Reinventando a infância


litografia de G.Villin para a 1ª edição personagens de uma galeria imortal

"O segredo, meu filho, é um só: liberdade. Aqui não há coleiras. A grande desgraça do mundo é a coleira"

A frase acima, foi o que expressou a boneca Emília, ao referir-se ao mágico universo do Sítio do Pica-pau Amarelo, a opinião sintetiza o espírito do escritor Monteiro Lobato. Para este paulista de Taubaté (1882-1948), que chegou a ser preso durante o Estado Novo por recusar-se a colaborar com a política de Getúlio Vargas, liberdade era a matéria-prima para uma obra que o levaria a ser considerado o criador da literatura infanto-juvenil brasileira.

Até 1921, ano de lançamento de "A Menina de Narizinho Arrebitado" (primeiro personagem de uma extensa galeria dedicada às crianças). O público infantil tinha que se contentar com as narrativas moralistas de inspiração européia. Lobato apostou na inteligência das crianças e inventou uma nova linguagem, coloquial, divertida e cheia de aventuras.

Mas sua obra também é um convite à reflexão e uma crítica aos problemas sociais do país. Inspirado pela infância passada na fazenda do avô, criou Jeca Tatu, personagem que retrata o abandono do homem do campo. Em "O Poço do Visconde", Lobato afirmou a existência de petróleo no Brasil. Era 1937, e técnicos atestavam que a idéia era um delírio. Dois anos depois, confirmava-se a previsão.

Formado em Direito por exigência do avô, José Bento Monteiro Lobato preferiu desde cedo outros caminhos. Fundou em 1918 a Monteiro Lobato & Cia. Editores. Seus primeiros livros, a partir de "Urupês" (1918), destinava-se ao público adulto. Mas era no universo infantil que mais se divertia.

"De escrever para marmanjos já enjoei. Bichos sem graça. Mas para crianças um livro é todo um mundo. Ainda acabo fazendo livros onde as nossas crianças possam morar"

Foi assim que Emília, Narizinho, Visconde de Sabugosa, Dona Benta, Saci e tantos outros passaram a fazer parte do imaginário não só das crianças como de adultos que elas se tornaram.

Para onde foram os seus sonhos infantis?

Este texto faz parte da Blogagem Coletiva - Quem foi seu Monteiro Lobato? Uma proposta da editora carioca Jorge Zahar Editor e organizada por Vanessa do "Fio de Ariadne".

A editora presenteará os três melhores textos com os seguintes lançamentos de seu catálogo:




Barbies, bambolês e bolas de bilhar
67 deliciosos comentários sobre a fascinante química do dia-a-dia
Joe Schwarcz





Seis graus
O aquecimento global e o que você pode fazer para evitar uma catástrofe
Mark Lynas





O que Einstein disse a seu cozinheiro
A ciência na cozinha
Robert L. Wolke


O blogue organizador selecionará 5 textos até o Dia 20 de abril e através de votação pública, aberta por 72 horas, será escolhido o melhor texto. Está esperando o quê? Participe! Se não for para concorrer ao prêmio, que seja para prestigiar a nossa literatura infanto-juvenil.

Beijus,

19 comentários :

  1. Anônimo09:14

    Por coincidência na semana passada eu e minha mulher estávamos vendo alguns trechos do Sítio do Pica-Pau Amarelo no YOUTUBE. Ótimas lembranças de nossa infância!

    Um abraço

    ResponderExcluir
  2. Bom dia minha linda,

    Mesmo não estando muito boa ainda, fiz questão de participar, Lobato me leva ao passado, a uma infância linda que foi a minha, me leva a minha vovó que tanto amei e amo, ao meu pai os dois seres mais importantes de minha vida, que estão junto ao Pai.
    Parabéns como sempre seus textos me encantam.
    Tenha um fds iluminado e cheio das graças de Deus!

    ResponderExcluir
  3. Oi Luma,

    sábias as palavras de Lobato quando diz "Ainda acabo fazendo livros onde as nossas crianças possam morar". Ele o fez, com maestria.

    Belo post, abraços.

    ResponderExcluir
  4. Anônimo11:39

    Uma boa aula da história de Monteiro Lobato. Este tipo de blogagem coletiva é muito bom.

    ResponderExcluir
  5. Anônimo12:15

    Ótimo texto, parabéns!

    "...para crianças, um livro é todo um mundo. Concordo plenamente!

    Marcelo.

    ResponderExcluir
  6. Luminha, por bons momentos estive no Luz, lendo o post anterior; como tudo que vc escreve é altamente reflexivo, levantei-me para arejar os miolos; voltei para o PC, mas antes fui arrumar umas diferenças no Chega. Num dos “vizualiza seu blog”, a menina estava lá no comentários. Para! Bem, Lobato foi um dos meus autores prediletos e dele conheci toda a obra; enquanto adolescente, adiós muchacho! Fui reencontrá-lo, mas nem sempre, na TV Globo que vi inúmeras vezes com os meninos. Ele como filósofo produziu uma literatura infantil que mostrava a sociedade brasileira dos tempos de meus pais. Um livro que adorei foi Geografia de Dona Benta e o navio Terror dos Mares carregando a turma do sítio para conhecer o mundo. Valeu! Beijos, boa semana com os feriados

    ResponderExcluir
  7. Poxa, pena que so soube hoje dessa blogagem coletiva, tinha tanto a escrever.

    Mas sua pergunta ao final do texto tem uma resposta tão triste a quem tem amor pela infancia.

    A digitalização está roubando os sonhos infantis.
    e pior a inocencia que ilumina a infancia.

    ResponderExcluir
  8. Anônimo17:40

    Iara ser uma eterna criança;

    ResponderExcluir
  9. O tempo e o carinho dedicado ás crianças de hoje na sua infância, é o carinho e dedicação que vamos receber dos homens de amanhã na nossa terceira idade.

    ResponderExcluir
  10. Gostei muito. Abracos,
    Octavio

    ResponderExcluir
  11. Oi, Luma! td bem? não li Tibicuera, nem as demais obras ditas infantis de Erico Verissimo. Segundo sei, elas não são realmente infantis, são uma leitura difícil para a garotada, mas, na época, o publico do autor era específico: os netos que viviam nos Estados unidos. Sou mais encantada, mesmo, por O tempo e o vento e, especialmente, Incidente em Antares. abçs e boa semana.

    ResponderExcluir
  12. Luma...linda e fascinante a sua lUZ!
    Amei seu blog...e adorei ter descoberto mais Monteiros Lobatos aqui no seu espaço!
    abraçãooo
    Felicidades!!

    ResponderExcluir
  13. Monteiro Lobato inundou minha infância com sonhos e magia. Seus livros foram os primeiros que li.

    ResponderExcluir
  14. Meu primeiro Lobato, foi sem dúvida José Mauro de Vasconcelos, de lá pra cá, foram tantos...
    Depois vivi as aventuras da Narizinho e toda a turma, com a minha prole. Ler para elas me levava outra vez à infancia e lá estava uma criança, mae de outras...

    Desculpe a demora em vir aqui te dar um oi...
    Mas tu sabes que o Lenine e eu estamos a brincar de gato e rato? Quando ele foi ao Porto, viajei exatamente no mesmo dia para Barcelona; qdo ele estava em Barcelona eu estava em Tarragona e sem poder ir vê-lo. Deixa estar...

    Um beijo grande!

    ResponderExcluir
  15. A sua participação, por certo, é uma das favoritas.
    Eu gostei imenso.
    Uma semana boa para vc.
    Beijos.

    ResponderExcluir
  16. Oi Luma,

    Adorei o texto e as lembranças sobre os livros de Lobato. Eu era fã do Sitio, achava os personagens fantásticos. Aliás, ainda acho.

    Bjao,
    Iêda

    ResponderExcluir
  17. Bom saber um pouco mais de Monteiro Lobato, li certas poesias uma vez que me deixaram impressionados.

    Esse ano a FLIP homenageia ele.

    ResponderExcluir
  18. Anônimo19:10

    Mais uma blogagem que passou despercebido por mim, e eu também sou uma eterna criança!

    ResponderExcluir
  19. Olá, belo texto.

    Sou pesquisador e colecionador de Lobato, tenho um blog com imagens de livros e mais informações, pra quem quiser saber mais sobre o pai do Jeca Tatu.
    acervomonteirolobato.blogspot.com

    Abraços
    Ricardo

    ResponderExcluir

...em quietude, sem solidão

Leia o luz no seu celular
get click

Algumas coisas não têm preço

finalista the weblog awards 2005finalista the weblog awards 2006
finalista the weblog awards 2007weblogawards 2008

Me leve com você...

facebooktwitter

Copyright  © 2021 Luz de Luma, yes party! Todos os direitos reservados. Imagens de modelo por Luma Rosa. Publicações licenciadas por Creative Commons Atribuição-Uso não-comercial- Vedada a criação de obras derivadas 2.5 Brasil License . Cópia somente com autorização.

Tem sempre alguém que não cita a fonte... fingindo ter aquilo que não é seu.

Leia mais para produzir mais!

Atenção com o que levar daqui. Preserve os direitos autorais do editor