Continhos Galantes
por Dalton Trevisan. Só para abrir o apetite!
«– Depois te beijava da ponta do cabelo até a unha encarnada do pé. Cada pedacinho escondido de teu corpo. Afastava essa coxa branquinha de arroz lavado em sete águas. E me perdia no teu abismo de grandes lábios rosa.
Agora a mãozinha quente e molhada.
– Sou homem de certa idade. Com a minha vivência faria você sentir prazer até no terceiro dedinho do pé esquerdo. De tanto gozo sairia flutuando pela janela sobre os telhados da Praça Tiradentes. […] Quer experimentar hoje?
– Próxima vez eu resolvo.
– Por que não agora? Já está aqui. Tão fácil. Até chovendo. Mais aconchegante.
– Hoje não.
– Você é que sabe. Só não creio na tua frieza. Tudo me diz que é moça fogosa. Essa boca vermelha e carnuda. É de quem gosta. Mais uma coisa, anjo, enquanto eu falava, o teu narizinho abria e fechava…»
Até o dia 04 de Setembro acontece a I Bienal do Livro em Curitiba. No último sábado, dois imortais da Academia Brasileira de Letras estiveram juntos, Moacyr Scliar e Carlos Heitor Cony, discutindo o gênero "Romance" com o especialista da obra de Dalton Trevisan, Nelson Vieira.
Cony: “Dalton teve a ousadia de nomear seu livro de estréia de Novelas nada exemplares, parodiando as Novelas exemplares, de Cervantes. Otto Maria Carpeaux foi o homem mais inteligente que conheci, mas não teve a sensibilidade de perceber o talento de Dalton Trevisan quando criticou ferrenhamente o livro” [leia mais]
Para saber mais do Melhor de Dalton Trevisan.
O romance continua sendo uma deliciosa futilidade?
Beijus,