Filme Latinos
A revista Variety dessa semana e que está sendo distrubuída no Festival de Cannes, destaca as produções latino-americanas e sua independência dos investimentos europeus. Ligam o fato à criação de órgãos com recursos estatais, financiando diretores nacionais. Fala também da importância de festivais como o de Guadalajara, no México, de Mar del Plata e Buenos Aires, na Argentina, que ajudam no intercâmbio dos projetos entre os países latino-americanos e potenciais co-produtores europeus.
Lucrecia Martel é uma das convidadas para integrar o júri internacional do Festival em pé de igualdade com diretores renomados, como o chinês Wong Kar Wai, o palestino Elia Suleiman e o francês Patrice Leconte.
A reportagem se encerra com um perfil de oito personalidades do cinema latino-americano: os atores Julio Chávez e Gastón Pauls, da Argentina e os diretores Jorge Hernández Aldana, da Venezuela, Jorge Olguín, do Chile, Orlando Pardo, da Colômbia, Francisco Vargas, do México, e Eduardo Valente, do Brasil
Eu particularmente tenho assistido mais filmes latinos ultimamente e as supresas cinematográficas são as mais refrescantes dos últimos anos. Do Mexico conheci Alejandro González Iñárritu e Alfonso Cuarón e da Argentina Lucrécia Martel e Albertina Carri. Do Brasil nem preciso destacar Fernando Meirelles e Walter Salles. E por esses dias vi “Play”, da chilena Alicia Scherson, cheia de talento e personalidade, que se junta a essa listagem maravilhosa. O Filme é uma combinação de drama e comédia, num estudo dos personagens que vai realismo à fábula, com cenas de Santiago do Chile e de fuga para imaginações de peripécias prosaicas e banais. “Play” é um olhar agridoce sobre as relações humanas em paralelos de vidas, chegando a ser elegante e simples ao mesmo tempo.
Em "No Quiero Volver a Casa" (2000) e "Los Rubios" (2003), Albertina Carri, representante argentina dessa nova geração de cineastas impõe a sua marca e com "Géminis" (2005), seu terceiro longa-metragem, consegue se firmar mais ainda dentro do cenário cinematográfico. Neste filme retrata uma família da classe média aparentemente normal, mas vincada por segredos reprimidos, dolorosos e de tanta proximidade e cumplicidade alguns membros são conduzidos a uma relação incestuosa. Dois adolescentes que se refugiam um no outro perante a indiferença de um pai ausente e a fixação da mãe por uma realidade de aparências e felicidade artificial. A cienasta não cede a moralismos óbvios e caminha com sobriedade, equilíbrio e dispensa as justificações fáceis.
Exemplos de filmes que se tivessem produções mais primorosas poderiam competir muito bem com Hollywood. Quem sabe não está na hora de vossos olhinhos despregarem do hemisfério Norte? me gusta saber...
Beijus
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