Em determinado momento do conto "
Der Mauerspringer" (
Os Saltadores do muro, 1982), de
Peter Schneider, o protagonista se dá conta de uma singular mudança de paradigma: - nos mapas de Berlim Ocidental, o Muro é assinalado por um tênue traço rosa que divide a cidade e, nos mapas da parte oriental, o mundo termina em uma faixa negra além da qual só existe o nada.
"Moro em uma cidade siamesa", diz ele, que passa os dias em busca da própria identidade no confronto com histórias do cotidiano em dois Estados jovens, nascidos depois da segunda guerra, mas ideologicamente opostos.
- "Mas quando todas a fronteiras possíveis caíram, de repente ficamos com medo e constatamos que somos uma sociedade de mentalidade estreita, que não quer impulsos de fora"
- ...a queda do Muro "levou uma multidão em direção à merda nacional": "O orgulho nacional reavivado e o desejo de ser alemão são cada vez mais consenso nacional"
- "[Na Moldávia], de fato, tudo está como antes, não temos uma democracia de verdade"
- "Antes era tudo proibido. Agora as pessoas pensam que democracia significa 'nós podemos fazer tudo', podemos até matar alguém. É uma interpretação muito estranha de democracia. E é assim, não só no meu país, como em diversas ex-nações soviéticas"
Opiniões de Jovens dramaturgos do Instituto Goethe de Londres, que apresentam festival com peças da Polônia, Reino Unido, Dinamarca, Suécia, Sérvia e Romênia, em busca da expressão artística para a queda do Muro e suas consequências. [leia matéria]
Muitos alemães dizem que o muro ainda é perceptível e outros, vão mais além, querendo-o de volta. O que você acha disso?