Não somos todos Charlie
A despeito aos ataques de extremistas islâmicos realizados na semana passada na França contra o semanário satírico "Charlie Hebdo", no qual 12 pessoas foram mortas, sendo nove funcionários do editorial, um trabalhador e dois policiais; o fato é que após o episódio, a equipe sobrevivente do "Charlie Hebdo", na nova edição pós-atentado ter retomado ao tema ao qual provocou a ira dos terroristas ao retratarem um homem barbudo de turbante branco representando Maomé, com uma lágrima escorrendo pelo rosto e segurando uma placa que dizia "Je suis Charlie" e no alto o título: "Tout est Pardonne" (Tudo é perdoado)... Eu pergunto se essa nova sátira à Maomé segurando a mensagem símbolo da revolta contra o atentado pode ser considerada realmente uma nova sátira, de "humor"e/ou de revolta, ou seria mais uma resposta com teor de deboche aos seguidores de Maomé?
Um funcionário do Charlie Hebdo, Zineb El Rhazoui justificou à BBC: "É um pouco difícil escrever sobre qualquer outra coisa que não seja o ataque, porque ele nos afeta muito. Estamos escrevendo sobre o que aconteceu, sobre a campanha "Je Suis Charlie"..."
O mundo falou sobre o ocorrido e ainda fala, repudiando a violência, defendendo a liberdade de expressão e os jornais de maior circulação, cada qual fez e faz suas considerações jornalísticas, mas diante da publicação da capa referindo-se novamente ao profeta Maomé, alguns se calaram, outros se manifestaram somente após pressão popular.
Mail Online, The Times, Sky News, Telegraph e BBC - recusaram-se a publicá-la em suas primeiras edições e de maior tiragem. No site do Guardian a charge foi reproduzida com um aviso para que os leitores mais susceptíveis de serem ofendidos, não rolassem a página.
O The Times publicou a página "Charlie Hebdo" omitido a charge, mas os assinantes fizeram comentários altamente críticos. Cerca de três horas depois, a charge foi publicada.
Outros meios jornalísticos também foram pressionados a publicar a charge. A BBC publicou na primeira página durante o noticiário na BBC One. O Financial Times publicou online. O Telegraph não publicou. Levando em consideração a auto-censura solicitado pelos extremistas.
Em 2011, o escritório anterior do semanário "Charlie Heddo" foi bombardeado por incluir uma descrição do Profeta em sua primeira página sob o título "100 chicotadas se você não morrer de rir" e em outra charge, um funcionário da revista beija um homem muçulmano com o título: "O amor é mais forte do que o ódio".
Até hoje o The Times era o único jornal britânico a publicar esta, ou qualquer outro desenho de Maomé na revista. Buzzfeed e Huffington Post UK tinham apenas duas caricaturas de Maomé reproduzidas da revista. Como publicação independente, o semanário "Charlie Hebdo" tinha os seus seguidores, mas foi descoberto por muitos franceses somente em função dos ataques - Apesar de ter cartunistas de prestígio formando a equipe - Muitos franceses e o resto do mundo que compraram a atual publicação, o fez por curiosidade ou para guardar a publicação para a posteridade.
Para muitos muçulmanos as imagens de Maomé publicadas pelo semanário são consideradas blasfêmia.
["Nem muçulmanos, nem outros crentes irão “se acostumar” com a idéia de que nada é sagrado. A apreensão do sagrado é justamente o que os torna crentes. E, como Nietzsche disse muito bem certa vez, o sagrado é qualquer coisa da qual você não pode rir em uma dada cultura" Mustafa Akyol em 13 de Novembro de 2011 no texto Muçulmanos contra Cartoons: O que fazer contra a blasfêmia?].
O Semanário "Charlie Hebdo" surgiu das cinzas de uma publicação satírica problemática chamada "Hara-Kiri, que foi fechada pelo governo francês por profanar a memória de Charles de Gaulle na semana de sua morte, em novembro de 1970, que ligou a morte de De Gaulle à morte de 148 jovens em um incêndio numa boate.
Os veteranos cartunistas que enfeitavam as primeiras edições em 1970 ainda contribuíam 44 anos depois para o "Charlie Hebdo" e perderam suas vidas no ataque terrorista. Para eles, nenhum assunto era tabu, por mais sensível que poderiam parecer e zombavam de qualquer religião.
Um dos editores do Charlie Hebdo, acusou Stéphane Charbonnier, conhecido como Charb e um dos fundadores do "Charlie Hebdo" de arrastar sua equipe editorial para a morte por sua insistência teimosa em satirizar o islamismo. Ele insistiu em ir em frente com o notório "Charia Hebdo" edição de novembro de 2011, que publicou as charges do profeta Maomé, referidas acima: "Maomé não é sagrado para mim... Eu vivo sob a lei francesa. Eu não vivo sob a lei islâmica".
Devemos considerar as condições morais para o perdão. A ideia de um perdão imoral parece muito mais interessante nesse caso, quando move-se "a questão" para um "perdão estratégico", como quando Martin Luther King disse: "Deus te abençoe" para a pessoa que jogou-lhe uma pedra. Ele não expressa o amor ao inimigo, mas convida o público presente a "mover-se". É uma fórmula que tem indiretamente por finalidade, fazer com que pessoas, principalmente as religiosas, que por índole, esperam que peçam perdão ou que perdoem.
É uma grande ironia mudar o foco: quando a verdadeira religião independente de regras religiosas, mas de praticar o amor incondicional, o perdão e a humildade. Essa ironia, leva o público a testemunhar essa fórmula sem que perceba que está sendo manipulado.
O perdão precisa de luto e trabalho da memória. O tempo para o perdão faz o trabalho da justiça. O "Charlie Hebdo" quando afirma "Tudo é perdoado" contorna o trabalho da justiça, o que é um gesto primitivo como a vingança: "A justiça não tem nada a ver com isso, esse é o nosso negócio". O que é absolutamente contra a linguagem do perdão comum por ter conotação metafórica, caricata e irônica.
Eu não me deixo manipular. Não entro nessa de "Je Suis Charlie", até porque sempre achei as publicações do semanário de extremo mau gosto. Mesmo que não sejam essas as questões levantas para Ser Clarlie... Se é moda portar tal designação, fudeu... eu não sigo modismos.
Antes de levantarem a bandeira da "Liberdade de Expressão", repensem no que ela envolve e se temos o direito de interferir na liberdade das pessoas nas diversas variantesde liberdade, como por exemplo, a "Liberdade Religiosa" e "Liberdade de Consciência".
Qual o caminho que você quer seguir? Alimentar o ódio, o que pode levar para uma guerra trágica ou alimentar um estado de paz e aceitar que estão alimentando um monstro, o que pode ser uma grande besteira já que além dos fatos em si, existem muitos interesses políticos envolvidos - O mais pequeno deles é aumentar a popularidade de François Hollande e a hipocrisia desse semanário que já demitiu funcionário por pregar antissemitismo.
Sinto a dor das famílias envolvidas, mas os envolvidos pensaram em suas famílias? Doze pessoas mortas e quantas crianças são mortas por dia por causa das guerras? O povo se mobiliza em praça pública contra a matança de inocentes nas guerras?
Após o perdão, ainda há muitos conflitos que podem ser diminuídos na medida de agora cada meio de comunicação ou cada país, se vira para defender o seu. O "Charlie Hebdo" dentro do foco em que está, deu a última palavra dessa "briga"?
A briga não é do mundo ou do povo francês, mas estão querendo te envolver nisso, quando você escolhe que os seguidores de Maomé são todos fanáticos como os terroristas islâmicos. Mais uma vez estão dividindo o mundo em partes.
Esse é um discurso ultrajante com tamanho escândalo que pode ter ruptura positiva com o silêncio. O escândalo tem uma função vital, ele requer uma imprensa fora de sua complacência. Corrosivo em palavras seguras para aquele que ataca. Mas escrevam suas histórias e não dêem uma palavra final para qualquer parte. Perde a razão quem se fecha para o diálogo.
Deve-se ficar claro que o perdão, para algumas culturas cristãs é ambíguo. O perigo está em acreditar que "Nós tivemos a última palavra então agora todos estão em silêncio".
Lembro que certa vez, Hannah Arendt disse que "Somos todos culpados para que ninguém seja culpado". O que para nós brasileiros cabe um outro ditado: "Quando um não quer, dois não brigam".
O ataque atingiu a equipe de um jornal e tocou todo um país politicamente, então todo o processo é político e não moral. Qual grande gesto político - sem ódio - que será tomado?
O "Charlie Hedbo" pregou a sua liberdade de expressão, de consciência e religiosa. Depois de todo o ocorrido envolvendo tantas pessoas e famílias, declarou através de Renald Luzier, designer e novo editor, conhecido por "Luz", em uma entrevista à imprensa:
- "Nós somos apenas designers que gostam de desenhar carinhas, como quando você é criança. 'Charlie' sabe ver o mundo à distância".
- "Eu não tenho preocupações porque confio na inteligência das pessoas, eu acredito no humor... Aqueles que fizeram o ataque faltava humor"
- "'Charlie' tem o direito de insultar. Temos que dar todos os poderes para a liberdade"
- "Eu sou Charlie, policial, judeu, muçulmano, e eu sou um ateu."
Esse não é o tipo de texto que gosto de escrever pois envolvem muitas energias contraditórias. Eu poderia defender uma parte ou outra - o humor subversivo ou o fanatismo religioso, mas prefiro me ater no que percebi de manipulação das massas por poderes políticos que usam a sua crença na liberdade de expressão, assim como a do Semanário "Charlie Hebdo". Ambos estão entrando de gaiatos nesse navio.
Pensem na catástrofe global desencadeada sobre a Síria, com a França a armar grupos terroristas para derrubar Assad, o seu papel de liderança no ataque contra a Síria ou o genocídio por eles efetuados na Argélia não há muito tempo, são apenas alguns exemplos de terrorismo francês. Espero que o povo francês não permaneça na mesma bolha que os americanos estavam em 2001: "eles nos atacam por causa de nossas liberdades", ignorando toda a história sangrenta dos EUA no Oriente Médio.
- Coluna de Dorrit Harazim, da qual copiei o título: Não somos todos Charlie
- E o Papa Francisco falou e disse
- Ação do fascismo islâmico só fortalece o fascismo europeu - Fascismo é a forma contemporânea da máxima opressão e intolerância — e um fenômeno econômico que tem os interesses do grande capital
- A teia de processos e acontecimentos que desembocou no sangrento ataque à Charlie Hebdo possui profundas raízes na cena política francesa
- Charlie, ser ou não ser não é a questão - Texto da Van no Blogue "Retalhos do que Sou"
Charge do Latuff: a fixação da 'Charlie Hebdo' com Maomé
"A religião não deve ser um argumento político e não foram mortos estadistas franceses", Gerard Biard editor-chefe da NBC News.
"No dia anterior ao massacre de Charlie Hebdo aconteceram duas marchas na Alemanha: uma pela expulsão de árabes e muçulmanos do país e outra contra o discurso xenófobo da direita ultranacionalista alemã. Esse tipo de manifestações populares contra minorias étnicas fica cada dia mais comum em toda a Europa, e a França, sempre avant-garde, é um dos maiores focos de marchas e movimentos racistas, machistas e xenófobos na Europa" Plínio Zúnica
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Oi Luma
ResponderExcluirMais um texto excelente QUE SUBSCREVO INTEIRAMENTE sobre este "horror que graça pelo mundo fora". A religião é um dos pilares de "respeito pelo outro" e dentro de qualquer uma poderá haver "nichos de abelhas" que podem pôr em causa todos os outros que professam a mesma com respeito, dignidade, amor ao próximo e ser um dos mais horrendos rastilhos para o que sabemos.
Parabéns e vou pôr o link na minha cubata, porque sim!
Beijos do lado de cá do oceano
Bom dia Luma!
ResponderExcluirVocê sabe escrever como ninguém!
Faço minha as suas palavras!
Parabéns!
:D
Olá Luma
ResponderExcluirParabéns pelo texto! Concordo plenamente com você!
Bjs
Anna
NÃO, não somos todos Charlie Hebdo.
ResponderExcluirEu não sou... muito menos pró Israel.
Assim como você, não me deixo manipular, nem pela mídia de lá, nem pela mídia de cá.
Que liberdade de expressão é esta que não respeita fé, costumes e cultura alheia, e que saca da foto oficial dos líderes mundial a única mulher presente?
Quando será que o Ocidente vai aceitar que existem outros Continentes que também fazem parte do Globo, e dentro deles há coisas, costumes, culturas e profissão de fé que não a majoritária pregada na América do Norte e Europa?
Assim como você, sempre achei o tal humor deles pobre em criatividade e rico em chacota com os diferentes.
Aproveito para lembrar que a mídia brasileira está dando muita ênfase ao ocorrido para desviar o foco da necessidade da regulamentação do setor, que deveria ter ocorrido – como em outros países-, há muito tempo. Puro oportunismo.
Claro que não desejo a morte de ninguém. Mas, como diz o velho ditado: “quem procura acha!”.
Um abraço Luma.
Excelente texto.
Ah, também aproveito para agradecer a visita e o comentário lá no Travessia.
Beijo.
Luma.. cara, eu nem tenho o que comentar, seu texto foi tão direto ao ponto e tão completo, que o que eu escrever aqui só vai parecer repetitivo.
ResponderExcluir#jenesuispasCharlie
Sou completamente a favor da liberdade de expressão até porque sou jornalista e seria bem incoerente de minha parte não ser a favor. Mas eu disse que sou a favor é da liberdade e não da falta de respeito. Eu acho que religião a gente respeita. Não precisamos entendê-la, seguir, concordar ou adeir, apenas respeitar. Com Deus, não se mexe, com a fé dos outros, principalmente. E menosprezar o inimigo pra mim é burrice. Eu acho que o mundo menospreza o terrorismo, que é mais forte do que todo o resto, pelo simples fato de não terem nada a perder. Nada justifica as mortes, mas eu acho sim que é preciso repensar comportamentos.
ResponderExcluirJe ne suis pas Charlie.
Beijo, beijo!
She
Também sou a favor da liberdade de expressão. Acho também, que os chargistas culturalmente superiores, escolheram mal o alvo de suas sátiras - fanáticos trogloditas -, que só sabem responder a uma crítica usando um AK-47 contra o lápis e o papel.
ExcluirQuanto à intolerância daqueles fanáticos, vimos as degolas de inocentes voluntários e os massacres contra cristãos.
Je suis Charlie! Se os homens livres se acovardarem diante do terror, em pouco tempo, o islamismo transformará o mundo numa tremenda poça de sangue, tudo em nome do profeta Maomé.
"Keep an eye on", "O preço da liberdade é a eterna vigilância!"(Thomas Jefferson).
Beijo.
VitorNani/Hang Gliding Paradise
Parabéns.
ResponderExcluirOi Luma
ResponderExcluirEsta é a primeira vez que me manifesto sobre este asunto e, não o faço confortávelmente, vou explicar por que.
Desde os primeiros instantes da circulação da campanha "Je Sui Charlie" e ainda sobre o impacto da notícia que obviamente provocou revolta que foi determinante pra muitos cairem de cabeça e seguirem a onda, que senti algo maior do que só o impacto. Havia ali interesses para os quais eu deveria me por atenta. E, digo interesse de dois lados, "Je suis Charlie" a serviço de uma ideia que tenta se manter e "Je ne suis pas Charlie" a serviço de uma ideia que tenta se impor, e já ganhou algum terreno no mundo.
Até aí nada de novo, desde que o mundo é mundo que as ideias e poderes tentam se impor, tentam prevalecer e, sejam as ideias quais forem não fazem isso com pouca opressão e pouca morte não. Por isso, neste episódio eu optei por não ser bucha de canhão de nenhum dos lados, porque sim, de qualquer dos "je ne suis" ou "je ne suis pas" que nos colocarmos, junto com os que opinam sem análise, convicção ou interesse, algum ideólogo irá bradar veementemente sua ideologia através da porta da razão que você abriu para ele. Isto se vê nos comentários de qualquer dos texto escrito sobre o assunto, já é possível ver no seu.
Eu não sou nem deixo de ser Charlie. Eu sou cristã, católica, que não gosta de ver o grupo Porta dos Fundos criticar os dogmas cristãos com tanto desconhecimento e falta de bom senso, tal qual fazia e faz o Charlie Hebdo com dogmas alheios, mas que acha que não serei eu a alerta-lhes que a liberdade de opinião que muitos usam para justificar a infração a outro direito que é o respeito ao seu semelhante, não é ilimitada, como nenhum outro direito o é. Os direitos são feitos para coexistirem e serem contextualizados num espaço em que um direito limita o outro para poder ser concedido.
Eu sou cristã, católica que não gosta de ver o extremismo tentar se impor atavés da morte, e ser usado por anti cristãos desconstrutures do sistema vigente para desacreditagem a ordem atual e se estabelecerem. A falta de limite desses ansiosos por poder faz com que apoiem e defendam até assasinatos e leis radicais. Tudo que for contra o que tentam derrubar será válido e defendido por eles. Acho isso, inominável, inescrupuloso, repugnante e inconsequente.
Penso que quando Jesus veio a mundo as coisas estavam semelhante ao que vemos agora, os poderes se degladiando e se consumindo e, ele não veio para tomar partido de nenhuma das "vitimas", estivessem elas do lado que estivessem. Ele veio para mudar o foco e apontar um caminho.
Precisamos enxergar novamente este caminho, e não, ser Charlie ou deixar de ser charlie. Logicamente considerando "charlie" algo infinitamente mais abrangente do que um escritório satírico arrogante e "não charlie" algo bem maior do que a jihad demoníaca.
Aquele que enxergar o caminho não precisará escolher se é ou não Charlie.
Beijos
Ps: Obrigada por me fazer falar o que penso, pensei que não iria faze-lo, mas você com toda a sinceridade e verdade que sempre se expressa provoca isso em nós também.
Palavras gentis são um favo de mel, doçura para a alma
ResponderExcluire saúde para o corpo.(Pr 16,24)
Obrigada amiga, pela visita atenciosa!
Beijo grande, Marie.
É um tema pertinente...se bem que a religião fanática...traz imensos problemas!
ResponderExcluirBj amigo
Amiga, concordo com o papa Francisco:
ResponderExcluirLiberdade de expressão não nos dá o direito de discriminarmos outras crenças com sátiras e ofensas, precisamos respeitar as diferenças!
Bjus amiga, seu texto ficou maravilhoso!
http://www.elianedelacerda.com
Adorei o comentário da Van!
ResponderExcluir"Aquele que enxergar o caminho não precisará escolher se é ou não Charlie!"
Parabéns, Luma! Sua postagem nos fez refletir! Bjs e um ótimo final de semana!
Perfeito Luma. Obrigada por nos premiar.
ResponderExcluirBjs
A qestão é complexa, concordo com isso Luma. Portanto, eu prefiro simplificar invocando uma lei divina, incontestada por nenhuma religião: não matarás. Ponto.
ResponderExcluirTodas as vezes que alguém diz: foi provocação, eles não deviam, estão a legitimar a razão dos terrorristas. Não gosto do jornal, não gosto desse tipo de humor, mas vivemos numa sociedade livre. Há limites a respeitar? Sim, com certeza, porém isso também é relativo e individual.
Essa tag do "je suis charlie", não é sinal de apoio ao humorista e ao jornal. É sinal de apoio à cultura livre em que vivemos. Muitos lutaram e morreram para que os cidadãos europeus tenham liberdade para dizerem o que pensam, viverem a vida que querem e como querem.
Nos últimos dias têm sido presos e descobertos vários terroristas, em diversos países europeus, que preparavam ataques contra a nossa sociedade, porque a liberdade da nossa cultura é insultuosa para eles. Que eu saiba, na Bélgica não há um Charlie Hebdo. Nem na Alemanha.
Com a #je suis charlie, os europeus estão a dizer: somos um, somos livres e vamos enfrentar-vos.
A tiragem do jornal era de um milhão, agora 3 milhões esgotam! Por que as pessoas gostam do jornal? Não, por apoio.
Bem, esta é a minha leitura.
Beijos
Paris está um inferno e os canais de comunicação nos apavoram mais ainda e alimentando a tal identidade nacional francesa. Se eles têm preconceito com qualquer um que não seja francês, imagina quando é com os povos arábes e muçulmanos, judeus e também homossexuais. Tudo começou com Sarkozy e continua no governo Hollande que discursa retoricamente contra as populações árabes e muçulmanas, importando o debate sobre a proibição dos minaretes na Suíça, mais o debate sobre a proibição da burqa. O racismo alimenta o terrorismo e o conflito social na França, daí vem esses humoristas alimentar mais ainda o ódio. É possível conectar o aumento da presença de grupos fundamentalistas muçulmanos nos bairros mais pobres da França, onde se encontram a maior parte dos afrodescentes franceses, com o sentimento de ser segregado, esquecido pela república [governo], e ser estigmatizado [por ser negro ou muçulmano] pelo sistema. Se você perguntar para um francês se ele é racista, ele nega. Mas vemos pelas suas atitudes. Negar o racismo somente dificulta a compreensão do problema e elaboração de políticas de inclusão.
ResponderExcluirO sentimento de segregação entre os franceses tradicionais e os de ascendência estrangeira é mais antigo do que se imagina. Em 1961, um massacre contra imigrantes do norte da África que protestavam contra a presença francesa na Argélia provocou a morte de 200 pessoas, e o governo francês reconheceu 40 mortes apenas em 1998.
Em 2005, quando Nicolas Sarkozy era o então ministro do Interior da França, conflitos na periferia parisiense ganharam a atenção de autoridades e mídia do mundo inteiro. O levante se espalhou por outras grandes cidades francesas. Na ocasião, não houve nenhuma conexão com grupos religiosos. Os protestos eram reflexo da segregação existente nas cidades, onde os bairros mais afastados do centro não tinham a mesma estrutura que os bairros mais ricos.
O conflito durou cerca de três meses. Quase 9 mil carros foram queimados e aproximadamente 2.800 pessoas foram presas. Sarkozy conseguiu sair desta situação como herói ao manejar o conflito na condição de ministro. Pouco tempo mais tarde, o presidente se elegeu ao prometer dedicar seu governo para diminuir as desigualdades existentes no país e as falsas promessas do sistema educacional e da república continuam as mesmas e estimulam os conflitos sociais. Grupos radicais islâmicos que vivem nas regiões mais pobres do país aproveitam a insatisfação popular causada pela segregação social e estimulam jovens a se levantar contra as autoridades.
É possível dizer que na França existe o cidadão de primeira e segunda classe. Se olharmos como as pessoas são tratadas pelas instituições e como elas interagem no sistema educacional, acredito que os cidadãos não são tratados de forma igualitária. Existe uma urgência de que todos cidadãos franceses sejam respeitados e considerados como devem pelo governo. Mas estamos longe disso.
O que aconteceu na revista parece um problema reservado, mas não é e Hollande quer ganhar prestígio com a população. A sua moral estava bem baixa com a publicação do livro de sua ex-esposa. O verdadeiro problema é o racismo, discriminação e segregação dentro do sistema. A elite política francesa ainda é muito conservadora e os afrodescendentes são pouco considerados e, por isso, pouco representados.
Apoiar "Je suis clharlie" é apoiar esse governo racista.
Desculpe Laline, mas não posso deixar de me espantar com o seu comentário. A França é um país que recebe muito bem os estrangeiros, E os franceses são por regra pessoas extremamente bem educadas.
ExcluirOs árabes, devido à sua cultura e religião, colocam-se à margem, não se integram e isso certamente leva a um choque cultural, que não acontece com os emigrantes portugueses, espanhóis, italianos, etc. Conheço muitos casos de franceses que se sentem discriminados dentro do seu próprio país. As igrejas católicas próximas de áreas de residência de muçulmanos são vandalizadas sistematicamente. As representações do Natal, como decoração natalícia nas escolas, foram removidas, pois eram consideradas afronta aos muçulmanos. Os exemplos são tantos, as cedências são tantas... Portanto, chamar "racista" ao governo é realmente demais!
"Cidadão de segunda"? Não Brasil não há?! Há em todo o lado, onde há classes sociais, há cidadãos de 1ª, 2ª, e 3ª.
Desculpe, mas o seu discurso é bastante mais idealista do que realista.
Estrangeiros que vão para passear e deixar dinheiro para eles, você quer dizer? Eu moro há um bom tempo na França para saber a diferença entre ser realmente francês ou ser um cidadão francês mestiço, como os tais que são de 3ª como escreveu. Não deveria existir essa terceirização da existência... Então, onde está a igualdade, fraternidade, solidar... Eita!! Vim de um estado brasileiro de maioria branca e sei quando um negro aparece na vizinhança o que pensam dele. Na Europa e em Portugal não é diferente. Vocês europeus colocam os árabes em um só saco.
ExcluirVamos falar sério. Nessa França da “Igualdade, Liberdade e Fraternidade”, onde aportaram 85 milhões de turistas estrangeiros em 2014, todos eles interessados numa cultura que é referência de civilização, nos mais belos monumentos, em museus e obras de arte do mundo todo, na melhor gastronomia e em vinhos inigualáveis, essa inusitada e descabida onda de violência e de intolerância merece a atenção e a reprovação de todos.
No entanto, na mesma França que é o grande berço da civilização Ocidental e que tanto nos diz respeito, onde vivem tantos habitantes de origem árabe-muçulmana –caso da bela e notavelmente atávica cidade de Marselha, aliás Capital Cultural da Europa em 2013– houve, nos últimos governos, uma deliberada política de Estado que ajudou na derrubada do ditador líbio Muammar Gaddafi, morto em 2011, e que financiou jihadistas da Síria na vã tentativa de apear do poder o velhaco ditador Bashar-al-Assad.
É certo: ninguém gosta de ditadores. Mas islamofobia, como aliás qualquer tipo de intolerância religiosa ou racial, não cabe num mundo civilizado e contemporâneo!
Nada justifica os assassinatos dos incríveis e talentosos chargistas e jornalistas do semanário satírico “Charlie Hebdo”, nem as sátiras que eles fizeram do profeta Maomé, ou de Jesus Cristo, ou de qualquer outro personagem laico.
Seus responsáveis, terroristas e assassinos sanguinários com uma má ideia na cabeça e com uma Ak-47 nas mãos, precisariam ter sido levados à Justiça.
A liberdade de opinião é, antes de tudo, o mais importante dos direitos humanos. E é bom lembrar que a discriminação (racial, religiosa, etc.) e a intolerância têm um preço: se uma pessoa for mantida humilhada e debaixo das botas da opressão, é provável que, ao se libertar, tente enfiar uma adaga nas costas de quem a oprimiu.
Que a França e demais países da Europa que tanto precisou da mão de obra dos países árabes, consigam realizar as reformas sociais necessárias e, não desviem a atenção do problema para algo que relativamente foi dada muita importância. Acho que você não leu a frase citada no texto da Luma proferida pelo editor chefe da NBC.
Luma, eu morei cinco anos na França e estou há dois anos e meio no Marrocos. Por ter experiência "de campo", eu não concordo com você. Eu sou ocidental e sou Charlie Hebdo.
ResponderExcluirCreio que só quem foi privado da liberdade e sofreu atrocidades sob o domínio dos muçulmanos, pode falar do que eles são capazes de fazer. Quem leu " Infiel" de Ayaan Hirsi Ali, já obteve um boa base de conhecimento sobre o que é o Islã.
ExcluirA partir do momento que um dos cartunistas mortos se declarou ateu e fez dessa sua condição um qualidade neutra para atacar qualquer religião, ele foi contra tudo o que hoje pregam com a sua morte. A liberdade de expressão é também a liberdade do outro se expressar e que seja através da religião que escolhe. Ele poderia atacar o Hollande ou qualquer chefe de estado como fazemos sempre, mas ninguém em sã consciência sai denegrindo a religião do outro. Ser humorista também não lhe dá direito.
ExcluirEu moro na França e trabalhei em vários países e tenho experiência "de campo" para discordar de você.
"A minha liberdade termina quando começa a liberdade do outro"
Oi Luma,
ResponderExcluirRecentemente eu postei uma foto publicada num jornal daqui, feita num dos inúmeros movimentos, este no Porto, que percorreram o mundo após os recentes ataques terroristas em Paris. Acredito que muitos estavam ali em protesto contra os homicídios e não exatamente a favor de insultos travestidos de ironia sobre a religião de quem quer que seja.
Os cartunistas do Charlie Hebdo, os assassinados e os sobreviventes, sabiam ao que estariam expostos quando escolheram a linha do deboche a tudo e a todos, muito bem analisado também no artigo do Marcelo Madureia que você mencionou. E vimos o resultado do menosprezo a uma religião que não admite sequer a imagem do seu profeta sob quaisquer pretextos, o que dirá em uma charge com o mesmo.
Dito isto, num primeiro momento após o ocorrido e sobre a liberdade de expressão, penso que muito passa pela frase "o meu direito termina quando começa o do outro". E para mim que acredito mesmo nesta sentença, tento imaginar o que anda acontecendo numa sociedade baseada na "igualdade, liberdade e fraternidade". A liberdade de expressão é levada às últimas consequências e assistimo uma chacina, infelizmente mais uma em meio a tantas outras que acontecem pelo mundo diariamente, com menos ou nenhuma notoriedade.
Por aqui o ator, escritor e apresentador Gustavo Santos, tem recebido ofensas e ameaças por ter dado a sua opinião, ou seja, expressou-se livremente na maior rede de relacionamentos atualmente do planeta, dizendo o seguinte em 07/01/15:
"Liberdade de expressão é uma coisa, desrespeito gratuito e egóico pelas mais altas crenças dos outros, sejam elas quais forem, é outra. Infelizmente, um e outro ponto colidiram hoje. Que uns sejam apanhados e severamente julgados pelo que fizeram e que outros, os que tiveram sorte e ficaram, assim como tantos outros que fazem carreiras a ridicularizar a verdade de quem não conhecem de lado nenhum, aprendam alguma coisa com isto!
Opinar sim, questionar também, agora gozar sistematicamente com convicções alheias é que me parece despropositado. Além disso, sempre que desrespeitamos alguém desta forma, estamos a trazer uma potencial ameaça para a nossa vida!
Cuidem-se!
Boa tarde!"
Penso que há inúmeras formas de se demonstrar insatisfação à respeito de algo, sem insultos com pretexto de expressar-se livremente, ou com rajadas de Kalashnicovs disparadas por jovens segregados e desesperançados com viseiras religiosas de uma eternidade promissora.
Bjs.
Não me vou alongar: como deves calcular tenho acompanhado tudo (por isso nem tenho vindo tanto aos blogues), diretos, fóruns, opiniões na rede social do FB, etc.
ResponderExcluirPostei uma foto a dizer "Je suis pour les DROITS HUMAINS" - Eu sou a favor dos direitos humanos - pois, passada a comoção, há que saber agir com bom senso. Condeno o fanatismo mas sei bem como o mundo é injusto e se move por interesses. A diplomacia exige que nem tudo se diga em qualquer momento...
Subscrevo o teu post.
Bjuzz, Luma
Luma, bom demais o seu texto! Parabéns!!
ResponderExcluirAcho que todos tem direito a liberdade de expressão, mas não tem o direito de debochar da religião e fé do próximo.E muito menos o direito de matar!
Beijos e um feliz final de semana!
Amara
Luma,
ResponderExcluirLiberdade de expressão sem ridicularizar as religiões.
Não gosto desse tipo de charge, e muito menos sigo modismo.
Lamento pelas famílias dos que perderam a vida, e muito mais pelas vidas inocentes de outros atentados.
Um lindo final de semana! Beijos
Te agradeço por poder literalmente navegar pelo texto e assimilar o conteúdo.Refletir é saber-se estimulado! Confesso , quando da onda nas redes sociais - Je suis Charlie- abundava somente uma coisa estava patente para mim : fanatismo não é religião. E me bastou,e me entristeceu...O mundo com suas ideias , com todo seu tão cultuado viés multicultural continua em busca do "ser ou não ser", e, respeito é a palavra mais forte! Se não existe ...A omissão seja em qualquer contexto nunca será saudável e construtora de nada
ResponderExcluirLuma, bom dia... li diversas vezes o eu texto antes de dizer alguma coisa porque é um assunto que pede ponderação. E acabei por perguntar: se você pode ironizar um presidente de uma nação, por que há de ter cuidado para com líderes religiosos?
ResponderExcluirA religião não deve ser mais importante que outros segmentos da sociedade e não apenas pode, como deve ser tratada como objeto menor. Se o indivíduo opta por fazê-la maior, é uma questão pessoal, aliás, como é a religião: uma questão pessoal que resulta em fanatismo pelo mundo todo.
Por outro lado, não existe mais ou menos liberdade de expressão... mas no mundo atual, tudo é mais ou menos. E entendo o Papa por sabê-lo latino, onde os cabrestos ditatoriais levam o indivíduo a dizer que quer a liberdade, mesmo sem saber ao certo o que é. Por aqui, comumente, se ouve o discurso da volta dos militares, queremos liberdades, mas tudo tem limite. É um discurso comum... infelizmente!
Não gosto do Charlie Hebdo, porque gosto de conteúdo e, foi algo que nunca achei ali, mas entendo o estilo deles que pra mim, são a representação natural de que se compra algo pela capa. E você tem razão, muitos franceses até então, nem sabia existir o dito cujo.
Mas há uma questão interessante a se fazer aqui: quantas vítimas a arte já fez? E quantas milhares de vítimas as religiões, sejam quais forem, já fizeram?
Particularmente, acho que há muito mais por trás do atentado ao Charlie Hebdo que apenas religião. Mas, adorei ver os franceses, uma vez mais, reunidos... é o que a Europa precisava no momento em que está se voltando para si. E os fanáticos que promoveram o ataque deram o motivo que faltava para essa voz que já se fazia ouvir por toda a Europa ser um grito.
bacio
Há de se ter tolerância e respeito mútuos...
ResponderExcluirConcordo em absoluto com tudo o que tão bem escreveste amiga Luna.
ResponderExcluirAliás vou transcrever um artigo de um escritor, investigador, antigo inspector da Polícia Judiciária e antigo Presidente da Câmara Municipal de Santarém que tem também uma opinião que coincide de tal maneira com o que penso, que só tenho pena de não ser eu a sua autora.
EUROPA TERRORISTA
A quadrilha que vai liderar a manifestação de Paris prostituiu a Europa, matou os projetos de Vida.
"Os massacres de Paris não vão ter alguns dos principais autores no banco dos réus. Foram abatidos durante a refrega que pôs termo à chacina gratuita de inocentes. Mas lá se sentarão, mesmo que só a História os julgue, os poderes fundamentalistas gerados no Yémen e o conjunto de personalidades que hoje encabeça a manifestação de Paris. A explosão afetiva e solidária ‘Je Suis Charlie’ é património de poucos. Não é, de certeza, pertença desta Europa cínica, protetora de ladrões e especuladores financeiros, que há muito se borrifou para os sonhos da Igualdade, da Liberdade e da Fraternidade, gerados no ventre francês e que emigraram por esse mundo fora. Pois o problema é político. Nunca foi religioso.
Os presidentes, os primeiros-ministros e outros acólitos que hoje desfilam em França em defesa da liberdade de expressão são os seus carrascos. Nunca leram o ‘Charlie Hebdo’. Apenas bebem as palavras de Merkel. São como os assassinos, que nunca viram o Corão, muito menos o estudaram, e matam em nome do Profeta. A quadrilha que vai liderar a manifestação de Paris prostituiu a Europa, mentiu nos sonhos, matou os projetos de Vida. Esta quadrilha quis emigrantes para a mão de obra escrava e desprezou o valor do trabalho. Desprezou o emprego. Desprezou a escola e a educação. Atirou para a fome e para a ruína milhões de desgraçados. Mas pior do que isto, a Europa cínica que hoje habitamos matou a Europa de Monet. Fez da União Europeia uma pantomima, aceitou de joelhos os ditames da Alemanha que fala por nós, contra nós, imperialismo da especulação que matou sonhos. Quem mata sonhos não pode esperar outra coisa a não ser a multiplicação da raiva, da indignação e, finalmente, do ódio. Estes grupos em desvario são europeus. Nasceram aqui e matam por ódio. E as maiores vítimas até são muçulmanos. Ódio, porque lhes prometeram sonhos e lhes entregaram um imenso vazio. Um vazio onde habitam milhões de outros jovens a quem mataram os sonhos, que não assassinam, mas se desinteressam da política, desprezam os figurões que vão marchar à cabeça da manifestação em Paris, servos e serventuários de especuladores, de offshores, de roubos, não de joias mas de países. Reprodutores de desigualdades, semeadores de injustiças, párias da fraternidade, amigos da liberdade de saque. É esta a Europa cínica, e canalha, que aceitou o apelo de Hollande e vai fazer de conta que é amiga da liberdade de expressão."
Francisco Moita Flores - 11.01.2015
beijinho
Fê
OI QUERIDA LUMA
ResponderExcluirConcordo com seu texto. Que mundo é esse que estamos vivendo. Respeito sempre.Desejo para vc: fartas colheitas chegando em seus campos e belas flores surgindo em seus jardins, perfumando suas vidas no exalar das fragrâncias que não se compra em mercados: paz, amor e prosperidade. Um bj
Ana
Boa tarde Luma, um texto muito bem escrito, onde explana de forma muito inteligente a sua opinião e que respeito.
ResponderExcluirÉ da sadia "discussão" que nasce a luz!
Um grande beijinho e bom fim de semana.
Ailime
(Muito obrigada pela sua visita e comentário no meu humilde blogue)!
Je suis Rio de Janeiro, cidade abandonada ao tráfico de drogas e que morrem centenas por semana.
ResponderExcluirJe suis Nigéria que este maldito Boko Haram extermina suas moças estudantes para que não tenham conhecimento e possam lutar contra o fanatismo.
Je suis paz e amor!
beijs carioca Luma
Boa noite Luma.
ResponderExcluirComo todos já disseram; Temos que ter liberdade de expressão sim!
Achei seu texto muito interessante.
Beijinhos e um ótimo fim de semana.
OI LUMA!
ResponderExcluirEXTREMOS, NÃO SÃO DE MEU AGRADO, NEM A RIDICULARIZAÇÃO DE UMA RELIGIÃO E NEM ESTA DITA LIBERDADE DE EXPRESSÃO, QUANDO,POR SEUS EXAGEROS PASSA A SER MOTIVAÇÃO PARA TANTOS DESMANDOS.
TEU TEXTO É DE MUITA LUCIDEZ E EQUILÍBRIO, PARABÉNS.
ABRÇS
http://zilanicelia.blogspot.com.br/
Gostei muito do posicionamento do Papa Francisco em relação a tudo isso, Luma. Segundo ele ambos estão errados, pois é preciso respeitar o próximo e nada justifica a resolução de um problema com outro, nesse caso o assassinato. Enquanto cada um não reconhecer seus "erros", essa guerra não terá fim, até mesmo porquê a França já tem uma quantia grande de mulçumanos vivendo lá.
ResponderExcluirDe facto, acho que se meteram com as pessoas erradas! É certo que "vingar o profeta" matando é um horrível absurdo, mas também é certo que tudo aquilo que fazemos tem consequências. E não me parece que esta última edição do Charlie fique sem resposta... Por outro lado, aquilo que aconteceu na Bélgica na semana passada pareceu-me uma matança "profiláctica", será?!
ResponderExcluirBom, beijinhos, bom domingo em paz!
Oi Luma,
ResponderExcluirAchei uma falta de respeito com a religião alheia as charges dos cartunistas, por outro lado não dá o direito dos terroristas sairem matando em prol da religião deles.
O que falta ao mundo é respeito a diversidade.
big beijos
Respeito é fundamental para toda forma de relacionamento humano.Crescemos aprendendo a evitar discussões acirradas sobre política,religião a fim de também evitar dessabores maiores,infelizmente a liberdade de expressão tão sofridamente conquistada tem ultrapassado os limites do respeito em nossos dias.Urge uma reflexão por parte de todos nós,principalmente daqueles que manipulam os veículos de comunicação.Bom dia Luma, e abraço fraterno a ti!
ResponderExcluirOi Lumaaa!
ResponderExcluirFaz um tempo que estava por vir aqui.
Também tenho receio de escrever sobre algumas coisas. Me parece que na Internet nunca podemos manifestar opiinião sem sermos quase linchados por pensar diferente.
Sobre esse caso em particular eu penso que há sim uma grande campanha de proliferação do ódio no mundo. Penso no quanto
a maioria dos adeptos ao islamismo é contra o terrorismo. Penso também que ninguém tem o direito de zombar do que é sagrado para o próximo.
Faz um tempo que evito levantar bandeiras de uma causa ou outra pois é isso que os "donos do poder" querem. A divisão do mundo em várias andeiras que não seja a da paz.
Bom restinho de tarde para você.
Beijos!
civilizacional e a falta de respeito pelos outros...
ResponderExcluirbeijo
Muito bem escrito.... o desrespeito gera ira, mas não dá o direito a matança!
ResponderExcluirvoltei das férias...bjss
Luma, acabei de ler um texto sobre o mesmo assunto no blog da Van... argumentou perfeitamente e repito aqui o que eu disse lá: respeito precisa haver dos dois lados. Mexer com a fé de alguém é desrespeito, tirar o direito de expressão é desrespeito, que a meu ver, é a base de todas as discussões, injustiças e violências. Um abraço!
ResponderExcluirConcordo !
ResponderExcluirAs pessoas tem que abrir os olhos para ver a linha tênue que separa a liberdade de expressão do desrespeito... onde termina a liberdade e começa o crime ( racismo, xenofobia, homofobia, intolerância religiosa, ódio , etc ) Mas, poucos conseguem ver.
Boa semana Luma, beijos !
Estimada Luma,
ResponderExcluirMuito bom seu texto. Por coincidencia, acabo de ler outro otimo escrito pela Van.
O que aconteceu chocou todo mundo, mostrou o quanto todos somos vulneráveis. Mais uma vez pessoas podem ser mortas em lugares que ninguem imaginava (ex anterior, maratona de Boston).
Não quero entrar em questoes politicas ou religiosas, contudo, duas coisas me chamaram muito a atenção: QUANDO QUEREM pegam os culpados e outra, o que lamento por terem dado tanta enfase, que no mundo existem muito mais barbáries diárias que ninguem vai atras dos culpados nem mesmo resolvem nada. Fica tudo rolando. A epidemia do Ebola só foi controlada porque poderia atingir até mesmo capitais de primeiro mundo. A fome, a miséria, as brigas intermináveis ao redor do mundo, isso continua cada vez pior.
Beijinhos
Oi Luma !
ResponderExcluirMuito bom seu texto, parabéns. Eu fico com o Papa Francisco neste caso, o pronunciamento dele foi perfeito.
bejo grande e boa semana!
Olá querida amiga Luma!
ResponderExcluirツツツツツツツツツツツツツ
Feliz 2015!
♡♡♡♡♡♡♡♡♡♡♡♡
Feliz semana!
☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆
Super beijos da ☆Tatá☆!!!!
Olá amiga, adorei seu texto e vejo que os ânimos dos comentários estão acirrados. Mas não vou entrar em disputa ou contestar.
ResponderExcluirNão gosto do desrespeito à nenhuma religião seja ela qual for, quando se trata de religião geralmente se trata de emoções e sentimentos, pois mexe com o que acreditamos no fundo da alma. Os cartunistas assumiram um risco (para mim) desnecessário e isso levou à morte outros inocentes. Fanáticos religiosos já matam de graça, imagina quando eles pensam que tem motivo.
Nada justifica a violência, ou responder com violência uma indignação. Costumo dizer que quando se perde a razão perdemos a razão de contestar.
Os terroristas estão avançando de forma terrível, espero que um dia algum governo possa contê-los...
Passe lá no blog, tem sorteio.
Bjos!
O terrorismo é abominável, não tem justificativa de nenhuma espécie. Concordo contigo, amiga.
ResponderExcluirUma boa semana e um abraço carinhoso!!!
Luma, liberdade de expressão é o que melhor pode traduzir o que seja na essência, a palavra liberdade. No entanto, liberdade de expressão não significa que posso dizer tudo que quero. Há um limite entre o dizer tudo que penso e o respeito que devo ter em relação ao quero criticar ou que gostaria de criticar. No tocante a religião, isso é mais serio ainda. Lembro quando um pastor aqui no Brasil chutou a imagem de uma santa. Aquilo foi uma critica ofensiva e desrespeitosa a um símbolo religioso. Estou muito a vontade para me posicionar assim, justamente pelo fato de não seguir nenhuma religião, Embora tenha comigo a minha convicção espiritual no campo da religiosidade, fato é que não sigo nenhuma. Por outro lado, quem age como agiu aqueles assassinos fanáticos em nome de uma crença, comete um erro pior ainda, o de achar que pode tirar a vida de alguém em nome de um ser supremo. Por tanto, o desrespeito de quem não sabe usar a liberdade de expressão ou o significado dela com o fanatismo religioso pode provocar uma situação dessa. Lamento pelas vidas perdidas e por aqueles que matam irmãos em nome de Deus ou sei lá o que. É tudo muito triste. Um beijo no seu coração.
ResponderExcluirSeus textos sempre tão completos, falou tudo parabéns ;)
ResponderExcluirBoa semana, bjuxx
Bom texto, Luma
ResponderExcluirFeliz semana, bjs.
Depois deste imenso e ótimo artigo e de tão bons comentários , resta aliar me a ti e dar os parabéns a todos os comentadores cujos argumentos adorei ler. Respeito tudo e todos . Mas" quem semeia ventos colhe tempestades"
ResponderExcluirTerno abraço Luma
Boa a sua reflexão, Luma. Eu acho que nada justifica esses ataques tenebrosos, mas essa opinião é muito válida e faz pensar. Li tudo com atenção. Na verdade, é tudo muito triste. bjs
ResponderExcluirLuma, excelente texto, sou a favor da liberdade de expressão. Sou contra a falta de respeito e contra a violência. Eu não consigo achar graça nenhuma nesse tipo de charge, na verdade nem faço questão.
ResponderExcluirBjs.
Temos a liberdade para falar, mas não ofender religião nenhuma, Luma beijos.
ResponderExcluirLuma,
ResponderExcluirBelo texto!
Acompanhei esse triste fato assim como a maioria do mundo.
E deixo aqui meu lamento por duas coisas: a imensa falta de respeito pela fé alheia e o fanatismo religioso. Dois pesos, duas medidas.
A liberdade existe e deve ser expressada, mas com sabedoria e perspicácia.
E foi o que faltou nas grandes mentes que pagaram com a vida por conta do seu sarcasmo sem limites.
Por outro lado, um grupo de fanáticos religiosos tentou a qualquer preço seu reconhecimento em uma sociedade que divide as pessoas pela etnia, cor, posição social, religião e sexo.
É complicado tudo isso, mas, diante deste caos é preciso que tenhamos sabedoria o bastante quando lidamos com a chamada "liberdade de expressão".
Se fizessem isso com meu pai, eu ficaria p... da vida!
Imaginem esses extremistas?
Ah, nesta história toda, esqueceram de citar do massacre ocorrido em Setif e Guelma onde 45 mil argelinos foram mortos pelos franceses na luta pela independência.
E também do modo que são tratados na França assim como os demais imigrantes.
Bjksss
Belo texto, Luma! A crença é sempre um assunto nevrálgico... que pode ser muito prejudicial, quando beira o fanatismo. E não me refiro apenas às crenças religiosas. Cito uma frase de Khalil Gibran, que considero o maior escrito de todos os tempos: "a liberdade, quando perde todos os seus entraves, transforma-se num entrave a uma liberdade maior". Por falar nisso, religião foi o nosso assunto desta semana. :) Boa semana!
ResponderExcluirOi Luma! O deboche é um desrespeito que incomoda profundamente. E a impressa dá a vida por alimentá-lo. O resultado não é para menos. Beijo! Renata, Laura e Sol
ResponderExcluirCreio firmemente que Algo nos transcende (gosto da designação dos indios nativos norte-americanos: Grande Espírito), mas não vejo qual a necesidade de mediação entre nós.
ResponderExcluirPugno pele liberdade de expressão, mas também pelo respeito pelo Outro.
Irritam-me as hipocrisias e as dualidades de critério.
Choca-me o justificado alarido que se fez com os atentados de Paris, de que não sabemos de certeza quem foram os autores, e o silêncio indiferente acerca do massacre de duas mil pessoas pelo Boko Haram na Nigéria !
Terrorismo de EStado é exactamente o mesmo que terrorismo fora da lei...e muitos dos políticos que estiveram em Paris estão destroçando milhões de vidas, e não só fisicamente.
"Charlie Hebdo" não pode vir clamar por liberdade de expressão,já que despediu Siné por um comentário sobre alguém que se converteu ao Judaísmo.
Minha amiga, abraço de parabéns.
Não sou a favor de guerra , mas do respeito mutuo pelos que consideramos diferentes que não pensam como nós , respeito é tudo ,piadinhas há de se ter cuidado num mundo de diferenças.
ResponderExcluirbeijinhos
http://eueminhasplantinhas.blogspot.com.br/
Oi Luma, parabéns pelo post!
ResponderExcluirSó vou dizer isso:
RESPEITO É BOM E TODO MUNDO GOSTA (é o que falta no mundo).
Mudando de assunto...
Muito bom saber que vc gostou da dica.
Bjssssss
Não é de hoje que os europeus incitam uma "islamofobia". O "Je suis Charlie" será como Passe-livre,Cara-pintadas, ocupem Wall street e outros. Apenas modismos, um carnaval fora de época para as massas do mundo dito civilizado ocidental.
ResponderExcluirJe suis Regina Rozenbaum! Je suis contra terrorismo e fanatismo! Je suis por um mundo sem mortes (seja por fome, seja por ataques terroristas, seja por bala perdida) Je suis por um mundo, como escreveu Herman Hesse: "É permissível a cada um de nós morrer pela sua fé,mas não matar por ela." Ótima postagem Luma...convite a reflexão maior!!!
ResponderExcluirBeijuuss
Oi, Luminha,
ResponderExcluirConcordo com você em muitos pontos. Evidentemente não desconheço a arrogância européia, passada ou presente, e acho de mau gosto o desrespeito para com os valores dos outros, principalmente os religiosos. Porém, é interessante observar que, se não podemos generalizar e imaginar que todo muçulmano é igual, a verdade é que esta religião é altamente sectária, intolerante mesmo. Cristãos, por exemplo, são mortos diariamente, não mãos de islamitas. Åsne Seierstad, no O livreiro de Cabul, fala das capturas feitas pelos representantes da religião, que podem matar qualquer um que não saiba "recitar" os principais dogmas da mesma. Todos esses são considerados infiéis e dignos de morte. Esta é também uma religião que oprime horrivelmente a mulher e eleva o homem à condição de quase deus. Já li vários testemunhos de gente que viveu a situação bem de perto. Além dos livros de Åsne Seierstad, li também o Nunca sem minha filha, de uma norte-americana, casada com um iraniano, que sofreu o diabo, por não se enquadrar na lei da Sharia, A Princesa e vários testemunhos de pessoas que saíram desta religião e hoje têm de viver de modo clandestino. Por tudo isso, Je suis Charlie!
Um beijo
Marly concordo plenamente com tudo que você falou, estou conhec endo a página hoje e gostei muito, mas "Je suis Chalie aussi"!!
Excluir"O tempo para o perdão faz o trabalho pela a justiça" #fechou, Luma! Sem mais...
ResponderExcluirEu fiquei chocada com o atentado a revista, como muita gente ficou e fiquei mais chocada ainda com as consequências do ato esse surto multiplicado de islamofobia e acabei ficando em cima do muro contemplando absurdada com as pessoas podem ser pavorosas.
ResponderExcluirEu tenho uma grande simpatia pela cultura árabe, o Alcorão repousa sempre ao alcance da mão e a fé islâmica tem sua beleza com o seu Alá misericordioso convidando os seres humanos a praticarem a misericórdia viverem suas vidas e deixaram os outros viverem também, pois no dia do juízo nem um bem ou mal, mesmo os do tamanho de uma formiga, serão esquecidos... Os extremistas e pessoas manipuladoras, no entanto, utilizam-se de fé e da dificuldade de interpretação que esses textos milenares oferecem para manipular as pessoas e levarem ela a atitudes extremas em nome da fé, Alá ou Maomé tem pouco ou nada haver com isso... deveriam ser deixados de fora dessa demanda, assim como Jesus, Buda, Shiva, Orixás e etc... Não gosto da ideia de vulgarizar ou desrespeitar aquilo que é sagrado para o outro... Liberdade de expressão não é o mesmo que liberdade de opressão... desrespeitar a fé alheia é oprimir, também não sou sou Charlie.
Me solidarizo com todas as pessoas que sofrem, com as famílias do que perderam um ente querido, porque sou humana e o sofrimento e empatia fazem parte de ser humana, mas não vou além disso em relação a politica editorial da revista!
Eu acho que a imprensa deve ter liberdade mas não o direito de ofender a crença alheia. Também não concordo com esse povo que faz guerra em nome da paz. Enfim, todos equivocados. Infelizmente.
ResponderExcluirMuito bom o texto, Luma. Eu não me atrevo em temas assim difíceis, mas gosto da possibilidade de ler e refletir.
ResponderExcluirAbraço!
Luma; nesse caso, aponto uma série de barbaridade, a começar pela falta de respeito que existe pelas diferenças. Ser diferente, pensar diferente, ter crenças e conceitos diferentes, é visto pelo mundo, com escárnio. Por outro lado, por pior que tenham feito, tirar a vida de alguém, não justifica, imagine tantos, inclusive inocentes que nada tinham a ver com o ocorrido?
ResponderExcluirÉ muito triste ver ao que chegamos hoje, onde a vida vale nada. Onde criticar, é melhor que dar ênfase a coisas tão necessárias ao mundo. Houve um tempo que cheguei a ver esperanças de paz, hoje é decepcionante assumir que não. Parece que o mau caratismo, está enraizado no mundo.
Belo post! Desculpe a demora em vir, mas, quase não tenho ido ao blog.
Beijos
Apesar do meu atraso para comentar...o texto está ótimo.
ResponderExcluirTambém não caí nessa. Não sou Charlie Hebdo! Vamos ser sensatos.
Parabéns!