Tributo à Iggy Pop
Assim como todos os Cds ditos “acústicos”, os “tributos” constituem-se num dos maiores filões do mercado nos últimos anos. Sempre vendem bem.
Nem todo artista “tributado” é digno do lance. E os que são às vezes ganham com bandas duvidosas. Por isso, muitos cds atuais que reúnem músicas de um mesmo artista trazem a tarja “este não é um disco de tributo”, para alertar.
Não é o caso, em hipótese alguma de Iggy pop (nascido James Osterberg), que ganhou um tributo chamado “We Will Fall”, que abrange toda a carreira do iguana, solo ou nos Stooges. Esse cd não é de agora, mas merece um lugar na discoteca.
O garoto de Detroit que teve a idéia de fazer um som pesado ao ir visitar a fábrica da Ford e ver o aço sendo marretado e transformado em automóvel (também a influência do techno, que nasceu ao som das batidas automotivas de Detroit, a motor city) é, sem dúvida, uma figura a ser respeitada no universo do rock.
Além de ser uma força da natureza (nem todas as drogas do mundo derrubaram o pequenino invocado), Iggy, naturalmente, criou o que veria a ser chamado depois de punk rock. Foi o primeiro cara a usar uma coleira e rastejar em cena (quando cantava “I wanna be your dog”, que, por acaso, não está no cd, talvez por ser inigualável), a fazer stage diving na platéia e a se mutilar.
Mesmo com essa radicalidade, quando esteve aqui em idos dos anos 80, Iggy fez uma apresentação detonante no Canecão e até hoje, cinqüentão arrebenta. Uma amiga contou que foi ao show e mesmo com febre de 40 graus valeu! porque em um stage, Iggy parou na sua frente, a fitou e deu five com os dedos! Quem é fã sabe o que é isso! (rs*)
Ainda que fosse melhor ouvir uma coletânea com os originais com os originais (inclusive com a fase Stooges, muito pouco conhecida pelas novas gerações que acham que inventam a pólvora quando fazem um punk/hardcore qualquer), o cd manda bem.
Primeiro porque foi uma iniciativa independente de uma pequena gravadora de Nova York (daí o grande número de bandas novaiorquinas na parada, o que não é demérito). E depois porque a seleção só incluiu gente realmente do ramo, em músicas gravadas especialmente para o tributo ou compiladas de material já existente, num total de 20 faixas/bandas.
Possuidor do espírito rock ‘n’ roll, que inclui rebeldia, mas também androginia (Não essa coisa arrumadinha de hoje em dia), Iggy também influenciou bandas abertas sexualmente e assumidamente gay.
Mais do que um tributo merecido a uma das figuras mais carismáticas do rock, o CD tem todo um cunho beneficiente. Toda a grana levantada pela venda, incluindo os direitos autorais das bandas, será doada a LIFEbeat – ramo da indústria musical engajada em eventos pró-aids – com aval do próprio Iggy. Ou seja, faça uma boa ação e leve para casa um “discão”.
Se não encontrar facilmente (o meu foi descolado na loja Tracks do Baixo Gávea), tente pela net.
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SÃO PAULO - dia 26 de Novembro
Chácara do Jockey - 23:10 - Palco A
RIO DE JANEIRO - dia 27 de novembro.
Cidade do Rock - 21:45 - Palco A
A gente se encontra lá!
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