O Inferno Existe e é Obra Humana
...E foi em uma Cervejaria de Munique que tudo começou...
Os grandes temas desenvolvidos pelos nazistas relacionam-se com as antigas correntes do pensamento. O Anti-semitismo era ponto essencial da ideologia conservadora alemã do sec. XIX, que havia tomado a forma de um racismo sistemático sob a influência das teses de Gobineau e Chamberlain sobre a incontestável superioridade das raças humanas desenvolvidas. Os chefes nazistas eram fervorosos admiradores da obra de Nietzsche em que domina o aspecto mítico do pangermanismo, oposto aos princípios "judaico-cristãos" que pervertiam a Alemanha.
Até o início de 1945, os campos de concentração nazistas eram algo que o mundo já sabia existir, mas cuja dimensão de horror estava longe de imaginar. Os russos precisavam avançar sobre os países ocupados pela Alemanha, no gélido inverno daquele ano, para que toda a insanidade do governo do Terceiro Reich fosse revelada através da visão macabra de milhões de esqueletos empilhados em covas rasas e outros milhares de corpos esqueléticos, inertes, cujo único sinal de vida era o olhar aterrorizado de quem tinha testemunhado o inferno. O inferno era Auschwitz, na Polônia, o maior campo de concentração nazista, libertado pelos russos em 27 de Janeiro e que hoje é comemorado em toda a Europa seus 60 anos de término.
Hitler ordenou a "solução final" para a "questão judaíca". Dachau, o primeiro deles, perto de Munique, surgiu em 1933, ano de ascenção do Führer ao poder, com o objetivo de receber prisioneiros políticos, aos quais logo se juntariam deficientes mentais, judeus, ciganos e homossexuais. Os campos (Treblinka, Belzec, Sobibor, entre muitos outros) se multiplicavam na Europa ocupada, mas só se transformaram em indústria da morte a partir de 1942. No início os judeus morriam de exaustão, doenças, desnutrição. Com a oficialização da "Solução Final, optou-se pela asfixia por gás carbônico - substituído mais parte pelo gás Zyklon B, mais eficiente - em câmaras onde cabiam até duas mil pessoas.
No complexo Auschwitz-Birkenau, os prisioneiros, inclusive crianças, serviam como cobaias em experiências médicas conduzidas por Josef Mengele, o "Anjo da morte": eram infectados por doenças, submetidos a temperatura muito altas ou muito baixas, tinham membros amputados. Os cabelos dos condenados, raspados antes, recheavam travesseiros; a gordura humana dos fornos crematórios transformavam em sabonetes; dentes de ouro eram embolsados pelos soldados.
Dos Seis milhões de judeus assassinados pelos nazistas, mais de quatro milhões morreram nesses campos. A experiência foi tão insuportável que milhares de sobreviventes nunca se libertaram das memórias. Primo Levi, escritor italiano, foi um deles "Se Auschwitz existe, Deus não pode existir", escreveu antes de se suicidar, em 1987, 42 anos depois de passar pelo campo onde ninguém imaginava sair vivo.
Hoje dia 1º de Maio, acontece o Iom Hashoá (Dia do Holocausto) e comemora-se o Iom Hazicaron (Dia que lembra os soldados que morreram nas guerras em defesa de Israel - Dia da Lembrança) como também o Iom Haatzmaut (Dia da Independência) - Muitas pessoas irão refazer o caminho entre o campo de concentração de Auschwitz e o campo de extermínio de Birkenau.
A Marcha pela vida também comemora os 60 anos da criação do Estado de Israel e até o dia 11 de Maio, a Polônia mostrará aos jovens judeus e aos interessados, um pouco da trajetória daquilo que aconteceu com as vítimas da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste ano o publicitário brasileiro Márcio Pitliuk fará o registro da Marcha em um documentário e em um livro-fotográfico que conta com mais de 400 brasileiros que se encontram na Polônia. Nesta participação, 200 jovens são da Escola Judaica de São Paulo.
A primeira parte deste texto é uma republicação do texto que escrevi em Janeiro de 2005, que não continha as fotos de Auschwitz, acrescentadas agora.
Hoje é dia para se repensar, fazer aquele minuto de oração e agradeceu a Deus a vida terrena não ser eterna, porque o inferno existe e é obra humana.
*Republico também os comentários num momento de saudosismo.
Os grandes temas desenvolvidos pelos nazistas relacionam-se com as antigas correntes do pensamento. O Anti-semitismo era ponto essencial da ideologia conservadora alemã do sec. XIX, que havia tomado a forma de um racismo sistemático sob a influência das teses de Gobineau e Chamberlain sobre a incontestável superioridade das raças humanas desenvolvidas. Os chefes nazistas eram fervorosos admiradores da obra de Nietzsche em que domina o aspecto mítico do pangermanismo, oposto aos princípios "judaico-cristãos" que pervertiam a Alemanha.
Até o início de 1945, os campos de concentração nazistas eram algo que o mundo já sabia existir, mas cuja dimensão de horror estava longe de imaginar. Os russos precisavam avançar sobre os países ocupados pela Alemanha, no gélido inverno daquele ano, para que toda a insanidade do governo do Terceiro Reich fosse revelada através da visão macabra de milhões de esqueletos empilhados em covas rasas e outros milhares de corpos esqueléticos, inertes, cujo único sinal de vida era o olhar aterrorizado de quem tinha testemunhado o inferno. O inferno era Auschwitz, na Polônia, o maior campo de concentração nazista, libertado pelos russos em 27 de Janeiro e que hoje é comemorado em toda a Europa seus 60 anos de término.
Hitler ordenou a "solução final" para a "questão judaíca". Dachau, o primeiro deles, perto de Munique, surgiu em 1933, ano de ascenção do Führer ao poder, com o objetivo de receber prisioneiros políticos, aos quais logo se juntariam deficientes mentais, judeus, ciganos e homossexuais. Os campos (Treblinka, Belzec, Sobibor, entre muitos outros) se multiplicavam na Europa ocupada, mas só se transformaram em indústria da morte a partir de 1942. No início os judeus morriam de exaustão, doenças, desnutrição. Com a oficialização da "Solução Final, optou-se pela asfixia por gás carbônico - substituído mais parte pelo gás Zyklon B, mais eficiente - em câmaras onde cabiam até duas mil pessoas.
No complexo Auschwitz-Birkenau, os prisioneiros, inclusive crianças, serviam como cobaias em experiências médicas conduzidas por Josef Mengele, o "Anjo da morte": eram infectados por doenças, submetidos a temperatura muito altas ou muito baixas, tinham membros amputados. Os cabelos dos condenados, raspados antes, recheavam travesseiros; a gordura humana dos fornos crematórios transformavam em sabonetes; dentes de ouro eram embolsados pelos soldados.
Dos Seis milhões de judeus assassinados pelos nazistas, mais de quatro milhões morreram nesses campos. A experiência foi tão insuportável que milhares de sobreviventes nunca se libertaram das memórias. Primo Levi, escritor italiano, foi um deles "Se Auschwitz existe, Deus não pode existir", escreveu antes de se suicidar, em 1987, 42 anos depois de passar pelo campo onde ninguém imaginava sair vivo.
Hoje dia 1º de Maio, acontece o Iom Hashoá (Dia do Holocausto) e comemora-se o Iom Hazicaron (Dia que lembra os soldados que morreram nas guerras em defesa de Israel - Dia da Lembrança) como também o Iom Haatzmaut (Dia da Independência) - Muitas pessoas irão refazer o caminho entre o campo de concentração de Auschwitz e o campo de extermínio de Birkenau.
A Marcha pela vida também comemora os 60 anos da criação do Estado de Israel e até o dia 11 de Maio, a Polônia mostrará aos jovens judeus e aos interessados, um pouco da trajetória daquilo que aconteceu com as vítimas da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste ano o publicitário brasileiro Márcio Pitliuk fará o registro da Marcha em um documentário e em um livro-fotográfico que conta com mais de 400 brasileiros que se encontram na Polônia. Nesta participação, 200 jovens são da Escola Judaica de São Paulo.
A primeira parte deste texto é uma republicação do texto que escrevi em Janeiro de 2005, que não continha as fotos de Auschwitz, acrescentadas agora.
Hoje é dia para se repensar, fazer aquele minuto de oração e agradeceu a Deus a vida terrena não ser eterna, porque o inferno existe e é obra humana.
*Republico também os comentários num momento de saudosismo.
Realmente Luma o inferno existe e foi criado pela igreja católica, para ter uma razão de existir. E claro muitas pessoas trataram de seguir o exemplo e aplicar das mais variadas formas ....
ResponderExcluirBelo texto... O meu, escrevi ontem a tarde, quando em Israel o dia entrava oficialmente.
ResponderExcluirbjx
RF
Luma, o Holocausto foi uma das piores atrocidades humanas que aconteceu, não há como imaginar como os judeus sofreram...
ResponderExcluirHá quem diga que o Holocausto foi uma vingança dos alemães, mas penso:vingança , para quê?
Vingança não leva ninguém para lugar nenhum, ódio só priovoca cegueira na alma, mata inocentes,destrói famílias.
Muiot bom se lembrar desse dia que abalou o mundo.
Um forte abraço e fique bem, beijos.
O holocausto foi o começo ou será que foi o fim. O texto, com as fotos, ficou completo
ResponderExcluirAinda hj fico abalada ao ver essas imagens sabia?
ResponderExcluirBig Beijos
Isso aí, Luma, é a maior vergonha da humanidade.
ResponderExcluirPorém, não a única no mesmo patamar.
O tráfico de escravos alijava membros de famílias que eram caçados como animais. As famílias nunca mais tinham notícia da pessoa "sumida" que por sua vez jamais voltaria à terra natal, mesmo que tivesse a sorte de sobreviver ao transporte. Navios negreiros carregavam homens, mulheres e crianças em condições desumanas e cruéis. Ao chegar no destino, as américas, alguns tinham a sorte de encontrar proprietários que lhes dessem um mínimo de dignidade, mas a maioria continuava seu martírio nas mãos inconsequentes de verdadeiros monstros com seus chicotes e pelourinhos.
O Holocausto e o Tráfico de Escravos se igualam em morbidez, crueldade e desumanidade...
Eu não consigo entender tanta crueldade,e não consigo atribuir tal monstruosidade aoser humano. Há sim uma influência maléfica, maligna, diabólica em tudo isso.Pergunto também, por quê?
ResponderExcluirSe Deus existe...
Que a paz esteja em nosso coração e que o ódio não tenha lugar dentro de nós.
beijo,menina
A mente humana é capaz de produzir grandes feitos e grandes atrocidades.
ResponderExcluirInfelizmente a humanidade não tem nada apreendido desse período horrível na Europa. Mas é bem que alguém como você, de vez em quando nos deixa lembrar da atrocidade do Hitler e seu regime.
ResponderExcluirAbraços
Pois, fiquei contente com a mensagem do camarada e com sua recomendacao :-).
ResponderExcluirbem lembrado, é de dar arrepios que ainda hoje existam quem faça esse tipo de atrocidades.
ResponderExcluirlindo texto. Esse assunto sempre me revira o estomago e é a prova cabal de queo inferno é aqui. Ate acho que o mundo esta melhorando, mas em passos bem miudinhos.
ResponderExcluirContinuo em crise...mas vim matar saudade. bj
O Holocausto certamente é um dos assuntos gerais de maior interesse da pinha parte. Humanamente, socialmente e ideologicamente falando. Só devo discordar de vc em alguns pontos com relação à filosofia de Nietzsche... ele retrata o judaísmo/cristianismo muito mais em sua crítica com relação à influência que exercem nas dinâmicas sociais, do que no sentido de estímulo a uma "limpeza racial", como a campanha nazista tão mencionou. É como se ele (Nietzsche) tivesse sido um bode expiatório, quando incitava primeiramente a revolução interior do que a revolução pela coerção...
ResponderExcluirNo mais, post perfeitoso!
=***
Ótimo trabalho de pesquisa Luma.
ResponderExcluirEnquanto lembramos o Holocausto, o coordenador de medicina da UFB, tentando justificar o fracasso de seus alunos no ENAD, apelou exatamente para a inferioridade genética do povo baiano.
http://mais.uol.com.br/view/1575mnadmj5c/berimbau-e-para-quem-tem-poucos-neuronios-diz-professor-040262E0B983C6?types=A&%20target=.
beijo
Marcos
incrível é perceber q esse ódio pelo desconhecido-diferente existe até hoje e é até muito presente em Israel - vide a Palestina e o sofrimento de quem lá vive
ResponderExcluirEu concordo! Tudo o que tem de ruim no mundo é o ser humano quem faz... e ainda culpam a Deus por tudo. :-/
ResponderExcluirAmiga, eu nçao tenho duvidas que o inferno é aqui. E há algo estranho com este Deus que veneramos desde que aprendemos a falar... não dá para entender... e se falar em rencarnação que pagamos hoje o que fizemos ontem e ainda por cima foi uma escolha, puxa... que horror multiplicado!
ResponderExcluirBjs
Tenho para mim que o elemento que torna as práticas de genocídio nazistas ainda tão aversivas a uma Humanidade que já deveria estar suficientemente embrutecida por séculos e séculos de matança em nome das mais variadas causas não é o mero assassinato de uma etnia em si, mas sim o método rigoroso, a construção de toda uma máquina azeitada a tratar a morte como um produto lucrativo, uma indústria de perfeito funcionamento, com uma taxa de aproveitamento praticamente total de sua matéria prima. Matasse Hitler os judeus com uma bala na cabeça, como hoje fazem os próprios judeus com os palestinos e a coisa toda teria sido muito mais palatável aos olhos sensíveis da Sociedade. A propósito, vale a pena vir aqui, Luma. Voltarei outras vezes. Baci.
ResponderExcluir