Beleza demais ofende! E a de menos?
Como ninguém é de ferro, rolou na telinha: "Alfie e as mulheres". O diretor Charles Shyer oferece uma nova perspectiva sobre "Alfie", uma obra dos anos 60 dirigida por Lewis Gilbert e protagonizada por Michael Caine.
Quatro décadas depois, o personagem ganha nova vida, desta vez na pele de um dos "meninos-bonitos" de Hollywood, Jude Law. Embora o ator tenha já interpretado papéis relevantes em títulos como "O Talentoso Mr. Ripley", de Anthony Minghella, ou "A.I. - Inteligência Artificial", de Steven Spielberg, nunca tinha apresentado um one-man show como acontece em "Alfie e as Mulheres" (Alfie).
Alfie é o típico playboy egocêntrico, individualista e presunçoso, vivendo despreocupadamente e evitando compromissos. Pulando de cama em cama, rodeado de figuras femininas, aposta em relacionamentos efêmeros e descartáveis, mantendo a distância emocional e optando pelo cinismo e frivolidade. Jovem, bem-parecido e irreverente, desdobra-se em múltiplas formas de envolvência com o universo feminino, recusando a criação de laços sólidos com as mulheres que vai conhecendo.
Com um personagem assim, "Alfie e as Mulheres" poderia ser mais uma comédia romântica vincada por lugares-comuns e uma densidade emocional nula, aspecto reforçado pelo percurso cinematográfico de Charles Shyer (convenhamos que "O Pai da Noiva" ou "O Caso do Colar" não são propriamente obras que contribuam muito para a credibilidade de um diretor). Contudo, o filme contorna, em parte, alguns dos percursos mais óbvios e previsíveis, proporcionando uma curiosa fusão de comédia e drama. Se a primeira parte da obra decorre em domínios não muito distantes de um episódio de "Sex and the City", focando a superficialidade de certos ambiente nova-iorquinos, as peripécias acabam por enveredar por áreas de considerável tensão dramática, gerando um interessante olhar sobre a (des)ilusão e a (i)maturidade.
Shyer consegue criar uma vertente estética apelativa, fluída e cativante, com assinalável eficácia tanto nas enérgicas atmosferas festivas como nos episódios melancólicos e secos de caráter introspectivo. Esta vibrante energia visual, aliada à adequada banda-sonora de Mick Jagger e Dave Stuart, contribuem para dotar "Alfie e as Mulheres" de um saboroso caráter lúdico.
Jude Law também é bem sucedido na sua interpretação, mesclando arrogância com uma fragilidade que se descortina progressivamente. Tal como no filme original, o protagonista mantém um diálogo com o espectador, falando diretamente para a câmara e conseguindo criar alguma empatia (se nos anos 60 esta técnica era original, hoje já é algo relativamente comum, como pode ser constatado em películas como "Alta Fidelidade", de Stephen Frears").
A lista de atrizes é igualmente digna de destaque e inclui, entre outros, nomes de senhoras ilustres como a sempre competente Marisa Tomei ou a veterana Susan Sarandon.
Mesmo com alguns cliches típicos de um cinema assumidamente comercial - a misoginia ainda está presente e a película não consegue evitar a queda para um final moralista - Charles Shyer oferece uma obra convincente que se desdobra entre territórios característicos do filme new yorker e os tons crus e lacônicos do realismo britânico.
Um envolvente retrato do hedonismo e da solidão, sobretudo do universo masculino, "Alfie e as Mulheres" exibe alguns pontos de contato com o cariz agridoce de títulos como "Era uma Vez um Rapaz", de Chris e Paul Weitz, ou "Roger Dodger", de Dylan Kidd, que também se centravam em protagonistas masculinos egocêntricos e imaturos.
Bom para os meninos pensarem em algumas atitudes...Uma boa alternativa aos tradicionais chick flicks. E como faz bem aos olhos, faz bem ao coração!
Até aí tudo bem - ver Jude Law sem roupa não ofende, muito pelo contrário. A nudez também pode ser uma forma de protesto. Veja a notícia abaixo:
15/10/05 20:06 ( Fonte: Reuters)
Ganhador do Oscar Roberto Benigni faz strip-tease em TV italiana
ROME (Reuters) - O vencedor do Oscar Roberto Benigni surpreendeu os telespectadores italianos neste sábado com um inesperado strip-tease ao falar num telejornal sobre o lançamento do seu novo filme "La Tigre e la Neve", sobre a guerra do Iraque.
Benigni, que ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro em 1998 com "A Vida é Bela", deixou o apresentador do telejornal noturno mais assistido da Itália com a boca aberta quando começou a abrir a camisa durante a entrevista.(...)
(Por Rachel Sanderson)
E depois de tudo isso, ainda posso com isso?
Depois dizem que mulher é complicada e descomplicada quando tira a roupa, ou é o contrário?
Alguém se arrisca a saber o que os meninos fazem ali? Será que estavam vendo uma pelada?
Mamy! Por favor não olhe isso!
Beijus,
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