O segredo de Lisa Miller
As mãos de Giane não estão mais manchadas de sangue do que as minhas. A bem da verdade, vi Giane depois do que aconteceu com Lisa. Estava sentada no terraço de um café, envolta em um outro mundo, tomando um vin chaud, e inteiramente sozinha naquele lugar. Quando passei por ali, ela me chamou.
Não tinha bom aspecto, seu rosto estava mosqueado e os olhos por detrás dos óculos escuros, pareciam o de uma mulher à morte, que procura salvação por toda a parte.
- Já soube - disse em múrmurio, quando me sentei à sua mesa - a respeito de Lisa?
Com a cabeça, fiz que sim. Lembro-me do sol de outono morrendo no horizonte, e lembro também que me sentia tão fria e distante quanto ele.
- É terrível, terrível, terrível! - disse Giane entre gemidos. - Terrível!!
- Sim - respondi, incapaz de dizer outra coisa.
- Por que será que ela fez uma coisa dessas? - insistiu Giane - Por que não pediu ajuda aos amigos?
Olhou para mim, e sabíamos ambas que, na última vez em que Lisa pedira dinheiro, Giane o negara. Fiquei em silêncio, e ela prosseguiu:
- Dizem que ela começara a tomar ópio, que precisava de dinheiro para o ópio. Você ouviu falar nisso?
Eu ouvira, sim. Mas tratava-se de uma especulação entre amigos, mas eu tinha motivos para crer nela, lembrando a medida do desespero de Lisa, sabendo até onde ela fora levada para aquele terror, tão grande que simplesmente se transformara em vácuo. "Eu quero fugir", dissera-me. "Je veux m'evader desse mundo sujo, desse corpo sujo. Nunca mais quero amar com outra coisa além do corpo".
Giane aguardava a minha resposta, e eu fiquei de olhos presos na rua. Não querendo acreditar no que estava acontecendo, mas estava começando a pensar em Lisa morrendo - e onde Lisa estivera, não haveria coisa alguma.
- Espero que não tenha sido por minha culpa - disse Giane, finalmente - Não lhe dei o dinheiro que me pedia. Se eu soubesse... teria dado tudo quanto possuo.
- Não - respondi e levantei - Talvez fora melhor que ela ficasse em sua aldeia, que estivesse plantando, que tivesse muitos filhos, que fosse espancada por um marido qualquer. Ela, antes, gostava muito de cantar - recordei de repente - Talvez pudesse ter ficado por lá e cantado por toda a vida, e morrido dormindo.
Foi então que Giane disse alguma coisa surpreendente. As pessoas estão cheias de surpresas, até para si mesmas, quando agitadas o suficiente.
- Ninguém pode ficar no jardim do Paraíso - disse Giane, aduzindo em seguida: - Por que será?
Não respondi. Despedi-me e deixei-a ali.
Desde então tenho pensado naquela pergunta de Giane. Ela é banal, mas um dos problemas da vida é que ela, a vida, se mostre tão banal. Afinal de contas, todos percorrem a mesma estrada escura - e essa estrada apresenta a particularidade de ser a mais tenebrosa, a mais traiçoeira, exatamente quando parece a mais clara - e é verdade que ninguém permanece no jardim do Paraíso.
O jardim de Giane não era o mesmo de Lisa, está claro. O de Giane encontrava-se envolvido com jogadores de futebol, e o de Lisa com garotos virgens - mas isso parece ter feito tão pouca diferença... Talvez todos tenham um jardim do Paraíso, não sei, mas mal acabaram de vê-lo e já surgiu a espada flamejante. E talvez também aconteça que a vida só proporcione a escolha de lembrar o jardim, ou esquecer-se dele.
Isso, ou aquilo: é preciso energia para lembrar, é preciso outro tipo de energia para esquecer, sendo necessário um herói para fazer ambas as coisas. As pessoas que se recordam estão cortejando a loucura por meio da dor, a dor da morte perpetuamente recorrente de sua inocência; as que esquecem cortejam outro tipo de loucura, a de negar a dor e o ódio à inocência.
E o mundo se encontra, em sua maior parte, dividido entre os loucos que se lembram e os loucos que se esquecem. Os heróis são poucos.
Estava virada a última página de Lisa Miller, louca sem precisar lembrar ou ter do que esquecer.
Este texto faz parte da blogagem coletiva proposta pela Patrícia Galis - "O segredo de uma mulher chamada Lisa Miller, cada um ficará à vontade para criar seu conto da forma que achar interessante e dar vida aos personagens que desejar". Participe também!!
O post "O segredo de Lisa Miller" apareceu primeiro em "Luz de Luma, yes party!".
O post "O segredo de Lisa Miller" apareceu primeiro em "Luz de Luma, yes party!".
Muito bom, Luma. Você é excelente contista.
ResponderExcluirAbração.
Oi, J.F.!
ExcluirVocê que é!! :)
Beijus,
Um show, Luma! Lisa enlouqueceu e pode ficar na sua loucura em paz... beijos,chica
ResponderExcluirQue descanse em paz, Chica!!
Excluir:)
Beijus,
Oi, Luminha,
ResponderExcluirNo mundo a gente depara com gente e situação de todo tipo. Há os que criam conjunturas que depois os enlouquece e os que só faltam enlouquecer devido às lembranças do que fizeram com eles. Hoje eu acho que o grande lance da vida, o que faz com que ela se torne sublime e muita digna de ser vivida é o aprendizado, a possibilidade de a gente ir passando da ignorância para o entendimento, principalmente para o entendimento de nós mesmo, pois isso possibilita o entendimento do outro. Achei muito interessante a constatação de que os paraísos que criamos muitas vezes são ilusórios, pois quase sempre, nem bem o adentramos e surge a espada flamejante, rsrs.
Beijo e bom dia, girl!
Oi, Marly!
ExcluirComo diz o dito popular "dar o passo maior que as pernas" - O certo como você bem comentou, é passar da ignorância para o entendimento de forma a respeitar o próprio limite. Criar um paraíso além daquele que possamos ter ou mesmo suportar é não querer aceitar as próprias limitações.
Beijus,
Bahhhhh... a idéia da blogagem coletiva já é um must e a tua narrativa ficou ótima... redondinha feito uma cereja de bolo! Beijos e viva a arte da loucura... hehehehe!
ResponderExcluirOi, Fred!
ExcluirObrigada pelo elogio!
Até para enlouquecer precisamos de dignidade!
Beijus,
Oi Luma que texto mais lindo! Lembrou-me o livro da escritora italiana Paola Calvetti, O Adeus e também a forma narrativa do livro As Horas, de Michael Cunningham. Demais! Fiquei até com vontade de participar.
ResponderExcluirBjs
Uau!! Jura, Roseli? Estou bem então! (rs*) Quem dera, amiga...
ExcluirObrigada pelo carinho!!
Beijus,
Olha estou encantada com esses contos
ResponderExcluirpoderíamos fazer um livro com eles, todos
muito bem escrito elogios por mais essa participação
Eu adorei faze r e ler bjuss com carinho de sempre
_____________Rita!!
Oi, Rita!!
ExcluirVocê é bastante generosa e também bastante criativa!!
:)
Beijus,
Tens o fôlego dos romancistas.
ResponderExcluirA tua narrativa é "profissional" e apelativa (deste tamanho, jamais leria um texto para além do primeiro parágrafo que não fosse bom).
Parabéns por tanto talento.
Luma, minha amiga querida, tem um bom resto de semana.
Beijo.
Oi, Nilson!
ExcluirComplicado para mim que gosto de escrever, porque também gosto de ler, ter que escrever textos curtos porque o leitor tem preguiça de ler. Mas vamos nadando contra a maré, pois "Só peixe morto vai à favor da correnteza".
Obrigada pelos elogios! É grande incentivo para mim!
Beijus,
Oi Luma,
ResponderExcluirUm texto incrível....
Abçs
Obrigada, Vanessa!!
ExcluirDaqui a pouco vou lá ler o seu texto!!
Beijus,
Menina parecia que estava lendo um livro, como escreve bem.
ResponderExcluirAdorei conhecer esta Lisa....teve um fim triste mas como o da vida real.
Oi, Patrícia!
ExcluirSe deixar, escrevo mais!! Aqui tenho que ser econômica com as palavras, pois as pessoas andam apressadas!!
Beijus,
Nossa que lindo parece filme vc é uma escritora nata.
ResponderExcluirObrigada, Maria Eduarda!!
ExcluirBeijus,
Que maravilha...
ResponderExcluirBeijo Lisette.
:)
ExcluirBeijus,
um belo texto, parabéns.. quando vai ser a noite de autógrafos . me convida...
ResponderExcluirAinda não está marcada, Waldir! kkkkkkk Podexá, convido o ilustríssimo casal!! Beijus,
ExcluirMuito bom, Luma, parabéns! Estou adorando essa blogagem, pena que só vi agora, senão teria participado também. Todos os contos que li até agora estão maravilhosos. Bjs
ResponderExcluirOi, Marly!
ExcluirVocê ainda pode participar!! A blogagem não é de um dia e os links ainda serão aceitos até meia-noite do dia 04. Acho. Melhor conferir no blogue da Patrícia!
Beijus,
Caraca... acho que li tudo sem piscar, de tão envolvente.
ResponderExcluirÓtimo conto. Fiquei refletindo sobre o 'meu' jardim do Paraíso.
Bjns
:)
Oi, Cici!!
ExcluirQue bom que gostou!
Para o bem ou para o mal, talvez todos nós tenhamos um jardim do Paraíso!
Beijus,
Não consegui tirar os olhos da tela vc escreve muito bem é escritora?
ResponderExcluirOi, Jorge!
ExcluirSeja bem-vindo!!
Somente nas horas vagas!!
:)
Beijus,
Escreve muito bem e me ensina coisas extraordinárias!
ResponderExcluirBeijo
Ora, ora... és profissional!! :D
ExcluirBeijus,
Luma,
ResponderExcluirjá te falei que vc escreve muito bem né?
Big Beijos
Obs: o template tá demorando um pouco pra abrir, já pedi ajuda. Se puder aguardar, eu agradeço.
Ah, Lulu!! Você é uma querida!!
ExcluirSabe que hoje vi uma versão masculino do seu blogue?
Lucio In The Sky
kkkkkkkkkkk
Beijus,
Luma,
ResponderExcluirDesde que escrevi o primeiro comentário - às pressas - de manhã, sabia que tinha de voltar, pois me 'embananei' um pouco, rsrs. É que nem tinha tempo, mas fui ler os outros contos. Encontrei inclusive um que -salvo alguns poucos detalhes - é idêntico a outro, escrito pelo escritor Cornell Woolrich, rsrs. Achei isso muito interessante, porque muito provavelmente o blogueiro autor nem conhece este este escritor.Já o seu tem um quê de filme antigo, noir... pobre Lisa Miller, rsrs.
Beijo
Oi, Marly!
ExcluirEu ainda não li todos os textos dos participantes e a blogagem continua durante o dia 04. Ainda tenho tempo e vou reparar! Mais ou menos sei como é a escrita de Cornell Woolrich, quer dizer, conheço os roteiros que fez para o cinema.
Certamente, o meu conto foi escrito em uma época que toda a Europa tinha os olhos na boemia de Paris... Por isso a referência ao ópio e algumas palavras em francês. Na verdade, eu retirei a ambientação que descrevia no conto para encurtar a leitura dos preguiçosos (rs*)
+ Beijus,
Querida Luma
ResponderExcluirUm belo conto! Já estou habituada a ler muito bons textos,escritos por si. Muitos parabéns.
Realmente,todos devíamos ter consciência das nossas limitações,para não pensarmos que um paraíso existencial pode ser eterno!!!
Gostei muito:citações em francês-a minha Língua preferida,referência ao ópio,que faz lembrar outros tempos...Magnífico!
Continuação de uma boa semana.
Beijinhos
Beatriz
Oi, Beatriz!
ExcluirObrigada pelo elogio! Vindo de ti é mais que um elogio, é um grande incentivo!
Ninguém é dono do paraíso e você pode estar nele e de repente ser tirada dele. Por isso temos que nos alicerçar.
Quis escrever o conto em uma época de sonho e mostrar que mesmo naquela época, existia o amargo da vida. Parece que a vida se repete, não?
Beijus,
Luminha querida,
ResponderExcluirVoce é minha escritora pregerida. Uauuuu!
Acredita que tive aqui no outro post e acho que não comentei!!!
Afffff é a idade chegadndom hahaahhaha.
Beijos e uma dia cheio de sol, por do sol e noite com lua.
Oi, Bandys!
ExcluirVocê é muito bondosa, viu? Acho que comentou sim...
Obrigada por tudo!
Beijus,
Oi Luma, que belo conto! Muito bem escrito! É uma honra fazer parte da blogosfera com tantos talentos como vc! Parabéns!
ResponderExcluirBjs
www.viveraprendendo.com
Oi, Sileni!
ExcluirA honra é minha de conviver com você, uma pessoa tão rica!
Beijus,
Oi Luma!
ResponderExcluirSempre gostei destas ideias de testar a criatividade com contos de temas comuns ou com contos escritos à várias mãos. Sai muita coisa interessante e para refletir. Às vezes, as coisas mais banais, as perguntas mais inocentes, se transformam em insônia pura, quando nos tocamos que nem tínhamos pensado nisto. Gostei! Um beijo!
Oi, Claudinha!
ExcluirAs blogagens coletivas em princípio eram assim... Mas não gosto de escrever à quatro mãos ou mesmo em blogues coletivos. A escrita sob o meu ponto de vista é intransferível.
Beijus,
Muito triste o final da Lisa e, infelizmente, uma história que acontece e que sempre deixa muitas perguntas! Adorei a sua narrativa! A Patricia caprichou nessa BC!bjs,
ResponderExcluirOi, Anne!
ExcluirAs histórias banais são aquelas que mais nos emocionam, pois elas retratam a nossa própria vivência. Em um mundo cheio de drogas sintéticas, desde sempre a droga esteve presente na vida das pessoas. Alguns usam como fuga! Um suicídio lento...
Beijus,
Mais um super conto! Tristinho, coisas da vida, como tem que ser, como é... sem enfeitar e nem esconder nada, mesmo sendo segredo.
ResponderExcluirBeijos, menina!
Oi, Clara!
ExcluirA vida real é triste, mas não quis fazer um conto triste, não era essa a intenção e sim mostrar a indiferença do mundo. Quem se mata, morreu somente para si, pois para o mundo, ela já não existia. Por isso a necessidade de termos ao nosso redor, pessoas que realmente nos amam!
Beijus,
Luma, que texto denso e muito interessante, parabéns!!!
ResponderExcluirBeijinhos, bom dia!
Obrigada, Madalena!!
ExcluirBeijus,
História de uma vida tão frágil quanto bela pelo modo como você apresentou através do seu ponto de vista nesta blogagem coletiva,parabéns !
ResponderExcluirOi, Bergilde!
ExcluirAs pessoas sempre tem opções se acham que suas vidas estão ruins. A droga é um meio de morrer lentamente e não um meio de mudança de vida.
Beijus,
Mais o faceta sua que tive oportunidade de apreciar...contista. Muito bom!
ResponderExcluirBeijuuss
Oi, Regina!
ExcluirÀs vezes escrevo contos... Se quiser mais, basta clicar na tag "cronicando" :D
Beijus,
Oi Luma! No palco de lutas que é a vida, noites podem ser felizes e dias podem ser tristes. Só o que não deve é parar de pensar e repensar. Excelente participação. Beijo!
ResponderExcluirOi, Renata!
ExcluirParar de pensar e reagir é morrer em vida!
Beijus,
Ficou perfeito o seu conto, Luma
ResponderExcluirParabéns!!!
Gostei demais!
Um beijinho carinhoso de
Verena e Bichinhos
Que bom que gostou, Verena!! :D Fiz especialmente para os participantes da blogagem!! :) Beijus,
ExcluirLuma, querida, estou impressionada!
ResponderExcluirNossa, parabéns pelo conto, amiga!
Você, sempre me surpreendendo... (rs*)
À propósito, são 4 xícaras (chá) de margarina bem rasas, sim, tá, porque as tortinhas são meio amanteigadinhas.
Se fizer, me conte depois o que achou, combinado?
E muito obrigada pelas felicitações para o meu pai!
Bjs em seu coração especial e talentoso!
Oi, Karin!
ExcluirNão gosto de me mostrar demais no blogue, como deve ter percebido! Mas que bom que te surpreendi!
4 xícaras rasas e mais um quilo de farinha - para 3 pessoas comer em um dia, achei demais! E ainda tem o recheio, né? Por isso o meu susto! Em gramas, quanto dá 4 xícaras? Estou fazendo os cálculos de quanto ficará na cinturinha (rs*)
Vamos festejar a vida!!
Obrigada pelo carinho!!
Beijus,
Olá Luma!
ResponderExcluirJá fazia algum tempo que não vinha aqui. Estive com problemas no pc, vírus. Agora está tudo bem.
Gostei da história que criaste para Lisa Miller. Muito realista.
Parabéns!
Beijos,
Cris Henriques
http://oqueomeucoracaodiz.blogspot.com
Oi, Cris!
ExcluirInvista em um bom antivírus para não ficar mais na mão :D
Obrigada!!
Beijus,
Oi Luma! A qualidade de sua produção é mais surpreendente que o segredo de Lisa Miller e seus desdobramentos especulativos sobre a vida, a loucura e a difícil tarefa de esquecer, se esquecer ou burlar as surpresas da estrada me deixaram deveras deslumbrado. parabéns, Escritora!
ResponderExcluirUm abraço!
Oi, Augusto!
ExcluirO Segredo foi um bom pretexto para outros questionamentos, afinal, ele não existe sozinho.
Obrigada pelo elogio!
Beijus,
Você tem uma narrativa parecida com a da escritora Clarice Lispector, Aprofundando os sentimentos com densidade, mas narrativa que diálogo. Bem ao estilo desta grande escritora. Parabéns!
ResponderExcluirGostei muito de participar desta BC!
Abraços.
Oi, Zui!
ExcluirObrigada pela visita, seja bem-vinda!
Não conheço muito bem os escritos de Clarice e agradeço a comparação.
Beijus,
Belíssimo! Fiquei presa na leitura, acreditando até ser algo real. No fim, percebi mas nem por isso deixou de me arrepiar. Afinal podia ter bem acontecido!
ResponderExcluirParabéns, Luma
Um bjo :)
É verdade, Odete! Acho que acontece muito em nosso mundo :( Beijus,
ExcluirTexto interessante!
ResponderExcluirPensei em copiar o início, colar no "Colagens..." e remeter para cá. Mas pelo jeito há script contra cópia.
Faiz parte.
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Que pena, Zé! Mas se assinasse o feed, poderia ter copiado de lá :D
ExcluirObrigada pelo incentivo!
Beijus,