Um acontecimento que mudou o trem da História, no Brasil
Na verdade, a Revolução Constitucionalista vinha sendo gestada desde 1931. Fora alimentada pela recusa do "presidente provisório" em devolver o país aos trilhos da constituição, rasgada em 1930. Embora tenha empolgado a classe média, a revolução de São Paulo trazia embutido o desgosto da oligarquia local pelo fim da política café com leite, que na República Velha, fizera seus membros se alternarem na presidência com os de Minas.
A visita do Ministro da Fazenda, Oswaldo Aranha, em 22 de maio de 1932, aumentou a desconfiança de que um secretariado tenentista seria imposto a São Paulo. Na noite seguinte, uma multidão tentou invadir a sede do Partido Popular Progressista, tenentista. Houve reação e quatro manifestantes morreram. De seus nomes (Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo) nasceu a sigla MMDC, que batizaria uma organização constitucionalista.
A ideia original era desencadear a revolução em 14 de Julho, o mesmo da "Queda da Bastilha". Mas esse simbolismo seria atropelado por uma carta desaforada do general Bertoldo Klinger, comandante militar de Mato Grosso e conspirador, ao general reformado Augusto Inácio do Espírito Santo Cardoso, nomeado para o Ministério do Exército. A consequente passagem de Klinger para a reserva fez com que os planos revolucionários fossem antecipados.
No dia 10 de Julho, com a ocupação de Cruzeiro/SP pelas tropas do Coronel Euclides Figueiredo, pai do futuro presidente João Figueiredo, e o bloqueio da passagem dali para Passa Quatro/MG, tiveram início as operações de guerra que iriam tomar os três meses seguintes. Os constitucionalistas financiados pelo empresariado paulista chegaram a reunir cerca de 30 mil soldados - número considerável num país cujo exército compunha-se de pouco mais de 50 mil homens.
Já no final desse mês de Julho, porém, o estado de São Paulo estava cercado por tropas federais. No dia 02 de Outubro, veio o capitulação. Depois de perderem 633 homens, os paulistas deploraram "vilão" Klinger, que obtivera de Vargas um armistício em separado.
A repressão foi severa, e trens lotados de constitucionalistas aprisionados conduziriam os derrotados ao Rio de Janeiro, onde dezenas seriam enviados para o exílio de Portugal. Ao todo, 77 foram banidos do país.
No Brasil atual, dos escândalos, dos desmandos e apático diante dos políticos corruptos, ouve-se que o povo brasileiro é medroso e sem garra. Não se orgulha de ser brasileiro, porque não conhece a História de seu país e em tempos de internet, não haveria desculpas para tal ignorância e onde as armas são outras, a política arcaica impera, no sentido literal. A ditadura corre velada e qualquer relação com a História antiga, não será mera coincidência.
Salve a revolução!!
*Escute o Hino da Revolução de 1932! Dica da @meiroca
Vã filosofia... Falas muito de Marx, de divisão de tarefas, de trabalho de base, mas quando te levantas nem a cama fazes... (Leila Míccolis)