De república das bananas para república da Cana?
No Brasil colônia, os Engenhos de Cana já moeram índios, negros e atualmente com a mais-valia de mão-de-obra barata, as usinas alcooleiras entraram num desafio cada vez maior de produtividade, nessa empreitada entram os migrantes que continuam a trabalhar em péssimas condições.
Deu no "The Guardian" - boom do etanol brasileiro é movido a mão-de-obra escrava - O trabalho escravo no Brasil, vem sendo combatido desde o governo passado e com a visita do Buchinho o tema voltou à pauta. Se o governo brasileiro quiser que o etanol vire commodity terá que vencer essa batalha contra a escravidão. E já tem gente correndo atrás disso: Senado cria grupo para combater trabalho escravo
Este memorando pode ser o primeiro passo, para que Lulla concretize a sua vontade expressa, a bastante tempo, do etanol brasileiro fazer vista pelo mundo. Para tanto ele precisava de apoio tecnológico e Buchinho se prontificou, depois de ignorar a América do Sul na maior parte do seu governo. É um governo em derrocada.
Agradavelmente o governo brasileiro e Estados Unidos terão com essa junção, munição frente a União Européia, China, Rússia e Índia na discussão sobre o Biocombustível. Atualmente, Brasil e Estados Unidos, sozinhos, respondem por mais de 70% de toda a produção mundial de álcool.
Para abastecer todo o mercado, o Brasil iria precisar plantar cana até na Lua, o mundo não está preparado para isso. Quando digo isso, pelo que sei, a cana depois de cortada, precisa ser queimada antes de ser beneficiada, e isso libera gás carbônico e outros gases na atmosfera. Cadê os ecologistas!? Neste processo só vejo capitalistas.
- "A queima da palha do canavial visa facilitar e baratear o corte manual, fazendo com que a produtividade do trabalho do cortador aumente de 2 para 5 toneladas por dia. Os custos do carregamento e transporte também são reduzidos e aumenta a eficiência das moendas que não precisam interromper seu funcionamento para limpeza da palha. Por outro lado, essa prática, empregada em aproximadamente 3,5 milhões de hectares, tem conseqüências desastrosas para o ambiente.
- Vários estudos afirmam que a queima libera gás carbônico, ozônio, gases de nitrogênio e de enxofre (responsáveis pelas chuvas ácidas), liberam também a indesejada fuligem da palha queimada (que contém substâncias cancerígenas) e provocam perdas significativas de nutrientes para as plantas e facilitam o aparecimento de ervas daninhas e a erosão, devido à redução da proteção do solo. As internações por problemas respiratórios, intoxicações e asfixias aumentam consideravelmente durante a "safra" da fuligem.
- Há problemas também nos efluentes do processo industrial da cana-de-açúcar, os quais devem ser tratados e se possível reaproveitados na forma de fertilizantes. Sem o devido tratamento os efluentes lançados nos rios comprometem a sobrevivência de diversos seres aquáticos e até mesmo os terrestres (através da mortandade de peixes, alimentação básica da classe mais baixa da população), quando usados como fertilizantes os efluentes não tratados contaminam os lençóis freáticos e afetam os seres terrestres."(Ambiente Brasil
Seguindo a tendência mundial de uso do etanol como matriz na área de combustíveis, grandes ‘figurões’ começam a voltar suas atenções para este setor.
Bill Gates, da Microsoft, manifestou interesse no investimento; nos Estados Unidos o custo de produção do etanol a partir do milho custa quase 50% a mais se comprado ao etanol da cana do Brasil.
Também numa discreta viagem ao Brasil, os fundadores do Google, Larry Page e Sergey Brin, visitaram uma planta industrial no interior paulista, onde teriam sondado investimentos no mercado do álcool.
Verdade é que o Buchinho e Lullinha conseguiram o que queriam, assinaram o acordo. No terminal da Petrobras (sem acento) Lullinha disse: "Esta na hora de despoluir o planeta". Buchinho olhou pra ele com olhar meigo e disse: "Nossa dependência de petróleo de outra pessoa significa que estamos dependentes de suas decisões".
Era com Fidel que Lulla queria ir adiante nesse projeto. Porém Fidel deu-lhe uma rasteira. Quando Lulla foi à Cuba em 2003 o protocolo de intenções foi assinado. Mas o que fez Fidel mudar de idéia? Hugo Chavez passou a fornecer petróleo barato para Cuba. De nada adiantou, técnicos brasileiros da Empresa Santa Cecília gastarem solas de sapatos naquelas paragens. O Ministro das cidades, Márcio Fortes, negociador na época, almejava restaurar velhas usinas e construir novas unidades em Cuba.
Fidel e Hugo Chavez ao serem questionados sobre o projeto de biocombustível envolvendo etanol, disseram que o etanol é uma ameaça à produção de alimentos.
Se o Buchinho vai reduzir as taxas do etanol brasileiro? Esperem ajoelhados no milho americano.
Boa semana!
Beijus
Luma,
ResponderExcluirSe vc analisar, ainda somos colônia, pois somos explorados na cara dura, convivemos com o trabalho escravo, e nossa maior força não são produtos industrializados, mas sim primários.
Continuam os latifúndios e não temos representantes no governo. Os que lá estão cada um tem visto o seu lado, e não o do povo.
Depois ainda dizem estamos no caminho certo... que caminho... que democracia...
abs e ótima semana!
É por essas e outras que eu bebo... bjs
ResponderExcluirLuma
ResponderExcluirAntes de sair por aí publicando artigos vc deveria se informar melhor como funciona o processo de obtenção de alcool e açúcar a partir da cana.
Vc pelo visto também não entende muito de recuperação de CO2 e demais benefícios obtidos a partir do uso de fontes renováveis para a produção de bio combustíveis.
A queima é feita só antes, e não depois da colheita. Mas eu sou contra não só por achar burrice desperdiçar um material que possa ser aproveitado ainda na produção do etanol celulósico (às vezes citado como "etanol de 2ª geração") como pela liberação de fuligem (os entusiastas do álcool destacam a redução da emissão de material particulado pelos motores rodando no álcool, mas não adiantaria nada manter um método de produção que libera uma quantidade absurda de fuligem).
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