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O Choro da África

O choro durante séculos
nos seus olhos traidores pela servidão dos homens
no desejo alimentado entre ambições de lufadas românticas
nos batuques choro de África
nos sorrisos choro de África
nos sarcasmos no trabalho choro de África

Sempre o choro mesmo na vossa alegria imortal
meu irmão Nguxi e amigo Mussunda
no círculo das violências
mesmo na magia poderosa da terra
e da vida jorrante das fontes e de toda a parte e de todas as almas
e das hemorragias dos ritmos das feridas de África

e mesmo na morte do sangue ao contato com o chão
mesmo no florir aromatizado da floresta
mesmo na folha
no fruto
na agilidade da zebra
na secura do deserto
na harmonia das correntes ou no sossego dos lagos
mesmo na beleza do trabalho construtivo dos homens

o choro de séculos
inventado na servidão
em historias de dramas negros almas brancas preguiças
e espíritos infantis de África
as mentiras choros verdadeiros nas suas bocas

o choro de séculos
onde a verdade violentada se estiola no circulo de ferro
da desonesta forca
sacrificadora dos corpos cadaverizados
inimiga da vida

fechada em estreitos cérebros de maquinas de contar
na violência
na violência
na violência

O choro de África e' um sintoma

Nos temos em nossas mãos outras vidas e alegrias
desmentidas nos lamentos falsos de suas bocas - por nós!
E amor
e os olhos secos.
(Agostinho Neto)


Em 25 de Junho de 1975, na sequência da Revolução dos Cravos, Moçambique tornou-se independente. A guerra de libertação durou 10 anos e o governo português assinou com a Frelimo os Acordos de Lusaka.

A população de Moçambique anda desorientada e o Governo insiste que a terra pertence ao Estado. A privatização do solo poderá deixar mais de 90 por cento da população excluída desse bem. Essa especulação, envolve pessoas que adquiriram o direito de aproveitamento por ocupação ou sucessão. Como consequência os bancos comerciais pressionam o governo a autorizar a utilização da terra como garantia de crédito.

Nós já vimos esse filme. Portugal não pode se esquecer desse país, mas consta que o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal anda novamente com medo do Cabo das Tormentas. Moçambique não é passado. O passado não é o que passa, é o que vai ficando ...

Telminha, parabéns pela pátria livre!!

E mudando de alhos pra bugalhos... No Ghana, quando vão, vão em grande estilo! Uma tribo, a tribo Ga, honra os seus mortos com caixões coloridos que celebram a maneira como ele viveram — Sim, porque eles são alegres, divertidos e espiritualizados. Para eles os funerais são também um momento de celebração. Os caixões tomam a forma ou características da pessoa ou da sua vida — por exemplo se era um pescador, o caixão pode ser em forma de peixe, se gostava de fumar, em forma de cigarro. Para eles o velhinho caixão em madeira retangular é uma piada.


Prepare-se Brasil! Os meninos de Ghana, não têm medo do mata-mata!

...em quietude, sem solidão

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Algumas coisas não têm preço

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