A velhinha contrabandista
Por Stanisláu Pontepreta
Neste posto, havía um policial com mais de trinta anos de profissão, que jurava para seu colega de corporação, que aquela velhinha era contrabandista.
Muito curioso, na outra manhã, o policial ao avistar a velhinha se aproximando do posto policial, fez sinal para que a mesma parásse para averiguação.
- Bom dia, vovó!
- Muito bom dia seu policial!
- Vovó, diz prá mim: eu tenho mais de trinta anos de profissão, conheço tudo quanto é malandragem, e ninguém me tira de cabeça que a senhora é contrabandista!!.
- Que meu filho!
- Vovó, diz prá mim : o que é que a senhora leva aí nesse saco?
- É areia meu filho.
- Posso averiguar?
- Sim.
E o policial pegou o saco, abriu, jogou tudo na calçada, e, só continha areia. Muito sem graça, ele liberou a vovózinha, que mais uma vêz, passou pela barreira policial...
Outros dias se seguiram, e sempre, o policial se indagando:
- É, eu ainda pego esta velhinha!
Passado muito dias, ele sempre abordando a velhinha na parreira sem sucesso; ele decidiu:
- Amanhã,eu resolvo essa parada!
No outro dia, lá vinha a velhinha na sua motocicleta, quando o guarda:
- Fiú... Alto lá! Vovó, eu tenho mais de trinta anos de profissão, conheço tudo que é malandragem, e ninguém me tira de cabeça que você está traficando alguma coisa!?. Vamos lá, conta prá mim, eu prometo que não vou te denunciar, não falo nada prá ninguém,mas me diz: o que é que a senhora trafica aí?
- O senhor jura que não vai dizer nada prá ninguém?!
- Juro! Mas, me diz: qual é a parada?
- É a moto meu filho!
Essa fábula é antiga, mas vale uma repaginada por Luís Fernando Veríssimo:
Todos os dias uma velhinha atravessava a ponte entre dois países, de bicicleta e carregando uma bolsa. E todos os dias era revistada pelos guardas da fronteira, à procura de contrabando. Os guardas tinham certeza que a velhina era contrabandista, mas revistavam a velhinha, revistavam a sua bolsa, e nunca encontravam nada. Nada. Todos os dias a mesma coisa: nada. Até que um dia um dos guardas decidiu seguir a velhina, para flagrá-la vendendo a muamba, ficar sabendo o que ela contrabandeava e, principalmente, como. E seguiu a velhinha até o seu próspero comércio de bicicletas e bolsas.
Moral da história:
Como todas as fábulas, esta traz uma lição, só nos cabendo descobrir qual. Significa que quem se concentra no mal aparentemente disfarçado descuida do mal disfarçado de aparente, ou que muita atenção ao detalhe atrapalha a percepção do todo, ou que o hábito de só pensar o óbvio é a pior forma de distração. No Brasil, temos o hábito de procurar e nos indignar com o escândalo menor e deixar passar o escândalo maior, ou o uso do dinheiro público para lucro privado e proveito político, que inclui desde privatizações subsidiadas pelo Estado e a benemerência com bancos falidos até espionagem e contra-espionagem com fins eleitoreiros, sem falar no condominato com as "oligarquias corruptas do Norte e Nordeste", que só se tornaram reprováveis quando se tornaram politicamente inconvenientes.
Mas o que terá Sarney dito à Dilma?
Veja os 663 atos secretos do Senado
Sarney, o Brasil não precisa de você!
Aloizio Mercadante (PT-SP), afirmou que Sarney foi presidente por quatro anos ante 14 de atos secretos e para defender Sarney, Lula enquadra PT. Quem te viu, quem te vê!
#forasarney !! #foracorja !!