Sacanagem da Dadá
Com o perdão da palavra, vou explicar o que se passa antes que caiam no crime.
É que essa vida não tá mole
E eu faço assim para me segurar
(Caio no suingue de Pedro Luis e a Parede)
Particularmente acho que no inverno, falta exotismo e inovação, sabor e agitação, cor e estímulos. Mas há quem prefira.
O calor estimula o nosso corpo e dá cor à pele. Expô-la sem excessos, torna-se saudável quando aliada à sensação de leveza e disposição, resultado proporcional aos alimentos que ingerimos.
...Um velho calção de banho, um dia pra vadiar...
Quem não mora na beira da praia e não pode desfrutar da brisa do verão no final da tarde, pode desfrutar dele na piscina, na praça, na contemplação em olhar pessoas e paisagens.
...E numa esteira de vime beber uma água de côco...
Há quem prefira uma rede e uma leitura. Há quem prefira um passeio, um teatro, um cinema ou mesmo um boteco à noite.
...Argumentar com doçura com uma cachaça de rolha...
E quando se fala em drinques da temporada, nos coquetéis que misturam ingredientes exóticos, falamos de coquetelaria. Nosso imaginário logo se aguça e nos apresenta as clássicas taças geladas de Dry Martini, cortejadas pelos bons de copo como Ernest Hemingway e que consta no catalógo da Internacional Bartenders Association (IBA).
Bar Dry Martini em Barcelona
...Bem devagar ir sentindo a terra toda a rodar...
Uma idéia nefasta nos traz à mente e ao fígado uma indispensável confusão, quando as misturas são inconciliáveis. Bombas de efeito imediato ou que você sente somente no outro dia. O sentido da coquetelaria é fazer uma alquimia em que a fórmula seja perfeita; para que ela se perpetue, podendo até ganhar novas combinações de ingredientes.
...Enquanto o mar inaugura um verde novinho em folha...
No verão brasileiro as coqueteleiras se agitam para aqueles que querem algo além das caipirinhas. Muitos se arriscam, como é o caso da Dadá, quituteira baiana que inventou o "Sacanagem da Dadá" para dar emoção ao apimentado cardápio de seu restaurante.
A bebida foi concebida de uma troca de idéias com maîtres estrangeiros que participavam de um festival gastronômico em São Paulo. O drinque é uma combinação de várias frutas, amassadas e misturadas à vodca ou cachaça.
Não foi somente a Dadá que arriscou fazer uma bebida que se tornou célebre no Brasil. Em São Paulo a Sorveteria Stuppendo aproveitou a matéria prima básica da casa e misturou os sorvetes de frutas com vodca ou vinho espumante atraindo uma clientela sempre cativa. Eu indico o Sorbetto de Limão ou o de Lichia.
Se eu der mais sugestões vocês aparecem? Pois em Campinas também tem a Caipirinha do Coronel, que mistura saquê com suco de laranja e mel, do Bar Coronel Mostarda. Existem vários bares, bairros cheios de bares, mas nem todos ficam na nossa memória gustativa.
Lembrei que prometi para a Denise uma caipirinha de lima da pérsia e vou cumprir a promessa pessoalmente. Enquanto isto não acontece, sugiro que a Denise prove no Rio, no Caroline Café; o "Acapulco", se é que gosta de rum. Ou no Mizu; o "Summer time" que combina tequila com guaraná Jesus, um refrigerante produzido no Maranhão.
...Depois sentir o arrepio do vento que a noite traz...
Gente eu não bebo, viu? Sou como passarinho, dou algumas bicadas para provar. Como sou boazinha, vou passar a receita de um drink sem álcool que adoro!
...E nos espaços serenos, sem ontem nem amanhã...
Boas doses de prazer e de pura delícia!
Bom fim de semana!
Beijus,
*Em negrito a música "Tarde em Itapoã" (Toquinho e Vinícius de Moraes)