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Ensaio para o apocalípse - Hiroshima, Nagasaki e Angra

Jornal de Hiroshima

Ops, alguém falou em guerra fria?

Hoje dei de cara com a seguinte manchete:
Acha que alguém pode estar pirando? No domínio do tempo histórico, a Guerra Fria foi muito dura e deixou-nos o medo e o pedido de que ela não volte a nos assombrar com seus demônios e vilões. Período em que a Terra tornou-se refém da tecnologia nuclear, capaz de aniquilar todos os seus habitantes, não uma só vez, mas dezenas vezes.

Eco Futuro


Como não irão enxergar o que está escrito no comentário deixado aqui pela Jane, vou transcrevê-lo:

AOS CIDADÃOS:
Minha filha, moradora de Angra dos Reis desde seu casamento há uns anos, comentou aqui em casa que um médico do INCA (Rio de Janeiro) disse a um conhecido dela (que está com câncer) que PELO MENOS 80% DOS PACIENTES DE CÂNCER NAQUELE HOSPITAL VÊM DE ANGRA DOS REIS. Eu já temia que isto iria acontecer desde que as Usinas Atômicas começaram a ser construídas naquela região.
Agora tenho a comprovação de que HÁ VAZAMENTO naquela porcaria e que alguma autoridade do governo TEM de tomar providências. Eu temo pela saúde de minha filha e meu genro. Se os cidadãos de Angra não bastam para alertar as autoridades, os RICOS E FAMOSOS têm casas por lá e habitam a terrinha nos fins-de-semana. Peço, pois, a esses ricos e famosos que usem de sua influência para que haja uma intervenção e uma vistoria URGENTE nas Usinas!!! Já pensaram? As propriedades cairão de preço e não valerão metade do que valem agora...
jane 04.08.07 - 2:23 pm


Realmente, pela falta de divulgação de informações, a maioria da população conserva muitos mitos em torno de uma usina nuclear. Muita gente imagina que Angra pode explodir a qualquer momento e que a radiação pode contaminar qualquer um que se aproxime do local.

Existe um certo risco em morar perto de dois reatores que acumulam materiais altamente radioativos, porém, caso ocorra um acidente, a contaminação radioativa da área próxima às usinas aconteceria também pelo ar, devido à formação de uma nuvem de gases que poderia se alastrar pela região. Em caso de acidente grave, até a população do Rio de Janeiro poderia ser atingida. Não existem chances de explosão porque o prédio onde fica localizado o reator foi construído especialmente para suportar grande pressão do ar, diferentemente do reator construído em Chernobil. Lógico, descartando a hipótese de um ataque aéreo, em caso de guerra. Já resíduo líquido que é descarregado diariamente junto com a água do resfriamento das turbinas, deixam as águas da Baía morninhas - quem nadou ali sabe - na prática, a evasão desses afluentes é controlada e não altera a radioatividade natural do meio ambiente.

O que o povo não sabe é que, a energia nuclear dosada contribui até para eliminação de germes e microorganismos; o esgoto pode ser tratado da mesma forma que os alimentos. No esgoto doméstico, a radiação tem uma função parecida com a do cloro. No industrial, quebra a cadeia do composto orgânico, facilitando o processo de limpeza posterior.

A Noruega teve lixo radioativo jogado nas redes de esgoto por 9 anos, por má administração e descaso. Cobalto e césio que saiam de um reator experimental localizado na cidade de Haldn foram lançados sem tratamento na rede. O que aconteceu à população? Ninguém sabe, ninguém viu, saberemos daqui uns anos...

Fui ao site do Ipen e pude saber da contribuição que o instituto faz quando o assunto é saúde; na área da medicina o Ipen tem trabalhado desde 1959, produzindo radiofármacos, que atendem hospitais e clínicas em todo o país e fornece material para diagnóstico e tratamento de doenças como o câncer. Além do que, exporta esse material para a Bolívia e Equador. Isso é medicina nuclear e o INCA não funcionaria sem ela. Veja o que está escrito lá:

"Seja para desenvolvimento na área de meio ambiente, indústria, medicina ou agricultura, o processamento radioativo é feito no próprio reator do Ipen. Trabalhando em baixa potência (5 megawatts) se comparado com o reator da usina Angra 2 (3.000 megawatts), o reator é o maior do país voltado para a área de pesquisas"

Algumas empresas no Brasil, estudam o uso da energia nuclear como forma de desinfestar alimentos, aumentando o prazo de conservação dos produtos, principalmente morangos e batatas, alimentos estes que se utilizam de alta carga de adubos. O Adubo também sem dosagem é prejudicial à saúde. No caso da radiação, a dosagem aplicada é pequena para tornar o produto radioativo.

Já existe no Brasil legislação para isso e muitos alimentos importados que chegam até nós, são mais caros, muitas vezes porque se beneficiam dessa tecnologia. E o Brasil terá que adotar futuramente essas medidas, obrigatoriamente para exportar produtos. Toda a carne de vaca ou frango enviada aos EUA, tem por norma a exposição da radiação para eliminação de germes, como a Salmonela.

No Brasil, algumas empresas se utilizam desse recurso, mas não divulgam o método para não alarmar a população. Veja que, mesmo com campanhas de divulgação, muitos ficariam com o pé atrás. Num futuro próximo, as empresas brasileiras terão de incluir na embalagem um símbolo internacional demonstrando que o produto foi irradiado.

A grande preocupação na realidade com a questão atômica é o lixo radioativo, que não é produzido somente nas usinas atômicas; os rejeitos radioativos são produzidos por hospitais, indústrias, universidades, centros hospitalares de medicina nuclear, instituições de pesquisa, e mais precisamente pelo Instituto de Engenharia Nuclear e Instituto de Pesquisas de Energia Nuclear, o projeto Aramar, em Iperó (SP) - onde a Marinha desenvolve um reator para o submarino nuclear e a mineração de urânio em Poços de Caldas (MG). Goiás também tem o seu lixo, porém agora Luminha não lembra.

As leis produzidas por nossos políticos carecem muitas vezes de profundidade técnica. O Poder Legislativo discute o destino do lixo nuclear a tempos, sem chegar a um consenso. Enquanto não puderem dar destino seguro para esse lixo, melhor a parada da produção nas usinas. Assim como fez Alemanha, Espanha e Suécia.

Fazendo uma comparação bem chula, o que você come pode até não lhe fazer mal, porém todo o produto dela pode fazer mal ao meio ambiente.


O Brasil pode dispensar a energia nuclear, porque existem outros recursos energéticos limpos e mais práticos de se administrar. Sabemos das vantagens e desvantagens da energia nuclear e com bom senso é fácil constatar que mesmo o atual governo ter se disposto a retomada de Angra III, seu governo não está apto quando declara: "Os Índios, o ministério Público e os ambientalistas são entraves ao desenvolvimento do Brasil, diz Lula" e durma com um barulho deste: Comissão de Energia Nuclear(Cnen) acha conveniente usina nuclear às margens do Rio São Francisco.


Off-topic: Sinto informar aos meninos alegrinhos com a postagem anterior, que "Aluguel de Mulheres" se refere exclusivamente ao aluguel de DVDs - A propaganda encomendada por uma locadora, causa alvoroço nos meios feministas da Europa, justamente por colocar a mulher como objeto de consumo. Este o real motivo da indignação.

Maíra, você foi a única que sacou o lance!

Beijus,

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