Orlandeli e o desacordo ortográfico
SITE: http://www.orlandeli.com.br
Walmir Americo Orlandeli é cartunista e publicitário, formado no curso de Publicidade e Propaganda da faculdade Unilago de São José do Rio Preto.
- Atua na área de cartum e ilustração desde 94.
- É autor da revista Grump, pela Editora Escala;
- Colabora com o livro Front da Via Lettera e com o jornal O Pasquim 21;
- Publicou na revista Bundas;
- Na revista Look, distribuída no Japão;
- Teve charges veiculadas nos jornais Diário da Região e Folha da Região.
- É co-autor do livro Humor pela Paz e a falta que ela faz, da Editora Virgo
- Participou como organizador e co-autor do livro Central de Tiras da Via Lettera.
- Sua tira, Grump, é distribuída para vários jornais do
país por intermédio da Agência Estado.- Mantém um site na internet desde 99.
Eu vi as tirinhas do Orlandeli no blogue da Rosa e anteriormente no blogue do Manoel Carlos Pinheiro, o Agrestino. Fui procurar pelos trabalhos do cartunista e dei de cara com um blogue cheio de trabalhos legais. Nele você também pode ver toda a série das tirinhas.
As tirinhas elaboradas em função do acordo ortográfico têm circulado na rede através de blogues e e-mails. Sempre gostei de cartoon justamente pelo modo fácil que fazem as pessoas pensarem, seja identificando-se com aquilo que acontece no dia a dia ou como neste caso; através da crítica irônica, servindo para extravasar nossos gostos e desgostos.
Eu particularmente não engoli o des(acordo) ortográfico e folgo em saber que muitos estão insatisfeitos.
Não sei se repararam que mantenho na coluna lateral deste blogue, um acesso à petição Manifesto em defesa da Língua Portuguesa, elaborada pelos manos portugueses em função, obviamente de estarem contrários a tal mudança.
A última atualização foi em 12 de Março último e a petição contava com 101 874 assinaturas, sendo que a meta é chegar as 200 000 assinaturas - não necessariamente precisando disso para ser apreciada pela Assembléia da República. Assine a petição!
"Acontece que, em Portugal, há um abaixo-assinado para reenviar a lei ao Parlamento. Ao ultrapassar as cem mil assinaturas, esta petição pública obriga os deputados a reapreciar toda a lei. De modo que o anúncio da entrada em vigor do Acordo pode ser uma má decisão política.
O País que encolhe os ombros aos erros do ‘Magalhães’ ou ao mau Português dos seus políticos, é fervoroso quando se trata de mexer nos seus símbolos. Podem andar pelas ruas da amargura e serem maltratados com vigor, os símbolos – mas quando toca a reunir, vem tudo para a rua falar de escândalo. A ortografia ameaça transformar-se nisso mesmo" Francisco José Viegas, escritor
"Fernando Pessoa, contemporâneo do acordo de 1911, escreveu um ensaio provocador sobre o assunto. "Sendo a palavra escrita um produto da cultura, o indivíduo tem o direito de adotar a que quiser. Cada um tem o direito a escrever na ortografia que quiser. Tecnicamente, pode haver tantas ortografias quantos há escritores."
E mais: "O único efeito presumidamente prejudicial que estas divergências ortográficas podem ter é o de estabelecer confusão no público." E concluía: "Isso, porém é da essência da cultura, que consiste precisamente em estabelecer a confusão intelectual, em obrigar a pensar por meio do conflito de doutrinas." Bela achega para a discussão de 2008" Leonor Pinhão, jornalista
Portugal está se mobilizando e os brasileiros contrários deveriam fazer o mesmo.
“Desconhecer a língua pátria é vergonhoso; desrespeitá-la é afrontoso. O princípio da nacionalidade, do civismo e da própria cidadania começa com o respeito à língua pátria. Ame-a, cultive-a quanto puder" Luiz A. Sacconi
Beijus,
sinistro esse lance do acordo ortográfico e as varias reações que provocam, quando o acordo "entrou no ar " os blogueiros brasileiros se preocuparam em postar as novas regras, já os blogueiros portugueses protestavam por conto que essa mudança causa a perda da identidade cultural .... enquanto isso nós ficamos nesse fogo cruzado
ResponderExcluirNesse ponto creio que terei de discordar.
ResponderExcluirA reforma ortográfica para a educação e troca de informações culturais é de extrema importância.
Quando me refiro à educação e troca de informações culturais estou na realidade me referindo à grande possibilidade e tráfego cultural que haverá entre países de língua portuguesa.
Por exemplo: o Brasil não pode exportar nenhum tipo de livro didático para qualquer outro país principalmente os da África (Cabo Verde, Guiné-Bissau, Angola) porque o português não é o mesmo.
Grande parte dos livros publicados em português-brasil não podem sequer serem vendidos em Portugal e vice-versa (dá uma olhada na contra-capa de algum livro)
O conteúdo acadêmico de pesquisas em ciências não podem conversar diretamente porque existe a barreira legal de serem linguas distintas, enfim...
Ahhh Luma, minha amiga, essa é uma discussão na qual eu, professor de Português, deveria dar meus pitacos, porém há muito deixei de me preocupar com isso. O acordo está aí e devemos nos adaptar às mudanças gráficas sim. Questões decorrentes da perda da identidade cultural ficam em segundo plano. Eu, por exemplo, acho muito mais prejudicial enfiar goela abaixo um estrangeirismos apenas porque é mais chique ou melhor aceito socialmente do que ter de me preocupar com o acento agudo nas paroxítonas com ditongo aberto. Se a Língua Portuguesa era incompreensível antes para a maioria, esse panorama não mudou em nada. Difícil é querer que o aluno use a norma padrão ou mesmo a coloquial quando bem contextualizada se a única motivação do cara é ir pra escola ter as duas únicas refeições que terá no dia, ou quando a escola é refúgio para que não precise ir pra rua pedir esmolas ou mesmo pra não ficar em casa apanhando de pais, padrastos ou qualquer um com quem viva.
ResponderExcluirPode até ser pertinente pensar nisso e acho que se deva pensar sobre isso. Alguém tem mesmo de questionar, mas essa, confesso, não é minha preocupação principal.
Beijo e obrigado por mais um texto que valeu os minutos gastos na leitura... na verdade é um daqueles que eu pagaria para ler.