Boxe é esporte
No Domingo passou pela tv a luta do russo, Oleg Maskaev e Peter Okhello, da Uganda. Peter foi derrotado e Maskaev manteve o cinturão do Conselho Mundial de Boxe. A luta foi transmitida ao vivo de Moscou e a platéia estava lotada. Assisti 5 minutos, foi o que suportei.
César Monstro, integrante da equipe Minotauro e participante do Predador Fight Championship, questionado sobre o seu preparo para um combate em Ribeirão Preto, respondeu: “Já passei por quase tudo na vida, Vendi picolé, lavei quintal dos outros. Hoje vivo profissionalmente da luta e quero fazer uma grande exibição. A porrada come, mas nosso corpo está preparado para isto. Somos gladiadores que estão acostumados a sangrar”.
Isso não deveria ser normal mas a platéia quer sangue.
Não chega a ser uma birra contra o boxe em si. Pessoalmente não admito dois homens trocando murros, ainda que dentro de certas regras. Compreendo a briga movida pela cólera, não a rixa combinada, a agressão estudada. Sempre achei o boxe um esporte estúpido, mas há quem goste. Problema de gosto.
O que me assombra é a mania de chamar a troca de socos de “Nobre Esporte”. Nobre por quê? A baixaria domina o background das lutas, um submundo gravita em torno dos campeões. Tudo é macetado, até mesmo as lutas em si, que são decididas pela cartolagem. Rola muito dinheiro para montar o circo - jamais me convencerão de que é honesto um sujeito ganhar numa só noite milhões de dólares.
Há muita coisa de errada nisso. Mas errado mesmo é considerar nobre um tipo de esporte que cria débeis mentais: muitos dos pugilistas, depois de certa idade, passam a sofrer de distúrbios cerebrais. O caso mais dramático foi de Joe Louis – por sinal, um dos mitos válidos gerados pelo boxe.
Tivemos a cena de canibalismo explícita de um cara que comeu a orelha de outro diante da platéia mundial de milhões de pessoas. Compreendo a raiva que moveu Mike Tyson, ele foi pago para lutar. Violar as regras do jogo fica por conta do emocional a que todos temos direito. O que não entendo é o deslumbramento da platéia.
Dize-me do que gosta e direi quem és.
Beijus
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