Fuja do Crowd!!
Para quem não sabe, crowd é sinônimo de muita gente. Muita gente que unidas podem transformar qualquer ambiente em um inferno, para aqueles que não estão a fim de agito.
E se você passa o carnaval odiando aquele seu vizinho que toca insistentemente a mesma música - faz churrasco, joga fumaça e fuligem para dentro da sua casa - e as crianças choram, o gato mia, as panelas batem, a mulher grita... você não está entendendo!
... Requebra requebra, requebra assim, pode falar, pode rir de mim! ...
Acredite, são poucos os paraísos terrestres beira-mar no Brasil, mas eles ainda existem. Lugares onde você não precisa disputar areia. Um desses lugares é Ponta do Corumbau, um vilarejo de pescadores. Porém, como todo lugar paradisíaco, existe uma certa dificuldade de acesso.
Silêncio, longas caminhadas na areia, roupas simples, havaianas nos pés e peixe na brasa. Natureza viva e morta. Falésias, pedras moles, com texturas e cores variadas.
Cabral aportou em Barra do Cahy depois que avistou o Monte Pascoal. A comitiva, em pequenos botes atravessaram os recifes de corais a procura de água doce. Ali aconteceram os primeiros contatos entre brancos e índios.
A Vila Naiá é “pauvre-chic”, a preferida para se hospedar - tem preocupação em ser sustentável socioambientalmente e possui um centro de educação ambiental. Existem outras pousadas de auto nível como o Tauana Hotel e a Fazenda São Francisco, mas preste atenção: Se quer apenas conhecer as pousadas, não será bem-vindo. Melhor visitar os sites, fazer sua reserva para não ser barrado por um segurança - eles não permitem visitas, para não prejudicar a intimidade dos hóspedes. Sim, o serviço é impecável, dispõem de quiosques de massagem, lençóis de algodão egípcio e piscina particular em cada um dos bangalôs. Se você quer descansar, passar uma lua-de-mel, este é o lugar!
Em toda a Ponta de Corumbau, totalizam 8 hotéis e pousadas, alguns pescadores alugam suas casas e os mais aventureiros, acampam. A Villa Segóvia é uma pousada e camping super simples, com cenário lindo, para quem não pode gastar muito ou quer ficar em contato com a natureza.
O importante é conhecer, antes que seja tarde demais; antes que o último reduto não-crowdeado da Bahia acabe.
"É preciso ver o que não foi visto, ver outra vez o que se viu já, ver na Primavera o que se vira no Verão, ver de dia o que se viu de noite, com Sol onde primeiramente a chuva caía, ver a seara verde, o fruto maduro, a pedra que mudou de lugar, a sombra que aqui não estava" (José Saramago)
Com olhar atento, registramos em nossas pegadas deixadas pelo caminho, momentos eternos que, se compartilhados, melhor ainda!
Qual a sua visão do paraíso?