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Onde tudo é aceito, desconfio que há falta de amor

MaiakovskiA frase título é uma das mais citadas do poeta Maiakóvski, que comemoramos 80 anos da sua morte. Além dela existem várias frases, principalmente as panfletárias.

Fazia uma poesia bastante rítmica, apesar de criticar a poesia rítmica. Eram cheias de metáforas e num virtuoso jogo das palavras, abusava do humor.

Também detestava fofocas e mesmo fazendo sucesso em vida pelo seu trabalho - o que perdurou depois de sua morte aos dias atuais - teve sua vida em muitas vezes, envolvida em "fofocas", principalmente em relação aos seus relacionamentos amorosos e uma queda por mulheres casadas.

“A pessoa que deixa voluntariamente a vida leva consigo o mistério de sua decisão. Nenhuma explicação penetra na essência real da atitude tomada. Elas somente entreabrem a cortina sobre o segredo, mas o próprio segredo permanece escondido atrás do final triste da vida. (...) Encontramos os motivos, mas o segredo permanece em segredo”

Assim falou Maiakóvski sobre o suicídio do poeta Sierguéi Iessiênin (Leia poema em homenagem ao amigo), para depois de 5 anos cometer o mesmo ato.

Eis o bilhete escrito dois dias antes de sua morte:

"A todos

De minha morte não acusem ninguém, por favor, não façam fofocas. O defunto odiava isso.
Mãe, irmãs e companheiros, me desculpem, este não é o melhor método (não recomendo a ninguém), mas não tenho saída.
Lília, ame-me.
Ao governo: minha família são Lília Brik, minha mãe, minhas irmãs e Verônica Vitoldovna Polonskaia.
Caso torne a vida delas suportável, obrigado.
Os poemas inacabados entreguem aos Brik, eles saberão o que fazer.
Como dizem:

'caso encerrado,
O barco do amor
espatifou-se na rotina.
Acertei as contas com a vida
inútil a lista
de dores,
desgraças
e mágoas mútuas.'

Felicidade para quem fica.

Vladímir Maiakóvski
12/IV/30"

Se o poeta não tivesse deixado o bilhete, sua morte poderia ser justificada como um 'acidente', afinal, ele gostava de brincar de 'roleta russa'.
“O amor é vida. O amor é o coração de tudo. Se ele interromper o seu trabalho, todo o resto morre, faz-se excessivo, desnecessário. (…) Sem você não há vida.” para Lília.

Lília Brik era casada com Ossip Brik, quando conheceu Maiakóvsky. Foi também casada com V.A. Katanian por 40 anos. Suicidou.

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