Ops, alguém falou em guerra fria?
Hoje dei de cara com a seguinte manchete:
Acha que alguém pode estar pirando? No domínio do tempo histórico, a Guerra Fria foi muito dura e deixou-nos o medo e o pedido de que ela não volte a nos assombrar com seus demônios e vilões. Período em que a Terra tornou-se refém da tecnologia nuclear, capaz de aniquilar todos os seus habitantes, não uma só vez, mas dezenas vezes.
Se o poder gira em torno daquele que detém armas nucleares, gostaria de fazer um breve resumo - por cima, das negociações neste sentido, nos últimos três anos. Se esse assunto não te interessa, saiba que anteriormente, a Guerra Fria centrava-se em um palco europeu, agora não mais! O palco ou as zonas de influência podem estar na "periferia do mundo", locais fragilizados como a América Latina e Oriente médio.
O "Grupo dos 6" exigiu no início de 2007 que o governo norte-coreano desativasse todas as instalações nucleares. Pyongyang fechou o principal reator atômico e uma usina, que produzia urânio e dentro do acordo de desarmamento nuclear, receberia em troca, 50 mil toneladas de combustível.
Já no finalzinho do ano, em novembro de 2007, a companhia francesa "Avera" do setor de engenharia nuclear, fechou contrato com a empresa chinesa "Guangdong". Pequim forneceu 2 reatores nucleares e pacto de abastecimento dos aparelhos (combustível) durante 20 anos.
No início de 2008, a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, foi à Pequim para reativar o acordo nuclear feito anteriormente com a Coreia do Norte, que teria sido bloqueado por desavenças entre Washington e Pyongyang. O objetivo de Rice seria persuadir a Coreia do Norte a dar uma declaração listando todo o seu arsenal nuclear. Pyongyang que havia se comprometido a desativar seu principal reator de plutônio - em Yongbyon - no final de 2007 não o fez, mantendo secretamente enriquecimento de urânio e levando o "Grupo dos 6" a acreditar que estaria a Coreia do Norte transferindo tecnologia nuclear para a Síria. Os norte-coreanos expulsaram os inspetores da ONU do país e não desistiram de acabar com o enriquecimento de urânio, já que os Estados Unidos não retiraram o país da lista de Estados terroristas.
De Pequim, Condoleezza Rice, foi para Nova Délhi, onde se reuniu com autoridades indianas para dois dias após, o senado americano aprovar um pacto de cooperação nuclear civil entre os dois países, onde Índia ganhou acesso ao mercado nuclear internacional para desenvolver reserva própria de combustível atômico para uso civil. Em troca, teve que separar as instalações nucleares militares das civis que ficaram sob vigilância da "Agência Internacional de Energia Atômica" e para festejar a sua integração ao seleto grupo das seis nações que já lançaram missões à Lua, lançou o foguete PSLV, sua primeira missão não tripulada à Lua, levando a sonda Chandrayaan-1 que ficou dois anos mapeando a superfície lunar em busca de água, metais preciosos e Hélium 3 (elemento quase não existente na Terra e usado para gerar energia por fusão nuclear). Índia passa a investir pesado em tecnologia espacial, para diminuir sua defasagem em relação aos gigantes asiáticos e aproveitando-se da maré, assina acordo com Rússia para esta construir 4 usinas nucleares na Índia.
Durante a conferência da ONU em Março de 2009, Rússia retomou conversação com Washington, paralisada desde a administração de George W. Bush e pleiteou um acordo internacional com EUA, para proibição de testes nucleares subterrâneos, sistemas de lançamento e ogivas atômicas, renegociando o "Tratado de Redução de Armas Estratégicas" para desarmamento global, assinado anteriormente em 1991.
Dois meses depois Barack Obama, aprovou acordo de energia nuclear com os Emirados Árabes e no mês de setembro de 2009, o chanceler russo Sergei Lavrov confirmou avanços na negociação no acordo com EUA para redução de arsenais nucleares nos dois países remanescentes da Guerra Fria em substituição ao "Tratado de Redução de Armas Estratégicas"
Hugo Chávez tremeu com a nova reaproximação de Washington e Moscou, distanciadas desde o governo G.Bush e declarou querer melhorar relações com os EUA; afirmando que nunca negou o fornecimento de petróleo, mas que teve que procurar fornecedores alternativos para repor o equipamento militar da Venezuela, já que os EUA se negaram a negociar e criticou Obama por este instalar tropas em sete bases militares colombianas. Em resposta às declarações da Secretária de Estado Hillary Clinto, de que a Venezuela fomentava a corrida armamentista na América Latina - Negou acordo com Irã e afirmou acordo com a Rússia, sem intenção de desenvolver bomba atômica.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) propôs ao Irã que 80% do urânio produzido no país, fosse enriquecido no exterior, onde atingiria níveis mais altos de enriquecimento e voltasse ao país, como combustível. Acordo este, previamente aceito por EUA, França e Rússia que teme o enriquecimento para fabricação de bombas.
A República Islâmica não coopera com os inspetores da "Agência Internacional de Energia Atômica" e é acusada de fabricar bombas atômicas. Fato negado pelo Irã.
Se o poder gira em torno daquele que detém armas nucleares, gostaria de fazer um breve resumo - por cima, das negociações neste sentido, nos últimos três anos. Se esse assunto não te interessa, saiba que anteriormente, a Guerra Fria centrava-se em um palco europeu, agora não mais! O palco ou as zonas de influência podem estar na "periferia do mundo", locais fragilizados como a América Latina e Oriente médio.
O "Grupo dos 6" exigiu no início de 2007 que o governo norte-coreano desativasse todas as instalações nucleares. Pyongyang fechou o principal reator atômico e uma usina, que produzia urânio e dentro do acordo de desarmamento nuclear, receberia em troca, 50 mil toneladas de combustível.
Já no finalzinho do ano, em novembro de 2007, a companhia francesa "Avera" do setor de engenharia nuclear, fechou contrato com a empresa chinesa "Guangdong". Pequim forneceu 2 reatores nucleares e pacto de abastecimento dos aparelhos (combustível) durante 20 anos.
No início de 2008, a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, foi à Pequim para reativar o acordo nuclear feito anteriormente com a Coreia do Norte, que teria sido bloqueado por desavenças entre Washington e Pyongyang. O objetivo de Rice seria persuadir a Coreia do Norte a dar uma declaração listando todo o seu arsenal nuclear. Pyongyang que havia se comprometido a desativar seu principal reator de plutônio - em Yongbyon - no final de 2007 não o fez, mantendo secretamente enriquecimento de urânio e levando o "Grupo dos 6" a acreditar que estaria a Coreia do Norte transferindo tecnologia nuclear para a Síria. Os norte-coreanos expulsaram os inspetores da ONU do país e não desistiram de acabar com o enriquecimento de urânio, já que os Estados Unidos não retiraram o país da lista de Estados terroristas.
De Pequim, Condoleezza Rice, foi para Nova Délhi, onde se reuniu com autoridades indianas para dois dias após, o senado americano aprovar um pacto de cooperação nuclear civil entre os dois países, onde Índia ganhou acesso ao mercado nuclear internacional para desenvolver reserva própria de combustível atômico para uso civil. Em troca, teve que separar as instalações nucleares militares das civis que ficaram sob vigilância da "Agência Internacional de Energia Atômica" e para festejar a sua integração ao seleto grupo das seis nações que já lançaram missões à Lua, lançou o foguete PSLV, sua primeira missão não tripulada à Lua, levando a sonda Chandrayaan-1 que ficou dois anos mapeando a superfície lunar em busca de água, metais preciosos e Hélium 3 (elemento quase não existente na Terra e usado para gerar energia por fusão nuclear). Índia passa a investir pesado em tecnologia espacial, para diminuir sua defasagem em relação aos gigantes asiáticos e aproveitando-se da maré, assina acordo com Rússia para esta construir 4 usinas nucleares na Índia.
Durante a conferência da ONU em Março de 2009, Rússia retomou conversação com Washington, paralisada desde a administração de George W. Bush e pleiteou um acordo internacional com EUA, para proibição de testes nucleares subterrâneos, sistemas de lançamento e ogivas atômicas, renegociando o "Tratado de Redução de Armas Estratégicas" para desarmamento global, assinado anteriormente em 1991.
Dois meses depois Barack Obama, aprovou acordo de energia nuclear com os Emirados Árabes e no mês de setembro de 2009, o chanceler russo Sergei Lavrov confirmou avanços na negociação no acordo com EUA para redução de arsenais nucleares nos dois países remanescentes da Guerra Fria em substituição ao "Tratado de Redução de Armas Estratégicas"
Hugo Chávez tremeu com a nova reaproximação de Washington e Moscou, distanciadas desde o governo G.Bush e declarou querer melhorar relações com os EUA; afirmando que nunca negou o fornecimento de petróleo, mas que teve que procurar fornecedores alternativos para repor o equipamento militar da Venezuela, já que os EUA se negaram a negociar e criticou Obama por este instalar tropas em sete bases militares colombianas. Em resposta às declarações da Secretária de Estado Hillary Clinto, de que a Venezuela fomentava a corrida armamentista na América Latina - Negou acordo com Irã e afirmou acordo com a Rússia, sem intenção de desenvolver bomba atômica.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) propôs ao Irã que 80% do urânio produzido no país, fosse enriquecido no exterior, onde atingiria níveis mais altos de enriquecimento e voltasse ao país, como combustível. Acordo este, previamente aceito por EUA, França e Rússia que teme o enriquecimento para fabricação de bombas.
A República Islâmica não coopera com os inspetores da "Agência Internacional de Energia Atômica" e é acusada de fabricar bombas atômicas. Fato negado pelo Irã.
Irã rejeita proposta e EUA, Grã-Bretanha, França, China, Alemanha e Rússia que reiteram pedido, para que retome estudo da proposta da "Agência Internacional de Energia Atômica" para enriquecer urânio no exterior. Mohamed ElBaradei pede que o governo de Mahmoud Ahmadinejad encontre uma saída diplomática para o impasse nuclear. Irã não concorda com a proposta inicial de envio do urânio para ser enriquecimento na Rússia e França.
O presidente Lula na visita de Mahmoud Ahmadinejad ao Brasil, defende o direito do Irã de produzir energia nuclear para fins pacíficos e em troca, o presidente iraniano, defende a candidatura do Brasil como membro permanente no Conselho de Segurança da ONU e, declara ainda que o Irã pretende concretizar o acordo em negociação com a "Agência Internacional de Energia Atômica", porém em outros termos, pois não quer que seja feita troca de urânio de baixo enriquecimento por combustível nuclear, porque suspeita que a quantidade de combustível prometida não será devolvida e, que sob sua ótica, deve caber ao comprador ditar as regras da compra, não ficando passivo perante quem vende.
Ao que consta, o Irã precisa de combustível para alimentar um reator para pesquisas médicas. Em Outubro de 2009, o Brasil iniciou conversação com Teerã para realização de um acordo de troca de combustível nuclear, acabando com o impasse internacional. Como o presidente Ahmadinejad só aceita troca de material em território iraniano, outros membros do acordo desistiram do negócio.
O presidente do Irã teme levar gato por lebre, ou ser roubado? Ou que seu "produto" sirva para os EUA e UE (União Europeia). O mesmo sucede do outro lado. Desconfianças. Neste impasse, Lula declarou em Doha que não entende o ceticismo dos EUA com o Irã. Segue Lula para Teerã como mediador neste acordo nuclear, que agora inclui Turquia e que foi recebido com ceticismo pelo Conselho Europeu e por Israel, pois Irã deixou claro que o acordo não impede que seu país continue a enriquecer urânio a 20%.
O presidente Lula na visita de Mahmoud Ahmadinejad ao Brasil, defende o direito do Irã de produzir energia nuclear para fins pacíficos e em troca, o presidente iraniano, defende a candidatura do Brasil como membro permanente no Conselho de Segurança da ONU e, declara ainda que o Irã pretende concretizar o acordo em negociação com a "Agência Internacional de Energia Atômica", porém em outros termos, pois não quer que seja feita troca de urânio de baixo enriquecimento por combustível nuclear, porque suspeita que a quantidade de combustível prometida não será devolvida e, que sob sua ótica, deve caber ao comprador ditar as regras da compra, não ficando passivo perante quem vende.
Ao que consta, o Irã precisa de combustível para alimentar um reator para pesquisas médicas. Em Outubro de 2009, o Brasil iniciou conversação com Teerã para realização de um acordo de troca de combustível nuclear, acabando com o impasse internacional. Como o presidente Ahmadinejad só aceita troca de material em território iraniano, outros membros do acordo desistiram do negócio.
O presidente do Irã teme levar gato por lebre, ou ser roubado? Ou que seu "produto" sirva para os EUA e UE (União Europeia). O mesmo sucede do outro lado. Desconfianças. Neste impasse, Lula declarou em Doha que não entende o ceticismo dos EUA com o Irã. Segue Lula para Teerã como mediador neste acordo nuclear, que agora inclui Turquia e que foi recebido com ceticismo pelo Conselho Europeu e por Israel, pois Irã deixou claro que o acordo não impede que seu país continue a enriquecer urânio a 20%.
Com relação aos EUA, o acordo não mudou os planos de promover sanções contra o Irã, no Conselho de Segurança da ONU. A França reconheceu como um passo positivo, elogiando os esforços do presidente Lula e em troca, a promessa de compra de 36 caças Rafale pelo governo brasileiro. Produto da diplomacia, que descartou ofertas da Suécia e EUA.
Mesmo com a assinatura do acordo, EUA entrega ao Conselho de Segurança da ONU, documento para sancionar setor bancário e industrial do Irã, deixando de lado o acordo nuclear, anteriormente mediado por Brasil e Turquia que prevê envio de mil e 200 quilos de urânio do Irã para enriquecimento na Turquia, ao invés de Rússia e França, como anteriormente estipulado. Em troca, Irã receberá 120 quilos de combustível para abastecer um reator de pesquisas médicas. Teerã ameaça cancelar o acordo, se receber sanções da ONU.
Ahmadinejad, manda recado ao presidente Barack Obama de que este deveria aproveitar a oportunidade para acabar com o impasse entre os dois países. Já para a Rússia, manda outro recado: o apoio da Rússia às novas sanções da ONU contra o Irã são "inaceitáveis", que a aliança entre Moscou e Estados Unidos deveria ser repensada - declarações após demonstrar contrariedade, pela sua oferta de enviar urânio enriquecido à Rússia e China ser negada.
Teerã ameaça voltar atrás no acordo e não assinar e a última notícia que se tem deste impasse, repercutida nesta terça-feira é de que a Rússia, EUA e França, querem uma reunião com representantes do Irã. Este convite para conversação é resposta à iniciativa turco brasileira de fechar logo este acordo de troca de combustível com os iranianos.
Diplomacia e negociação, grandes armas do bem, porque para ser malzinho, basta um estalo! Vou dar um refresh na memória histórica de vocês:
A França trouxe a bomba de volta
Quando então presidente da França, Jacques Chirac, anunciou em Junho de 1995, que seu país retomaria os testes atômicos, a grita se fez ouvir por todo o mundo. A decisão de Chirac irritou também seus aliados Estados Unidos e Inglaterra que, como a Rússia, haviam declarado uma moratória nuclear em 1992 - só a China não havia interrompido os testes.
Chirac havia assumido o governo há uma semana e suas palavras não deixavam espaço para argumentações: "Minha decisão, obviamente, é irrevogável". Don McKinnon, ministro das Relações Exteriores da Nova Zelândia, acusou Chirac de se comportar com arrogância napoleônica e seu país, bem como a Austrália, cortou relações militares com a França.
Mesmo dentro da França, o prestígio de Chirac ficou abalado: a imprensa o criticou e o oceanógrafo Jacques Cousteau, seu amigo, abandonou o Conselho dos Direitos das Gerações Futuras. No Taiti, uma das 130 ilhas e atóis que compõem a Polinésia Francesa, o sentimento anti nacionalista foi despertado e multidões destruíram o aeroporto de Papeete.
As reações alastraram-se: no Japão e na Europa, ganhou força um boicote aos produtos de fabricação francesa, como vinhos, retirados das listas de produtos de hotéis, restaurantes e supermercados. Uma pesquisa mostrou que 60% dos cidadãos da França eram contra o reinício das explosões. Em vários países, a venda de produtos franceses caiu até 20%.
O presidente não recuou, alegando que podia entender as reações emocionais, mas a França tinha motivações estratégicas, e que os testes eram necessários para garantir a segurança de seus arsenais, completar o desenvolvimento de uma nova ogiva nuclear para submarinos e desenvolver técnicas de simulação em computador.
E explodiu a bomba, em 5 de Setembro, num teste subterrâneo no atol de Mururoa, no Pacífico Sul. Apesar de manifestações, e até atos de violência, mundo afora, a França continuou os testes explodindo cinco bombas até Dezembro.
"Não faz sentido procurar vilões ou heróis porque não há nenhum. Há apenas vítimas" (Dalton Trumbo)
Indicação de leitura: O mundo precisa de outra Guerra Fria.
Imagens Daryl Cagle's
Mesmo com a assinatura do acordo, EUA entrega ao Conselho de Segurança da ONU, documento para sancionar setor bancário e industrial do Irã, deixando de lado o acordo nuclear, anteriormente mediado por Brasil e Turquia que prevê envio de mil e 200 quilos de urânio do Irã para enriquecimento na Turquia, ao invés de Rússia e França, como anteriormente estipulado. Em troca, Irã receberá 120 quilos de combustível para abastecer um reator de pesquisas médicas. Teerã ameaça cancelar o acordo, se receber sanções da ONU.
Ahmadinejad, manda recado ao presidente Barack Obama de que este deveria aproveitar a oportunidade para acabar com o impasse entre os dois países. Já para a Rússia, manda outro recado: o apoio da Rússia às novas sanções da ONU contra o Irã são "inaceitáveis", que a aliança entre Moscou e Estados Unidos deveria ser repensada - declarações após demonstrar contrariedade, pela sua oferta de enviar urânio enriquecido à Rússia e China ser negada.
Teerã ameaça voltar atrás no acordo e não assinar e a última notícia que se tem deste impasse, repercutida nesta terça-feira é de que a Rússia, EUA e França, querem uma reunião com representantes do Irã. Este convite para conversação é resposta à iniciativa turco brasileira de fechar logo este acordo de troca de combustível com os iranianos.
Diplomacia e negociação, grandes armas do bem, porque para ser malzinho, basta um estalo! Vou dar um refresh na memória histórica de vocês:
A França trouxe a bomba de volta
Quando então presidente da França, Jacques Chirac, anunciou em Junho de 1995, que seu país retomaria os testes atômicos, a grita se fez ouvir por todo o mundo. A decisão de Chirac irritou também seus aliados Estados Unidos e Inglaterra que, como a Rússia, haviam declarado uma moratória nuclear em 1992 - só a China não havia interrompido os testes.
Chirac havia assumido o governo há uma semana e suas palavras não deixavam espaço para argumentações: "Minha decisão, obviamente, é irrevogável". Don McKinnon, ministro das Relações Exteriores da Nova Zelândia, acusou Chirac de se comportar com arrogância napoleônica e seu país, bem como a Austrália, cortou relações militares com a França.
Mesmo dentro da França, o prestígio de Chirac ficou abalado: a imprensa o criticou e o oceanógrafo Jacques Cousteau, seu amigo, abandonou o Conselho dos Direitos das Gerações Futuras. No Taiti, uma das 130 ilhas e atóis que compõem a Polinésia Francesa, o sentimento anti nacionalista foi despertado e multidões destruíram o aeroporto de Papeete.
As reações alastraram-se: no Japão e na Europa, ganhou força um boicote aos produtos de fabricação francesa, como vinhos, retirados das listas de produtos de hotéis, restaurantes e supermercados. Uma pesquisa mostrou que 60% dos cidadãos da França eram contra o reinício das explosões. Em vários países, a venda de produtos franceses caiu até 20%.
O presidente não recuou, alegando que podia entender as reações emocionais, mas a França tinha motivações estratégicas, e que os testes eram necessários para garantir a segurança de seus arsenais, completar o desenvolvimento de uma nova ogiva nuclear para submarinos e desenvolver técnicas de simulação em computador.
E explodiu a bomba, em 5 de Setembro, num teste subterrâneo no atol de Mururoa, no Pacífico Sul. Apesar de manifestações, e até atos de violência, mundo afora, a França continuou os testes explodindo cinco bombas até Dezembro.
"Não faz sentido procurar vilões ou heróis porque não há nenhum. Há apenas vítimas" (Dalton Trumbo)
Indicação de leitura: O mundo precisa de outra Guerra Fria.
Imagens Daryl Cagle's
Nossa! Que assombração.
ResponderExcluirBeijos na alma, linda.
Luma:
ResponderExcluirVolto para ler comm calma...
Beijos.
Anny
"Não há nada como o sonho para criar o futuro. Utopia hoje, carne e osso amanhã." (Victor Hugo)
ResponderExcluirnão deixa de ser assombroso.Gostei muito da postagem Luma,como sempre um primor!Obrigada pela visita,fico feliz quando deixa sua essência por lá.
Boas energias,sempre,
Mari
A Guerra Fria foi calada por uns tempos, mas a sede de ser poderoso, metendo medo no mundo pelos que detém o que é capaz de destruir em massa, será sempre um fantasma a assombrar.
ResponderExcluirEssas ameaças atômicas, são sempre um terror a roubar a nossa paz.
ResponderExcluirP.S
Mesmo sem entender bem o assunto, dar medo ver o presidente do nosso país negociando com Irã (fins pacíficos é?)
Beijos
Mah
Realmente? Isso não me assusta muito... assustaria talvez se eu tivesse atrás desse botãozinho vermelho, um f***-se mundo qualquer.
ResponderExcluirOu como diz aquele super-herói... "grandes poderes, grandes responsabilidades".
E vemos o que será...
Shisuii
E será sempre assim. O homem devorando o homem, ou pelo menos tentando sempre.
ResponderExcluirO que há na mente humana, que não pode parar nunca?
Será desamor?
Beijos linda.
Oi Luna
ResponderExcluirEssa guerra de poder me assusta profundamente. Somos ameaçados com bomba ou sem bomba "em nome do bem".
A mente humana, fico a pensar, é ilimitada em suas ambições.
Acho interessante vc trazer temas como esses que nos faz refletir de uma forma bem ampla sobre tantas questões que permeiam a vida humana.
Obrigada pela sua visita. Você acrescenta sempre com o seu traço pessoal.
bjs
O quê, de bonzinhos não têm nada!
ResponderExcluirE ainda vemos uma lula negociando com um polvo para peitar tubarões. hehe
Coisa de louco este mundo, meu Deus!
bjs cariocas
Olá Luma,
ResponderExcluirQue mundo assustador este!!! As bombas nucleares e as bombinhas que colocadas em determinados sítios, podem matar muita gente! O poder das altas finanças, que movem grandes interesses e têm ao seu serviço tudo e todos é terrivel!
Beijinhos,
Manú
Oi Luma passo aqui para deixar um beijo e gradecer por sua visita e comentário.
ResponderExcluirQuanto ao seu post, acho que viveremos em eterna ameaça, pois cada País se acha no direito de produzir bombas, armas em nome da desfesa de seus Países e isso é um perigo para a humanidade.
Um beijo
Olá, Luma..:)
ResponderExcluirHUmm..xiii..cruzes..!!
Guerra fria, pode virar guerra quente..:))
Tem bolo lá no meu blog, e uma viagem no nekobasu, não perca tah..:)
Ótima semana!!
Nem tenho palavras para expressar como gostei desta tua "reportagem" simples, abrangente e poderosa sobre algo tremendamente assombroso e terrível.
ResponderExcluirLembro-me quando caiu "a cortina de ferro" e mostraram ao mundo "o poderio além cortina", minha nossa quanta miséria de um povo que nada tinha - a tal ostentação poderosa para o exterior e por parte dos governantes e inferioridade, miséria no interior para que o mundo não visse - e não me sai da cabeça uma imagem: um orfanato com duas mil e tal crianças deficientes entregues a ratos e sei lá mais o quê.
Parabéns e obrigado por este momento de leitura e reflexão!
Beijos do lado de cá do oceano
Hoje a CIA e a SVR são aliadas em assuntos controversos, como o programa nuclear iraniano, portanto as prisões dos espiões russos, de longe lembram a do casal Rosenberg.
ResponderExcluirMas que a Anna Chapman faria Ian Fleming pensar numa mulher fatal, espiã e sucesso no facebook, isso não tenho dúvidas
Bjs
Oi Luma,
ResponderExcluirÉ, eu lembro-me bem da Bomba nuclear da França (na terra dos outros, bem longe da sua para que os cidadãos Franceses e Europeus, não sofram as consequências directas desse acto).
Quanto ao involvimento do Brasil com a Turquia e o Irão: ainda bem que o Brasil voltou atrás; porque sinceramente o Presidente Lula deveria escolher melhor os seus "amigos". Se queriam uma candidatura ao Conselho de segurança era só terem jogado as cartas certas com os "amigos" certos. Mas, não...o Brasil preferiu "vender-se" a um país anti-semita (aliás a dois: visto que a Turquia também se juntou ao rol dos que odeiam os Judeus [não Israel e as suas políticas, como se vê nos seus discursos de estados ridículos; mas sim o povo Judaico]. Já para não falar no genocídio Arménio). Mas viu a luz: voltou atrás...pelo menos por agora.
Se o Irão quisesse desenvolver energia nuclear, permitiria que os inspectores visitassem as fábricas nucleares. No fundo, está a cometer o mesmo erro idiota que Saddam Hussein cometeu e olha no que deu...
A política é um mundo fascinante. Temos os jogadores, temos os peões, e depois temos as peças verdadeiramente importantes (aquelas que comem todas as outras por intermédio dos jogadores).
Beijos
Olá minha linda,
ResponderExcluirtempos não venho te visitar.
ando meio atrapalhada com reforma aqui em casa.
Li esse texto perfeito sobre a guerra fria e nem ouso comentar. a política é coisa que não me agrada mas é necessária infelizmente. Mas penso que por trás de tudo isso sempre existe o bendito dinheiro.
foi muito bom ter lido assim fiquei por dentro de tal acontecimento. Quando escuto essas notícias me dá calafrios, não gosto de guerra e com certeza a próxima está bem mais perto do que imaginamos.
Adorei sua doce visita e seu carinho, bom saber que conseguiu comentar.
Beijos e beijos!
Luma, seus posts são sempre ótimos!
ResponderExcluirCada vez que venho aqui saio com mais informações na minha cabecinha..
Parabéns, bjs
Luma,
ResponderExcluirPor alguns momentos, depois que li a notícia, cheguei duvidar que estávamos no século XXI. E o Irã, bom, dá medo, e raiva da cega credulidade do nosso presidente. Precisamos urgentemente de dias melhores.
Grande abraço.
Luma:
ResponderExcluirBom dia! Eta assunto que dá pano para mangaa, vestido, lençol...
E a briga de poder continua. Claro.
Obrigada pelas informações precisas sobre o assunto.
Beijos.
Anny.
Luma, guerra é um assunto que mexe comigo. Pode ser fria ou sangrenta. Uma fomenta a outra, claro.
ResponderExcluirO poder que os homens se dão é entristecedor. Enquanto as nações podiam se unir para o bem da humanidade, acabam se unindo pra o mal.
Beijos!
A Turquia não é antisemita, é a favor da causa palestina. Se fossem contra os judeus, o que a comunidade judaica de bom número faz morando aqui, livremente pregando sua religião? Istambul, Ankara, Izmir e Bursa são as cidades aonde eles estão concentrados.
ResponderExcluirNo final da segunda guerra a Turquia aceitou mts judeus fugidos do terror nazista...
E o que que a questão armênia tem a ver com isso agora? É ótimo qd Israel não tem contra-argumentos pra justificar seus crimes e matar inocentes, a mídia começa a desvirtuar o rumo da coisa.
No fim os mulçumanos sempre são os vilãos da história...
- O que estes vilões vão ganhar paiinho em destruir o mundo?
ResponderExcluirPergunta de meu filho quando assistiamos filmes de 007.
Pior de tudo é que nós somos as principais vitimas se uma guerra fria acontecer...
ResponderExcluirFique com Deus, menina Luma.
Um abraço.
Vejo que o meu pesadelo não é assim tão inverossímil...
ResponderExcluir