Google homenageia o arqueólogo Howard Carter

Em Novembro de 1922, o arqueólogo britânico oscilava entre a esperança e o medo, pois fazia sete anos que escarafunchava as areias do deserto egípcio em busca de um túmulo no qual, segundo a lenda corrente na região, um faraó repousava em meio a tesouros inimagináveis.

O dinheiro de seu financiador, um colecionador britânico chamado George Herbert, quinto conde de Carnarvon, estava no fim. Então, ao examinar o último local que faltava escavar no Vale dos Reis, ele encontrou uma pequena escada subterrânea que terminava numa parede.

No dia 26 de Novembro, espiando por um buraco na parede, Carter e o conde viram então a antecâmara da Tumba de Tutankâmon, que governara o Egito por nove anos, no século 14 a.C., e morrera aos 18 ou 19 anos. "Era uma visão assombrosa e encantadora, refulgindo como ouro", descreveu Carter.

À Diferença dos outros 29 faraós enterrados no Vale dos Reis, Tutankâmon não tivera o túmulo saqueado por ladrões na Antiguidade. Devido a conflitos religiosos e políticos do tempo, seu nome tinha sido tirado dos registros egípcios por seus sucessores. Sobre seu túmulo, escondendo-o, foi erguido o de Ramsés VI, que reinou de 1156 a 1148 a.C.

As escavações revelaram uma sucessão de maravilhas. Eram mais de mil peças de ouro e pedras preciosas, espalhadas pela antecâmara, um anexo, um depósito e câmara mortuária. Nada menos que 415 estátuas de ouro representavam os servos que acompanhariam o jovem monarca em sua vida no além. Um trono de ouro e pedras cintilava em meio a leitos de ouro incrustrados com marfim. Hieróglifos em ouro cobriam as paredes. A múmia do faraó estava dentro de três caixões, dois de madeira e um feito com 100 quilos de ouro. No corpo do faraó brilhavam 15 anéis, 13 braceletes e brincos, além da máscara mortuária em ouro.


O achado detonou uma onda sem precedentes de interesse em egiptologia. As elegantes européias da década de 20 vestiam-se com túnicas egípcias, os jornais discutiam o destino das valiosas obras encontradas. O governo egípcio limitou a retirada de obras do país, mas 300 peças de Tutankâmon foram levadas para o castelo de Carnarvon, na Inglaterra. As demais estão no Museu do Cairo, tornando o seu acervo um dos mais valiosos do mundo.

Lorde Carnarvon morreu em 1923, provavelmente de pneumonia. Foi a primeira de uma série de 25 mortes de pessoas que estiveram no interior do túmulo, o que gerou uma crença de que foram todas vítimas da "maldição do faraó". Carter, porém, viveu até os 65 anos. Hoje, imagina-se que as mortes tenham sido causadas por um fungo que crescera no ar do túmulo ao longo de 3.000 anos.

A recuperação dos tesouros levou quase uma década, conforme o site 'Huffington Post'. Após a conclusão, Carter aposentou trabalhando no campo e preferiu trabalhar para museus e colecionadores particulares. Ele morreu de linfoma em 1939 com 64 anos de idade e hoje comemoramos 138 anos do seu nascimento.

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