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De que vale o eterno criar, se a criação em nada acabar?

No Fausto, de Goethe ele diz:
“De que vale o eterno criar, se a criação em nada acabar?”
Quando Fausto está a morte e revê toda sua vida ele diz:
“Fica mais, tu que és belo! Os vestígios dos meus dias na terra não vão acabar em íons. Ao experimentar tamanha felicidade, experimento agora o momento supremo”.
Nem bem Fausto morre, diz Mefistófeles (que faz papel do diabo):
“Acabou! Palavra tola! Acabou por quê? Acabou e depois nada, a indiferença plena! De que serve o eterno criar, se a criação em nada acabar? Acabou! O que ler desse verbo? É como se não estivesse existido e assim gira em círculos, tivesse ele sido, pois o eterno vácuo eu teria preferido”.

Quantos anos uma pessoa normal é lembrada após sua morte? Se é alguém importante para a história demora um pouquinho mais. Quantas pessoas sabem o nome completo de seus bisavôs? Nossos filhos saberão as histórias que nossos pais nos contaram, gerações que se intercalam e depois se calam.

São Tomás de Aquino foi autor da idéia de que o ser humano é caído, mas a sua mente não. Que nós estamos escravizados, mas o nosso pensamento é livre. Talvez daí a frase: A morte te libertará ou é a vida eterna?

“E se você dormisse e sonhasse, e nesse sonho você fosse ao paraíso e lá colhesse uma flor bela e estranha? E ao despertar, você tivesse essa flor entre as mãos? E então?” Questionava o inglês Coleridge.

Ele quis dizer que sem imaginação não há espírito, não se vive. Talvez porque muitas vezes ficamos tão extasiados que entramos em um estado em que as fronteiras entre o sonho e a realidade desapareceriam.

Existem então, dois tipos de verdades: As verdades superficiais, cujos opostos são obviamente errados, e as verdades profundas, cujos opostos são tão certo quanto elas mesmas.

Por exemplo, posso dizer que a vida é breve ou dizer: a vida é longa. São duas verdades diferentes e contraditórias, assim como a nossa vida. Você tem aceitar a situação.

Talvez Charles Chaplin estivesse certo ao desejar inverter a tragetória da vida:
“A coisa mais injusta sobre a vida é a maneira como ela termina. Eu acho que o verdadeiro ciclo da vida está todo de trás para frente. Nós deveríamos morrer primeiro, nos livrar logo disso. Daí viver em um asilo, até ser chutado para fora de lá por estar muito novo. Ganhar um relógio de ouro e ir trabalhar. Então você trabalha 40 anos até ficar novo o bastante para poder aproveitar sua aposentadoria. Aí você curte tudo, bebe bastante álcool, prepara festas e se prepara para a faculdade. Você vai para o colégio, tem várias namoradas, vira criança, não tem nenhuma responsabilidade, vira bebezinho de colo, volta para o útero da mãe, passa seus últimos nove meses de vida flutuando...e termina tudo com um ótimo orgasmo!!! Não seria perfeito?”

Qual é a dúvida? Você é real e ao mesmo tempo pode ser um sonho... Procurando a “Flor Azul”.

Mas o mais estranho de tudo, é estar vivendo justamente este instante. O que é estranho viver uma única vez e nunca mais voltar à vida.

Por isso, façam amor, não façam guerra!

Quanto aos olhos? Eles ainda estão precisando de lágrimas artificiais... se é que me entendem! 

...em quietude, sem solidão

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