Mito latino com prazo de validade vencida
Fidel Castro Ruiz queria ser revolucionário, mas lhe faltava dinheiro, e esse tipo de problema sempre o fez pensar nos Estados Unidos. Em 1940, escrevera ao presidente Franklin Roosevelt pedindo uma nota de dez dólares, porque nunca vira uma em seus 14 anos de vida.
Fidel era apenas um menino e não se sabe se Roosevelt acreditou, nem quantas notas Fidel conseguiu na viagem pela Costa Leste em 1955. O fato é que logo deixou Nova York para montar uma revolução e ganhá-la, quatro anos depois.
A carta enviada à Roosevelt pode ser uma pista para o esclarecimento de uma dúvida que foi crucial durante anos, e hoje é inteiramente acadêmica: Fidel era comunista desde a universidade - como seu irmão Raul - ou foi jogado nos braços de Moscou pela falta de habilidade diplomática de Washington?
A carta sugere fascínio pelos Estados Unidos ou pelo dinheiro dos Estados Unidos, numa versão mais cínica, mas, de qualquer forma, um desejo de ser notado pelo grande vizinho. Notado e aceito? E a falta de aceitação provocando ressentimento e ódio? Não há fúria no inferno igual ao ódio de um cubano desprezado? Se de perto nem sempre é confiável, a psicanálise à distância é apenas um jogo de salão.
A carta enviada à Roosevelt pode ser uma pista para o esclarecimento de uma dúvida que foi crucial durante anos, e hoje é inteiramente acadêmica: Fidel era comunista desde a universidade - como seu irmão Raul - ou foi jogado nos braços de Moscou pela falta de habilidade diplomática de Washington?
A carta sugere fascínio pelos Estados Unidos ou pelo dinheiro dos Estados Unidos, numa versão mais cínica, mas, de qualquer forma, um desejo de ser notado pelo grande vizinho. Notado e aceito? E a falta de aceitação provocando ressentimento e ódio? Não há fúria no inferno igual ao ódio de um cubano desprezado? Se de perto nem sempre é confiável, a psicanálise à distância é apenas um jogo de salão.
O Jornalista americano Tad Szulc talvez seja o mais respeitado biógrafo de Fidel. Acompanha sua carreira, com diversas entrevistas pessoais, desde 1959. E é um veterano correspondente numa das regiões do mundo que os Estados Unidos menos conhecem de verdade: o seu quintal ao sul do Rio Grande.
Szulc, em "Fidel - um retrato crítico" de 1987, não sabe precisar o momento em que o cubano se tornou comunista. Afirma, no entanto, que o seu biografado era antiamericano desde muito jovem, e acrescenta que, ao tomar o poder, Fidel formou um governo moderado, mas de fachada: nas sombras funcionava um aparato comunista, que tomava as decisões realmente importantes.
Os anticastristas de Miami sempre disseram isso; mas diriam, fosse ou não verdade. Por outro lado, o historiador inglês Hugh Thomas sustenta que, antes de chegar ao poder, Fidel era um radical não comunista e não levado a sério pelos comunistas.
Aceitando a versão de Szulc, restaria pelo menos uma dúvida secundária: que tipo de marxista Fidel era desde criancinha? Fiel a Moscou, como se revelou, ou independente como Tito? Já pensava de saída em exportar a revolução, ou foi levado para este caminho pela intransigência americana - tragicamente acentuada pela imprudente aventura da Baía dos Porcos?
A dúvida pode ser irrelevante hoje, mas não é ociosa. Uma Cuba relativamente independente da URSS não receberia os mísseis que Kruchov para lá mandou em 1962. Sem a crise dos mísseis, Cuba não estaria amargando os bloqueios e a falta de relações comerciais com os EUA, por tanto tempo e a história seria outra.
Szulc, em "Fidel - um retrato crítico" de 1987, não sabe precisar o momento em que o cubano se tornou comunista. Afirma, no entanto, que o seu biografado era antiamericano desde muito jovem, e acrescenta que, ao tomar o poder, Fidel formou um governo moderado, mas de fachada: nas sombras funcionava um aparato comunista, que tomava as decisões realmente importantes.
Os anticastristas de Miami sempre disseram isso; mas diriam, fosse ou não verdade. Por outro lado, o historiador inglês Hugh Thomas sustenta que, antes de chegar ao poder, Fidel era um radical não comunista e não levado a sério pelos comunistas.
Aceitando a versão de Szulc, restaria pelo menos uma dúvida secundária: que tipo de marxista Fidel era desde criancinha? Fiel a Moscou, como se revelou, ou independente como Tito? Já pensava de saída em exportar a revolução, ou foi levado para este caminho pela intransigência americana - tragicamente acentuada pela imprudente aventura da Baía dos Porcos?
A dúvida pode ser irrelevante hoje, mas não é ociosa. Uma Cuba relativamente independente da URSS não receberia os mísseis que Kruchov para lá mandou em 1962. Sem a crise dos mísseis, Cuba não estaria amargando os bloqueios e a falta de relações comerciais com os EUA, por tanto tempo e a história seria outra.
Fidel Castro NY Times
Na história que aconteceu, Cuba era, na década de 50, uma quase província americana. Washington, mandava em Havana e famílias mafiosas mandavam nos cassinos. A posição estratégica da ilha talvez tornasse inevitável a dependência - e esta certamente fazia inevitável a germinação de forte sentimento antiamericano entre intelectuais e políticos.
A idéia de rebelião era fomentada, de um lado, pela situação econômica - o país, que já produzira um quarto do açúcar de cana do mundo, já não vendia mais do que um décimo - e pela tradição de governos corruptos. Segundo Hugh Thomas, depois da Segunda Guerra Mundial, Cuba tivera dois presidentes democráticos e um ditador - Fulgencio Batista, que assumira o poder em 1952. Os três tinham em comum a corrupção em alto grau.
É neste quadro que surgiu Fidel, jovem advogado de classe média, ex-líder estudantil. Em 1953, com a incompetência dos iniciantes, ele liderou um ataque suicida ao quartel de Moncada, em Santiago de Cuba. Passou dois anos preso e em seguida exilou-se.
Em 1956, Fidel e mais 80 homens, levados pelo pequeno navio "Granma", desembarcaram na costa leste da ilha. Era o começo da luta armada. Dezoito meses depois, os rebeldes eram 300, enfrentando com êxito tropas regulares na Sierra Maestra. Nas cidades, a decadência da oposição legal ao regime lançara muitos jovens na ilegalidade: começaram a se multiplicar atos de sabotagem, os quais provocaram repressão e tortura, as quais aumentarma a simpatia popular pelo jovem líder.
Os Estados Unidos apoiaram o ditador Batista enquanto foi viável e pareceu promissor. Mas cerca de um ano depois da viagem do "Granma", começaram a cortar os laços, até rompê-los efetivamente, com a suspensão do fornecimento de armas a Havana.
Depois, foi questão de tempo. Simultaneamente, Batista e o exército perdiam batalhas e Fidel ganhava adeptos nos diversos grupos revolucionários. A 1º de Janeiro de 1959, Batista deixa o país, supostamente rumo aos US$ 200 milhões que acumulara nos Bancos estrangeiros. E no mesmo dia, Fidel instala um governo liberal - com representantes de toda a oposição - em Havana.
A união durou menos de um ano. Ao longo de 1960 o partido comunista foi ocupando posições estratégicas no Governo, enquanto, em Miami, o ódio a Fidel era compartilhado por ex-partidários e ex-inimigos de Batista, que igualmente se detestavam.
Em Abril de 1961, o recém-empossado presidente John Kennedy autoriza a invasão de Cuba por exilados muito mal treinados pela CIA. O ataque mal passa da Baía dos Porcos, e serve apenas para apressar a definição pública de Fidel. Seis meses depois, ele se declara simpatizante do marxismo e começa a estreitar os laços com a URSS.
Era o fim das ações preliminares: Havana e Washington como que se congelaram nas atitudes recíprocas que perduram, assim como espelham atitudes, antes o que era bandido tornou-se mocinho, para com dedo em riste julgar alheios contrariando seus próprios delitos.
Eu tinha a maior vontade de entender-me com os Estados Unidos. Fui até lá, falei, expliquei nossos objetivos (...) Mas os bombardeios, por aviões americanos, das nossas fazendas açucareiras, das nossas cidades; as ameaças de invasão por tropas mercenárias e a ameaça de sanções econômicas constituem agressões à nossa soberania nacional, ao nosso povo" Fidel Castro, a Louis Wiznitzer.
A pergunta: Fidel Castro, a História o absolverá?
Fazendo coro com o Senador Suplicy - Lula deveria lembrar aos dirigentes cubanos a importância das liberdades democráticas, o que o estrupício não fará, depois das declarações primárias que deu e que só nos fazem envergonhar.
A idéia de rebelião era fomentada, de um lado, pela situação econômica - o país, que já produzira um quarto do açúcar de cana do mundo, já não vendia mais do que um décimo - e pela tradição de governos corruptos. Segundo Hugh Thomas, depois da Segunda Guerra Mundial, Cuba tivera dois presidentes democráticos e um ditador - Fulgencio Batista, que assumira o poder em 1952. Os três tinham em comum a corrupção em alto grau.
É neste quadro que surgiu Fidel, jovem advogado de classe média, ex-líder estudantil. Em 1953, com a incompetência dos iniciantes, ele liderou um ataque suicida ao quartel de Moncada, em Santiago de Cuba. Passou dois anos preso e em seguida exilou-se.
Em 1956, Fidel e mais 80 homens, levados pelo pequeno navio "Granma", desembarcaram na costa leste da ilha. Era o começo da luta armada. Dezoito meses depois, os rebeldes eram 300, enfrentando com êxito tropas regulares na Sierra Maestra. Nas cidades, a decadência da oposição legal ao regime lançara muitos jovens na ilegalidade: começaram a se multiplicar atos de sabotagem, os quais provocaram repressão e tortura, as quais aumentarma a simpatia popular pelo jovem líder.
Os Estados Unidos apoiaram o ditador Batista enquanto foi viável e pareceu promissor. Mas cerca de um ano depois da viagem do "Granma", começaram a cortar os laços, até rompê-los efetivamente, com a suspensão do fornecimento de armas a Havana.
Depois, foi questão de tempo. Simultaneamente, Batista e o exército perdiam batalhas e Fidel ganhava adeptos nos diversos grupos revolucionários. A 1º de Janeiro de 1959, Batista deixa o país, supostamente rumo aos US$ 200 milhões que acumulara nos Bancos estrangeiros. E no mesmo dia, Fidel instala um governo liberal - com representantes de toda a oposição - em Havana.
A união durou menos de um ano. Ao longo de 1960 o partido comunista foi ocupando posições estratégicas no Governo, enquanto, em Miami, o ódio a Fidel era compartilhado por ex-partidários e ex-inimigos de Batista, que igualmente se detestavam.
Em Abril de 1961, o recém-empossado presidente John Kennedy autoriza a invasão de Cuba por exilados muito mal treinados pela CIA. O ataque mal passa da Baía dos Porcos, e serve apenas para apressar a definição pública de Fidel. Seis meses depois, ele se declara simpatizante do marxismo e começa a estreitar os laços com a URSS.
Era o fim das ações preliminares: Havana e Washington como que se congelaram nas atitudes recíprocas que perduram, assim como espelham atitudes, antes o que era bandido tornou-se mocinho, para com dedo em riste julgar alheios contrariando seus próprios delitos.
Eu tinha a maior vontade de entender-me com os Estados Unidos. Fui até lá, falei, expliquei nossos objetivos (...) Mas os bombardeios, por aviões americanos, das nossas fazendas açucareiras, das nossas cidades; as ameaças de invasão por tropas mercenárias e a ameaça de sanções econômicas constituem agressões à nossa soberania nacional, ao nosso povo" Fidel Castro, a Louis Wiznitzer.
A pergunta: Fidel Castro, a História o absolverá?
Fazendo coro com o Senador Suplicy - Lula deveria lembrar aos dirigentes cubanos a importância das liberdades democráticas, o que o estrupício não fará, depois das declarações primárias que deu e que só nos fazem envergonhar.
A história não o absolverá, porque ela é constituída de fatos. E os fatos dão conta das atrocidades de Fidel Castro.
ResponderExcluirQuanto ao companheiro (dele) Lula, não é de causar surpresa as declarações que fez sobre a greve de fome de Batista. O presidente brasileiro é um comunista radical disfarçado de Neo-Liberal.
Beijos.
Na verdade, eu sinto pena... Vendo a foto dele de menino lembro que um dia ele já foi um pequeno, uma criança... Porém isso tbm não justifica, não é mesmo?
ResponderExcluirBjos na alma!
Moral da história, ele só uniu o ódio com a causa comunista para justificar os próprios problemas com o Estados Unidos...
ResponderExcluirLuma, não vou mentir, ainda estando o pau de embaralhar tudo, mas estou acho que é comigo.
Fique com Deus, menina Luna.
Um abraço.
Ha! Lula deveria lembrar aos dirigentes cubanos a importância das liberdades democráticas??????Como lembrar, se eles nunca souberam o que era isso? Se sua ditadura foi construída em cima de "paredon"???
ResponderExcluirDe censura??? De "sumiço" de quem não concordava com suas "idéias" marxistas...Aliás, tão marxistas que eles usam agasalhos Adidas e Nike....enquanto o povo morre de fome...seria cômico se não fosse trágico...e esse palhaço daqui ainda babando o ovo dessa corja...isso é o que ele pretende implantar aqui tb, desde que possa morar num triplex e dona "coisa" usar seus vestidos de griffe e fazer seus botox naquela cara de bruaca!
Beijos, Luma, me desculpe, mas tô revoltada!
Olá querida. Não podemos negar que Fidel é um cara de fibra, mas para mim tudo sempre foi obsessão pelos EUA! Não gosto dele. Mas não há como negar sua relevância na história.
ResponderExcluirTambém não culpo a superpotência. Acho que tinha que ser, carma dele;
Adorei a foto dele novinho!
Um beijo!
Interessante abordagem, querida amiga.
ResponderExcluirO tema é mesmo apaixonante e ainda se vão escrever milhares de artigos e reflexões acerca da vida e da obra de Fidel.
Umas a favor e outras contra.
O balanço, alguns anos após a sua morte e depois de assente toda a poeira, certamente vai conter aspectos bons e maus da sua governação.
Gostei iemnso deste seu posto.
Um beijo.
ERRATA:
ResponderExcluirGostei imenso deste seu post.
Oi, Luma!
ResponderExcluirEm primeiro lugar: que honra! Uma blogueira premiada comentando no meu blog!
Obrigada.
Em segundo lugar, as declarações do Lula são uma incógnita pra mim... Afinal, ele faz piada quando quer fazer declarações ou faz declarações quando quer fazer piada? Ele sabe que faz declarações que viram piadas? Ele sabe fazer piadas? Ele sabe o que faz?
Bom, acho que não compensa divagar sobre isso.
Você sempre com suas idéias firmes e consistentes... Dá gosto saber que existem mulheres assim.
Nos "vemos" em breve, estou vivendo uma espécie de "ostracismo blogal" para organizar melhor minhas ideias. Depois que vi seu blog, percebi que publicar ideias organizadas e consistentes é necessário.
Um abraço.
Figura controversa demais...com tantos porques...mas nada muda os absurdos cometidos por ele e seus aceclas...e o Lula...ah o Lula!
ResponderExcluirbcitos e finde muito massa pra vc
Fidel é mesmo um farsante. O tão falado líder revolucionário jamais entrou em combate. Nunca ouviu um tiro sequer de toda a revolução e nunca abandonou a segurança das montanhas para "dar as caras" nas escaramuças.
ResponderExcluirAlém disso, hoje é um abastado milionário dono de vastas porções de terra em Cuba. A família Castro (e alguns companheiros) é a única que vive no mais profundo capitalismo voraz naquela ilha.
E, como todo farsante, é reconhecido e admirado por seus iguais. Daí a idolatria mostrada por Lula em sua enxurrada de imbecilidades costumeiras.
Simples assim.
Não Luma, decididamente Fidel Castro vai entrar para a história junto de gente como Pinochet, Stálin, Mussolini, Envër Hoxha, Nicolau Ceausescu e outras porcarias do gênero.
ResponderExcluirO grande erro é o bloqueio imposto pelos EUA: prejudica apenas a população cubana e provoca rancor, além de impedir que os ventos da liberdade, como costumavam falar os hippies dos anos 60, cheguem até lá.
Cuba hoje em dia é completamente insignificante e sómente Lula e seus acólitos ainda acham alguma relevância em Fidel Castro.
Olá Luma!
ResponderExcluirComo sempre, mais um post recheado de verdades esclarecedoras. E ainda que levantem dúvidas, nos levam à reflexão de práticas políticas desconexas, como no caso de Cuba.
Como diz sua amiga Glorinha em seu comentário, Fidel é uma figura controversa.
Que Deus me perdoe, mas quando o mundo soube que Fidel estava muito doente, cheguei a pensar "será que Cuba finalmente ficará livre desse insosso?" Eis que aí está o homem, vivinho-da-silva até hoje!
Em pleno século XXI não dá para fechar os olhos aos mandos e desmandos de biltres como ele!
Luma, tudo é um mistééééério!
ResponderExcluira gana de Fidel pelo tio sam nem freud explica!
bj
Quantas verdade ditas em palavras.
ResponderExcluirEssa pessoa não gosto nem de escrever seu nome. O companheiro Lula então...um lobo vestido de cordeiro.
Até quando aqule povo sofrerá???
Mistérios que só por Deus mesmo.
Beijos minha linda fim de semana cheio de luz!
QUE POST Luma fique babando aqui!!
ResponderExcluirvc se superou!!
Fico ate com vergonha de opinar sobre Fidel depois de sua crônica jornalística de muito bom gosto e tom!! Parabéns!!
Acho gozada essa atitude d último comunista do mundo de Fidel Castro. Afinal o cara é patético ou petulante? Patético porque desde que caiu o pano para os comunistas, se mostrou ao mundo toda a falsidade, com seus Rolls-Royce, BMW e suas mansões de milhões, enquanto o povo morria de fome e era mantido na ignorância na URSS (pátria madre do comunismo), ainda haja figuras como esta de FCastro. Por outro lado, a sua petulância e narcisismo podem ser tamanhos que o cara se acha não o último comunista, mas o último herói, e cubano tchê, com "aquilo" púrpura (roxo), o 'H'ombre que enfrentou os americanos. Nunca se sabe o que rola na mente de velhacos. E ainda tem a morte de Che Guevara, que também nunca se teve certeza se teve o dedinho sujo de Castro.
ResponderExcluirUma pausinha nos estudos... pra falar da minha profissão! Eba!
ResponderExcluirEntão, adorei seu post, mas acho que atribuir a escolha de Fidel pelo comunismo apenas a motivos psicológicos é um tanto quanto raso...
Afinal, estamos vivendo idéias de um século XIX que nos massacrou, que nos forjou uma falsa liberdade, uma falsa democracia, uma falsa identidade.
Creio que Fidel optou. Se ele acertou, ou errou, só com mais tempo, e vendo à contrapelo pra saber. Entretanto, o povo cubano, sobre certo aspecto também foi coeso a ditafura atual, talvez porque a antiga enforcava a vida cubana. Todos sabemos que a vida em Cuba, no século XIX e início do século XX, era bem pior.
Além do que, o conceito de liberdade ainda é um tanto quanto discutível? Liberdade pra que? Pra comprar? Pra ser parte de um sistema? Ou liberdade de movimento? Até onde discursos ásperos como o de Fidel, ou de Dessalines, no Haiti (Nenhum maldito francês pisará em nossas terras, sem que a vida seja arrancada de seu corpo. - se me lembro bem a frase é essa).
É simplesmente direito a violência. Como diria Sartre. E creio, Fidel é dos últimos comunistas. Não existiu nesse país em que estamos (essa pequena mentira inventada chamada Brasil) algum movimento com unista. ALiás, aqui não existe nem esquerda, nem direita. Só o que estão no poder, e aqueles que querem estar.
Mas o post é muito maravilhoso. Só observações pessoais mesmo... agora deixa eu voltar a História da Arquitetura, que o tempo urge!
Beijão!
Shisuii
Acho que o momento em que Fidel se tornou comunista foi aquele momento crucial pelo qual todos passamos: momentos em que nossos ideais estão á flor da pele e que acreditamos que temos forças para lutar contra qualquer tipo de opressão. E é nessa hora também que se corre o risco do radicalismo que pode por a perder até os mais nobres sonhos...
ResponderExcluirA história o julgará!
... assim como ao nosso presidente (ai ai...)
Bjs.
Luma,
ResponderExcluirSinceramente não entendo como as pessoas ainda veem o Fidel como um heroi, um exemplo. Também não entendo a postura do nosso presidente, que apoia presidentes no mínimo suspeitos e perto dos quais ninguém quer ficar.
Vai entender.
Ah, excelente post. Abraços.
Se tem uma pessoa q o Lula admira é o Fidel Castro não? Lembro qdo foi realizada uma partida de basquete e Fidel entrou as medalhas de Ouro pra Hortênsia e pra Paula que representavam a seleção brasileira.
ResponderExcluirFaz tempoooooooooo.
Big Beijos
Querida Luma; a história dele é realmente, muito interessante. Agrada a uns e desagrada a muitos. Mas cada um vem com uma missão. Apesar de toda "liberdade", sabemos que muitos presidentes, por detrás das cortinas teem a mesma postura. Lamentável, mas é assim, infelizmente!
ResponderExcluirBom fim de semana! Beijos
Fidel é um cara polêmico, uns o amam outros o odeiam.
ResponderExcluirainda rindo da charge do dia das mulheres.
Um ótimo fim de semana para você!!!!
/(,")\\
./_\\. Beijossssssssss
_| |_................
Luma,
ResponderExcluirobrigada por este post com descrição tão perfeita.Há 10 anos,com um sonho na cabeça, e um grupo de amigos,estivemos em Havana.A história de vida dos cubanos é muito pior do que a mídia informa,
Parabéns!,ah,venho sempre,mas nem sempre é possível comentar,mas sou fã de seu blog.
Bfs
Boas energias
Mari
'Nenhum indício melhor se pode ter a respeito de um homem do que a companhia que frequenta: o que tem companheiros decentes e honestos adquire, merecidamente, bom nome, porque é impossível que não tenha alguma semelhança com eles.' - Maquiavel.
ResponderExcluirEsses brasileiros que bajulam Fidel e outros ditadores, lixo da História, expõe aquilo de pior nós temos: a subraça que se encanta com tudo que não pertence ao seu dia a dia. Mistura de sangue indio com negro, mamelucos. O Brasil deveria invadir Cuba para depoir Castro e sua corja, por ter treinado, armado e financiado terroristas brasileiros, traidores da Patria brasileira, que intentaram e não conseguiram nos impor uma ditadura socialista.
ResponderExcluirOi, vim responder seu comentário aqui, mas para não misturar os assuntos vou responder lá no meu blog, assim näo quebra a rotina dos seus comentários, que estão bem interessantes.
ResponderExcluirEstou respondendo lá agora.
Beijo
Tava lendo o texto do Fidel, mas aconteceu uma coisa estranha no site e um post ficou sobreposto ao outro. Não consegui mais me achar. Volto depois para ver se consigo ler.
ResponderExcluirClaro que lhe levarei quando for fazer a próxima viagem, pra vc poder ver como é realmente bonito. Bj e bom domingo.
ResponderExcluirJá li imenso sobre Fidel e gostei deste teu post e resumo apenas numa frase: um jovem com ideais que poderiam dar frutos em prol do seu povo, que com o passar dos anos foi virando o crápula que é e que transmitiu ao seu não menos famoso/crápula irmão Raul Castro.
ResponderExcluirDesculpa que te diga, mas Lula pode ser um "estrupício" mas fez uma declaração plausível e dentro dos limites de uma ditadura, porque quando diz: "pediu, ontem, respeito às determinações da Justiça daquele país nos casos relacionados à detenção de opositores ao governo" não é mais que falar "de direitos democráticos" e deixo a pergunta no ar "os presos políticos ao fazerem greve de fome" mudam a ditadura? alguma vez na história mundial aconteceu isso?.
A linha diplomática internacional e a luta tipo ideais de "Che Guevara" essa sim poderá mudar a ditadura, o que não implica ser-se do partido A ou B, porque a Rússia era um super potência que apregoava "a igualdade entre e a favor dos povos" e quando caiu a cortina de ferro o mundo ficou pasmo perante a miséria e vergonha "do que olhem para o que eu digo e não o que eu faço - apregoado pelos comunistas de então".
Também não concordo com o "embargo a Cuba pela EUA" porque o povo será sempre aquele que mais sofre.
Apesar dos pesares...Cuba tem criado médicos, professores, etc. etc. com a educação GRATUITA que são uma referência mundial, mas que saindo do seu país em serviço... ou voltam ou dão-lhe com os pés.
Muitos dirigentes da América latina deveriam ser removidos...mas...enfim!
Beijocas e um bom domingo
Bom dia Luma!
ResponderExcluirSem dúvida uma pergunta relevante.
Como é difícil julgar alguém, ou uma situação. Toda questão tem dois lados. Se ouvirmos Fidel , certamente ouviremos muitos motivos que nos convencerão do valor de sua luta e por outro se analisarmos os fatos e situações nos daremos conta das atrocidades que se pratica em nome de ideais ( porém ideais dos quais muitas vezes o povo não compartilha).
Como se diz: cada cabeça sua sentença. Pessoalmente nunca achei o comunismo um modelo a ser seguido porque em todo tipo de governo alguém tem sempre de comandar, e neste caso um ditador tem poderes ilimitados e é fácil exorbitar.
Obrigada pela visita e pelo comentário. Fazia um tempão que eu não podia visitar os amigos também. Abraço e ótima semana.
angel
Mais do que atual e completo o seu 'post', caríssima manamada: completamente infeliz o episódio de Lula recentemente em Cuba (farei 'post' em breve sobre o assunto, acompanhado de uma exposição do ótimo livro "Viagem ao Crepúsculo", de Samarone Lima sobre os bastidores secretos da vida dos moradores de Havana) e sempre pensei em Fidel mesmo como um falso algoz dos EUA em razão de sua paixão por aquele imperialismo delicioso (vide seus macacões Nike...): o dele é pobrinho, pobrinho... Nada de idealismo: só o poder pelo poder, custe o que custar (milhares de vidas cubanas em suplício de uma ilha isolada e abandonada pela estupidez de Fidel e seu grupo "revolucionário"!)!
ResponderExcluirMana: por favor, ajeite pra mim aquela m... de "Echo" que anda aparecendo no alto de cada 'post' meu nos Morcegos?! Tentei extrair, mas não consegui...
Grande abraço!
Luma:
ResponderExcluirUm assunto fascinante este. Você conseguiu fazer o que chamo de 'uma sintese inteligente'
Os comentários foram também, muito bons!(Parabéns para eles)
Uma conclusão?
-Se Lula gostase de ler eu indicaria seu blog para ele. Sem medo de errar.
Um bom final de semana com Uma janela azul...
Beijos.
Anny.
Hoje em dia, se se perguntar o que é um "paredón" todos farão referência a um "reality show".
ResponderExcluirNinguém fala e os estudiosos nem se referem aos milhares de mortos sumariamente em Cuba, no inicio da era Fidel. E alguns até defendem as atuais perseguições políticas na Ilha.
Pergunto-me: o que é a Verdade; o que é História?
Seu texto é para ser pensado e usado como referência.
Luiz Ramos
Esplêndida abordagem.
ResponderExcluirMuito muito clarificadora.
Os EUA atiraram Cuba para os braços da URSS.
Tinham transformado Cuba num bordel de luxo com a "cafetina" Baptista, a comandar as "tropas".
Quando abriram os olhos, tinham misseis apontados ás principais cidades americanas.
O presidente do Paraguai quando os viu, numa visita que fez a Cuba, foi, alarmado, contar para os EUA o que estava preparado se a ilha fosse invadida.
Quem se sente acossado tem que tentar defender-se.
Os EUA nunca foram bons dialogantes.
Foram sempre arrogante se com a mania que vencem tudo pela força ...
Chega.
Cumprimentos.
Cara Luma, só gostaria de acrescentar que a questão de Cuba e Estados Unidos é maior que Fidel e os dez dólares de Roosevelt.
ResponderExcluirNão vamos esquecer que em 1898, Cuba ainda era colônia espanhola, um imenso canavial de fato. Neste ano estourou a tal guerra hispano-americana, em que a marinha ianque destruiu a já combalida frota espanhola. Os Estados Unidos tomaram conta das até então colônias espanholas: Cuba, Porto Rico e Filipinas. E Cuba desde então foi uma espécie de quintal dos Estados Unidos, inclusive tinha em sua constituição uma tal "Emenda Platt", pela qual, estava escrito, na constituição de Cuba, que os Estados Unidos poderiam intervir nos assuntos internos de Cuba quando achassem conveniente.
É nesse clima que desde 1952 Fulgêncio Batista governava uma ditadura brutal, com cassinos operados pela máfia dos Estados Unidos. Era a tal sensação de Cuba ser bordel e cassino dos ianques.
Desta forma não acho estranho que o regime atual esteja durando tanto. Ele tem um quê de luta pela independência nacional, e a luta contra as intromissões dos Estados Unidos está no cerne desta resistência.
Bem lembraste a invasão da Baía dos Porcos, amplamente apoiada pelos Estados Unidos através da CIA...
E há o tal embargo. Não funciona para enfraquecer o regime, e pelo contrário permite que o governo cubano alegue que o embargo é um crime contra o povo de Cuba.