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Ontem acordei no Rio e hoje custou-me tanto acordar...

...hoje nem com dois despertadores... e quando isto acontece... ela anda o dia todo a cair de árvores.
E hoje é dia do orgasmo!! Que coisa!! 
Antigamente só os homens tinham esse direito e servia-lhes para avisar quando é que tinham que parar. As más línguas dizem que quando as mulheres passaram a tê-lo, as coisas começaram a se complicar. Aquilo que era básico para a reprodução ganhou pluralidades e múltiplas funções, inclusive para dobrar a venda de revistas. Para isso, basta estampar na capa essa pequena palavra. O orgasmo faz bem à pele, desentope nariz, tem efeitos anti-histamínicos, reduz a tensão e o stress, enfurece qualquer vizinho mais rebarbado quando decibélico. Dizem também que aumenta a longevidade e tem efeitos inexplicáveis ao nível da auto-estima. O orgasmo tem a capacidade de explicar e tirar dúvidas. Ou seja, se têm dúvidas, tenham um.

E se não tiver dúvidas...
Se tudo se complicar, entretei-vos a engomar...

Amnésia coital e Cigarros

Estava lendo a Caila e a Mônica e ambas falavam de uma tal amnésia. A Mônica cheia de dedos e a Caíla achando que "distante é um lugar que não existe", contudo elas sentiam um cheiro de cigarro no ar. Único ponto de minha discordância com a maravilha que escreveram: Não gosto de cheiro de cigarros, que diria no quarto. No máximo um Narghile na varanda. Bem, mas esse não é o ponto.

Por coincidência li uma Crônica do Ruy Castro (taradinho desde a infância, como se define) sobre a amnésia coital. Achei graça das coincidências e pensei: Isso está chamando para uma postagem. A Crônica está no livro: Amestrando Orgasmos.

"AMNÉSIA COITAL

Os ingleses – sempre eles – acabam de fazer mais uma impressionante descoberta: durante o ato sexual, o indivíduo sai completamente de ar. Esquece o próprio nome ou o nome da mulher que está com ele, não sabe direito o que está fazendo e, quando tudo acaba e ele acende um cigarro, não se lembra de quase nada que aconteceu. Talvez se lembre dali a uma hora ou no dia seguinte, mas aí já é tarde. Um cientista britânico deu a isso o horrendo nome de Amnésia Coital e publicou o resultado de sua pesquisa numa revista especializada. Especializada em ciência, digo. Pesquisa esta que ele fez com dezenas de casais da Inglaterra, sem explicar como.


Bem, essa é uma boa pergunta: como foi que ele fez? Imagino que tenha plugado eletrodos na testa dos homens e mulheres que serviram de cobaia. Se não, como ia saber o que estaria passando na cabeça daquelas pessoas durante o fabuloso ato? Mas, se foi assim, a situação ainda é mais grave do que parece. Tente visualizar a cena: você, na cama com uma mulher, só que um emaranhado de fios saindo-lhe entre os cabelos e orelhas, todos ligados a um aparelho fazendo blup-blup, ao pé da cama. A mulher está na mesma situação e ligada a outro aparelho fazendo blup-blup.

Tudo bem, há muitos homens e mulheres que são capazes de fazer sexo nos mais esdrúxulos contextos. Mas tente fazer isto concentrado para não se desplugar de uma geringonça ao pé da cama. Supondo que o homem e a mulher se empolguem e partam para posições mais criativas e menos ortodoxas, os fios se desplugam e lá se vai a pesquisa. Pois deve ter sido assim a pesquisa do inglês. Quantas vezes o chamado coito não terá sido interrompido para que um assistente grudasse novamente as ventosas na testa dos participantes? Sim, porque, sem dúvida, o casal estaria sendo observado pelo cientista e, no mínimo, um assistente, talvez dois. Talvez uma equipe inteira!

Enfim. Com todo esse desconforto, com trilha sonora de blups-blups e uma platéia no quarto, o sujeito ainda conseguiu se concentrar para ter amnésia coital. É extraordinário. Significa que amnésia coital existe mesmo, até nas situações mais adversas. Os cientistas ingleses precisam revelar quem foram as mulheres da pesquisa, que fazem os sujeitos ignorarem o bafafá científico à sua volta e ainda transar de tal maneira, que esquecem seus próprios nomes e os delas.

O que me intriga é que os cientistas ingleses tenham precisado de uma pesquisa tão complexa para chegar à mais conhecida das conclusões. Todo maior de 14 anos sabe que, durante uma relação sexual, o Q.I. é zerado e acontece não apenas a amnésia coital, mas a surdez coital, a cegueira coital, e toda a espécie de insensibilidade coital. Aliás, a parceira espera que, naqueles minutos de clímax, o cidadão fique definitivamente apatetado. O que não o desabona em absoluto, já que ele não está ali para citar Barthes ou Foucault, mas para fazê-la ver estrelas ou ouvir gongos imaginários.

Por sorte, essa amnésia é temporária. Mas – advertem os cientistas -, há casos em que ela pode se prolongar por algum tempo depois do orgasmo e durar até quinze horas. O que é tempo suficiente para que se dêem todas as bandeiras. Por exemplo: se o sujeito notar que sua mulher anda meio esquecida ultimamente, os cientistas recomendam que ele abra o olho. É muito comum a mulher voltar do dentista e não ter a menor lembrança se ele lhe obturou os caninos, extraiu-lhe os quatro sisos ou lhe fez um tratamento de canal. O conselho vale também para a mulher: desconfie do marido que não se lembra do resultado do jogo que foi ver no Maracanã.

Segundo as estatísticas dos cientistas, metade desses casos de amnésia suspeita acontece com pessoas na faixa dos 44 anos – idade do lobo, nos dois sexos. Isso significa também que, se você tem por volta de 20 e 30 anos e vive se gabando de ter uma memória perfeita e que é capaz de decorar até o catálogo telefônico, é porque não deve estar transando direito. Mas, por que estou dizendo isso? Esqueci.

Ah, sim, os ingleses. Uma psicanalista da equipe que fez a pesquisa interpretou a amnésia coital como uma reação à repressão sexual sofrida pelo indivíduo. “É uma forma encontrada pelo subconsciente para que o cidadão não assuma a responsabilidade pelo que está fazendo”, disse ela. Ou seja, a repressão sexual é tanta, que o homem ou a mulher se sente culpado por estar na cama com uma pessoa. Mas a amnésia o absolve, porque ele não sabe o que está fazendo.

Mais uma vez, ah, os ingleses. São um povo maravilhoso. Inteligentes, educadíssimos e têm um humor que eu particularmente adoro. Mas, exceto pelo café da manhã, comem muito mal. E são também muito malcomidos."

Agora já sabem, se ouvirem a famosa pergunta: "foi bom pra você?" duvidem da honestidade da pergunta. Eu estou contribuindo para a pesquisa; Foi bom pra você?

*Com relação ao que passei esses dias, fui a parte menos afetada. Fiquei triste pelo Max, pelos donos do Shine, pelas crianças envolvidas e decepcionada com a atitude de um ser humano. O Ato pra mim não teve explicação, como bem disse a Magui, pode ter sido inveja. Porque era um cachorro dócil, educado e bonito. Durante a noite era guardião da casa. A polícia acha que a casa está sendo visada para assalto. Se for esse o caso, tudo já está providenciado.
Eu estou "quase" bem. Obrigada pelo carinho e atenção que me deram. Tem coisas que a gente nunca esquece!

Beijus,

...em quietude, sem solidão

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