Código Penal tipifica as omissões
...E pensar que os telhados falam, as esquinas nos prendem e os parapeitos guardam segredos e temos sim, debruçadas ali, muitas saudades para matar.
E sabe, minha consciência não pesou quando li em seu bloguinhú "Luma (...) Acredito que você desejou a todos um feliz ano novo..." e cáspita! Eu não consegui desejar feliz ano novo para ninguém antes do ano novo. Então estou isenta de penalidades e para encerrar o assunto, desejo à todos...
O Ismael é um amigo super querido, nos conhecemos antes mesmo d'eu pensar em ter um blogue. É uma pessoa caríssima! Uma vez reproduzi no "Luz" um texto de sua autoria, entitulado "Meu perfil no Orkut" e circunstancialmente hoje publico um texto que acho, seja inédito 0n-line. A Conferir:
A Minha Fundação
Sempre fui ciumento com as coisas que gostava. Não pelo fato de alguém mais gostar daquela banda de rock tanto quanto eu, mas porque os outros sempre gostavam daquela banda de rock pelo motivo errado. Se o Iron Maiden fazia sucesso nas rádios depois de décadas de ótimos discos de metal pesado, era por causa de uma balada romântica. Se alguém se apaixonava por Seinfeld na televisão, era pelos tombos “renatoaragônicos” de Kramer. Se aquele clube ou aquela cantora faziam sucesso da noite pro dia, sempre era pelos motivos mais errados.
Foi como eu me senti quando soube que a Fundação Nokia (ex Fundação Matias Machline), onde passei os quatro mais marcantes anos da minha vida, havia caído nas graças do Brasil que dá certo, aquele que se liga em educação, mérito e estudo. É uma escola de segundo grau em regime semi-interno, que oferece três refeições, laboratórios avançados, professores bem pagos e ambiente de primeiro mundo – de graça. A maior parte dos alunos vem de escolas públicas, depois de concorrer com outros 24 candidatos por uma vaga. São estes os alunos (repito, vindos de escola pública) os secretários de estado de amanhã, os diretores industriais de amanhã e os grandes engenheiros, advogados e médicos de amanhã. Não é chute, é matemática pura.
Sou ciumento com a Fundação, e talvez seja por isso que evito falar nela. Porque, assim como com todos os outros assuntos de que falam os trintões, “na nossa época foi melhor”. Hoje penso naquelas árvores e naquelas pessoas e sinto um carinho enorme. Hoje torço para que, assim como ocorreu comigo, as mães de muitos garotos os convençam de que aquela escola encravada no meio do Distrito Industrial é, sim, o berço das maiores amizades, das melhores e piores lembranças, das noites insones, das listas de exercícios e das semanas de provas. Da Ana Rita, da Jô, do Clóvis, do Celso, do Marcos, do Moacyr, do Nagib, do Agnus e de tantos outros.
Tenho ciúme, muito ciúme da Fundação Matias Machiline, a minha Feppem.
Mas estou muito feliz.
____________________________Um pensamento para o dia...
Os anos ensinam muitas coisas que os dias desconhecem.
Beijus,
Luma
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