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Antes tarde do que nunca...[update]


imagem cardinal

O Maurício (Mystic Horseman) numa retrospectiva de 2007 - Não, você não leu errado, ele fez o pedido em 21 de Dezembro do ano passado, para que eu postasse uma imagem que tivesse me marcado o ano de 2007.

"Vale qualquer tipo de imagem, que lembre qualquer fato - público ou pessoal - que tenha, em sua opinião, marcado este ano que passou. Juntamente com a imagem (ou imagens) deve-se seguir uma breve explicação do porquê da escolha. Feito isso, passe adiante para mais 5 amigos". Não vou passar adiante, imaginam porque.

Entre as belas imagens que visualizei pelo ano de 2007 não saberia dizer a mais bela, no entanto, uma me petrificou de pavor. Não vou postar a imagem, quem quiser seguir o link aviso para prepararem o estomago e a mente.

A imagem é o resultado final de uma tortura sofrida por um monge Budista por parte da Junta Militar de Burma. [via Spanish Pundit] - enquanto aconteciam crimes como este, a ONU estava preocupada com as questões climáticas de Myammar.

A antiga Birmânia sofreu uma catástrofe climática no último mês e diante da posição tomada pela Junta Militar que dirige o país a anos e que recusou inicialmente ajuda da comunidade internacional, após conversação, o pouco que foi enviado, foi utilizada em proveito de propagandas pela própria Junta Militar; A dita "comunidade internacional" ao invés de levar à todos para um tribunal internacional, acusando-os de crime contra a humanidade, preferem negociar tranquilamente com aqueles senhores [dados oficiais calculam 78.000 mortes em Myanmar]

11 de Setembro de 2001, queira ou não será um marco na história mundial. Se tudo aquilo que aconteceu foi-nos contado de maneira que oficialmente beneficia os interesses norte americanos, a quem afirme que só saberemos a verdade quando Bush deixar a Casa Branca.

Escancarando a caixa de pandora, os monstros e os medos espalhados pelo mundo e que ainda não foram controlados pelos EUA, ainda saltarão nas telas das tvs denúnciando os bárbaros que ameaçam o capitalismo mundial?

Desde 1996 o Ocidente é advertido para se proteger, para enfrentar civilizações como o Islã e o Confucionismo que, unidas, ameaçariam o coração (EUA) do mundo ocidental (Samuel P. Huntigton em O Choque das Civilizações), essas idéias surgiram com a derrota da União Soviética que colocaria um ponto final em todas as ideologias. A História porém prosseguiu e o que dominaria o mundo não seria a economia ou a política e sim, a cultura.

Tá complicado? Explico. Os valores simbolizados pelas culturas confucionista, japonesa, hindu, hislâmica, eslava-ortodoxa, africana e latino-americana, encarnariam forças centrais que mobilizariam e motivariam os povos. Seria algo como o Ocidente contra todo o resto. Valores agregados ao mundo ocidental, como: liberalismo, individualismo, constituição, igualdade, direitos humanos, leis, liberdade, mercados livres e democracia, seriam divisores de águas, pois o "resto" dos povos se identificam somente com sangue e fé, por eles combatem e morrem.

Engraçado que esse pensamento surgiu quando o Irã combatia o "Grande Satã" e a Arábia Saudita era uma monarquia defendida por tropas norte-americanas. Enquanto isso, a civilização confucionista e eslava-ortodoxa, programavam a morte lenta de milhares de crianças iraquianas, privadas de medicamentos por causa das sanções impostas pelas Nações Unidas. Barbaridades, não?

Diria que estamos em posição confortável? Com o petróleo jorrando sim!? E o nosso "Xeique Lula" quando posa no "The Guardian" não deveria se preocupar somente com as commodities - onde estão as nossas forças armadas?

Olhando daqui pra lá, as coisas se complicam até para distinguir muçulmanos de não muçulmanos de mesma nacionalidade; há diferenças entre muçulmanos chineses, senegaleses, indonésios, asiáticos do sul e árabes. Essas diferenças aumentaram gradativamente durante a guerra de setenta anos entre EUA e União Soviética - os fundamentalistas atuais são uma mutação resultante dos neo-fascistas do governo italiano e uma versão muçulmana da Frente Nacional francesa.

Se petróleo e exportações chinesas ameaçam o coração da civilização, deveríamos retroagir ou como o gigante que acorda na América do Sul, entrar no eixo de combate do mal?

«A outra face das medalhas. China e as Olimpíadas»Bernardo Cervellera e que trata de Pequim 2008.

O sacerdote, além de jornalista, foi missionário durante anos na China e disse em entrevista:

«O governo e o partido comunista chinês consideram as Olimpíadas como uma ocasião única para mostrar seus êxitos e para dar a conhecer ao mundo a nova China emergente surgida, segundo sua visão, da pobreza, da necessidade e protagonista da história, que se converteu na quarta potência econômica do mundo, glorificada pelos jogos.» se contrapõe «os milhões de emigrantes camponeses pobres que fogem dos campos, em uma situação de degradação, fome e pobreza, para buscar fortuna nas grandes cidades e nas aglomerações industriais da costa»

Sabemos mediante reportagens que os próprios habitantes da China não sabem o teor de censura a que estão submetidos, a informação não lhes chegam como deveria «na sociedade chinesa e particularmente na classe média formada por estudantes, licenciados e no mundo acadêmico, cresce a busca de um sentido da vida, do desejo de Deus; uma busca que se afasta cada vez mais dos mitos e das tradições baseadas no confucionismo»

Olha, eu até queria acreditar nisso, mas não acho que a China esteja somente preocupada em mostrar ao mundo ocidental que ela é agora uma "Nova China", aproximando-se dos valores ocidentais. A História é um grande quebra cabeça e os fatos atuais, encaixados podem nos mostrar uma grande jogada. Como disse o próprio Confúcio:

Se queres prever o futuro, estuda o passado.

[update] - Nora, editora do Spanish Pundit esteve fazendo uma correção; A foto que postou em seu blogue foi retificada a autoria e não se trata de um monge Birmanês, mas sim de um monge Tailandês. Como disse em resposta; monge por monge, são vidas que se vão. 

Deixou no sistema do blogger um comentário com acesso a outras "fotinhas" - se tiverem curiosidade vejam, do contrário, peço que não. Não compensa!

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