Eu namoro. Você namora?

Não devemos julgar pessoas pela aparência, em outro caso, não devemos julgar um livro pela capa, fato. Mas será que julgamos as pessoas pelos livros que elas leem?

Segundo uma pesquisa realizada pelo site "Words for Life", uma em cada cinco pessoas, escolhem uma boa capa para ler em público, a fim de causar uma boa impressão. Entretanto, escolher o livro certo para ser 'visto' pode ser um campo minado.

Certa vez, a Biblioteca Britânica comemorou o Dia Mundial do Livro de um modo bastante inusitado; cada participante deveria levar um livro favorito para trocá-lo com uma pessoa estranha, mas com alguma "simpatia". Captou? Os organizadores entusiasmados veiculavam: "Talvez você encontre sua alma gêmea".

Se você acredita em alma gêmea, certamente irá encontrá-la, não necessariamente neste tipo de evento, mas convenhamos que um acontecimento deste tipo serve de "chamariz", pois abrem precedentes de que você está disponível e queira dividir os momentos especiais de leitura com alguém que tem o mesmo interesse.

Lógico que não era chegar e pá! pum!! Antes da troca houve um certo ritual de "alisar capas" com jogos, workshops e música ao vivo no hall de entrada; onde as chances de topar com um personagem real seriam mais elevada, do que entre os arquivos empoeirados das estantes.

A questão é, como você pode escolher um par perfeito, que contenha um ar desejado de inteligência e acessibilidade - e ainda um instigante "sex appeal"? Estamos falando de livros, pois sim!

Não científicamente os participantes arriscaram respostas e os meninos se alarmam com meninas que leem livros muito filosóficos como "Candide", de Voltaire ou "Zorba, o Grego", de Nikos Kazantzakis, onde os assuntos tratados confrontam aspectos da fé e conceitos religiosos, fanatismo, intolerância e no sentido da humanização, que nos diminui ao pó que viemos. Outro grupo disse não ter interesse por meninas que leem Tolstói, Dostoiévski, Nabokov ou qualquer um dos russos, por ser algo evidente e rotineiro. Essa última constatação também foi apoiada pelas meninas.

Jane Austen agrada a ambos os sexos, apesar dos seus romances, sempre muito cheio de casamentos, anáguas e pôneis, não existe enfado para os meninos que virilmente admiram meninas que leem Orwell, Dickens e Hemingway.

Se o livro estiver gasto, bom sinal! Capas novas e lustrosas são boas para colocar de enfeite na mesa de centro da sala - o que é olhado torto para os apreciadores do cheiro de biblioteca, que entendem como um sinal de que o livro é posicionado para deslumbrar e não para verdadeiramente ler - livros de enfeite! O livro perde seu valor quando é tratado como futilidade.

Os não ficção, denotam pessoas que querem aprender uma nova habilidade ou autoaperfeiçoamento. No lugar de autoajuda, leiam Nietzsche, por exemplo.

Um grupo de meninas achou bem feminino para um homem ler biografias - as meninas inteligentes preferem homens que possuam a alma feminina e isso não quer dizer que sejam efeminados - o mesmo procede com as meninas, principalmente hoje em dia com a maior convivência diária entre os sexos. Portanto, as biografias são altamente positivas.

"Romance Trashy", histórias para revistas ou algo do tipo "Sex and the City", com saltos, sacolas e chocolates na capa, afugentam qualquer iniciativa de romance, pois para os meninos, denotam que a menina é muito materialista.

Se você visse um homem com o "Diário de Bridget Jones", ficaria perturbada? Não é muito diferente dos livros de romances encontrados em aeroportos com espiões e agentes da CIA. Se você é um homem com uma cópia de Bridget Jones, chamaria a minha atenção, pela coragem e originalidade #prontofalei.

Toda essa análise pode ser brincadeira ou não, depende do seu grau de envolvimento com os livros. Se estiver conhecendo alguém, pedir para que faça uma lista dos dez livros que considera inesquecíveis pode ser uma pista de como é sua personalidade.

Achou sua alma gêmea? Então corra para as montanhas e boas leituras!


Indico a leitura de dois textos fofinhos!! No sentido de "sensíveis" e "animadores". Quem ainda não leu, vai amar!

• Prato do dia: Namore uma garota que lê – Rosemary Urquico - Traduzido do original "Date a girl who reads" e adaptado por Gabriela Ventura. O texto foi postado a primeira vez no facebook de Rosemarie Urquico, somente para amigos e posteriormente seus amigos postaram no Tumblr. Pronto, depois de muitos repliques as pessoas queriam saber quem era a autora. Seu nome foi mudado para ser melhor soletrado. Leia entrevista: "Rosemarie Urquico foi encontrada!"
• Namore um cara que lê, texto de Bruno Palma e Silva, publicado no blogue "Acepipes Escritos"

Me conte se tem um livro do seu lado.
Divirta-se! A leitura de um livro aumenta a nossa imaginação e expande a nossa mente.