No soprar do vento,
pequena arajem entrando pela janela,
agitando as cortinas de linho,
mergulhou as mãos,
extendendo os pés nus no soalho de madeira.
Sorriu muito levemente,
contorcendo-se por dentro,
de uma felicidade incontida.
Girando, divertido, o disco de vinil negro debulhava histórias em guitarras e voz, dançando-a pela sala...[Apontamento] Madredeus
A suspeita inicial era que eu estaria com um aneurisma e localizado no pescoço, em um lugar com muitos nervos e vasos. A cirurgia seria assim muito delicada. Com os procedimentos, descobriram que era “apenas” um nódulo instalado entre a jugular e a carótida. Até agora não sei o que seria pior, o aneurisma ou o nódulo. A ignorância me protegeu, mas sabia que a localização não mudava a delicadeza da cirurgia. O nódulo crescia e pressionava as artérias, não deixando oxigenar o cérebro. As dores de cabeça eram porque o sangue não estava fluindo livremente como deveria. Eu não quis preocupar ninguém, ou melhor, quis poupar, por isso não contei e o nódulo tanto poderia ser benigno quanto maligno; Se eu tivesse que passar sofrimento para alguém que fosse de uma só vez ou então, nunca voltasse. Sou patife para notícias ruins.
Exames em dia, vamos lá! Feita a cirurgia, estou me recuperando. E com o resultado dos exames nas mãos, me sinto com uma nova chance de vida. O nódulo é benigno e agora, posso relaxar?
Beijus,
Luma