O mais alto vôo do Pequeno Príncipe
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Pouca gente não conhece "O Pequeno Príncipe", de Antoine de Saint-Exupéry. A fábula moderna sobre solidão, descobertas e sentimentos que vem encantando gerações desde o seu lançamento, em 1943, e que se mantém firme entre os maiores best-sellers da história.
Dando um refresh: O personagem-título é um menino que habita o asteróide B-612 e passa seus dias cuidando de uma rosa possessiva e vaidosa. Ele vem à terra para solucionar um problema de falta de água em seu planeta e conhece um piloto de avião perdido no Saara, o primeiro de muitos personagens encontrados no decorrer de sua viagem. De cada encontro tira uma lição de vida, sempre envolta em metáfora.
O livro não foi um sucesso imediato de crítica ou de público, vendendo pouco em sua primeira edição. O fato de ter sido escrito para crianças e incluir reflexões filosóficas parecia incomodar. O boom de popularidade veio, como de costume, após a morte do autor, em 1944. As vendas deslancharam: a obra foi traduzida para 90 idiomas e já vendeu, ao todo, mais de 30 milhões de exemplares.
Frases como "tu te tornas responsável por aquilo que cativas" e "as palavras são a fonte dos desentendimentos" tornaram-se verdadeiros chavões. Mas a superexposição também teve seu preço: "O Pequeno Príncipe" começou a ser visto como subliteratura. Foi rotulado de "fábula infantil para adultos" - quando o objetivo inicial era mesmo atingir as crianças - e execrado pela crítica, embora isso fosse uma represália à posição política do autor, que era opositor do general De Gaulle. O livro também ficou conhecido como o preferido das candidatas a miss, que gostavam de citá-lo em suas entrevistas.
Exupéry foi um autor prolífico e bem-sucedido em suas obras para adultos. Antes de "O Pequeno Príncipe", seu último livro, escreveu, entre outros, "Terra dos homens" - considerado uma obra-prima desde o lançamento - "Vôo Noturno" e "Correio do sul", bem recebidos pela crítica e pelo público. Além de escritor foi também piloto de avião, carreira iniciada com uma entrada para o exército, em 1921. Voou pelas Forças Armadas e pela Aéropostale (correio aéreo), que mais tarde se fundiria a três empresas de aviação, dando origem à Air France. Seu melhor amigo e companheiro de profissão, Jean Mermoz, o arcanjo - é considerado uma lenda dentro da história da aviação e o último trabalho que realizaram juntos foi na Argentina - "O acidente, para nós, seria morrer numa cama"
A aviação foi a causa da morte de Exupéry. Em 1944 após muita insistência para lutar na Segunda Guerra, ele decolou da Córsega num Lightinig P38 para o vôo de reconhecimento sobre o Mediterrâneo. Nunca regressou. Suspeita-se que o avião tenha sido abatido por um caça alemão, mas isso nunca foi provado.
Se o meu bisavó materno estivesse vivo, estaria comemorando neste dia e lembrando que o escritor das "miss" nasceu no mesmo dia e ano que ele (1900). "Mas eu nasci primeiro", dizia todo ano, no dia 29 de Junho. Enquanto Exupéry viveu até os 44 anos e o meu bisa viveu o dobro, 88 anos.
Bons escritores se eternizam com seus livros ou melhor, boas pessoas se eternizam com suas obras - isso é algo para se pensar! O legado lembrado nunca será aquele construído somente em benefício próprio, mas para ser compartilhado! É ser artista dentro da sua arte sem redomas! O grande lance é ser "pop".
"O Homem distingui-se dos homens. Nada se diz de essencial acerca da catedral se apenas falarmos das pedras. Nada se diz de essencial a respeito do Homem se procurarmos defini-lo pelas qualidades humanas"
Mesmo considerado um subliterato por muitos críticos, Saint-Exupéry teve sua posição de mito da cultura francesa reconhecida em 1993, com a estampa de sua efígie na nova nota de 50 francos.
"É o espírito que conduz o mundo e não a inteligência"
Curiosidade: O Conto da Rosa: A Paixão que inspirou o Pequeno Príncipe (The Tale of the Rose: The Love Story Behind The Little Prince - de Consuelo de Saint-Exupery) - Texto de Robin do "A Fondness For Reading" [tradução]
“A perfeição não é alcançada quando não há mais nada a ser incluído, mas sim quando não há mais nada a ser retirado”
Curiosidade: O Conto da Rosa: A Paixão que inspirou o Pequeno Príncipe (The Tale of the Rose: The Love Story Behind The Little Prince - de Consuelo de Saint-Exupery) - Texto de Robin do "A Fondness For Reading" [tradução]
“A perfeição não é alcançada quando não há mais nada a ser incluído, mas sim quando não há mais nada a ser retirado”
Oi Luma,
ResponderExcluirNossa quanto tempo. Andei meio afastada. Sorry.
O Pequeno Princípe devolve a cada um o mistério da infância. De repente retornam os sonhos. Reaparece a lembrança de questionamentos, desvelam-se incoerências acomodadas, quase já imperceptíveis na pressa do dia-a-dia. Voltam ao coração escondidas recordações. O reencontro, o homem-menino. Pela mão do pequeno princípe, recupera a meninice abrindo uma brecha no tempo, volta a sentir o perfume de uma estrela , a ouvir a voz de uma flor, a ver o brilho de uma fonte, escutar os guizos das folhas batidas pelo vento. Quebra-se por momentos a crosta que generaliza o outro em todos e torna as coisas comuns e iguais para se descobrir os carneiros dentro das caixas, os elefantes dentro das serpentes. Uma leitura inesquecivél para todas as idades.
Fica com Deus,
Beijos
Que texto, que lindo, que pessoa, que legal!
ResponderExcluirNao sabia! Hoje e' dia de Exupery entao! Ueba!
Beijao
Roy
Oi Luma,
ResponderExcluirSaint-Éxupery escreveu um livro infantil brilhante. Quem disse que as crianças não devam ser expostas à filosofia desde cedo? Os seres humanos encarnam para adquiri o máximo de conhecimento possível e O Principezinho é um bom começo (até porque ensina, entre muitos, um valor que muitas pessoas neglenciam hoje em dia: a ética).
Beijoos
Oi Luma!
ResponderExcluirAinda não conheci ninguém que não tenha gostado desse livro, é lindo.
Muito bom teu texto.
Bjos, Lú.
Oi Luma,
ResponderExcluirEu li o Pequeno principe quando ainda era criança, mas lembro que achava tudo tão confuso, mas por outro lado, viajava nas viagens dele, ahaha.
Tenho ele em casa guardado até hoje e sempre digo que vou relê-lo, para ver se agora entendo melhor, mas quem disse....
Só lembro quando estou 'faxinando' a estante.
Mas acho que ja relembrei e interpretei (através da ótica de outros), boa parte do livro, afinal, virou mesmo modinha né?
Você faz uma pesquisa bacana, traz informações novas, fala sobre a vida do autor, da parte política, de seus outros livros, mas a maioria fica ali, citando Exupery como se entendesse mesmo tudo aquilo. Que eu me lembro de criança é que achei lindo e aventureiro o livro, mas convenhamos que nem todos tiram assim tantas 'lições' dos escritos do livro. A maioria repete esta coisa chata da blogosfera que é falar de algo / alguém que julgam que é unanimidade.
Fernando Pessoa? Tem poemas que adoro, alguns nao entendo lhufas, mas falar de 'Pessoa' é se mostrar culto, é parecer que sabe (e tem quem realmente saiba), mas a maioria é pose. É aparecimento. É contro C/control V do que ja está mais que batido na blogosfera.
* Se eu fugi do texto, do assunto, enfim, me desculpe.
Sobre aniversários, háaaaa, quero ser pop também, nao esqueça o meu, kkkkkkkkk é sexta que vem (já?) 8/7.
Beijos
Convivi com o sobrinho-neto de Saint Exupery, Gilles.
ResponderExcluirViveu também muito pouco. Voávamos juntos. Sofreu um acidente fatal em São Vicente. Prestei uma homenagem a ele em meu Blog.
“Il faut bien que je supporte deux ou trois chenilles si je veux connaître les papillons”
ResponderExcluir(É necessário que eu aceite duas ou três largartas se eu quiser conhecer as borboletas).
Herói dum livro com mensagem universal, o Pequeno Príncipe é hoje o símbolo duma humanidade responsável e generosa, portador duma mensagem de esperança e de fraternidade, emblema duma espiritualidade que procura a essência das coisas.
Algumas "misses" provavelmente citam o autor mas nunca leram ou mesmo perceberam o livro...
Bom artigo, querida Luma !
Beijinhos
Verdinha
Luma,
ResponderExcluirem minha doce juventude (que saudade agradável!!) li os principais livros de Éxupery, e me alimentei deles durante anos...
que delícia eram as cartas para a mãe no Correio do sul!! Quanta poesia e ensinamento no P. Príncipe!
Bela e riquíssima reportagem, a sua!
E a morte do autor continuará sendo sempre uma incógnita...
Luma, estou sabendo que você vem sempre a Pouso Alegre. Quando vier, por favor me avise, quero muito conhecê-la, pode ser? Peça ao Bruninho Nobru que me avise, 'a gente somos agora amigos'...rs
Um grande abraço,
Graça Lacerda
*Te vejo sempre no Antigas Ternuras...como é legal e culto e nostálgico e fera aquele garoto...
Olá, querida
ResponderExcluirO Pequeno Príncipe não deixa de nos encantar... Só de recordá-lo me sinto bem... cativada na alma...
Visitei e felicitei nossas amigas já.
Bjs de paz
Imagino o seu bisavô falando!!!!! rsrs
ResponderExcluirE realmente o legado é o que fica.
Beijos saltitantes
Boa semana
Confesso que só fui conhecer a obra após a minha adolescência e entendo que no "meu" tempo... pois acredito que não teria compreendido sua complexidade anteriormente (sic).
ResponderExcluirGosto dessa coisa literal de um menino-príncipe com tantas aventuras e aprendizagens; quando na realidade somos nós, os ditos adultos que estamos compreendendo as suas ditas verdades.
Como sempre, seu blogue só nos acrescenta!
Bjkas
Luma, quando criança eu conheci a obra, degustei, li mil vezes e ainda fui, no teatro, o PP. Na adolescencia li novamente e na faculdade usei este livro como tema para um trabalho que eu apresentei.
ResponderExcluirPouco tempo atrás, eu li (e adorei) que na um tanto solitário e triste. O livro do PP é pincelado, meio que camufladamente, sobre pontos da vida do proprio autor.
Sobre meu post, amiga, a Lola tem soluços e morro de pena, tem vezes que penso ser a culpada. Quando ela acaba de comer, pego no colo e soluça! Dou um beijo nela e devolvo ao chao!
Beijos
"O Pequeno Príncipe" na verdade é grande rs... ou seria seu autor? Saint-Exupéry para mim foi um homem de grande sabedoria. Admirável.
ResponderExcluirPaz e bênçãos!
Luma, quando leio o que você escreve eu fico fervilhando de idéias, descubro coisas , fatos, e acordo memórias de leituras e reflexões. Proveitoso demais .
ResponderExcluirCada comentário também anima o meu espírito . Sim!!!! é uma festa!!!! de informação interessante , útil e inspiradora .
Lembrei do meu pai, dos meus livros, da viagem que se faz com o Pequeno príncipe , da capa do livro, da lenda das misses , da idéia de "sub" da critica, das frases-sentenças famosas, dos seus efeitos, de tanta coisa...
Beijos, obrigada por este momento bom
Luma! Como sempre vc nos dando infomacoes precisas e aumentando nosso conteudo.
ResponderExcluirSou dessas AMANTES DO PEQUENO PRINCIPE, desde que li ainda garota. Apos o que continuei lendo ao longo dos anos, e presenteando pessoas queridas com o Livro...
Ele ja' foi SELINHO DO MES, E CITADO UM MILHAO DE VEZES POR LA'! kkkkk!
Mil bjs!
;-)
Oi Luma
ResponderExcluirEste é um livro de cabeceira de crianças à adultos. Tão simples na leitura, mas que traz toda a complexidade do ser humano.bjs
Adorei o texto, saber mais sobre o Exupery.
ResponderExcluirEsse pequeno príncipe nos dá lições que somente uma criança poderia dar.
Beijos!
Gosto do livro e já o citei algumas vezes no blog também, sempre de acordo com a temática central.
ResponderExcluirÉ ao mesmo tempo pueril e profundo.
Bjs.
Oi Luma. Li tanto o meu Pequeno Príncipe que ficou até gasto....tá velhinho coitado... andava com ele pra cima e pra baixo, li e reli milhares de vezes. Acho que ele virou mito, justamente porque morreu jovem e nas circunstâncias que foram....Virou herói de guerra...acho que talvez não tivesse feito tanto sucesso se tivesse morrido velho e na cama....sei lá. Os mitos não envelhecem, né? beijos,
ResponderExcluirLuma, linda homenagem ao seu bisa e a Saint-Exupery, adoro o jeito como vc amarra as ideias.
ResponderExcluirbeijos
Obrigado amiga Luma! Uma luz que me enche de boas energias.
ResponderExcluirSou fascinada pelo Pequeno Príncipe e depois de anos voltei a ler e a minhavisão foi outra.
Escutei contada pelo Paulo Autran que me emocioou demais.
Obrigado por sempre me cativares com teus gestos e palavras.
Beijos no seu coração
Ah, Luma, tomara só coisas boas virassem "modinha"...
ResponderExcluirNão vejo mesmo "O pequeno Príncipe" assim...
É um livro extremamente profundo e é muito difícil ainda para o ser humano apreender com a alma as lições humanas que o livro traz...
Ler com a alma e olhos de criança...quem sabe assim, talvez, se consiga absorver um pouquinho de tão belos ensinamentos que o livro traz...
E para quem é fã, na França está sendo produzido um filme em 3D, do P.P. Ainda não tem data prevista para estréia, mas é bom ficar ligado, pq vai ser lindíssimo. Eu já vi o trailer...
Bjs bjs bjs
Luma, o comentário aí em cima é meu. É que eu estava linkada no do meu marido. bjs
ResponderExcluirLuma, adorei teu comentário lá no blog! Vc disse tudo!
ResponderExcluirAh!! e perdi 3 seguidores em 2 dias! rsrsrs
beijo e obrigada
Oi Luma!
ResponderExcluirPostei em meu Blog, AO SAUDOSO AMIGO GILLES, em 14 Dez 2010, tendo como marcador,-O amigo francês. Espero que o encontre! Obrigado pela atenção.
qdo li pela 1a.vez era criança e achei bem doido, porém bonitinho.
ResponderExcluirqdo li pela 2a., era adolescente e entendi mais.
mas até q queria ler agora, pra ver o q eu acharia.
/(,")\\
./_\\. Beijossssssssss
_| |_................
Oi Luma
ResponderExcluirObrigada pelo seu carinho lá no bloguito. Adorei.
Com relação Pequeno Príncipe li há tantos anos, que muita coisa não me lembro, preciso reler.
Uma frase ou pensamento nunca esqueci.
Se tu vens às quatro desde às três começarei a ser feliz. Bárbaro.
Bjos
Como é isso amiga? Eu comentei ali dentro e nao sei para onde foi meu comentario!!! Estava dizendo que fiquei feliz em saber que seu avô, o autor do Pequeno Principe e eu, nascemos nos mesmo dia!!! Dia de São Pedro, que tem as chaves do céu...
ResponderExcluirBeijos!
Nossa! Adorei saber mais detalhes sobre o Autor. Eu não sabia que o livro havia sofrido com críticas... essa é nova pra mim. E nem sabia que ele era o livros das miss. rs
ResponderExcluirBeijoZzz
Li todos os livros dele que caíram em minhas mãos. Quanto ao acidente que o vitimou em plena guerra; seu avião foi encontrado recentemente e pelo local, dados do diário e registros das Forças Aéreas aliadas, descobriu-se que Saint-Exupéry foi vítima de um funesto acaso.
ResponderExcluirSem saber de uma operação de bombardeio ultra-secreta de uma frota alemã, ele voava na mesma rota dos bombardeiros, só que em altitude inferior. Eles se encontraram e, segundo o cruzamento dos registros, as bombas lançadas sobre os navios também foram lançadas sobre ele.
Acabou que foi morto pelo "fogo amigo". Muito azar, não?