Nunca são as coisas mais simples que aparecem quando as esperamos
O que é mais simples, como o amor, ou o mais evidente dos sorrisos, não se encontra no curso previsível da vida.
Porém, se nos distraímos do calendário, ou se o acaso dos passos nos empurrou para fora do caminho habitual, então as coisas são outras.
Nada do que se espera transforma o que somos se não for isso: um desvio no olhar; ou a mão que se demora no teu ombro, forçando uma aproximação dos lábios.
Desta vez vou escrever-te um poema que vai ser um poema de amor, mas que não é apenas um poema de amor.
O amor, com efeito, é algo que não cabe num poema; pelo contrário, o poema é que pode caber no amor, sobretudo quando te abraço, e sinto os teus cabelos na boca, agora que a tua voz me corre pelos ouvidos como, num dia de verão, a água fresca corre pela garganta.
A isto, em retórica, chama-se uma comparação; e pergunto o que é que o amor tem a ver com a retórica, ou por que é que o teu corpo se teme de transformar numa metáfora - rosa, lírio, taça, qualquer objeto que tenha, na sua essência, um elemento que me possa levar até ele, como se fosse preciso, para te tocar, substituir-te por uma outra imagem, ver em ti o que não és, nem tens de ser, ou ainda transformar-te num lugar comum, que é aquilo em que, quase sempre, acabam os poemas de amor.
Assim, este poema de amor é, mais do que um poema de amor, um exercício para escrever um poema de amor - mas um poema de amor a sério, sem comparações nem metáforas, só contigo, com o teu corpo, com a tua voz, com os teus cabelos, com aquilo que é real, e não precisa de sair da realidade para se tornar objeto de um poema de amor em que o amor, finalmente, deixa de ser o objeto único do poema, que se preocupa acima de tudo com a retórica, as imagens, o equilíbrio das formas.
Mas, pergunto, não é o teu corpo uma flor? Não é a tua boca uma rosa? Não são lírios os teus seios? Tudo, então, se transforma: e o que tenho nas mãos é uma imagem, a pura metáfora da vida, a abstrata metamorfose das emoções. O resto, meu amor, é tu - e é por isso que o poema de amor que te escrevo não é, finalmente, um poema de amor.
(...)
É porque ele fala de amor e se expressa com tanta desenvoltura, vou para a cama mais cedo
Beijus,
Luma
Comente aqui também!
Luma, amor é o que existe de melhor no mundo. Sei que é frase batida, mas é verdade absoluta. Beijocas
ResponderExcluirP.S.: Depois me diz onde está o tal negócio.
Sabe quando você lê uma coisa que parece que foi escrita por vc???
ResponderExcluirMesmo sabendo que nunca seria capaz de me expressar tão lindamente, sinto assim, penso assim...
Adorei
Beijocas
Entrar aqui é sempre uma surpresa boa. Com a rotina, muitas vezes, esquecemos-nos do romantismo e, mesmo assim, o cobramos do parceiro.
ResponderExcluirRespondendo à sua pergunta no meu blog, não desabilitei feeds, até verifiquei, mas está tudo ok. Beijos!
E nas noites escuras
ResponderExcluirquando uma lágrima
transbordar dos meus olhos
e escorrer por minha face,
delicamente, molhando os lençóis,
é em ti que estarei a pensar.
Saudades de Uma amor
beijos
dr x
que lindo texto.
ResponderExcluirAmei seu cantinho.
passarei aqui mais vezes.
Bjins
uau menina, simplesmente humilhou! Adorei o texto, o jeito de falar de amor. O texto flui naturalmente e tem a poesia certa, no lugar certo, na medida certa, ela é bem palpável. Beijo!
ResponderExcluirAmor é tudo! Gostei muito das fotos tb.
ResponderExcluirSempre que entro no teu blog aparece uma janelinha safada, que se coloco OK, some tudo, agora já achei o jeitinho, é só fechar e pronto! rsrsrs...
Fica com Deus, beijos
Como diz Nando Reis: "O AMOR É O CALOR Q AQUECE A ALMA"
ResponderExcluirBig Beijossssssssss
Oi Luma!
ResponderExcluirLindo,lindo,palavras queridas.
Obrigada pela dica lá no BM, vou tentar, me aguarde.
beijos querida e boa 4 feira.
PS: Só aqui ou via Firefox. No IE não dá...
Belo texto sobre o amor
ResponderExcluiradorei as fotos também!!
bjos Luma!!
saudade!
ResponderExcluirelisabete
Que lindo, Luma!
ResponderExcluirNão acho palavras para expressar o quanto gostei!!!
Beijos
Que lindo este (não) poema de amor!
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