Ela pega e me pisca, belisca, petisca, me arrisca e me enrosca...
(...) E como já dizia Jorge Maravilha
Prenhe de razão
Mais vale uma filha na mão do que dois pais sobrevoando
Você não gosta de mim, mas sua filha gosta
"Aconteceu de eu ser detido por agentes de segurança, e no elevador o cara me pedir um autógrafo para a filha dele. Claro que não era o delegado, mas aquele contínuo de delegado." Disse Chico em entrevista ao jornalista da Folha de São Paulo, Tarso de Castro em 11/09/77, justificando os boatos sobre a letra da música "Jorge Maravilha".
Na época, a música foi pouco divulgada e somente gravada ao vivo, supostamente tinha destinatário: O então presidente Geisel.
"Os dois primeiros versos permitiram supor que o destinatário da canção fosse o general Geisel, cuja filha, Amália Lucy, se havia declarado fã de Chico Buarque. "Nunca me passou pela cabeça fazer música para a filha do Geisel", vem desde então desmentindo o compositor. Ele conta que fez esses versos pensando nos policiais que iam apanhá-lo em casa para prestar depoimento e no elevador pediam um autógrafo para a filha. O pior era quando, além da filha, também o pai parecia estar do lado de Chico. Oscilava-se, nesses casos, entre o mal-entendido e a má-fé. O jornalista David Nasser, conhecido por sua posições de direita, pôs-se um dia a louvar Construção - para, num trecho do artigo, a falar da insistência nas proparoxítonas, acrescentar mais uma: "Médici, o nosso presidente." (Trecho do livro "Gol de letras, em Chico Buarque Letra e Música" Cia da Letras, 1989 de Humberto Werneck)
Chiquérrimo, como lhe chamava Vinícius de Moraes. Caetano Veloso, modestamente dizia em nome dos tropicalistas: "Nós queríamos também uma coisa que fosse, de algum modo, feia, enquanto Chico permaneceu realizando só o que era bonito"
Chico completa este ano 65 anos. Gostaria de saber a opinião dele, do pai e de seu primo sobre o acordo ortográfico. Os mais velhos estão à entregar os pontos e os mais novos, coitados! Tiraram-lhes também o assento nas escolas. #Comofaz?
Por conta da modernidade vamos facilitar tudo, não é? Enquanto isto, veja como anda os rendimentos da Indústria Ortográfica Brasileira:
«Já os novos dicionários, adaptados à reforma ortográfica, serão distribuídos ainda em 2009. Segundo Rafael, o MEC estima investir R$ 90 milhões na compra do material que vai ser entregue a 1 milhão de salas de aula em todo o país, contemplando um universo de 37 milhões de alunos da rede pública. Em Minas, a nova coleção deve chegar às mãos de 3,8 milhões de estudantes dos ensinos fundamental e médio. A compra depende do lançamento de um edital pelo FNDE e o processo licitatório deve ser aberto depois da publicação, pela Academia Brasileira de Letras (ABL), da versão final das mudanças ortográficas. O governo federal planeja adquirir três kits de glossários. Um para crianças de 6 a 8 anos, em fase de alfabetização, com descrições simples dos significados e um número máximo de 3 mil verbetes. Outro para alunos de até 10 anos, com até 10 mil palavras. E um terceiro, para ser usado dessa idade em diante, contendo de 19 a 35 mil expressões.» Correio Braziliense
Felizmente, os pais ou o país, agora nem sei - bota acento ou não bota? Ah, vale para os dois. Ambos, pais e país ficarão mais calmos com o tempo. Agora estão putos, os pobres "pais de família que fizeram enorme sacrifício para comprar um dicionário ou uma gramática para os filhos vão agora ter que jogar tudo no lixo.” Dad Squarisi, jornalista editora de Opinião e autora do Manual de Redação e Estilo dos Diários Associados.
De uma forma ou de outra, a nossa vontade ou mesmo o gosto na aplicação da língua portuguesa será diferente, não somente entre os vários países que compõem o acordo, mas entre os próprios concidadãos dentro de cada um dos países do tratado. Assim, o meu "Boa semana", jamais será igual ao seu, mesmo que eu diga de uma forma muito parecida com a sua. A coerência só é inteligível para aqueles que a vêem de fora.
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Boa semana!
Beijus