Vênus de Ébano
Ontem me diverti muito assistindo os vídeos da Josephine Baker no youtube e compartilhei um deles na fan page do "Luz de Luma". E porquê não trazer para o Blogue essa mocinha espevitada?
Enquanto atravessava a sala da minha casa, pensei em quando eu não mais estiver nessa dimensão, quem andará pela minha sala ou quanto tempo levará o esquecimento da minha existência? Coloquei a culpa em Emmanuel Carneiro Leão, um dos mais respeitados e atuante divulgador do pensamento heideggeriano. Seguimos como sombra enquanto não nos realizamos como seres biográficos, enquanto não criamos a nossa própria história.
Se nos mantemos vivos, enquanto se lembram de nós, façamos a nossa parte mantendo vivas em nossa memória, pessoas amadas ou interessantes.
Foi na década de 20 que os franceses despertaram seu interesse pela arte negra, principalmente pelas danças exóticas e esculturas africanas e foi no dia 02 de Outubro de 1925 quando faltava apenas uma parte para encerrar o espetáculo "La Revue nègre", no "Thêatre des Champs-Elysées" em Paris em que uma mulata de corpo exuberante, vestida com meia dúzia de penas, entrou no palco sobre os ombros de Joe Alex, um negro alto, forte e também seminu.
Ao rítmo vigoroso do jazz, a mulher escorregou pelo corpo do parceiro e começou a se sacudir em movimentos escandalosamente sensuais. Enquanto a maior parte do público, principalmente masculino, ficava histérica, muita gente se levantou, indignada. Alguém gritou:
"O Jazz e os negros vão destruir a civilização branca"
A previsão jamais se confirmou, mas pelos meses seguintes a americana Josephine Baker foi o assunto principal da capital francesa.
Embora a expressão ainda não existisse, Baker acabou se tornando um fenômeno de marketing. Entre as francesas, a moda era bronzear o copor com óleo de nogueira, passar brilhantina Bakerfix no cabelo e comprar as roupas, pomadas, perfumes e outros artigos que levavam o nome da "Vênus de Ébano", como passou a ser conhecida a americana.
Nascida em 03 de Junho de 1906 em Saint Louis, no Missouri, de mãe negra e pai branco (desconhecido), e batizada Freda J. McDonald, Baker poderia ter sido mais uma obscura integrante das "gerações de lavadeiras" às quais pertenciam sua mãe e sua avó. Mas, aos 15 anos começou a dançar. Depois de algum sucesso em espetáculos musicais de Nova York, foi para a Europa.
A ex-menina pobre, que iria se naturalizar francesa em 1937 e ajudar a resistência na Segunda Guerra, ganhou muito dinheiro a partir dos 20 anos e teve amigos como Ernest Hemingway ("Midnight in Paris", de Woody Allen (Parte 16, Josephine Baker) e namorados como George Simenon. Após os primeiros espetáculos, ganhou maior refinamento nas mãos do produtor George Balanchine. Na década de 40, trabalhou no Cassino da Urca, no Rio, ao lado de Grande Otelo.
Em 1950, comprou um castelo no sul da França e adotou 12 órfãos de nacionalidades diferentes. A tumultuada vida de Baker pode ser resumida numa frase da própria artista, que morreu em 1975: "Eu quis provar que uma mulher sozinha tem força suficiente para lançar um desafio à Humanidade".
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Livros fechados tem o mesmo valor de páginas em branco.
Luma,
ResponderExcluirum bom dia que começa neste interessante passeio pela pincelada biográfica da explosiva vedete americana.
Sou militante desta máxima heideggeriana aliada às tuas pertinentes declarações.Cabe-nos o plural que somos e conhecemos em nossa particular singularidade;Woddy Allen foi, pra mim, perfeito intérprete disso no fabuloso: Meia-noite em Paris.
Estou na contagem regressiva junto com todos os participantes, viu?
Um dia cheio de caras lembranças:)
Bjos,
Calu
Oi, Calu!
ExcluirLembro bem quando ouvi a primeira vez Josephine Baker. A explosão aconteceu em mim!
Por onde andamos, seja em nossa sala ou em Paris, o que carregamos, somente nós sabemos. No final, parece que o resultado pouco importa por onde andamos.
Um dia cheio para você também!!
Beijus,
Adorei saber sobre a Josephine Baker, o que eu ainda não sabia! Acordar cedo e ler suas publicações já se tornou um hábito, sempre agradável para mim.
ResponderExcluirLumita... sobre o bookcrossing... estou me recuperando de duas cirurgias feitas num único dia. Por essa razão não participarei tão ativamente dessa edição. Ainda estou fora de casa e com certa dificuldade para digitar.... mas assim que der, divulgarei como de costume...
Beijão
Oi, Astrid!
ExcluirObrigada pelo carinho!
Corajosa, heim? Cuide-se!!
Amodoro você!
Beijus,
Muito lindo ver essa mulher que mostrou o que queria e fez! E, levei o banner dese KIDS lá pro sementinhas, blog infantil. beijos,chica
ResponderExcluirOi, Chica!!
ExcluirCorajosa, não é mesmo?
Oba!! :) Depois vou lá ver como ficou!!
Beijus,
Oi Luma!
ResponderExcluirMuito bom saber sobre a essa Vênus, que fez história. Nada é fácil, mas sempre é possível com tamanha determinação. A história resume a parte boa, mas pra chegar nisso, com certeza, ela sofreu muito, assim como tantos da época que lemos em biografias.
Pra variar, amei sua postagem!
Minha estante não possui livros. Leio e já repasso - é uma filosofia. Afinal, com tanto pra ler, que adianta guardá-los?
Abração esmagador e linda tarde.
Oi, Bruxinha!!
ExcluirMulheres que afrontaram o que era imposto. Contamos os louros, mas não as tristezas - essa cada um reserva para si.
Obrigada!!
Ah, você é uma praticante natural do BookCrossing!!
Abração para você também!
+ Beijus,
Muito bacana o crescimento e vida desta mulher que poucos sabem a história!
ResponderExcluirEu era criança e ouvia falarem aqui no Rio desta vedete e do engraçadíssimo companheiro de palco Grande Otelo, acho até que a vi na televisão com ele quando pequena, mas não consigo lembrar-me direito de seu rosto.
Legal você reavivar por aqui a história desses grandes mitos!
um beijo carioca
Oi, Beth!
ExcluirParece que ela correu o mundo com a sua alegria. Alguns vídeos mostram ela fazendo caretas como se fosse uma palhaça! :D Vou ver se acho alguma coisa dela com Grande Otelo.
Obrigada!
Beijus,
Vamos ver se dessa vez liberto algum livro ai te aviso!
ResponderExcluirÓtimo dia pra vc!
Big Beijos
Oi, Lulu!!
ExcluirFicarei muito feiz se participar!!
:)
Beijus,
Mulher de fibra e de força física, pois dançar assim despendia energia!
ResponderExcluirFicou na história. Será que ficaremos também?
Interessante seu pensamento enquanto vagueia pela sala. Nada sei desse pensamento heideggeriano . Vou la ler Carneiro Leão.
beijos
Zizi
Oi, Zizi!!
ExcluirPorreta essa mulher!!
Não sei se ficaremos na história, mas que seja pelo menos no coração de quem amamos, principalmente dos amigos conquistados!
Leia sim, mas não encabule! :)
Beijus,
Mulher de ontem que nem hoje!
ResponderExcluirGrande garra!
Bjis Luma querida
PS: Pode sim, substituir...mas já fica feia...Rsrs! -pode ser de chocolate....
Verdade, Manuela!
ExcluirFaria sucesso na atualidade também! Tem Maria Alcina, Lady Gaga, Até Carmem Miranda se inspirou nos balangandãs de Josephine Baker. Essa colocou as frutas na cintura, ja a nossa espevitada colocou na cabeça :) A cintura não era o seu forte!
Beijus,
Mais informação...e rica...cultura sempre...adorei!
ResponderExcluirTudo de bom para você!
Aline
Obrigada, Aline!
ExcluirSempre bom te ver por aqui!!
Beijus,
Aqui só tem cultura pura!!
ResponderExcluirAbraços.Sandra
Obrigada, Sandra!!
ExcluirBeijus,
Que belo post, Luma!
ResponderExcluirAprendo e reflito sempre quando venho aqui!
Beijos.
Que bom, Sonia!!
ExcluirEspero que sempre volte! :)
Beijus,
Acho que indubitavelmente pior é quando ainda andamos pela nossa sala, sozinha, sem que se lembrem de nós, e essa é uma realidade, eu arriscaria dizer, cada vez mais actual... A Josephine Baker? Maravilhosa, cheia de graça e de vida!
ResponderExcluirBeijinhos e um excelente dia!
Tenho essa impressão, sabia? O que nos resta ao final é mesmo a família e verdadeiros amigos. É como se o tempo se encarregasse de peneiras as pessoas que realmente sentem vontade de dividir a nossa convivência.
ExcluirLindona ela, não é mesmo?
Beijus,
Luminha,
ResponderExcluirNossa adorei a dança.. acho que nada se cria tudo se copia
claro que pode se aperdeiloar ou n.ao.
Sobre sua pergunta eu acho que finge mesmo, hahahah
Beijos
Oi, Bandys!
ExcluirPois não é? Ou não se tem muito o que fazer com as pernas :D
Hehehehe um pouco de fantasia faz bem!
Beijus,
Fiquei impressionada, Luma!
ResponderExcluirAdoro histórias de mulheres fortes e destemidas, que mudaram o rumo de suas vidas.
Virei fã da Josephine.
Um bjo
Que ótimo, Paty!
ExcluirEstou para falar de outra Deusa que não foi feliz, mas foi Deusa!
Beijus,
Espevitada essa Josephine! ...rss...Eu adorei o jeito livre de ser,imagine naquela época! Corajosa, de vanguarda! Um exemplo pra ser seguido até nos dias de hoje! Luminha,obrigada por sua msg tão carinhosa pelo meu niver! Me deu uma linda luz ao meu coração! bjs,
ResponderExcluirHehehehe Quando coloco a música dela em casa, todo mundo sai de perto! Nem todo mundo gosta, mas acho super alto astral! Dá para ensaiar passinhos! Vamos?
ExcluirSim, muito corajosa!
Não precisava agradecer, Anne!! Você merece todo carinho!
Beijus,
Oi, Luma: Eu adoro Josefina Baker. Fantástica! Paris foi sorte. Beijos :->
ResponderExcluirTruth, Erik! Perhaps he had followed the family tradition and washed up old clothes. Paris was lucky! :) Beijus,
ExcluirOi Luma.
ResponderExcluirObrigado por visitar o H. E. e O. P.
Interessante a história de vida de J.Baker.
Obrigada você!
Excluir:)
Seja bem-vindo!!
Bom dia Luma,
ResponderExcluirSeu post me fez lembrar de uma matéria que li há anos numa revista encartada num jornal daqui. Já não lembro qual era. Um artigo enorme, lindo falando sobre Baker em Lisboa e do lançamento de um livro sobre as visitas dela a este país.
Não encontrei a matéria, mas algo sobre o aniversário de 70 anos da primeira visita dela a Portugal e seus serviços, como espiã, em favor dos aliados na II Guerra Mundial.
Era mesmo uma mulher fantástica.
Bj.
Oi, Luciene!
ExcluirSerá que não confundiram Josephine Baker com Mata Hari? Não lembro de ter lido sobre ela ter sido espiã. Vou lá ler a matéria, obrigada pelo link!
Beijus,
Boa tarde Luma :)
ResponderExcluirGostei de ler sobre Josephine Baker a qual
desconhecia a trajetória.
Pelo que acabei de ler,essa linda Vênus de Ébano fez história,
brilhou e era batalhadora e corajosa.
Bjs!
Oi, Clau!
ExcluirNão teve uma vida fácil, mas venceu!
:)
Beijus,
Muito bom Luma, essa era uma mulher acima de seu tempo, parabéns pela bela postagem.
ResponderExcluirforte abraço
c@urosa
Que bom que gostou, Carlos!!
ExcluirMuito bom te ver por aqui!!
:)
Beijus,
Oi Luma,
ResponderExcluirQuando vim aqui a primeira vez o teu comentário no blog Café entre amigos, na minha entrevista, ainda não tinha sido publicado.
Muito obrigado pelas palavras de incentivo.
Bom fim de semana.
Oi, Claudio!
ExcluirSinceridade já é sinal de conquista!
Parabéns!!
+ Beijus,
Pouco sabia sobre a personagem...
ResponderExcluirLuma, adoro suas pesquisas e posts!
Beijinho
Oi, Ana!
ExcluirPara falar a verdade, eu estava ouvindo as músicas da Josephine no youtube e postei uma delas na fan page do "Luz", como foi bem aceita a postagem lá, resolvi trazer para cá. Não fiz muitas pesquisas, somente chequei as informações, já que a memória também falha!
:)
Beijus,
Que tudo essa mulher, Luma! Josephine é diva! Ótimo fds pra ti tb, queridona! Bjs!
ResponderExcluirOi, Fred!
ExcluirTodos os bons adjetivos para ela, dadivosa!! :)
Beijus,
Ando com a cabeça ocupada num amanhã um pouco mais curto para imaginar o que de mim ressonará pela eternidade. Creio que filhos e filhos dos meus filhos sejam um legado interessante, não chego a me sentir tão "egocêntrico" a ponto de querer coisas particularmente minhas atravessando a história... se eu existir onde houver amor, já me parece valer a pena. Criamos a nossa história a cada segundo, não vejo, no momento, motivos para que "ela seja pública"... lindo o vídeo da "Josie". Ela, ao contrário de mim, tinha um propósito mais público :)... Bjos!
ResponderExcluirOi, Tony!
ExcluirFamília e amigos próximos são os melhores para carregar a nossa história através dos tempos. Eu escutei tantas histórias sobre os meus avós, que mesmo não convivendo muito com eles, sei direitinho como eles eram. As histórias de família são repassadas. Não sei do que se lembrarão de mim, mas certamente não se lembrarão da pessoa pública e sim daquela que compartilhava do seu íntimo com as pessoas que amava - onde houver amor - como bem disse!
Algumas pessoas possuem almas que não lhes pertence!
Beijus,
Amo!
ResponderExcluirTodo o conjunto da obra física, artística e feminina.
Um abraço Luma.
Você é das minhas, Beth!! Também adoro!! :)
ExcluirBeijus,