América Latina. Lullinha preferiu o teatrinho diplomático. Assinaram protocolos de declaração de intenção que será num futuro próximo, decidido conforme a conveniência das partes.
Até pouco tempo se falava no pacto das América, cadê? O teatrinho se espalha pela América Latina; Hugo Chavez usa da impopularidade do Buchinho para levar a América Latina a crer que mantém conflitos com Washington. Pois não é isso que vemos na prática, ele tem feito ótimos negócios com os EUA: Do total de petróleo que os EUA importam 11% vem da Venezuela, sendo que, para a Venezuela, isso representa metade de todo o petróleo que ela exporta e com a vantagem de não pagar impostos para o mercado americano, gerando assim receita para financiar o populismo interno e ajudar países como Bolívia, Cuba e Equador. O Brasil tem que pagar 48% de tarifa para entrar com o seu etanol no mercado americano.
No Brasil colônia, os Engenhos de Cana já moeram índios, negros e atualmente com a mais-valia de mão-de-obra barata, as usinas alcooleiras entraram num desafio cada vez maior de produtividade, nessa empreitada entram os migrantes que continuam a trabalhar em péssimas condições.
Deu no "The Guardian" - boom do etanol brasileiro é movido a mão-de-obra escrava - O trabalho escravo no Brasil, vem sendo combatido desde o governo passado e com a visita do Buchinho o tema voltou à pauta. Se o governo brasileiro quiser que o etanol vire commodity terá que vencer essa batalha contra a escravidão. E já tem gente correndo atrás disso: Senado cria grupo para combater trabalho escravo
Este memorando pode ser o primeiro passo, para que Lulla concretize a sua vontade expressa, a bastante tempo, do etanol brasileiro fazer vista pelo mundo. Para tanto ele precisava de apoio tecnológico e Buchinho se prontificou, depois de ignorar a América do Sul na maior parte do seu governo. É um governo em derrocada.
Agradavelmente o governo brasileiro e Estados Unidos terão com essa junção, munição frente a União Européia, China, Rússia e Índia na discussão sobre o Biocombustível. Atualmente, Brasil e Estados Unidos, sozinhos, respondem por mais de 70% de toda a produção mundial de álcool.
Para abastecer todo o mercado, o Brasil iria precisar plantar cana até na Lua, o mundo não está preparado para isso. Quando digo isso, pelo que sei, a cana depois de cortada, precisa ser queimada antes de ser beneficiada, e isso libera gás carbônico e outros gases na atmosfera. Cadê os ecologistas!? Neste processo só vejo capitalistas.
"A queima da palha do canavial visa facilitar e baratear o corte manual, fazendo com que a produtividade do trabalho do cortador aumente de 2 para 5 toneladas por dia. Os custos do carregamento e transporte também são reduzidos e aumenta a eficiência das moendas que não precisam interromper seu funcionamento para limpeza da palha. Por outro lado, essa prática, empregada em aproximadamente 3,5 milhões de hectares, tem conseqüências desastrosas para o ambiente.
Vários estudos afirmam que a queima libera gás carbônico, ozônio, gases de nitrogênio e de enxofre (responsáveis pelas chuvas ácidas), liberam também a indesejada fuligem da palha queimada (que contém substâncias cancerígenas) e provocam perdas significativas de nutrientes para as plantas e facilitam o aparecimento de ervas daninhas e a erosão, devido à redução da proteção do solo. As internações por problemas respiratórios, intoxicações e asfixias aumentam consideravelmente durante a "safra" da fuligem.
Há problemas também nos efluentes do processo industrial da cana-de-açúcar, os quais devem ser tratados e se possível reaproveitados na forma de fertilizantes. Sem o devido tratamento os efluentes lançados nos rios comprometem a sobrevivência de diversos seres aquáticos e até mesmo os terrestres (através da mortandade de peixes, alimentação básica da classe mais baixa da população), quando usados como fertilizantes os efluentes não tratados contaminam os lençóis freáticos e afetam os seres terrestres."(Ambiente Brasil
Seguindo a tendência mundial de uso do etanol como matriz na área de combustíveis, grandes ‘figurões’ começam a voltar suas atenções para este setor.
Bill Gates, da Microsoft, manifestou interesse no investimento; nos Estados Unidos o custo de produção do etanol a partir do milho custa quase 50% a mais se comprado ao etanol da cana do Brasil.
Também numa discreta viagem ao Brasil, os fundadores do Google, Larry Page e Sergey Brin, visitaram uma planta industrial no interior paulista, onde teriam sondado investimentos no mercado do álcool.
Verdade é que o Buchinho e Lullinha conseguiram o que queriam, assinaram o acordo. No terminal da Petrobras (sem acento) Lullinha disse: "Esta na hora de despoluir o planeta". Buchinho olhou pra ele com olhar meigo e disse: "Nossa dependência de petróleo de outra pessoa significa que estamos dependentes de suas decisões".
Era com Fidel que Lulla queria ir adiante nesse projeto. Porém Fidel deu-lhe uma rasteira. Quando Lulla foi à Cuba em 2003 o protocolo de intenções foi assinado. Mas o que fez Fidel mudar de idéia? Hugo Chavez passou a fornecer petróleo barato para Cuba. De nada adiantou, técnicos brasileiros da Empresa Santa Cecília gastarem solas de sapatos naquelas paragens. O Ministro das cidades, Márcio Fortes, negociador na época, almejava restaurar velhas usinas e construir novas unidades em Cuba.
Fidel e Hugo Chavez ao serem questionados sobre o projeto de biocombustível envolvendo etanol, disseram que o etanol é uma ameaça à produção de alimentos.
Se o Buchinho vai reduzir as taxas do etanol brasileiro? Esperem ajoelhados no milho americano.
Boa semana!
Beijus