Uma experiência marcante em minha vida
«Quando eu era menino, os mais velhos perguntavam:
O que você quer ser quando crescer?
Hoje não perguntam mais.
Se perguntassem, eu diria que quero ser menino.»
Fernando Sabino
Quando a Mylla Gavão propôs uma blogagem coletiva nos dias 04 e 05 do presente mês, em comemoração aos 6 meses de existência do "Vidas Linha" com o tema: Uma experiência marcante de minha vida - Parei para pensar o que seria 'marcante', se tudo faz parte da própria vida e nela se dilui?
Por ter vivido intensamente todas as minhas fases, não posso reclamar da vida! Houveram mais alegrias que tristezas. Estas sempre estiveram agregadas a morte de um ente querido: na minha infância a perda de meu pai e no início da adolescência, a perda de uma amiga de infância - minha irmãzinha, a minha companheira de traquinagens.
As traquinagens seguiram mesmo assim e andei pelo mundo, conheci outras pessoas, outros lugares, culturas, povos - corri riscos de vida e duas quase morte.
Quando alguém morre, você é forçado a aceitar o acontecimento. A morte é coisa da vida! Mas e quando você sente a pessoa morrer somente para você? Isto acontece também quando paramos de confiar nesta pessoa - o que me fez rever todo o meu conceito de vida e perder a inocência.
Vocês podem me dizer, as pessoas não são iguais! Pois não são mesmo! Até porque os valores de lealdade são diferentes de pessoa para pessoa e o que carrego em mim, se choca!
E lembrando dos fatos, fiquei cheia de lágrimas - lágrimas que não saem. Lágrimas encurraladas, que se empurram nos olhos porque o coração frio, gela as lágrimas, não deixando que elas saem. Custa-me escrever isto, porque na realidade não gosto de falar de coisas tristes e de estar assim. Não adianta fingir, não adianta enganar-me que está tudo bem, que já esqueci. Custa-me viver certas situações. Não é algo que eu possa ou consiga mudar assim com um estalar de dedos. São caminhos que se tem que percorrer, daqueles com apenas uma via e que não permitem inversão de marcha. Faz-me bem despejar o recipiente das emoções aqui.
E apesar de, a vida tem me ofertado muitos momentos especiais, de quase felicidade.
Me identifico com o "Despertar da Consciência" de Saul Brandalise Jr. - Ele é atual presidente da Central Barriga Verde de Comunicação, ex-gestor da Perdigão (seu pai foi o fundador), figura marcante do empresariado brasileiro e quando seus filhos foram sequestrados em 1988, seu modo de pensar sobre a vida, mudou. Ele escreve artigos re-animadores, o último "Reclamar" - começa assim:
«Você já parou para pensar a quantidade enorme de pessoas que reclamam... Pois é, já se deu conta de que você e eu também fazemos parte deste enorme contingente de pessoas?»
Você pode parar para pensar e perceber que o que você reclama nas pessoas pode se tratar de uma deficiência sua em achar que tudo tem que ser perfeito. E porque as pessoas precisam ser perfeitas?
«Somos HUMANOS, portanto, como a própria palavra diz: HUM (um), MANO (irmão). Os sinais, as mensagens, estão na nossa frente e muitas vezes não as conseguimos ver. Sabe por quê? Eventualmente porque estamos com o nosso corpo cheio de mágoa (má água). Se o nosso corpo é 70 % água (líquido), imagine o que viramos... água podre. Quer mudar tudo isso? Então perdoe do fundo da alma. Faça sempre a boa intriga. Propaguemos coisas boas...»
Então já está dito e sem mexericos - estou trabalhando isto! São etapas de vida que se finalizaram, onde desfiz das trivialidades e percebi que a vida tem coisas tão mais importantes e que nós humanos nos preocupamos com imbecilidades! E quando nos colocamos diante da morte ou quase morte - sim, quando uma tragédia acontece, colocamos os pés no chão.
E digo mais, os gatos é que sabem gerir e viver a vida e, como dizia na contracapa de um dos livros do Saramago:
"Ainda não está provado que um Gato é um bicho!"
Parabéns pela experiência relatada aqui. Realmente, temos vários momentos. Alguns de Alegrias, outros de tristezas, mas o importantes é que temos.Isso vale a pena.
ResponderExcluirVenha confeir
http://sandrarandrade7.blogspot.com/
com carinho
Sandra
Amei a sua primeira árvore. Hoje postei algo sobre elas, e tenho certeza que iria ficar muito linda, lá na Curiosa.
Passe para conferir..
Está lançado o convite.
Os momentos de perda são realmente os mais marcantes em nossas vidas.
ResponderExcluirSei bem o que sente pois tenho também para contar as mesmas experiências vividas por ti.
Você relata tão bem seus sentimentos que me levaram às lágrimas e me fizeram lembrar a perda de meu pai.
Também estou participando da Blogagem.
Beijos de um lindo e maravilhoso fim de semana pra ti!
Pois é... às vezes passam-se dias e dias em que parecemos autómatos, mas outras vezes até do nada surgem as emoções... fortes e diversas; em algumas ocasiões tristes, outras desconexas, certas vezes nos deixam encurralados e então lembramos como na citação acima, «Porque cresci? Quem me dera voltar a ser menino»!
ResponderExcluirAmiga, um bom fim de semana com flores, sorrisos e ...poesia!
É... o aprendizado dura a vida toda
ResponderExcluirBj no <3, linda Luz de Luma!
Olá amiga querida!!! Lindo artigo. Isso me fez ver que muitas pessoas já morreram em vida para mim também. O ato do perdão é o mais belo e também o mais difícil. Algumas mágoas simplesmente insistem em não sair de nós... A prática do amor e do perdão são práticas que devem ser atualizadas, dia a dia. Eu venho treinando muito isso em mim, faz parte da evolução que nos torna pessoas melhores. Fique com Deus luzinha!!! Bjs!
ResponderExcluirO acessório também pode ser vivido, mas sem que jamais prejudique o essencial. Onde a preocupação com imbecilidades deve ser banida... e onde o perdão, sempre que necessário, deve estar presente.
ResponderExcluirParece-me ser este o lema de vida que vc procura abraçar. E eu aprovo... rs...
Querida amiga, gostei imenso do seu post. Ao fim de vários anos, fiquei a conhecer bastante mais da Luma.
Bom Domingo para vc.
Beijo.
Explicame un poco mejor eso de mucho maroto, por que??
ResponderExcluirUn Abrazo,,,
Luma,
ResponderExcluir"... faça sempre a boa intriga."
puxa, como é preciso crescer para ser gente.
viver o processo da morte ainda em vida, deixar morrer esse ladinho medíocre que há em nós.
gostei muitíssimo de conhecê-la melhor.
um grande, grande abraço
Liliane
ah, tem um selinho no TOC DE MENINA pra você tá.
desculpa, mas não lembro de já te falei do selinho, é que eu acho você e o teu blog muito "excelentes"
beijos
Oi Luma! É uma grande verdade que aprendemos nos momentos "duros"...Quando meu pai ficou doente fiquei quase 3 meses com ele...foram dias melancólicos misturados a tristeza, pequenas alegrias, reflexões e muito amor...Ou seja, um ninho de aprendizado. Propagar as coisas boas que aprendemos, isso é o que fica em nós, ou pelo menos deveria ficar, devemos nos esforçar para isso.
ResponderExcluirBeijos!