Filho é para quem pode

Nossa amiga blogueira Mônica Montone será entrevistada hoje, quinta-feira, 21 de agosto, no programa Sem Censura, falando sobre a polêmica gerada por sua crônica "Filho é para quem pode", publicada pela Revista "O Globo/Jornal O Globo".

O programa ao vivo, apresentado pela jornalista Leda Nagle, na TVE Brasil, vai ao ar às 16:00h, com reprise às 00:10h. Os melhores momentos são reapresentados no domingo, às 16h e com certeza Moniquinha será reprisada.

Os programas da TVE Brasil que fazem parte da RPTV (Rede Pública de Televisão, da Associação Brasileira de Emissoras Públicas, Educativas e Culturais - ABEPEC) são transmitidos por todas as emissoras públicas do país - veja no seu Estado qual emissora afiliada retransmite o programa.

O Sinal também é transmitido em circuito fechado pelos sistemas de tv por assinatura da Sky (CANAL 116) e da Net (em alguns municípios).

Não percam!

E para quem ainda não leu esse texto que gerou tantos comentários controvertidos, leia a seguir:


:: Filho é para quem pode ::
Por Mônica Montone

Filho é para quem pode!

Eu, não posso! Apesar de ser biologicamente saudável.

Não posso porque desconheço o poço sem fundo das minhas vontades, porque às vezes sou meio dona da verdade e porque não acredito que um filho há de me resgatar daquilo que não entendo ou aceito em mim.

Acredito que a convivência é um exercício que nos eleva e nos torna melhores, mas, esperar que um filho reflita a imagem que sonhamos ter é no mínimo crueldade.

Não há garantias de amor eterno e o olhar de um filho não é um vestido de seda azul ou um terno com corte ideal. Gerar um fruto com o único intuito de ser perfumada por ele no futuro é praticamente assinar uma sentença de sal.

Filhos não são pílulas contra a monotonia, pílulas da salvação de uma vida vazia e sem sentido, pílula “trago seu marido de volta em 9 meses”.

Penso que antes de cogitar a hipótese de engravidar, toda mulher deveria se perguntar: eu sou capaz de aceitar que apesar de dar a luz a um ser ele não será um pedaço de mim e portanto não deverá ser igual a mim? Eu sou capaz de me fazer feliz sem que alguém esteja ao meu lado? Eu sou capaz de abrir mão de determinadas coisas em minha vida sem depois cobrar? Eu sou capaz de dizer “não”? Eu quero, mesmo, ter um filho, ou simplesmente aprendi que é para isso que nascemos: para constituir uma família?

Muitas das pessoas que conheço estão neurotizadas por conta de suas relações com as mães. Em geral, são mães carentes que exigem afeto e demonstração de amor integral para se sentirem bem e, quando não recebem, martirizam os filhos com chantagens, críticas e cobranças.

As mães podem ser um céu de brigadeiro ou um inferno de sal. Elas podem adoçar a vida dos filhos ou transformar essas vidas numa batalha diária cheia de lágrimas, culpas e opressões.

Eu, por exemplo, não consigo ser um céu de brigadeiro nem para mim mesma, quiçá para uma pessoinha que vai me tirar o juízo madrugadas adentro e, honestamente, acho injusto colocar uma criança no mundo já com essa missão no lombo: fazer a mamãe crescer.

Dar a luz a um bebê é fácil, difícil é ser mãe da própria vida e iluminar as próprias escuridões.
Mônica Montone também é autora do livro Mulher de Minutos.

>>> crônica publicada originalmente aqui em 11 de Maio de 2007, anteriormente ao Jornal "O Globo"

A minha opinião? Ter filhos é opção e não destino.

Na hora do sexo, meninas e meninos, antes de entregarem pra Deus, pensem que esye ser gerado terá necessidades, não somente econômicas, mas principalmente emocionais e isso não pode ser entregue à natureza - é de responsabilidade das partes envolvidas no processo.

Filho não supre carências e não é a salvação para problemas conjugais. Álias, se olhado por este ângulo, pode ser um dos fatores que mais geram conflitos entre casais, mesmo entre os "resolvidos".

Qual a sua opinião sobre a opção da mulher por não ter filhos ou melhor, sobre a maternidade consciente?

Convido os integrantes do blogue e site "Desabafo de Mãe" a entrarem nesta discussão.

Lembrando que Mônica é também parte integrante do Show "Os Sábados do Domingos", um cabaré filosófico, apresentado aos sábados, às 21h, no Canequinho Café [anexo do Canecão].

Beijus,
Luma

17 comentários :

  1. Anônimo13:11

    Vou relatar um caso extremo. Aqui perto de casa há um casal fraco das idéias. O sujeito cismou de criar um cachorro, até animal de pobre tem uma má sina. O cara não aguenta nem com ele, que dirá com o animal. A mulher tem problemas mentais, está escrito na testa dela. E ontem eu soube que ela tomava calmantes para dormir e apagava. O filho que eles tiveram ficava com fome e chorava toda a noite.
    Ontem o Conselho Tutelar foi à casa deles e levou a criança. O sujeito soluçava do mesmo modo que o faz quando tomam seus sofredores cães. Só falta esterilizar a dupla.

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  2. Anônimo15:44

    Nós de cá pensamos diferentes. Quando casamos fomos alertados para o fato de que corriamos o risco dela não ser capaz de engravidar, e se, engravidasse haveria o risco de aborto. Assim deveriamos optar para as tentativas logo nos primeiros anos.

    Ainda no primeiro ano tivemos um aborto, e depois de dois meses de tratamento, e preparação, outra gravidez.

    Ela já teve dois filhos. Jura de pé junto que são meus. Tenho os documentos probatórios. Tenho as testemunhas que comprova as palavras dela.

    Os argumentos em não querer filhos, lendo o texto como postado, reflete, não a falta de poder, mas a falta de querer, integrado a insegurança.

    Dois casos opostos:

    Nison, um amigo, divorciou por que a mulher não engravidava e não aceitava adoção.

    Por outro lado, a filha doida de Maria, Neri teve que entrar na justiça para fazer laqueadura nela. Mesmo com a decisão judicial contrária, ele mandou fazer a cirurgia. Morreu o ano passado ainda respondendo ao processo, e, depois que Mariazinha já havia parido 3 filhos.

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  3. Luminha, eu decididamente não quero ter filhos. É uma grande responsabilidade, é uma vida que dependerá de você por um bom tempo. É compromisso. É puro sacerdócio!
    Por isso, admiro muito quem os tem.
    Beijos, meu anjo!!!

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  4. Nós temos que tomar nossas decisões. O importante é que sejam bem pensadas. Apóio o da Mônica..eu se tivesse condições teria um "monte" deles mas como não posso ...fico com meus 3.
    Beijos!!

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  5. Luma querida, não consigo imaginar minha vida sem os meus filhos, mas acho que cada um deve resolver o que quer da vida.
    Bjim.

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  6. Anônimo18:55

    Por aqui decidimos que seremos uma familia de 2. tá bom demais. rssss
    beijos beijos

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  7. Anônimo19:45

    O problema da Autora é a generalização. Um equívoco da maioria das pessoas quando opinam sobre um determinado assunto do qual elas só conhecem na teoria.
    Ser mãe descortina uma série de emoções, tanto boas quanto ruins.
    Maternidade consciente é invensão.
    As incertezas da vida, os sofrimentos que todos nós iremos passar um dia para que possamos crescer como pessoa; se fossemos levar em conta tudo isso não teriamos filhos. Pois quem em são consciencia gostaria de ver o sofrimento de um filho?
    Viver vai muito além dessa tal racionalidade que as pessoas querem impôr.
    Beijo Luma.

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  8. Anônimo22:15

    Sempre desejei ser mãe, não para suprir algo nem mesmo para projetar nada... era apenas um desejo, algo que meu coração pedia.

    Quando minha primeira filha nasceu eu entendi aquele meu desejo e quando minha segunda filha nasceu eu tive certeza do que era aquela vontade que eu tinha de ser mãe... é que lá no fundo de meu coração acho que eu já sabia que a melhor fase de minha vida se iniciaria com a vinda delas.

    Ser mãe não é obrigação nem necessidade, não é imposição da sociedade nem uma maneira de esquecer os problemas... os filhos não aliviam as dores nem diminuem os problemas, eles não são como nós nem pensam como nós... eles são totalmente independentes desde pequeninos... mesmo quando ainda dependem de nós para algumas coisas... ainda assim são livres e únicos.

    Ser mãe é algo que quem não é mãe não consegue entender, nem adianta tentar explicar, nem mil palavras, nem o melhor dos poetas, nem o mais inteligente escritor... só sabe a magia de ser mãe quem é mãe...

    Só o que posso dizer sobre esse assunto é isso... sou mãe de duas pérolas, duas princesas que me surpreendem a cada instante, que me emocionam a cada dia e que me enchem o coração de amor a cada olhar...

    Tenho certeza que quem for mãe vai entender perfeitamente o que quero dizer... e para aquelas que ainda não são... como dizia minha mãe : " quando você for mãe você vai me entender !" rs

    Acho que é isso... rs

    Beijos

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  9. Ohhh.. muito bom esse artigo, execelente!! parabens !!


    Michael

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  10. Oiêeee!!!
    Assino 1.000 vezes embaixo. sou mãe de dois (um de 27 e uma de 22) portanto, posso dizer que ela está certíssima.
    Bem, como sempre o blog está impecável.
    E prá matar as saudades deixei um mimo prá vc lá em casa: http://esturdio.blogspot.com/2008/08/mimos-e-mais-mimos-do-moura.html#links

    Beijos e bom final de semana.

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  11. Minha querida Luma, nossa amiga Monica é de uma felicidade impar em seus temas e seu livro, uma preciosidade (tenho o meu e autografado, hehehe). Quanto a questão dos filhos, temos 4 em casa e hoje não saberia viver sem eles pois são a razão da minha luta diária. Quanto a concepção deles, a decisão ficou exclusivamente à minha esposa, ela mulher, ela sabe se deve ou não. Coube à mim a tarefa de servir de apoio e confidente, nada mais. Somos felizes e todo esforço nós fazemos para que as crianças crescam em um ambiente favorável, essa é nossa missão.

    Um beijão e um ótimo final de semana.

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  12. Anônimo10:40

    Já havia lido esse texto da Mônica e achei muito bom. Ela escreve muito bem.

    E de fato, as pessoas tendem a escrever e falar sobre àquilo que já pensaram ou sentiram uma vez em suas almas.

    Agora uma pergunta curiosa pra você, Luma.
    Você é mãe?


    Abraços :)

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  13. Anônimo03:42

    Perfeito! Publiquei no meu blog tb!
    bjos

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  14. Luma, querida,

    O texto da Mônica é muito bom porque ajuda a refletir. Nesta época a mulher temo o poder da opção e, portanto, a escolha consciente de ter ou não filhos permitirá uma vida melhor para ambos e suas famílias. Contudo, Luma, em meio a esse processo não se pode perder a emoção do inusitado...

    Acredito que a consciência deve ser aplicada em generosas doses sobre todos os assuntos e opções com que a vida nos desafia diariamente.

    Beijos.

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  15. oiii!!!
    Concordo plenamente e digo mais, é preciso que esse governo deixe de ser omisso e tenha a coragem de começar um planejamento familiar serio com a população carente, não dá pra ficar eternamente cuidando do efeito colateral e ao inves de cuidar da causa.
    bjs...bye!!!

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  16. Anônimo09:20

    Bom dia!
    Tenho uma filha a quem adoro muito. Porém não acho que todas as pessoas deveriam ter filhos. Não devem considerar isso uma missão, um destino que não se possa evitar. Lamento muito quando algumas mães falam: -Vou ter mais um só para ver como sai o rostinho ou " Sinto falto de um bebê em casa"
    Hoje a mídia concorre conosco na educação dos nossos filhos e a minha filha, pelo fato de eu ter que trabalhar 60 horas para sobreviver com o salário de magistério, cresceu sob forte influência da mídia e se tornou mais consumista do que eu gostaria...
    Acho que ter filhos é uma opção que deve ser pensada com muito cuidado e planejada.
    Hoje me arrependo de ter enchido minha filha de mimos, ainda mais que ela é de leão e adora brilhar... a vida não é só brilho.
    Ter filhos ou não ter filhos. As duas escolhas são nobres desde que bem refletidas.
    Beijos!

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  17. Aos homens: "És moço e desejas filho e casamento. Mas eu te pergunto: serás tu um homem que tenha o direito de desejar um filho? És tu o vitorioso, o dominador de si mesmo, o dono dos sentidos, o senhor de tuas virtudes? É isso que te pergunto. Ou o que fala em teu desejo é o animal e a necessidade? Ou a solidão? Ou a insatisfação consigo mesmo? Eu quero que tua vitória e tua liberdade suspirem por um filho. Deves erigir monumentos vivos à tua vitória e à tua libertação. Deves construir algo superior a ti, para mais além do que tu. Mas é preciso, assim o desejo, que antes tenha te construído a ti mesmo, bem moldado de corpo e alma." Friedrich Nietzsche, Assim Falou Zaratustra, Do Filho e Do Casamento.

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